The Swan Sisters Saga escrita por miaNKZW


Capítulo 79
Capítulo 27 - O Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!!!
Bem, meninas (e meninos... ehhhhh!!! Obrigada, fofos!) queria saber se ainda tenho chances de ser perdoada depois de tanto tempo de ausência...
Olha, eu sei, não tenho desculpas para esse terrível ato de preguiça, mas juro que não foi falta de consideração por vocês. Juro! É só que estava (ou estou, sei lá) passando por uma profunda fase de bloqueio criativo. Profunda, aguda e desesperadora fase... mas, possivelmente passageira (espero).
Enfim, falemos sobre o presente capítulo, que é quase um filho para mim visto o tempo que levou para ser gerado (Rsssrsrss). O Clã finalmente retorna a La Push, Ivy ainda está em "coma" e obviamente só consegue "reconhecer" sua família indiretamente, já que ninguém está ciente de sua presença em espírito e a interação entre eles é puramente "zero". E vocês devem estar se perguntando "Onde estão Bella e Angel?" e "Edward?" e "E Jacob???", bem, então... acho que estou tão ansiosa quanto vocês, e provavelmente deve ser esse o motivo do tal bloqueio. Mas existe uma boa notícia aqui... tenho tudo planejado na minha cabeça, tudo o que falta são os detalhes (estou com problemas para pôr no papel, entende?). As palavras estão vindo, devagar e com a agilidade de um defunto, mas estão vindo. Então, amores, tenham um pouco de paciência comigo. E lembrem-se: Fé é acreditar no improvável...

Ps: espero que se divirtam.

Bjcas, Mia.



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 Dorian se afasta apenas um passo, mas continua a segurar minhas duas mãos entre as suas, e seus olhos continuam fixos em meu rosto sem expressão. Gradualmente... vejo-os mudar de novo.

Pela primeira vez, vejo em seus misteriosos olhos a mesma necessidade que eu senti desde a primeira que o vi, então eu soube que o último muro estava se desfazendo entre nós. Desde que este estranho estado de “inconsciência consciente” teve início, Dorian disse-me, muitas vezes, o quanto me ama. E eu vi o amor nos olhos. Mas nunca dessa forma. Ele está propositalmente revelando-se a mim, expondo sua alma de uma maneira que eu sei que é difícil para ele, e eu não consigo parar de olhar para seus olhos, querendo sempre me lembrar desse momento, dessa expressão.  
_ Eu estou aqui... estou aqui, Ivy... você consegue me ouvir? Consegue me sentir? – ele disse e então deixou um beijo suave em minha palma – Estou aqui esta noite para pedir-lhe para voltar para mim, meu amor. – Dorian continuou quando eu já começava a sentir como se eu estivesse caindo dentro daqueles olhos, como se caísse em um abismo oculto entre nós.

“Dorian...” eu quis chamar, murmurar seu nome, não acreditando que o momento fosse real. O amor de Dorian é praticamente tudo que tenho desejado desde o nosso primeiro encontro. E eu, ainda assim, sou incapaz de acreditar nos meus ouvidos, mas continuo buscando o infinito, o profundo azul acinzentado de seus olhos, querendo a garantia de que não estou sonhando. "Dorian...?"

Ele aperta minhas mãos com mais força, pressionando-as em seu peito.

_ Eu queria... eu queria te pedir para se casar comigo... – ele sussurra com lágrimas em seus olhos - não, porque isso é o mais correto para o momento, para o que aconteceu com você... o que eu causei a você. Mas porque você me ama como eu amo você... - diz ele – Minha doce Ivy, peço-vos que escolhas a mim por sua livre vontade, porque é assim que eu escolhi você. Não para cumprir um pacto de honra, mas para seguir o meu coração que se contenta com nada menos do que uma vida inteira com você ao meu lado.

E, com essas palavras, aquelas palavras impossíveis, tudo pára. O tempo em si, parece falhar por alguns instantes.

Eu quero gritar "Sim!”, quero gritar e atirar-me em seus braços. Mas meus pés parecem enraizados, e minha língua está bloqueada na minha boca. Eu não posso fazer nada além de tentar abrir meus olhos, certa de que ele verá a resposta neles.
_ Ivy, você aceita se casar comigo? – e exatamente como em meus sonhos, Dorian libera uma das minhas mãos e acaricia meu rosto gentilmente como se enxugasse a lágrimas que escorrem de minha alma, afasta uma mexa de cabelo de meu rosto, e sua voz é ainda mais suave, ainda mais carinhosa enquanto ele pergunta novamente, quase num sussurro – Você quer ser minha esposa? – violentos, mas silenciosos soluços escapam de sua boca quando ele observa meu corpo ainda imóvel sobre a cama, sem saber que a minha alma grita por ele. Minha alma grita “SIM”, mas meu corpo continua estático, sem respostas.

A vulnerabilidade nua que eu vi nos olhos de Dorian é ecoada em sua voz, e é essa doçura – guardada e dolorida, a espera de minha promessa de estar sempre com ele - que me faz sofrer ainda mais. Porque eu sei que isso é o mais próximo que Dorian chegará de se abrir para alguém em toda a sua existência, e ele está fazendo isso por mim. Para me mostrar o quanto ele me quer, também...

"Sim, Dorian!" eu grito em silêncio, pelo menos, eu acho que eu gritei. Mas, na verdade, minha voz sequer saiu, engasgou em algum lugar dentro de minha garganta. "Sim!" repito várias vezes, juntando forças para puxar suas mãos e entrelaçar meus braços em volta de seu pescoço. Estou no meu limite, eu sei. Minhas mãos ardem com a necessidade de tocá-lo, minha alma dói para alcançá-lo, sussurrar em seu ouvido, porque tudo que eu quero dizer a ele, novamente e novamente é "Sim, sim, sim..." para sempre, mas meu estúpido corpo continua imóvel, duro e sem vida, enquanto as lágrimas de Dorian umedecem minhas vestes.

Comecei a ouvir muitas vozes falando ao mesmo tempo, não havia ninguém mais na casa, mas do lado de fora parecia que uma multidão se aproximava. Tentei ouvir o que as vozes falavam, mas não conseguia distinguir uma da outra. O som do motor de carros sendo desligados, passos, urros, cumprimentos, risadas e vozes, muitas vozes. Pela primeira vez em muito tempo eu conseguia sentir euforia naquelas vozes, “Finalmente um pouco de alegria naquela aldeia...” pensei sentindo um pouco da culpa indo embora. Então, a curiosidade me tomou, eu queria saber o que os Quilleuttes tanto festejam lá fora, mas Dorian não havia mexido um músculo, continuava perdido em seu doloroso lamento debruçado sobre meu abdômen, então achei que o tumulto não valeria pena.

A porta da frente se abre e parece que a multidão se transfere para a sala da casa de Paul, os risos ainda continuam, assim como os comprimentos e conversas desconexas, muitas conversas ao mesmo tempo. E Dorian continua alheio àquela bagunça. Josh aparece no quarto, parece ser o único a se lembrar de meu Dorian. No rosto da criança a felicidade do evento que transcorre no cômodo ao lado é clara quando ele se aproxima, ajoelhando-se do lado oposto da minha cama, da mesma forma que Dorian, e deliberadamente, Josh toma uma de minhas mãos das de Dorian brincando com meus dedos como ele costumava fazer em nossas saudosas caminhadas pela Reserva.

_ Hey... eles chegaram, sabe? – Josh diz ainda entretido com meus dedos – Errr... digo, o Clã...

_ Hum... – Dorian somente murmurou contra a palma de minha mão, com o ânimo de um defunto e ainda com o rosto colado em meu abdômen.

_ Você não... você... – Josh balbuciava sem jeito dando leve espiadas pelo canto do olho – digo... você não vai...

_ Não.

_ Oh, vamos lá Dorian! Amy não vai...

_ Ivy. – preso na mesma posição, Dorian apenas levanta os olhos arqueando as sobrancelhas – Já disse que o nome dela é Ivy.

_ Oh, ok... – Josh responde sem jeito – Bem... então... Ivy não vai ligar se você for ali ao lado só por um minuto ou dois.

_ Mas eu vou...

_ Olha, você pode ir... – Josh disse com aquele olhar de “gatinho do Shrek” que ninguém consegue resistir e pegou minha outra mão, a que Dorian ainda beijava. “Urrrgh... Josh!” eu quis gritar e dar um tapa na cabeça daquele menino, mas eu sabia que Josh só estava tentando ajudar - eu fico com ela até você voltar...

Dorian levantou a cabeça, seu rosto mais ameno dessa vez, deu um sorriso sem vontade e só acenou de leve antes de se levantar e se aproximar ainda mais do meu rosto.

_ Eu já volto, meu amor... – ele então me beijou a testa e seguiu até a porta.

Uma escuridão instalara-se em minha visão e tudo veio como um borrão. Eu via os últimos acontecimentos voarem paralela e aleatoriamente em minha mente. Sentia meu peito murchar com cada coisa triste que acontecera e se acalentar com cada coisa boa – que eram poucas. Respirei fundo e fechei os olhos, deixando tudo fluir em minha mente para que pudesse emitir algum som e dar início ao tormento.

“O que está acontecendo dessa vez?” pensei irritada e curiosa ao mesmo tempo enquanto minha alma seguia Dorian até a sala, “O que pode ser tão importante para tirar meu Dorian de perto de mim?”.

E então o choque foi a primeira coisa que senti, de onde havia saído tantas pessoas? Pessoas desconhecidas, rostos estranhos e tão familiares ao mesmo tempo.

“O Clã...”, finalmente compreendi.

Naquela hora, a casa de Paul estava lotada de muitos jovens, não que eu me considere velha ou algo assim, mas eu estava tão acostumada a estar rodeada pelos anciões do Conselho e essa pequena nova multidão transmitia um ar de jovialidade que parecia encher o lugar de vida. Entretanto, devo dizer que existia também algo estranho naquelas presenças, seus belos corpos, jovens e atléticos, não condiziam com seus olhos que passavam tanta calma e sabedoria. Era algo contraditório e inesperado, muito parecido com o que senti quando vi Theodore e Carlisle pela primeira vez, “mais jovens senhores de idade...” pensei enquanto vislumbrava a bela singularidade do tal Clã.

Bem ao lado da porta de entrada havia uma garota com cabelos cor de bronze levemente encaracolados encostada na parede, olhos castanhos e pele branca como neve, seu rosto era angelical e dela emanava uma doçura aquecedora; ela parecia delicada e os braços longos do garoto de pele morena que a apertavam pareciam deixá-la ainda mais frágil. Não pude deixar de notar que enquanto a menina escondia seu rosto no tórax do que acredito ser seu namorado (pela forma intima que seus corpos se tocavam), sua mão esquerda segurava firme a mão de outro garoto a seu lado. Então olhei para aquele rosto quase translúcido e seus hipnóticos olhos azuis, tão misteriosos quanto o oceano, iniciaram uma descarga de imagens, aleatórias e confusas, em meu cérebro. E foi quase como se uma porta se abrisse em minha mente, uma porta se abria e de repente uma parte da minha vida emergia, fixando-se tão forte em mim que era impossível dizer que ela não estivera ali o tempo todo. Me senti confusa e tinha um milhão de perguntas para fazer, mas eu tinha uma certeza dentro de mim: eu o conhecia, conhecia todos eles! Eu não pude dizer de onde, de quando e como, mas eu o conhecia e seu nome estava na ponta da minha língua.

“Eu conheço você! Eu sei quem você é...” eu repetia as palavras mentalmente tentando forçar minha memória “Eu conheço você... conheço! Mas de onde?”

_ Vô! – o garoto gritou, interrompendo meus devaneios e correu para o outro lado do cômodo.

_ EJ? – Carlisle respondeu abrindo os braços e recepcionando-o em um caloroso abraço.

“EJ?” balbuciei, cavando mais fundo na memória. A vontade era imensa, como se minha vida inteira fosse um emaranhado de acontecimentos arquitetados para me levar até aquele exato momento. E quando tive a certeza de que estava exatamente onde deveria estar, na hora certa e no lugar certo, ouvi um clique e justamente como nos mais infantis desenhos animados, uma luz veio e iluminou a escuridão: “EJ!”

 – Como você está, meu garoto? – Carlisle continuou os cumprimentos, sorrindo e dando leves tapinhas nas costas do menino, e de repente, seu rosto se iluminou quando seus olhos encontram a menina angelical que havia chamado minha atenção anteriormente.

“Ne... ssie?” – eu murmurei antes que as mesmas palavras saíssem da boca de Carlisle.

_ Nessie!

_ Vovô! Vovô! – ela disse aos pulos e correu até ele – Que saudade, vovô!

_ Oh, Ness... minha doce e bela Nessie! – Carlisle suspirou deixando um beijo em sua testa. E eu sorri com minha pequena vitória.

Outros seguiram o caminho de Nessie e, como num passe de mágica, eu me vi sussurrando o nome de cada um deles.

“Sam... Emmett... Emma e...” os nomes apareciam em minha mente sem que eu fizesse qualquer esforço. “Jasper!”, meu peito inflava com o contentamento por finalmente reconhecer alguém, “Seth...”, minha alma transbordava em lágrimas, pois, de alguma forma que não podia dizer ainda, eu havia encontrado minha família.

“Rosalie,” hesitei em dúvida quando a loira de “parar o quarteirão” se aproximou “Sim, é Rose!”.

E quando meu coração parecia não agüentar mais tanta felicidade, “Alice!!” senti soluços subindo pela minha garganta e meus braços arderam na ânsia de abraçá-la. Eu corri, mesmo sabendo que não poderia tocá-la, eu só precisava estar perto de Alice.

E foi só quando avistei Theodore adentrando na saleta que percebi sua ausência anterior, ele também era todo sorrisos, mas havia algo em seu olhar que me preocupou, um fio de angústia contaminava a alegria em seu rosto, e me serviu de alerta. Mas, mesmo sentindo que algo terrível me esperava num futuro próximo, algo que Theodore também sentia, eu não pude conter a exaltação quando vi Nate pela primeira vez. Seu sorriso era lindo, seus olhos brilhavam como uma estrela, como se fossem a única fonte de luz numa noite sem lua; ele caminhou até sua família ladeado por Esme e Janet, cumprimentando e saudando cada membro Quilleutte no caminho.

“Oh, Esme...” choraminguei, quase implorando para que ela me abraçasse com tanta força quanto abraçava Nate e os outros. “Janet?” me virei e tentei tocar seu rosto na mesma tentativa insana e fracassada, “Janet? Por favor?”.

“Por favor!!!”

Ninguém me ouviu. Ninguém me sentiu. E ninguém sabia que eu estava ali.


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