Naquele dia o hospital parecia um lugar calmo, haviam poucas pessoas nos leitos, assim como enfermeiras. No segundo andar do hospital, mais precisamente no sétimo quarto havia um garoto deitado na cama branca.

O gênio Hyuuga ainda estava inconsciente, já haviam se passado várias horas desde o acidente que ocorrera no amanhecer, onde ele acabou se tornando o assunto mais comentado em muitos lugares de Konoha, afinal não é qualquer um que se ausenta durante um mês em uma missão-que deveria durar uma semana- e ainda sofre um antenado.

As pessoas não sabiam se chamavam Neji de gênio por ter retornado com o pergaminho ou se o xingavam por não ter percebido a armadilha em que caíra, mas felizmente a Hokage cortara esse mal pela raiz, afinal de contas ela tinha visto perfeitamente o Hyuuga encobrir a explosão, que poderia ter se alastrado ainda mais.

Ao final daquele mesmo dia, as pessoas ficaram sabendo de seu grande feito, mesmo tendo caído em uma armadilha Neji Hyuuga usara seu jyuuken assim como seu próprio corpo para impedir que a explosão se alastrasse, e tomasse o estrago á uma distancia maior que o escritório de Tsunade.

O vento que entrava pela janela do quarto fez com que alguns fios de cabelos caíssem sobre a face alva e pálida do garoto, este tentou inutilmente fechar ainda mais seus olhos para impedir a claridade daquele final de tarde.

Sua pequena atitude fora em vão e com um longo e pesado suspiro Neji abriu seus olhos, primeiramente ele estranhou estar no hospital, mas ao tentar se sentar ele sentiu uma leve dor vindo de seu ombro direito, como também de seu abdômen.

Como em um relance, as imagens daquela manhã subitamente vieram a sua mente, desde sua missão como também seu descuido com o pergaminho recuperado.

“Kuso!”

Neji praguejava mentalmente e se culpava por ter cometido um descuido tão grande como aquele. Após o termino da missão ele deveria ter deixado o pergaminho com os examinadores do laboratório; e não ter se dirigido ao escritório de Tsunade.

Ele se sentou na cama percebendo o estado em que se encontrava; usava apenas uma calça cinza de moletom, estava sem camisa devido as ataduras que cobriam grande parte de seu corpo; ele apoiou um dos braços no joelho, para logo em seguida tocar com as pontas do dedos sua testa.

A bandana não estava mais lá, em seu lugar uma faixa umedecida com algum tipo de remédio apertava sem dó alguma sua testa, como também seus pensamentos, mas sem menos estar preparado o Hyuuga teve uma espécie de deja vu .

Sua cabeça começou a latejar e ele se viu preso em uma espécie de transe, seus olhos se fecharam fortemente e foi como se ele estivesse vivendo um sonho, onde a dor era verdadeira, assim como os gritos desesperados da garota.

Na mente dele tudo estava escuro e confuso, em apenas alguns segundos ele viu e relembrou o que acontecera com ele momentos depois da explosão. As dores em seu corpo eram grandes, ele sentia algo umedecido escorrendo pelo seus rosto, molhando seu cabelo.

O cheiro de fumaça que entrava por suas narinas o deixava sem ar, seus olhos ardiam por causa disso, mas mesmo assim ele tentou abri-los.

Não havia nada, só escuridão, por um breve momento ele achou que estava morto, mas sua cabeça latejou e ele se deu conta que estava machucado demais para se levantar, mas nada era pior do que a dor que ele sentia em seu abdômen, parecia que algo o tinha cortado profundamente, a dor era arrasadora e ele sentiu que começava a perder os sentidos.

Seus olhos começaram a se fechar novamente, mas gritos desesperados fizeram o Hyuuga voltar a abrir os olhos, pela pequena abertura ele viu uma silhueta de formas delicadas e uma cabeleira marrom .

“Quem...é?”

A mulher, pelo o que ele pode concluir chorava, ele não via seu rosto claramente; mas por meio de alguns flash que apareciam e desapareciam repentinamente Neji viu as grossas lágrimas escorrendo por sua face, a franja marrom cobria os olhos da garota.

Ele sentiu duas mãos tatearem seu abdômen e depois de uma forte dor ele pode ver o rosto da mulher sendo iluminado por uma luz esverdeada, junto com isso a dor começava a diminuir, mas mesmo assim sue corpo estava fraco demais.

A escuridão tomou conta dele.

-Onegai resista!

A garota o chamava desesperadamente chorando.

-Por favor! Abra os olhos!

“Quem...Quem é? Por que dói tanto?”

As imagens voltaram rápidas demais.

Dor...

Escuridão...

Gritos....

Escuridão...

Lágrimas....

O Hyuuga abriu seus olhos abruptamente ainda assustado com a súbita e assustadora lembrança, quem quer que tenha tentado salva-lo o conhecia, pois ao contrário não estaria chorando daquele modo, inutilmente ele tenteava recordar do rosto da garota, mas ao se concentrar uma forte dor tomaou conta de sua cabeça.

De repente a porta de seu quarto se abriu e uma enfermeira entrou se assustando logo em seguida ao ver Neji acordado.

-Ah! Que bom que você acordou! Mas por favor deite-se, suas feridas são muito profundas e creio que não irão se curar tão rápido.

O moreno assentiu e deitou-se, a enfermeira moveu-se rapidamente até a mesa do lado da cama, onde se encontrava um vasa com uma simples e singela flor; um lírio. O Hyuuga não teve como segurar, um sorriso discreto tomou conta de seu rosto, assim como nas outras vezes em que ele passava algumas horas no hospital Tenten sempre lhe trazia uma flor.

“Ah não! Aposto que ele reconheceu a flor! Eu sabia ! Por que a maldita da Mitashi teve que vimr visita-lo? Se bem que se eu tivesse um companheiro gostosão como ele eu faria muito mais do que uma simples visita... He He ...”

Aquilo fez o moreno se surpreender, seus olhos se arregalaram devido aquele comentário tão explicito e malicioso, mas o que o assustara era que a mulher não moveras os lábios com aquelas palavras, ela não havia proferido nenhum som sequer.

“Ah!!!! Ele está olhando pra mim! Não acredito! Se acalme! Mantenha o controle e depois....parta pra cima daquele pedaço enorme e delicioso de gostosura!”

A enfermeira sorria para o moreno, esse no entanto estava começando a ficar preocupado e com medo; seus lábios não se mexeram ao falar; e o pior ele estava fraco demais para se defender caso algo ocorresse.

Mas graças a Kami-sama a porta do quarto se abriu, revelando Tsunade com uma pilha de papéis embaixo de seus braço.

-Naiome-chan, por favor se retire o que tenho para conversar com Hyuuga Neji é de extrema importância, como também particular.

A enfermeira deu um sorriso extremamente falso e caminhou porta a fora, mas a ultima coisa que ele disse deixou um Hyuuga um tanto desconfortado.

“Hokage maldita! Agora que eu ia curtir esse pãozinho doce? Ah mas ele não perde por esperar na próxima! Vou fazer uma surpresinha para ele, mas acho que talvez ele tente se defende... É melhor eu trazer um pouco de insulina ou clorofórmio.”