Oito carneiros escrita por Rose


Capítulo 2
Cap. 1


Notas iniciais do capítulo

Menos um.



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Em uma hora Nicolas estava com sete carneiros a espera das ordens de seu senhor, num primeiro momento preferia pensar que não seria morto afinal quem cuidaria daqueles carneiros até a casa daquele ser, começaram a caminhar Nicolas a pé tendo certeza que os carneiros o seguiam. Para surpresa dele Félix estava sozinho sem nenhuma montaria, como carregaria uma criança por tanto tempo até a sua morada.

– Criatura, será que você pode parar um pouco com essa ladainha no meu ouvido?

– Mas eu não falei nada.

– Você não parou de pensar desde que saímos, estou cansado. Deveria se preocupar com os carneiros. Eles serão muito importantes durante o trajeto até o castelo de minha família.

– Senhor, perdão, mas não há castelos na floresta dos desenganados.

– Isso é o que os tolos acreditam. Cale-se e limpe sua mente de pensamentos se quiser chegar vivo até minha casa.

“Como ele sabe o que eu penso?” – Nicolas estava surpreso com tudo aquilo, não imaginava que duraria mais que algumas horas e de repente havia ganhado a incumbência de pastorear carneiros até um castelo que não passava de uma lenda no imaginário das crianças da aldeia.

– Rapaz, eu vou dizer apenas uma vez – se quiser chegar vivo a seu destino pare de pensar no que eu sou. Você sabe o que eu sou, eu tenho certeza que muito antes de você fazer jus a essas calças você já sabia o meu nome e o que eu realmente sou – um vampiro. Silencie-se agora, faz muito tempo que não tenho ninguém a meu lado e começo a arrependerme dos riscos que vamos correr para levar esses carneiros a minha morada.

Não havia outra opção e Nicolas esvaziou a mente e a alma para não pensar em como seria sua morte, talvez fosse justo esperar que ele não fosse tão cruel como nas histórias.

Horas depois.

– Senhor?

– O que é agora?

– Tenho fome. Tenho sede. – Quase como uma súplica ele indicava que precisava parar para refazer-se, quase que perguntara como seria possível que ele não se cansasse que não tivesse fome. Por sorte segurou-se uma vez que se o vampiro tivesse fome não haveria outra opção de jantar que não ele.

– Criatura, há tanto em sua pele para perder-se que poderíamos caminhar por dias ainda. Esse exercício lhe fará bem. Vamos adentrar a floresta e acamparemos ao longo do rio. Lá você poderá alimentar-se e descansar até amanhecer. Não será seguro caminharmos a noite.

– Por quê não é seguro?

– Eu não sou o único a desenganar alguém nessa floresta, nunca se esqueça disso e me obedeça. Até o momento que eu consentir nenhum mal lhe aconteçerá.

Ainda que atordoado pela sinceridade da resposta Nicolas conformou-se em obedecer, por mais estranho que pudesse parecer aquele ser lhe parecia confiável e talvez não houvesse o que temer enquanto ele obedecesse.

Na clareira Nicolas amarrou cada um dos sete carneiros a árvores próximas, lavou-se e em algum momento que não conseguiu perceber seu inquisitor lhe entregou um peixe para que comesse junto ao fogo que estava aceso.

– Nicolas, esse é seu nome, não é? Não precisa olhar para mim. Apenas escute.

– Sim senhor.

– Não saia dessa clareira, não vá em direção ao rio e por mais barulhos que você possa ouvir nunca saia dessa clareira até minha volta, nenhum mal chegará aqui até o amanhecer. Com a luz do dia eu também voltarei.

– Eu vou ficar aqui sozinho?

– Cala-te, parece uma moça chorosa. Também pudera....Esqueça isso, o que quero dizer é que não haverá mal que se aproxime se você for capaz de me obedecer.

E antes de qualquer resposta ele desapareceu nas sombras, o jovem prisioneiro comeu e deitou-se, não havia nada a fazer a não ser descansar para continuar sua jornada.

Pouco tempo depois ele escutou um grunhido, talvez um grito e por fim o silêncio. Por mais que ele pensasse em ver o que estava acontecendo resolveu zelar pela própria vida e permanceu deitado.

Olhos amarelos observavam Nicolas dormir a beira da fogueira. A partir de agora havia menos um carneiro para se contar.


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Notas finais do capítulo

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