Topo do mundo escrita por Timeless


Capítulo 24
O que uma vez foi meu...


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, antes de mais nada, eu sugiro realmente ler o capitulo 4 primeiro se quiser entender esse aqui.Enfim, eles estão chegando perto da luz do infindo. As tretas mestres estão chegando,uhuu! E as revelações mais bombásticas também,vocês vão querer me matar no futuros meus algodões doces, acreditem.



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POV Hiro

Estranho? Eu não estou estranho, estou completamente normal. A tia quer o quê? Que eu fique chorando e me lamentando e dizendo: “A vida é horrível!”, é isso? Claro se for por causa do Tadashi, era de se esperar eu tocar a vida. Ele sempre vai fazer parte de mim claro, era meu irmão e eu sempre vou ser grato por absolutamente tudo pelo que ele realizou; uma verdadeira missão impossível: Colocar juízo na minha cabeça dura. Eu se algum momento queria jogar tudo para o alto e nunca mais sair da cama foi quando eu perdi o Tadashi. Ele era meu porto seguro, a pessoa que eu podia contar. Eu queria desistir de tudo. Ele tinha ido, aquele maldito incêndio tinha levado tudo de mim. Ele não estava mais lá para ver meu triunfo, tudo que eu havia conseguido graças a ele. O trabalho árduo que tivemos; as noites em claro fazendo cálculos gigantescos, ele não estava lá mais pra tirar sarro da minha altura ou me chamar de nerd como eu fazia sempre com ele. Não estava aqui para sentir orgulho de mim uma vez na vida, do seu irmãozinho caçula sem noção. E foi esse sentimento que me fez quase cometer a maior burrada da minha vida: Tirar a vida de alguém. Eu perdi completamente a cabeça e agi feito um perfeito idiota que eu era. E se estivesse aqui, com certeza me olharia com aquela cara que você fazia quando eu comia muita bala de ursinho, eu ainda sou completamente viciado nisso. Graças ao Baymax eu não cometi esse crime. Não só como crime de estado, seria um crime contra mim, contra a ele, contra a vida. Eu estaria agindo como ele e não teria mais razão. Mas, eu não fiz e me tornei um herói, graças a ele. O melhor que eu já vi; modéstia a parte. Enfim, tudo está normal. Então, porque a tia Cass acha que eu estou estranho? Eu só estou me sentindo melhor.

–Baymax, eu estou diferente?-eu perguntei ao Baymax, ele não mente.

–Não, você está completamente normal. -ele respondeu me deixando aliviado. Eu abri a porta da garagem.

–CUIDADO!-uma voz gritou e eu me abaixei instantaneamente. O local onde era minha cabeça havia uma flecha e uma mancha química.

–Você está vivo? -Era a Rô me perguntando enquanto eu estava no chão. Com uma cara curiosa, eu acho que já sei de quem é essa flecha.

–Sim, mas é em partes. -disse sarcasticamente pra ela.

–É ele tá bem. -ela disse com ironia na voz para todos, que os fez se acalmar.

–O que era aquilo que quase me acertou?-indague me levantando e vendo a flecha. Eu fiz um ótimo trabalho, mas a Rose realmente conseguiu fazer um excelente trabalho, a flecha era leve, mas rápida e certeira. Havia pequenas flores saindo da ponta da flecha.

–Nossa! São realmente lindas... -falei chegando perto.

–Não toque nisso!-Rose disse bem alto.

–O quê foi?-indaguei totalmente confuso.

–São papoulas, elas dão sono. Você vai desmaiar se chegar mais perto disso. -ela disse com uma cara engraçada, enquanto eu dava um passo atrás. Ela estava com a aljava na cintura com umas 100 flechas e mais sendo produzidas pelo braço mecânico. As pontas iam ser produzidas por ela e quando as flechas acabassem as plantas iam soltar uma semente de titânio e se tornar as flechas em si.

–Algumas pessoas estão com a mira muito boa. -ironizei olhando para as duas responsáveis que quase arrancaram a minha cabeça.

–Você chega do nada, ainda bem que eu avisei. -Gogo se pronunciou.

–O que sua tia queria com você?-a Rô perguntou com o arco na mão direita rente ao corpo, com um olhar desconfiado pra mim.

–Ela disse que tô estranho. Pode! Estou completamente normal. –afirmei meio chateado.

–Bom depende do seu ponto de vista de normal. -Gogo ironizou.

–Apoiado!-Rô gritou levantando a mão, alto.

–Engraçadinhas!-Disse fazendo uma careta pra duas que soltaram risos.

–Enfim, mas e vocês? Acham que eu estou estranho de alguma forma?-indaguei me apoiando de costas na mesa da garagem.

–Sei lá, afinal sua tia deve conhecer alguns aspectos seus do que nós. -Gogo opinou.

–Realmente, mas eu não acho isso. -Fred disse vendo sua roupa de monstro.

–Eu não sei estresse talvez?-Rose disse mexendo no seu novo arco rosa de titânio. “Como é feito de titânio?” Você me pergunta. Prodígio de robótica + prodígio da biotecnologia que mexe com DNA e estruturas = fazer titânio em uma garagem! Eu sei; como eu disse, fazemos uma boa dupla.

–Então é amanhã mesmo que vamos ir atrás da luz do infindo?-Wasabi perguntou.

–É sim. -respondi meio inseguro por dentro. Algo me diz que vai ser uma experiência um tanto traumatizante pra todos. Sei lá, algo me diz que vai ser uma missão bem diferente e provadora em todos os sentidos. Mas voltando a realidade.

–Vamos subir. Descansar um pouco antes do teste final. -Wasabi avisou. Eu ia também, eu tinha assuntos com alguém para resolver.

–Rose! -eu a chamei que estava distraída com alguma coisa. Ela não me ouvia e ninguém gosta de ser ignorado. Na segunda vez eu chamei um pouco mais alto. A mesma deu um gritinho agudo e deu um pulinho de susto que deixou ela um pouco adorável com o jeito meio “maluquinho” que ela tinha. Vai; eu admito, o jeito dela é engraçado.

–Criatura, quase me mata do coração! De novo!-ela falou histérica que ela deixou ela mais engraçada.

–Desculpa, é que você tava no mundo da lua. -eu disse começando a rir da cara dela.

–Eu não diria “mundo da lua”, mas sim, pensativa. -ela afirmou deixando o arco em cima da mesa, voltando à atenção pra mim em seguida.

–Tá, o quê você quer? Desembucha vai. -ela disse em um tom bem formal e direto.

–Olha, você sabe... -eu comecei antes de ser cortado.

– Hiro eu te conheço tempo suficiente para saber quando você estiver planejando alguma coisa. O que quer quê seja, vamos logo. Seja direto. -ela disse com os braços cruzados, olhando pra mim com um olhar misturado de desconfiança e meio “eu te conheço”.

–Você vai ter que superar o seu medo de voar. Amanhã, no teste final, eu vou levar você pra passar o dia no céu. Vai ter que se acostumar a ficar longe do chão. Até porque é assim que eu e a galera nos deslocamos nas missões e em seguida, vamos atrás do laboratório. -eu falei sendo o mais direto possível. Vai ser difícil, um pouco. Ela vai entrar em pânico? Pra caramba! Eu só estava esperando a reação dela. Assim que eu fechei a boca, ela empalideceu quase que instantaneamente. Ficou branca que nem um tofu.

–Hiro, e-e-eu eu não posso fazer isso. Não é medo, é pavor mesmo. Não consigo sair do chão de jeito nenhum. Eu sinto muito, mas não dá. Eu posso mudar estrutura biológica das coisas, mas eu não posso fazer isso. Desculpa. -ela falou tirando a aljava da cintura, colocando em cima da mesa e passou por mim depois de falar, colocou a mão no meu ombro e saiu. Credo, que coisa depressiva! Ela não é assim. Eu conheço muito bem o astral dela, mas com medo, ninguém é o mesmo. Eu fiquei parado olhando o nada. Tinha que ter um jeito. Pensa, pensa.

–Putz! Isso vai ser difícil Baymax!-falei bufando ao mesmo.

–De acordo com os dados, medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente. Fobia é o medo especifico de algo. -ele explicou me fazendo sorrir de canto.

–Eu sei o que é medo, Baymax. Sei muito bem o que é sentir medo. Mas, todos têm que lidar com isso. Ela também. –disse a ele.

–Para saber a origem do medo, é bom falar com as pessoas e... -ele começou.

–Temos que saber o que ela sente!-disse tendo a ideia e comemorando bem alto.

–Eu tenho que falar com ela. Eu preciso ouvir a opinião dela, afinal –eu estava já na porta da garagem – eu sou um super-herói, não sou?- falei sorrindo de canto indo pra dentro de casa.

***

Eu estava dentro de casa procurando a Rô. Ela é fácil de ser encontrada, mas também quando quer sumir... Não tem sensor do mundo que a ache. Eu fiquei uns 15 minutos procurando ela e nada. Olhei pro céu. Eu não sei como alguém pode ter medo de uma coisa tão maravilhosa. Eu sei; respeitar a liberdade de expressão, mas, tem uma razão e eu vou descobrir. No meio desses pensamentos eu ouvi uma canção. E não era qualquer canção, era familiar, será possível? Ela vinha lá da janela do meu quarto. O som ficava mais forte quanto mais eu chegava perto.

Fleur d'or aux pétales
Répands ta magie
Inverses Le Temps
apporte Mon sommeil min
Guéris Les Blessures
faire Mon rêve
apporter le sommeil ja
Rends Ce qu'il Pris de bill a play-moi
Ce qu'il M'a Pris

Eu segui o som até dá de cara com a Rose sentada no parapente da minha janela de frente a cidade, ela estava cantando a mesma música do cemitério. Será que era ela?

–Rose?-eu a chamei calmamente pra não assustá-la. Do jeito que ela é, um sustinho é capaz de fazê-la cair da janela. Ela se virou devagar, estava meio escuro, o que valorizou muito a cor acentuada dos seus olhos verdes. Parecia que só deva para vê-los, e como eram lindos. Mas, enfim, não foi pra isso que eu vim falar com ela.

–Eu sei o que você vai dizer. -a mesma afirmou em um tom seco se virando.

–Tá bom, eu sou tão previsível. Mas, Rose você vai ter que vencer esse medo, eu sei que não é fácil. Ei onde você aprendeu essa música?-indaguei curioso.

–Minha mãe... Ela cantava para eu dormir. Toda vez quando quero relaxar eu canto. -ela sorriu tristemente.

–Eu ouvi outra vez em um cemitério. -esclareci olhando fixamente nos olhos dela.

–Então era você aquele menino que eu vi. -ela disse surpresa.

–E você era aquela sombra?!-exclamei surpreso e empolgado.

–Espera o que você estava fazendo lá?-indaguei a ela.

–Não é bem uma historia agradável. –afirmou olhando ao horizonte colocando as duas mãos no colo.

–Me conta assim mesmo. Por favor. -ela soltou um suspiro em confirmação.

***

Oi, povo é a narradora! Sim, a narradora. A autora achou melhor eu narrar pra ficar mais legal, e dramático. Irado! Sem mais delongas eu irei começar. Vamos voltar no dia que esses dois se conheceram. No começo de todas as tretas.

***

O som de tênis batendo na calçada era evidente. A garota andava calmamente pelo caminho. A adolescente portadora de olhos verdes estava com um turbilhão de pensamentos na cabeça, depois do dia “incomum”. Conheceu gente nova, destruíram o seu laboratório e o corte da planta ainda doía na parte superior do seu braço. O céu ficava cinzento é nublado, anunciando à futura, e não muito distante, chuva. Pensava despreocupadamente até perceber que rua se localizava. De repente, ela ficou trêmula e o menor barulho era digno de atenção e motivo para apertar a alça da bolsa transversal que ficava rente ao seu corpo. Ela “estacionou” no meio da calçada, frente a frente com o recém-destino de andanças. Ela adentrou no portão de metal preto escuro.

O cemitério estava pouco movimentado naquele final de tarde, as nuvens escuras provavelmente teriam espantado todos os visitantes do local. Ela andava em meio à grama verde o que deixava o local menos desolador, levando em conta o que era. Cada passo era praticamente a força já que a situação fazia perder a sustança nas pernas. Não era acostumada a ir a aquele lugar, mas hoje era um dia especial, um dia que provava que toda regra tinha sua exceção. Com certeza iria levar um senhora bronca por chegar mais tarde do que o previsto sendo afilhada de quem era. Mas, não ligava, não hoje. Era uma missão tanto como o direito de sangue. Caminha até o fundo do cemitério.

“Aqui jaz Lúcio e Lazúle Benett.” Era o que procurava, ou melhor, as lápides que procurava. Apesar de não haver corpos, foram erguidas em homenagem a ambos, que foram grandes cientistas. Mais do que isso a ela, grandes pais.

A menina sentou-se em frente de joelhos de costas aos túmulos, já com a voz embargada antes mesmo de falar. Ela olhou para o horizonte do pôr-do-sol que deixava o céu, apesar das nuvens escuras, meio alaranjadas. Ela se levantou calmamente em seguida, andando alguns passos até uma cerejeira, que tinha algumas flores, pois estavam na época. Colheu duas flores e voltou onde estava. Ela, agora de frente, olhou profundamente as duas placas, fitando-as intensamente; tirou duas gardênias do jardim próximo. Começou a falar.

“Bom... Vamos começar pelo começo.” - Sua voz começou a falhar. - “Hoje foi o meu primeiro dia na SFIT, sou definitivamente uma nerd! Cresci muito mesmo, A garotinha de cinco anos que detonou o laboratório cresceu.” – ela riu tristemente – “Me deixaram de castigo uma semana sem doce, chocólatra como sou, quase morri. Mas, sempre quiseram meu bem, até que eu mereci.”.

“Eu, bem fiquei muito mal um ano depois por causa do...” – a jovem fez um esforço imenso para não cair em lágrimas ali e agora, respirou fundo – “Eu nem queria sair da cama, mas estou melhor. Cresci bem, graças a Alana ela faz um ótimo trabalho.” – respirou olhando ao redor, chegando perto das lápides as tocando. Um olha de determinação pousou sobre sua face.

“Eu vou fazer uma promessa, sempre vou me esforça pelo bem. Eu vou tenta pelo menos por aqui fazer um lugar melhor. Eu vou ajudar as pessoas, vou ajudar muita gente, como vocês faziam e porque eu quero fazer isso. Porque eu amo fazer o bem, essa foi à cidade que eu nasci, e por amor. Porque amor é por as necessidades de alguém acima das suas, é isso que eu vou fazer. Eu prometo. A minha vida vou me dedicar a fazer o bem.” – essa frase já fora em soluços e engasgos. Ela já tinha caído em lágrimas essa hora.

Ela pegou as duas flores de cerejeira e, aproveitando os ventos, soltou-as no ar. E começou a cantar, enquanto fazia isso uma névoa se formou e os primeiros pingos de chuva apareceram, caindo e deslizando, se misturando as lágrimas da garota. A mesma parou.

“Alguém aí?”-ouviu. Saiu correndo em seguida sem olhar pra trás. Só tendo consciência que deixou as duas gardênias no lugar.

***

Eu estava atônito. Não fazia ideia de nada disso, e ela falando sobre ajudar os outros só me lembrou do Tadashi, mas enfim eu não fazia ideia, de tudo isso.

–Você nunca as pessoas importantes pra você, como os seus pais ou o Tadashi, mas por causa da...- ela vacilou - eles esquecem você.

Eu sabia exatamente o que ela ia dizer. Porém, era minha vez de falar.

–Quer saber eu também vou fazer uma promessa também. -ela me olhou com uma cara confusa.

–Eu sinto muito pelo que passou, mas, eu melhor do que ninguém; sei disso. -eu peguei a mão dela- Mas, vai tudo certo sim. Você vai perder o medo de voar, já chegou até aqui, não vai desistir agora. -O fato é – suspirei –você é uma ótima super-heroína. –Larguei a mão dela, tava já ficando estranho demais.

Como iria fazer isso, eu não sei. Se iria dar certo, eu também não sei. Só sei que fiz uma promessa, e acredite eu vou seguir ela até o fim.


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Notas finais do capítulo

Então povos e povas, espero que tenham gostado do capitulo, eu sei, por que não coloca logo um chá de semancol? Paciência pequeno gafanhoto, só paciência.