As cores do meu mundo escrita por Lice Tribuzy


Capítulo 5
O romance




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Era domingo. Infelizmente era meu último dia antes que minha voltasse à escola. O único dia que eu tenho de sossego. Bem, mais ou menos. Acordo pela manhã, eu tomo meu café, escovo os dentes e arrumo meu quarto. Passo o dia sem fazer nada. Estava sem coragem para sair de casa, ler, comer ou até mesmo estudar.

Espero algum sinal de Will e minutos depois ele fala comigo. Meu dia estava feito só em poder conversar com ele, ouvir sua voz e imaginar seu sorriso. Enquanto eu pudesse ouvir suas palavras, sentia uma paz interna, como se todos meus problemas se fossem.

Segunda-feira descubro que não terei aula na sexta-feira nem ao sábado. Isso significa que meu sofrimento acaba na quinta. Até a quinta-feira prossegui com minha rotina: ir para a escola, comer, estudar e dormir. Mas, no meio tempo conversava com Will. A melhor coisa do dia.

Era sexta-feira à noite e eu estava deitada na cama esperando nada acontecer. Quando ouço meu celular tocar por causa de uma mensagem. Não uma mensagem qualquer, uma mensagem dele. Will.

–Elena, quer sair hoje?

–Hoje? Isso foi muito repentino.

–Eu sei, mas é que estão planejando um encontro para ir à praia com os amigos de todos. Imaginei que você fosse querer.

–Will, está muito em cima da hora.

–Você me prometeu que iria sair antes do sábado. Quero cumprir sua promessa. Escuta, já chamei Tomás e pedi a ele que chamasse Clarice e Simone. Elas confirmaram.

–Impressionante! Então é na praia?

–Sim. Já estou aqui com todos. Venha. Estou aguardando você ansiosamente.

Depois de ler aquilo, pulei da cama, procurei a roupa perfeita para ir e fui para a praia. Escolhi um short jeans claro, uma blusa de manga preta e um tênis. Não é algo muito surpreendente, mas foi o que eu encontrei.

Chegando lá, vi gente de todo tipo, no mínimo umas quinze ou até mesmo vinte pessoas, estavam todos fazendo coisas diferentes como conversando, jogando bola, enfim, brincando de tudo. Tinha até um garoto de cabelos loiros cacheados tocando violão e umas pessoas ao redor cantando a música. Um pouco mais ao lado havia duas mesas gigantes com comidas e frutas de todo tipo. Para iluminar, enterradas na areia, tinham tochas enormes por todo o local em que estávamos. Eu sabia que não ia ser uma festa em um iate, mas não pensei que ia ser tão... “sofisticado”. De qualquer forma, eu estava adequada ao local. As pessoas estavam vestidas como eu.

Depois de várias voltas e tentar achar Will, no meio de todas aquelas pessoas, acabei encontrando Tomás. Ele estava usando uma blusa listrada e uma bermuda azul marinho. Seu cabelo continuava cintilante e um tanto quanto bagunçado –mas charmoso – como sempre.

–Ei! –exclamo - que bom te ver. Você conhece todas essas pessoas? –perguntei apontando para todos.

–Hm... não. Mas essa é a intensão. Chamar amigos de amigos. Conhecer pessoas novas.

–Interessante. Você está sozinho aqui?

–Bom, por enquanto estou. Mas isso só porque ainda não achei ninguém além de você – ele sorri.

–Bem, então vamos no sentar. Mas onde? –pergunto olhando discretamente ao redor e tentando achar Will.

–Pode ser mais para perto do mar. É mais silencioso. Que tal?

–Parece ótimo.

Fomos então para perto do mar e nos sentamos. Conversamos por alguns meros minutos sobre nada de interessante até Will aparecer e sentar do meu lado repentinamente.

–Oi – diz ele.

Will estava usando uma blusa com decote V branca e uma bermuda vinho.

–Will, eu procurei você por todo lado. Onde estava? –pergunta Tomás.

–Hm... por aí procurando por alguém conhecido.

Will então encara Tomás. Um olhar quase o expulsando de lá – coisa que se pudesse fazer já teria feito. O mesmo olhar que Simone e Clarice faziam para mim no shopping. Mas Tomás não entendeu. Ele não entendia muito de mulheres, ao contrário de Will.

–Mas que noite linda, não? –pergunta ele.

–Sim, Tomás. Maravilhosa –responde Will – escuta você não quer beber alguma coisa? Rodar pela praia ou algo assim?

–Pra ser sincero já bebi muita água de coco e já andei muito por aqui.

–Tomás... –Fala Will com uma expressão mais intensa.

–Sim?

–Será que você ainda não percebeu que...

–Tomás! Will! Elena! Que bom ver vocês aqui. Estou procurando por uma alma conhecida faz séculos – diz Simone grata por nos ver.

Simone usava seu cabelo fashion estilo retrô como sempre, uma blusa branca e um short cintura alta.

–Simone, oi! –digo olhando para ela e para Tomás.

Ao contrário do Tomás, Simone entende que queremos e devemos ficas a sós, então ela o convida para jogar vôlei com o pessoal.

–Não estou muito afim – responde ele.

Eu e Will suspiramos e eu olho para o lado oposto a ele. Will sorri.

–Comer alguma coisa então? –pergunta Simone tentando persuadi-lo.

–Comi demais – retruca Tomás.

–Tomás, pelo amor de Deus, sai já daí e vem comigo.

–Mas...

–É uma ordem! Nada de “mas”.

Tomás então se levanta com um pouco de medo e Simone o arrasta pelo braço. Will e eu acabamos rindo da situação.

–Graças a Deus- pensei.

–Meu amigo é difícil... –diz Will

–Eu percebi que ele é bem insistente também.

–Sim, ele é sim – diz Will sorrindo –Bom, enfim a sós.

–Enfim...

–Will e Elena! Ainda bem que eu achei vocês! –era Clarice.

Estava sozinha. Perdida. Clarice usava um vestido rosa claro de alça com pequenas bolinhas brancas.

–Clarice... –digo.

–Sim? –ela sorri.

Fecho os olhos e respiro fundo. Não mereço isso.

–Ei Clarice! –exclama Tomás olhando para ela – Vem pra cá! –termina ele movendo sua mão para que ela se aproxime.

Assim que ele acaba de falar, leva uma bolada na cabeça e cai ao chão. Todos riem inclusive ele. Clarice corre para perto dele e o ajuda. Depois ela grita nos convidando para que fossemos também, mas obviamente, nós negamos o convite. Preferimos ficar ali sentados um perto do outro sem saber o que falar. Estávamos sentados na areia macia e um tanto quanto suja da praia sem nem dizer ao menos uma palavra. Will olha para cima.

–As estrelas são lindas, não é mesmo?

Olho também para o céu. Estavam deslumbrantes.

–Sim. Elas são maravilhosas.

–Assim como você. –sorrio.

Estávamos um ao lado do outro. Eu estava brincando com a areia e sentia Will me olhar. A lua não estava das melhores, mas o mar parecia que estava nos ajudando. As ondas calmas e ousadas quebrando-se uma a uma. Não havia ninguém ao nosso redor a não ser Tomás, Clarice e Simone que estavam mais atrás, nos observando e tentando disfarçar, o que não sabiam fazer.

O fato é que fazer silêncio e ser discreto não é habilidade para todos ali presentes, mas o momento parecia tão especial que simplesmente nem me importei com o resto, era como se o mundo não existisse mais. A realidade estava entre ele, eu e ninguém mais.

Quando percebemos que a conversa havia realmente acabado, nossos olhares se cruzaram. Olhávamo-nos como nunca havíamos nos olhado antes. Senti minhas bochechas corarem como nunca, minhas pupilas dilatarem, meu sangue ferver e meu coração acelerar. Will me olhava como nunca havia me olhado. Seus olhos estavam brilhando como nunca e pude ver o sorriso sedutor dele em seus olhos. Era o momento mais mágico que já havia acontecido. Naquele momento, as cores estavam mais intensas e coloridas. Não eram mais necessárias palavras, mas mesmo sem ser necessário, Will fala.

–Quero estar sempre ao seu lado, Elena. Quero ser só seu e quero que você seja só minha.

Fiquei sem saber o que dizer então tudo que fiz foi olhar para ele impressionada. Meu coração estava quase parando de tão rápido que bombeava, até que finalmente consegui dizer algo:

–E eu também quero que você seja só meu e quero ser só sua. Eu nunca sairei de seus braços. Você é com quem devo estar para todo o sempre e eu tenho certeza disso.

O momento o qual sempre esperei estava ali. Tudo que sempre quis estava acontecendo. Todos meus pensamentos viraram realidade. Sentia como se finalmente tivesse encontrado a pessoa certa, e dessa vez, a certa e perfeita com todas as imperfeições. Nunca havia ficado tão feliz. As cores que sempre sonhei estavam naquele momento inesquecível.

–Eu te amo – diz ele repentinamente com uma suavidade na voz.

Pareciam tão reais aquelas palavras. Tão... Perfeitas. Assustei-me um pouco depois que Will disse isso. Tomás, Simone e Clarice já haviam desistido de nos olhar e foram jogar bola, como se nada estivesse acontecendo. Olhei então bem nos olhos dele.

–Tem certeza? –perguntei com os olhos semicerrados e com medo.

Ele olhou bem no fundo dos meus olhos e sorriu.

–Eu nunca vou te esquecer, Elena. Conhecemo-nos naquela festa que não valia nada, mas acabou dando certo. Desde então eu não pude mais tirar você da cabeça. Tive muito tempo para pensar no assunto se quer saber, e agora, mais do que nunca, tenho certeza do que digo. Eu até repito se quiser.

Acabo rindo.

–Eu te amo, Elena. Muito mesmo. De verdade – diz ele com uma cara séria e sorrindo sem mostrar seus dentes.

–Bom, agora que já conheço seus sentimentos, é a minha vez de falar. A verdade é que desde o momento em que conversei com você, pude me sentir bem. Pude esquecer-me de todos os problemas e eu quero que você saiba também que sim, eu te amo. E se quer saber de uma coisa, tenho certeza que sempre te amarei, Will. Quer dizer, William – digo empurrando meus ombros nos dele. -ele sorri novamente. - Eu até repito se quiser – digo rindo.

–Eu acho que agora não precisamos mais falar nada.

Ele estava certo. Abaixo minha cabeça e ele rapidamente encosta seus dedos no meu queixo para que eu levantasse o rosto. Ele se aproxima. Cada vez que ele chagava perto, mais me rendia chegando mais perto. Vou fechando os olhos lentamente, abrindo a boca levemente e inclinando a cabeça para o lado. Ele encosta suas mãos no meu cabelo e eu o toco nos ombros e passo a mão em seu pescoço. Esse é o nosso momento. Essas são as nossas cores. Esse é o nosso mundo. Com um simples movimento, beijamo-nos. Sentia as borboletas no estômago pararem. Sentia meu corpo amolecendo e meu cérebro pirando. Foram os segundos mais interessantes da minha vida.

Apesar de não estar observando as cores, pude imaginá-las. Pude finalmente senti-las. Sentia uma vontade de levantar, pular e gritar de felicidade. Mas naquele momento fiquei sem reação.

–Isso foi muito... –começo quebrando o clima.

–Começando a conversa de novo, ein?

Rimos. Encostei novamente meu rosto nos ombros dele. Sentia-me acomodada e segura em seus braços. Ele então põe seu braço pelos meus ombros.

–Parabéns, Elena – diz ele.

–O que? Por quê? –pergunto levantando a cabeça para olhar em seus olhos, mas ainda encostada em seu corpo.

–Você se apaixonou por um garoto de dezenove anos que dirige. E quer saber de uma coisa?

–Sim?

­-Ele mandou dizer que se apaixonou por você também.

–Isso parece algo bom. Tem mais alguma coisa que ele mandou dizer?

–Sim. Pediu para que você repetisse aquela frase.

–Eu te amo, William.

–Essa mesmo...

Ele foi se aproximando mais e eu fui aceitando-o. Novamente a magia voltara. Beijamo-nos novamente.

Depois de mais alguns minutos conversando, nos levantamos. Eu ia segurar em sua mão, mas ele fez questão de colocar seus braços pelo meu ombro e eu coloquei os meus por sua cintura. Andamos um pouco para perto do grupo da música. Lá já estavam Clarice, Tomás e Simone. Passamos muitas horas ali. Cantando, conversando, rindo e brincando. Sempre juntos.

Depois o grupo decidiu dar uma volta pela praia. Assim decidimos, assim fomos. Will continuou ao meu lado e sinceramente, não vejo problema. Sempre com seus braços sobre mim e eu segurando em sua cintura.

–Sabe o que é mais estranho? –pergunta Will.

–O que? O fato de que você dirige e eu não?

–Não –diz ele rindo –quer dizer, também. Mas o que é mais estranho ainda é que estamos aqui juntos agora porque você foi à padaria e não encontrou pão.

–Sabe que você tem razão! Ainda não tinha percebido isso. Estamos juntos por causa da falta de pão.

–Devemos brindar a falta de pão depois. Devo muito a ausência dele.

–Tem que agradecer é?

–Sim...

–Pelo que exatamente?

–Por ter encontrado a garota de dezessete anos mais incrível, engraçada, conversadeira, linda e chata de todos os tempos.

–Não acredito que você me acha chata!

–Bom, acho que todos sabem disso – diz Will.

–Ah puxa. Você também não é um mar de rosas, sabia?

–Ah não?

–Não! Definitivamente não.

–Por quê?

–Bom... Ah... Tem muitos motivos.

–Estou disposto a ouvir um – diz Will me desafiando.

–Hm... É difícil escolher um.

–Então diga vários.

–Ok, tudo bem, tudo bem. Eu não sei o motivo ainda, mas assim que descobrir você vai ver.

Will gargalha.

–Você fica linda confusa.

–Não estou confusa – retruco com orgulho.

–Tudo bem, você fica linda brava.

A noite foi longa. Muitas recordações, muitos momentos, muitas cores. Nunca havia me sentido dessa maneira. Sentia paz, amor, alegria, tudo de bom perto de Will. Quando estou ao seu lado é como se nada mais existisse. Como se todos os problemas e tristezas fossem embora.

Depois de caminharmos e voltarmos ao ponto de partida, Clarice ia me dar uma carona de volta, mas parece que ou ela esqueceu – o que eu não duvido – ou ela foi embora sabendo que eu estaria com Will.

–Não acredito nisso. Minha única carona foi embora – digo.

–Amiga, eu te levaria se não fosse com Tomás – diz Simone.

–Ah... Qual é! E agora?

Todos olham para Will. Então eu o olho também.

–Vamos? –pergunta ele com a chave do carro na mão.

Aceito o convite apesar de não gostar muito da ideia de estar no mesmo carro que ele. Era estranho apesar de tudo. Quando chegamos a minha casa, Will fez questão de sair do carro e abrir a porta para mim.

–Obrigada pela carona – digo.

–Obrigado pela noite.

Sorrio.

–Boa noite – diz ele se aproximando do meu corpo.

Ele segura minha cintura e eu coloco meu braços ao redor do seu pescoço. Beijamo-nos.

–É melhor eu ir – digo ainda de olhos fechados me afastando dele e indo em direção à minha casa.

Viro ainda uma ultima vez acenando quando estou na metade do caminho.

Ele continua ali, parado na frente da porta do carro me observando com seus olhos cintilantes. Meu corpo estava explodindo de felicidade só em pensar no que aconteceu.

Chegando em casa, abro a porta e vou direto para o quarto. Deito-me na cama encantada.

–Eu e ele. Ele e eu. William e Elena. Elena e William. Adorei a combinação – mordi os lábios e lembrei-me da noite. Demorei vários minutos até que pudesse dormir. Minha mente não me deixava parar de pensar nele. Estava muito encantada com a situação. Quem poderia imaginar que eu, uma menina qualquer, em apenas alguns dias poderia se apaixonar. Quem diria que minhas cores poderiam mudar tão maravilhosa e intensamente.

No outro dia quando acordo, ouço os passarinhos cantarem de alegria, meu coração sem acreditar no que vivera e meu cérebro sem crer no que vivenciara. Que noite. Não consegui ficar um segundo sem pensar no que acontecera.

Depois de ter tomado café e tudo mais, fui para a área de lazer do meu condomínio para desfrutar as belezas do mundo e resfriar a cabeça.

Bom, não obtive sucesso porque por mais que eu tentasse e quisesse, ele não saía da minha cabeça. Por isso, fui ler meu livro de romance, mas não consegui porque simplesmente não conseguia imaginar outra história de amor senão a minha. Não conseguia aceitar outros sentimentos senão os meus. Não queria imaginar outros garotos apaixonantes senão Will.

Fico então sentada ali sozinha na sombra sentindo o vento em meu rosto e sentindo o aroma das flores. Nada me aborrecia. Nada me entristeceria. Nada mesmo. Nunca pensei que pudesse encontrar alguém como Will. Nunca pensei que fosse existir um sentimento tão intenso em mim.

Depois de alguns minutos, levanto da cadeira e vou andar pelo condomínio até que sento no balanço e vejo uma mensagem.

–Então, como foi a noite? –pergunta Clarice pelo grupo.

–Clarice! Como você pôde me deixar sozinha na praia? –pergunto.

–Fazia tudo parte do plano. Will ia levar você – diz Simone.

–O que? Você também estava envolvida, Simone?

–Claro que ela estava. Ela quem deu a ideia. Eu só complementei – diz Clarice.

–Ai. Meu. Deus. E se ele não pudesse me dar carona, não estivesse de carro ou sei lá o quê?

–Ele não ia negar carona para a garota que ele ama! –diz Simone.

–Ah é? E como você sabe que ele me ama?

–Bom, vocês se beijaram, não foi? –pergunta Clarice.

–Não estou acreditando em vocês. Traíras.

–Fizemos pelo seu bem – diz Simone.

–E até parece que você não gostou de ter ido no carro dele e chegar em casa com ele... Os dois. Sozinhos – diz Clarice.

–Claro que ela gostou. Bem melhor do que ter ido pra casa com a Clarice a mãe dela – diz Simone.

–Ei! –exclama Clarice

–Desculpa, mas é verdade.

–É, vocês têm razão. Obrigada! –digo.

Contei a elas como foi a noite passo a passo. Algumas coisas eu acabei omitindo, mas o principal foi dito. Principalmente os beijos. Inesquecíveis os beijos. É um fato importante quando se ama alguém.

–Bom dia, Elena. Minha namorada.

Era Will por mensagem. Estava muito cedo para ligações. Na verdade, estava muito cedo até para mensagens. Pude até imaginar a voz rouca dele de quem acabou de acordar.

–Bom dia, Will.

–Faltou uma palavra na sua frase.

–Bom dia, Will. Meu namorado.

Nunca pensei que diria isso ao garoto que conheci na festa infantil e reencontrei na fila do pão.

–Não está cedo demais para você? –perguntei.

–Não. Por quê? Acordei você?

–Não, não. Estou acordada faz muito tempo.

Eram oito e meia da manhã.

–O que está fazendo? –pergunta Will.

–Estou sentada no balanço do condomínio. Nada demais. E você?

–No balanço? Que inusitado! –exclama ele – Eu estou em um lugar não muito interessante.

–Onde?

–É chato.

–Diz logo.

–Faculdade.

–Faculdade? Sério? Acho que você se esqueceu de dizer esse pequeno detalhe para mim.

–Você não perguntou.

–Claro que perguntei. Perguntei a você o que queria fazer no futuro.

–Sim... E eu lhe respondi.

–O que disse?

–Viver.

Não era bem essa resposta que eu queria ouvir, mas deixei passar. Se eu continuasse não ia obter nada mesmo. Por mais que não tenham passado tantos dias assim, conhecia bem o namorado que tinha e sei que ele não diria uma resposta tão facilmente.

–Quando sair daqui, eu quero ver você. Tudo bem?

–A que horas você está livre?

–Ah... Umas duas ou três da tarde.

–Onde você quer marcar?

–Onde você quer marcar? –questiona ele.

–Acho que você pode vir aqui em casa, se quiser.

–Parece ótimo.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo eu postei mais cedo por ter mais tempo para escrever! Prometo tentar enviar o próximo ainda hoje, senão amanhã! Espero que gostem õ/



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