So much for my happy ending escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 10
Capítulo 9




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Combinaram de não alardear que iriam sair juntos. Pensaram em um programa tranquilo para a sexta-feira, levando em conta o estágio avançado da gravidez. Eles iriam jantar em uma pizzaria bacana, e depois dariam uma volta na Lapa, local que Bianca achava interessante.

No dia, João teve uma reunião no Projac. Havia se decidido pela novela das 21h, escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, protagonizada por Isabelle Drummond e Humberto Carrão. A trama ainda era segredo, mas os poucos detalhes revelados deixaram o jovem diretor bastante animado. E para um primeiro trabalho no comando, lhe parecia bastante promissor.

Quando chegou em casa, Bianca se banhava na suíte. Ele então foi para o banheiro do corredor, o que sempre usava, e fez o mesmo. Haviam combinado de sair às 18h30, a fim de evitar trânsito e lugares muito lotados. No estado que a atriz estava, ela se cansava bastante rápido.

Ao sair do banho, João parou em frente ao espelho do quarto que ocupava. Vestiu uma cueca e se pôs a observar seu corpo. Seis meses haviam se passado desde o acidente, todas as feridas físicas de seu corpo haviam cicatrizado; e pensava se podia dizer o mesmo de seu coração.

Por mais que o buraco no seu coração um dia se fechasse pela falta que Vicki fazia, a saudade dela sempre deixaria uma marca, assim como aquelas em sua pele.

“Você ficou com uma cicatriz enorme na perna direita. Eu vejo ela toda vez que você está de shorts. Ela é irregular, bem funda e mais clara que a sua pele. Suas mãos também estão bem calejadas, cheias de marcas fundas e ásperas. E agora eu posso ver que tem uma nas suas costas, que está aparecendo por cima do ombro e chegando quase até o seu peito.” Bianca estava parada na porta do quarto dele, já pronta, o observando.

“Eu rolei por cima de um caco de vidro. De vários, na verdade. Tem algumas menores na minha barriga, que alguns cacos entraram. Tem uma na minha nuca também, a Renatinha que percebeu.” Ele indicou, enquanto ela se aproximava.

“E no que você pensava enquanto as acariciava?”

“Que eu nunca vou esquecer o acidente graças a essas cicatrizes; e que mesmo que meu coração pare de doer, eu nunca vou esquecer a Vicki pela cicatriz que a saudade vai deixar no meu coração.”

“Você sabe que eu te entendo. Mas a minha cicatriz vai ser física, palpável, visível... E eu vou amar ela.” A atriz acariciou sua barriga, a encarando com amor. “Você acha que é uma boa ideia, João?”

“Eu acho que precisamos deixar os fantasmas no passado, Bianca, e pensar no nosso futuro, de nós três. Eu acho que o Duca e a Vicki iriam ficar felizes com isso. Felizes de saber que sempre os amaremos, mas que seguiremos com as nossas vidas. A minha vigarista iria querer, pelo menos.” Ele arrancou um sorriso dela, enquanto acariciava sua barriga.

“O meu lutador também iria gostar. E apesar de tudo, acho que ele ficaria feliz que você com você. O Duca gostava de você, acredite.”

“A Vicki também te achava legal. Ela só dizia que você era burra de ter largado sua carreira para ser professora. Do mais, vocês poderiam ter sido amigas.”

“Acho que todos nós poderíamos, se tivéssemos deixado as águas do passado onde deveriam.” A morena suspirou, entrelaçando seus dedos com os do rapaz. “Não vamos mais repetir esse erro, de viver no passado.”

“Não, não vamos. A partir de agora, vamos pensar no nosso futuro.” Prometeu o nerd, sorrindo. “Hã, eu preciso terminar de me arrumar. Não que eu não me ame, mas não sei se iriam gostar de me ver andando por aí só de cueca.”

“Você faz muita questão de sair?” Ela perguntou, se balançando no lugar. “Tem aquela pizzaria ótima aqui na esquina, podemos pedir meia de frango e meia de calabresa. Não é por nada, mas adoraria tirar esse vestido e colocar meus pijamas.”

“Desconfortável de novo?”

“Com azia e dor nas costas.” Ela sorriu amarelo, como que pedindo desculpas. João riu, segurando a mão dela.

“Vem aqui, Bianquinha. Descansa.” João deitou na cama de seu quarto, a puxando para ficar ao seu lado. Acomodou a barriga dela sobre o seu abdômen, acariciando o cabelo dela.

“Que delícia.”

“O cafuné?”

“Não, ter uma posição para deitar. Essa barriga é muito grande para mim, João, e nem com seis travesseiros está dando para me encaixar com ela. Você é o suporte perfeito.” Ela suspirou, fechando os olhos e se aninhando mais a ele.

“Então descansa, Bianquinha... A pizza e todo o resto podem esperar.”

~J&B~

Uma semana depois, Bianca entrou oficialmente em licença-maternidade. Ainda tinha um mês até Lucca nascer, mas ela não conseguia mais dar aulas. Houve um certo desentendimento com a escola, já que as novas leis previam um ano de licença, e eles queriam fazer um acordo para apenas seis meses. Após uma ameaça de ir atrás da justiça, ela conseguiu o que lhe era de direito.

E curtindo seu primeiro dia de várzea, ela preparou uma panela de brigadeiro e se largou no sofá, querendo desfrutar do sossego com o filho. Mas é claro que isso não seria possível, e sem prévio aviso a porta se abriu.

“Oi cunhadinha sem sal.” Jade entrou sem cerimônias, jogando as chaves no aparador e fechando a porta.

“Como você entrou aqui, criatura?”

“Meu sogrinho me emprestou a chave, para que você não precisasse se levantar e abrir. Ele está sendo um amor com esse negócio de gravidez, acha que grávida tem que ser paparicada. E como eu passo um bom tempo por lá, to me deliciando.” Ela contou, sentando ao lado da cunhada. “Você gosta mesmo de um brigadeiro, hein? Desse jeito não vai voltar à forma nunca.”

“Cala a boca ou não te deixo comer.”

“Tá bom, não tá mais aqui quem falou.” A outra grávida puxou a panela, se servindo de uma generosa colherada. “Agora me conta o que você está fazendo enterrada no sofá?”

“Apenas pensando, Jade, nada demais. Além do que, não tem muito o que eu possa fazer com essa barriga gigante.”

“Ao contrário, sigo vivendo normalmente, e a Lara está enorme.” A enfermeira sorriu, acariciando a barriga inchada. “Ela tá tão redondinha, estou apaixonada por ela.”

“Combinamos de colocar nomes com a mesma inicial?”

“L e L... Hum, daria um bom nome de casal.”

“Jade, eles são primos, controle-se.”

“Você e o vagabundo são meio-irmão, não teria tanto problema. Poderíamos ter uns netos com dedos tortos, mas nada muito absurdo e que uma plástica não resolva.” A morena deu um sorriso malicioso, enquanto a cunhada revirava os olhos.

“Os dois nem nasceram e você já quer casar eles, Jade? Deixa o Ricardo te ouvir.”

“Sei como controlar meu vagabundo, fique tranquila.”

“Você tá grávida de quase oito meses e tá pensando em safadeza?”

“Não só pensando, como fazendo também. A médica disse que eu posso continuar na ativa enquanto aguentar, o que pode ser até ela nascer. Vai dizer que não tem horas em que você fica cheia de vontade?”

“Claro, e aí eu pego o brigadeiro.” A enfermeira riu, passando o dedo no doce. Bianca assumiu um ar sério. “Jade, eu posso te contar uma coisa?”

“Olha, eu vou achar perfeitamente normal se você estiver se masturbando, mas não precisa dividir essas coisas comigo.”

“Não isso, sua ninfomaníaca. É... Eu e o João estamos juntos. Digo, em um relacionamento. Sem sexo, ainda. Pode-se dizer que estamos começando a namorar.” Ela parecia sem jeito em dizer isso, mexendo na panela apoiada em sua barriga.

“Você e o cunhadinho esquisito? Essa eu não imaginava.” Bianca a olhou descrente, e Jade riu. “Ok, óbvio que eu já imaginava isso, mas não quis desrespeitar o luto dos dois viúvos.”

“O João não é viúvo.”

“Ele morou com a vigarista por dois anos, Bianca, isso é metade do meu tempo de casada. Ele é praticamente um viúvo.”

“Tá bom, já entendi. Mas... Você não acha estranho? A gente namorando?”

“Vocês namoraram por algumas semanas quando adolescentes, e nunca senti que haviam superado isso totalmente, sendo honesta. Mas você teve uma história com o Duca, e ele com a Vicki. E agora que essas histórias acabaram, vocês podem voltar a de vocês dois.”

“Mas e o Lucca?” Perguntou a atriz, aflita.

“Ele está repudiando o Lucca? Porque até onde dá para ver, ele é louco pelo menino. Ele que escolheu o nome, né?”

“Sim, ele é louco pelo Lucca, ama muito ele. E ele já disse que, se entrar nessa, é para ser o pai do Lucca, não um padrasto ou um tio.”

“Então, cunhadinha, tirou a sorte grande. O João ficou gostoso, com cara de homem, bem colocado na Globo e ainda querendo assumir teu filho. Tá cheia de conflito para que?”

“E se não der certo, Jade? E se nós não conseguirmos deixar o Duca e a Vicki para trás?”

“Então o Lucca vai ter um pai, Bianca, um com vida, para cuidar e proteger ele. E para de ficar colocando conflito, garota. Vocês vieram morar juntos, estão desenvolvendo uma relação cheia de amor e cumplicidade. Mas se ficar grilada não vai dar em nada. Larga esse medo para lá e aproveita: a vida tá te dando uma segunda chance! E não é sempre que isso acontece.”


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Notas finais do capítulo

Alôôôôô, volteeeei!!!
Capítulo de hoje foi fofo, eu achei. Adoro Jadianca, acho que são umas lindas, cheias de cumplicidade. Espero que tenham gostado dessa cena do brigadeiro, é a minha favorita da novela HAHAHAHAH
E to gostando de fazer esse relacionamento Joanca ir acontecendo de forma real, natural... Espero que estejam gostando.
See you soon ;*
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