A Cor Púrpura De Teus Cabelos escrita por Letícia


Capítulo 42
Protegida




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/600759/chapter/42

O diretor se encontrava com os braços cruzados esperando uma explicação para o tamanho alvoroço.
- Digam-me, o que houve aqui?
Anna resolveu dar a partida:
- Pai, eu acho que você deveria saber de algo...
- Deveria saber o que? - perguntou enquanto arqueava as sobrancelhas.
- Sobre nada! Ela está inventando tudo isso! - disse Lola.
- Cala a boca, menina! - gritou Anna.
- Eu deveria saber o quê?
– Por acaso, é permetido um professor deste colégio ceder aulas particulares para alunos daqui mas fora da instituição? - questionou Anna enquanto exibia um sorriso malicioso com seus dentes super brancos.
- Bom, eu não saberia...
– Diretor, com toda a licença, eu posso explicar o ocorrido - Miranda finalmente disse.
- A professora seria você, então?
- Exatamente. Se pudermos conversar, eu ficarei grata em lhe explicar a situação...
- Então me acompanhe até à minha sala... E os demais, permaneçam quietos e sentados em suas carteiras! - vociferou o diretor.
Os alunos se sentaram e se calaram. Apenas Lola e Anna demoraram para abedecer.

*****
Enquanto os alunos esperavam o regresso de Miranda, alguns usavam seus celulares, outros liam livros, conversavam com colegas ao lado e outros tiraram uma soneca debruçados em seus cadernos.
Lola estava apreensiva e roía as unhas da mão.
- Se roer mais as unhas vai acabar se machucando...
- Obrigada por se preocupar, Erick, mas eu não consigo me acalmar.
- Você vai me contar porque omitiu isto para mim ou não?
Lola parou de roer as unhas e virou-se para o amigo o olhando nos olhos.
– Eu não contei para você pois eu sabia que de alguma forma a Anna saberia e daria uma bela confusão!
- Eu jamais contaria para ela, Lola. Você sabe disso! Ou não confia mais em mim?
Lola não sabia o que dizer então levou as mãos ao braço de Erick e quando iria abrir a boca para declarar algo foi interrompida pelo regresso da professora de português.
Todos os alunos se voltaram para ela e alguns cochicharam entre si.
- E aí, professora? Como foi com o diretor? - questionou Lola.
- Eu me resolvi com ele e não há nada que me impeça em dar aulas para você fora daqui, eu só teria que ter a permissão de seu pai, pois você ainda é menor de idade, porém como já havia tomado esta precaução não há nada mais que me impeça em dar aulas para você.
Lola esboçou um sorriso e lançou um olhar para Anna que a deixou com raiva.
- Uma coisa que não entendi...
– O quê você não entendeu, Anna? - Miranda cruzou os braços e levantou a cabeça.
– O fato de vocês esconderem isso...
- Olha, querida,você ainda não entendeu que não tem que se meter em nada?
Anna franziu o cenho e cerrou os dentes de raiva.
- Olha aqui, sua...
– Olha oque vai dizer! Por favor, sentem-se e se acalmem! E, Anna, eu resolvi não contar para vocês pois sabia que daria em confusão e você me provou isso, não é mesmo?
- Eu só fiz o que achava justo, professora. Meu pai tinha que saber, não é mesmo?
– Sim, concordo. Mas ele saberia por mim mesma e não por você.
Alguém no fundo da sala soltou um "eita" e Anna cerrou o punho de tanta ira. Lola esboçou um sorriso e ficou feliz em saber que a professora a defendia.
- Agora, sentem-se e copiem a matéria nova que caíra na prova. E fiquem sabendo que, antes de falarem coisas sobre mim por aí, venham tirar dúvidas comigo! E evitem a baderna e zona. Na minha aula eu não admitirei mais isto. Já aviso que qualquer gracinha, vou colocar para fora da sala. Entendimos?
Todos ficaram calados e alguns assustados com a atitude da professora.
– Entendidos? - disse alto esperando que os alunos concordassem.
– Sim, professora! - disseram em uníssono os alunos.
Miranda se dirigiu ao quadro branco e começou a escrever na lousa. Enquanto os alunos pegavam suas canetas e começavam a copiar.

******
No fim da aula, ela dispensou os alunos para o intervalo. Erick chamou Lola mas a mesma pediu para que aguardasse no corredor. E o menino foi de mal grado.
Miranda guardava suas coisas na bolsa quando percebeu a presença de Lola em sua mesa.
- Oi, Lola.
- Eu só queria agradecer por ter me defendido e me desculpar por qualquer coisa.
- Eu só fiz o certo. Fiz o que havia de ser feito. E não tem que se desculpar por nada. Eu fui a errada em não esclarecer ao diretor sobre nossas aulas.
- Bom, ainda bem que está tudo resolvido. Muito obrigada.
E para a surpresa da professora, Lola se debruçou sobre a mesa, levou uma mão de encontro à dela e lhe deu um beijo delicado na bochecha como gratidão.
Miranda piscou os olhos e ficou sem ação.
- Vamos, Lola! Não quero pegar fila na cantina! - gritou Erick lá fora no corredor.
- Vou indo, tchau!
Lola se despediu e fou correndo para fora da sala de aula e deixou Miranda ainda atordoada e surpreendida com o beijo que havia recebido. Ela colocou a mão onde antes os lábios de Lola havia encostado e ficou olhando para o nada enquanto sua mente vagava no inconsciente e esboçava um sorriso tolo nos lábios.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Cor Púrpura De Teus Cabelos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.