EPDV ANGEL

Angel não sabia que os Cullens conheciam sua recém descoberta irmã. E Bella - que sempre acreditou que sua irmã falecera ao nascer - não fazia idéia da existência de Angel, e muitos menos que ela era fora acolhida por sua futura família. Este e o capítulo anterior contam como foi o reencontro de Angel e Bella, o primeiro sob o ponto de vista de Bella e agora o ponto de vista de Angel.

 

 

 

Eu me levantei quando pela primeira vez desde que chegara à casa dos Cullens pude ouvir o som de passos anunciando a chegada de alguém. Edward estava de volta à sala, mas dessa vez estava acompanhado. Em seus olhos só havia preocupação e cautela. Ele segurava a mão de uma menina. Eles pararam quando me avistaram. E com cuidado Edward a abraçou pela cintura colocando-a a sua frente enquanto murmurava algo em seu ouvido que eu não pude ouvir. Ele a beijou suavemente e então a encorajou com um gesto para que viesse em meu encontro.

Quando ela finalmente ficou a vista, eu não pude acreditar nos meus olhos. Pisquei varias vezes como se estivesse tentado limpar a visão de alguma alucinação que estava tendo. Mas ela continuava ali. Parada e surpresa. Enquanto olhava para a menina pude reconhecer seus cabelos. Um pouco mais longos do que o meus, mas o mesmo tom castanho que pareciam avermelhados sob o sol e os mesmos leves cachos que caiam sobre seu rosto em formato de coração. Os grandes olhos marrom chocolate olhavam fixamente para mim incrédulos. Seus olhos estavam tão curiosos quanto os meus. Pude ver a pele pálida de seu rosto, exatamente como a minha, ficar ainda mais branca e estava certa de que ela logo iria desmaiar. Minhas pernas fraquejaram quando me dei conta que já conhecia aquela menina. Eu já havia visto ela. Ela se parecia com... ela era eu! Exatamente como eu.

De repente escuridão. Tive a sensação de estar sendo transportada em braços gentis. Então eu fui colocada em uma cama macia. Algum tempo se passou. E então, a escuridão desvaneceu e eu comecei a sonhar. O rosto que eu tinha visto antes inundava minha mente. Era o meu rosto! Só que agora ele também pertencia a uma outra pessoa.

Tinha alguém comigo ali. E me senti sendo embalada enquanto ouvia uma voz feminina cochichando em meu ouvido, me pedindo para descansar. Isso era tão bom! Lembro-me de ter desejado que fosse minha mãe. Agora que eu tinha uma irmã eu poderia também ter uma mãe, não é mesmo? Sim! Uma irmã e uma mãe! Finalmente eu teria uma família de verdade. Tudo que ainda me faltava era Nathan, meu pai. “Pai”! A palavra me lembrou que eu também deveria ter um pai. Outro pai que não era Nathan. E agora eu sabia seu nome – Charlie - eu também queria conhecê-lo! Mas um temor me invadiu, apertando meu coração. Eu não queria substituir Nathan. Eu não queria esquecê-lo e esquecer todos os anos que vivi com ele. Nathan era meu pai porque fora meu pai desde sempre. Mas ao mesmo tempo, eu queria saber quem era o Charlie. Ver se reconheceria algo dele em mim! Eu queria tanto que isso fosse real.

Executando a cena em minha cabeça, eu determinei que a formas turvas que via sobre mim eram pessoas. Pessoas que pareciam todas muito iguais; Ah, os Cullens! Subitamente me lembrei. Seus olhos tão parecidos e suas peles tão brancas e frias. A ultima imagem que vi retornou à minha mente. Minha irmã, Isabella. Acordei com um começo. Isabella era o nome preenchendo todas as partes da minha mente. Isso deve ser verdade. Tem que ser verdade.

_ Ela está acordada - Uma voz forte e disse que a murmuração parou. Puro silêncio por um minuto, depois dois, depois três. Suspirei, se eles não iam falar então eu iria. Meus olhos se abriram e reconheci Esme. Seus doces olhos dourados agora cheios de preocupação:

_ Olá? - Isso soava estúpido! Eu disse a mim mesma.

_ Angel! Oh, ainda bem que você acordou! Como está se sentindo, meu bem? – Esme disse colocando sua mão gelada sobre minha testa.

Eu me sentia mais calma, o que realmente era muito estranho depois de toda a emoção que havia acabado de sentir. Humm, talvez os poucos dias de convivência com os Cullens, sempre calmos e distintos, estivessem causando algum efeito benéfico sobre mim. Avistei Jasper na porta me observando, Alice foi ao seu encontro e lhe deu um beijo – que estranho, eles eram irmãos, não eram? – Emmet estava sentado ao pé da cama me olhando aliviado:

_ Por que vocês duas tem que ser tão parecidas, hein? Uma desmaia e a outra já está no chão! Se for continuar assim teremos que chamar os lobos para nos ajudar de novo! – ele disse tentando arrancar um sorriso do meu rosto.

Emmet conseguiu. Eu sorri de seu comentário, fingindo falsa indignação. Mas espere aí, lobos?

_ Que lobos?

_ Ah, Emmet! – Jasper suspirou dando um leve soco no ombro de seu irmão – tive tanto trabalho para conseguir manter um pouco de sanidade nela e agora você estragou tudo! Vou ter que começar tudo de novo.

_ Como assim? O que você fez comigo Jasper? – eu os interrompi já suspeitando que minha repentina calma não fosse resultado do meu autocontrole. Afinal de contas, eu nunca tive controle algum sobre ela!

_ Isso não importa agora Angel – Esme disse me ajudando a levantar – prometo que vou contar tudo a nosso respeito. Tudo o que quiser saber, quando você se recuperar.

Humm, essa seria uma promessa que eu definitivamente iria cobrar. Eu já não agüentava mais tantos mistérios e coisas estranhas acontecendo. Então Rosalie apareceu com um copo de vidro nas mãos:

_ Tome – ela disse ao me entregá-lo – Carlisle disse que isso ajudaria. Funcionou com Bella. Aparentemente...

Eu consegui me sentar:

_ O que é isso? – perguntei – eu não quero mais calmantes! – disse suplicando e me virando para Esme – eu não quero apagar de novo!

_ Oh, por favor, acalme-se Angel! É apenas água com um pouco de açúcar – Rosalie disse com desdém, claramente irritada.

Eu estremeci com tom duro da voz de Rosalie e a obedeci.

_ Humm... Carlisle quer todos nós no andar de baixo, Esme – Alice anunciou com sua voz fina e delicada.

Emmet veio e ajudou Esme a me levantar da cama. Eu me apoiei nos ombros de Esme e então descemos as escadas novamente.