A Cor Púrpura De Teus Cabelos escrita por Letícia


Capítulo 2
O Primeiro Impacto




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Chegando na sala de aula Lola se depara com as mesmas pessoas dos anos anteriores. Senta no fundo da sala, coloca os pés sobre a mesa e pega um chiclete do bolso e coloca na boca. Coloca os fones de ouvido e começa a ouvir música em um som bastante alto.
A professora chega na sala e ela nem percebe a presença da mesma. A nova professora tem cabelos na altura do ombro, loiros, pele branca, olhos de um verde magnífico e aparenta ter uns trinta e poucos anos. Veste uma blusa social branca com uma calça preta e um blazer cinza escuro. Miranda senta em sua mesa e se apresenta para a turma.
— Olá à todos. Bom dia! Me chamo Miranda e serei a nova professora de português de vocês. Gostaria, como de costume, que todos se apresentassem um por um.
A primeira a se apresentar é a Anna, uma menina de cabelos longos e loiros, olhos azuis, alta e magra. Típica patricinha do colégio.
— Olá. Meu nome é Anna, tenho 17 anos e sou filha do diretor do colégio como todos sabem.
— Não precisa começar a se mostrar, Anna! - grita uma menina com descendência oriental chamada Mirela.
— Cala a boca , japinha! Ninguém pediu a sua opinião! - enfurece a loira.
— Não briguem, garotas! Se comportem como duas adolescentes maduras que estão no último ano do ensino médio, por favor. - dá um esporro a professora.
Todos riem da situação e Miranda pede silêncio.
— Bom, falando em comportamento, a próxima a se apresentar, vai ser... - a mestre visualiza todos os alunos da sala e presta atenção em uma aluna com cabelos chamativos que não está dando atenção alguma à professora.
— Você! - aponta para a aluna.
Erick, que é amigo de Lola, catuca o braço da menina para despertar de seu devaneio.
— Acorda, garota! - sussurra no ouvido de Lola.
A menina abre os olhos assustada com todos olhando para ela.
— O que foi?
— O que foi? Bom, primeiramente bom dia! E caso ainda não saiba onde a senhorita está e que horas são eu me chamo Miranda e serei sua nova professora de português. - ela chega perto da menina e tira os fones de ouvido dela. - Me dê este celular. E você vai ficar depois da aula.
— O quê? - reclama Lola, mas ninguém dá atenção pois a rígida professora já está no quadro passando matéria nova.
— Se cuida menina! Se no primeiro dia está assim, imagina ao decorrer do resto do ano! - adverte Erick.
— Ai, que saco! - revira os olhos a amiga.

Depois que se passaram três horas, Miranda dispensou os alunos para o intervalo, menos a Lola.
— Você não, mocinha! - balançou o dedo indicador em advertência. - Venha aqui em minha mesa.
Com nenhum aluno na sala, exceto a Lola, a professora reclamou da atitude da aluna.
— Sou uma professora bastante rígida, como deu para perceber, e como a primeira aparência é a que conta, deu para perceber que a senhorita não segue regras, não é mesmo? Pois bem, nada de celular em sala de aula e nada de chicletes ou qualquer outro alimento.
— Argh! - bufou a aluna.
— Regras são regras e foram feitas para serem seguidas e não quebradas. Espero que eu tenha sido clara.
— Transparente como a água. - debochou a garota.
— Assim espero! - olhou fixamente para os olhos de Lola e a garota por sua vez reparou na beleza dos olhos da professora. Por mais de cinco segundos ela ficou submersa e perdida nos olhos verde água de Miranda.
— Pode ir para o intervalo agora. Tome seu celular. - estendeu a mão devolvendo o aparelho eletrônico.
Lola demorou alguns segundos a mais que o normal para pegar o celular. Parecia que tinha travado. Não de medo da professora e sim pelo encanto de seus olhos.
— À propósito,belos cabelos! - elogiou e deu uma piscadela para a aluna.
—O-Obrigada. - gaguejou Lola.
Indo para o pátio do colégio de encontro com seu amigo Erick estampando um sorriso bobo no rosto.
— Está sorrindo porquê? Oque foi que ela disse? Brigou com você?
— Sim. Chamou minha atenção.
— Que cara é essa? Está sonhando acordada? - riu o menino.
— Que cara? Nada a ver. - disfarçou a menina.
—Vem cá, você prestou atenção nos olhos da professora? Até que ela é bonita.
— Não. Por que eu prestaria atenção nisso? - mentiu Lola.
— Nada, só estou comentando...
Mas claro que isto era mentira. Lola não somente prestou atenção no olhar de Miranda como se perdeu no verde esplandecente daquele olhar, como alguém que se perde em uma floresta misteriosa ou mergulha em rios perigosos. Ela percebeu que sentiu algo diferente que não sabia explicar oque realmente era. Só sabia entender que o olhar de Miranda tinha mexido com ela de um jeito como nunca antes. No momento da troca de olhares ela sentiu uma pequena descarga elétrica de emoção. Um fio que as uniu por milésimos de segundos. Algo tinha mudado dentro dela a partir deste dia e ela mal sabia oque a esperava nos próximos dias.



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