Como odiar o amor II escrita por TheGhostKing


Capítulo 2
I swear


Notas iniciais do capítulo

Oi... lembram de mim? Desculpa pela demora gigante para portar esse. Está tudo meio corrido. Teve acampamento, agora vai entrar em provas, tem uma competição daqui a pouco, uma correria.
Enfim, eu não morri, e aí está o capítulo :3



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– Por favor me digam que eu não sou o único a escutar aquilo – Nico disse, logo depois que a porta da enfermaria se fechou atrás dele.

– Água gelada queima – recitou Scott – eu também escutei.

– Não é a primeira vez que ela diz isso, né? – Jill perguntou, lembrando-se do dia em que a menina chegou no acampamento.

– Ela já repete isso faz um tempo, acho – Nico parecia curioso – sabe, ela respondeu uma pergunta de Leo, quem sabe se a gente perguntar ela não diz o que isso significa?

– Não temos nada a perder – Scott abriu a porta sem hesitar, e deu um grito curto, recuando. Jill e Nico se encontravam imediatamente atrás do amigo, então não faziam ideia do que estava acontecendo, até ele se virar com calma.

Cori estava de pé, apontando uma faca para seu peito.

– Cori – o menino sussurrou – você acordou.

– Como sabe meu nome? – ela segurava a faca com confiança, mas seus olhos entregavam o medo.

– Você não se lembra? – Scott aproveitou para fazer graça – somos namorados. Estávamos em um piquenique quando você foi picada por uma aranha e apagou.

– Scott, para com isso – Nico se intrometeu antes que a garota ficasse confusa – é mentira. Você apareceu aqui com isso em sua mão.

Ele levou à mão ao bolso para pegar o papelzinho, mas foi interrompido pela menina.

– Eu sei o que aconteceu. Onde estamos?

– Acampamento meio sangue – ele respondeu.

– Então, é, eu sei o que aconteceu. Eu fiz acontecer. Só não sabia que daria certo – ela abaixou a faca e deixou-a no chão – Nico di Angelo.

Jill e Scott viraram-se para o amigo com os olhos do tamanho de pratos.

– Tudo bem – a voz do garoto falhou – como você sabe meu nome?

– Eu sei tudo sobre você. Sei sobre seus demônios interiores que não compartilhou com ninguém.

– Não acredito – Cori continuaria falando, se Nico não tivesse enfiado sua fala em meio à dela, assustado. Ela revirou os olhos e encarou Jill.

– Você sabe como ele conseguiu as marcas de garras de lobo no braço?

Jill olhou para o amigo. Ele estava de jaqueta. Não tinha como Cori ter visto.

– Não – ela admitiu, quase num sussurro.

– Eu sei – a garota se aproximou dele e arrancou a jaqueta de couro com facilidade, uma vez que ele estava quase paralisado – eu sei exatamente como elas apareceram aqui. Você sabe sobre a história da família dele?

– Um pouco – Jill confirmou, olhando para o amigo, mais pálido que o normal – sei sobre Hades, e Bianca.

– E Maria? A mãe dele? – Cori continuava a desafiá-la – sabe como ela morreu? Ou quando? Ou onde?

– Como assim, onde? – a pergunta surgiu – tipo, em qual batalha, sei lá?

– Não – a menina revirou os olhos – tipo, em qual país. Em qual país Nico nasceu? Que línguas ele fala? Você sabe sobre a mancha que ele tem na perna esquerda?

O silêncio se manteve por um tempo ao ouvir-se um barulho. Jeans. Nico levantava a calça até o joelho.

– Onde? – ele perguntou.

A menina se abaixou e apertou a faca em um local. Ele gemeu de dor. Quando ela se afastou, uma gota de sangue escorreu de uma parte levemente mais escura da perna do garoto.

Scott assoviou.

– Que doidera. Ela sabe mais sobre você do que você sobre si mesmo.

O medo no olhar de Nico era evidente, mas ele resolveu testar a menina:

– Vamos fazer um teste, então. Nós fazemos perguntas e você responde.

Ela deu de ombros. As perguntas eram disparadas em cima dela como tiros, e respondidas na mesma rapidez.

– Onde eu nasci, afina?

– Veneza, Itália.

– Como a mãe dele morreu?

– Explosão.

– Quem a matou?

– Zeus.

– Ele costumava ter uma queda por quem?

– Percy Jackson.

– Mas as pessoas desconfiavam que era de quem?

– Annabeth Chase.

– Qual era meu jogo favorito?

– Mitomagia.

– Qual era a única estatueta que faltava para completar a coleção?

– Hades.

– Quando é o aniversário dele?

– Ah, sinceramente – ela bocejou – é tudo o que vocês tem?

Eram perguntas simples, verdade. Mas não era algo que dava para responder só de olhar para ele. Cori realmente parecia saber do que falava.

– E como você sabe de tudo isso? – Nico perguntou, enfim, fazendo o que todos queriam ter feito.

– Simples. Você é o único que pode me ajudar na parte crucial da missão em que iremos. E eu fiz algumas pesquisas.

– Algumas? – debochou Scott – parece que sua vida foi baseada nisso, como se fosse uma garotinha de dez anos viciadas em uma boy band.

Jill não achou que fosse um momento apropriado para revelar que gostava bastante de boy bands, mas discutiria isso com o amigo mais tarde.

O olhar que Cori lançou para ele depois do comentário foi tão afiado que parecia que o tinha cortado ao meio, ou pelo menos cortado fora sua língua, pois ele calou a boca de imediato, e isso não era algo comum dele.

– A terra ressecada – Nico sussurrou – tem a ver com Bianca?

– Talvez.

– Mas ela voltou a vida. Teve seus pensamentos apagados. Ela não é mais Bianca.

Cori sorriu.

– Mais ou menos.

– O que você quer diz...

– As profecias não erram – ela o interrompeu – mesmo que as escritas por mim mesma. Você irá recuperar algo perdido na terra ressecada.

Nico estava quase sorrindo quando a garota continuou.

– A não ser que a profecia não seja sobre você.

Ele apertou os punhos, claramente irritado com a atitude de Cori. Ou talvez, só irritado. Frustrado. Confuso.

– É sobre mim.

Ele começou a sumir no escuro.

– Tem que ser sobre mim.

.

Ela não encontrou Nico novamente naquele dia. Ninguém encontrou. Não estavam preocupados, entretanto, era claro que ele não deixaria a missão.

Mas ela encontrou algo.

Guardou no bolso.

Era um bilhete.

Estava na cama dele.

E cada palavra rabiscada no papel apertava o coração dela. Cada letra na caligrafia desesperada era um abismo.

Ela chorou lendo.

E não mostrou para ninguém.

Até porque, era pouco provável que ela mesma pudesse ter lido.

A carta não era para ela.

Não era para ninguém que ela conhecesse.

Era para Bianca.

A irmã morta.

O papel estava molhado.

E era assim:

Bianca,

eu não sei o que acontecerá com esse papel. Achei melhor escrevê-lo. Não falo com você há muito tempo, mana. E estava convencido de que isso nunca mais aconteceria, não desde que me disseram que você não estava mais morta.

Me disseram que você estava viva, mana. Mas não era mais você.

Você não estava viva, mas não estava morta, você não existia, Bianca. E isso não é algo que se possa mudar.

Mas agora, já não sei se é verdade. Não sei mais no que acreditar. Estou confuso.

Sinto falta do seu colo. Do seu carinho.

Mas, talvez, agora, tenha uma chance de tê-los de novo. Acho que essa tal de Cori pode me ajudar a trazê-la de volta. Não sei como e nem porque, mas há uma chance.

Eu quero expressar o quanto a sua perda foi ruim para mim. Se eu a tiver de volta, não conseguirei dizer para você. Eu não terei fala para isso.

Mas eu sempre terei esse bilhete, já pronto.

Quantas vezes não desejei ainda ser seu irmãozinho, Bianca. Quantas vezes não fiquei desprotegido, mais por dentro do que por fora, implorando para ter uma volta atrás, concertar isso.

Eu não devia ter deixado você ir sem mais nem menos.

Você me protegeu. Passou a vida se dedicando a isso. Mas quando chegou minha vez, só por uma vez, eu falhei.

Pago por isso, mana. Pago caro.

Eu quero muito voltar a ser seu irmãozinho. Me jogar nos seus braços e ser cem por cento dependente de você mais uma vez.

Para ser sincero, eu não sei se isso será possível. Você se surpreenderia com o quanto eu mudei. Se decepcionaria.

Mas tentarei, mana. Com todas as minhas forças e toda a minha vontade, eu vou tentar trazer você de volta.

E com um juramente mais forte e valioso do que o rio Estige.

Eu juro, Bianca.

Por mim e por você. “

Jill chorou. Molhou mais o papel.

Ela queria trazer Bianca de volta.

Com o bilhete enfiado no bolso, correu, torcendo para que estivesse com o caminho certo em mente.

E estava, por sorte. Chegou ao Bunker 9.

– Leo? – chamou.

– Eu! – um grito abafado. O menino correu para a porta com uma máscara, mas a levantou – pode falar.

– Faça esse barco o mais rápido o possível. Essa missão será importante.

Ele levantou uma sobrancelha.

– Confie em mim.

Ela se virou e saiu, sem saber direito para onde se dirigir. As palavras de Nico martelavam sua cabeça.

Não sabia que o amigo fosse tão profundo. E nunca tinha imaginado que ele tivesse tido tal relação com a irmã.

Estava determinada a encontrar um jeito de trazer a menina de volta para Nico.

Eu juro, Bianca, pensou.

Por você e por ele.


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Notas finais do capítulo

estava me sentindo inspirada