Bônus de A.e.C.: O dia em que perdi meu cérebro. escrita por Paula Costi


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, como avisado no título, esse é um bônus da fanfic "Amar Es Combatir", solicitado pela leitora JuliaMarsci.Espero que vocês gostem!E quem gostou desse bônus e ainda não leu "Amar Es Combatir" aqui está o link: http://fanfiction.com.br/historia/365293/Amar_Es_Combatir_-_Amar_E_Combater/



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Los Angeles, Califórnia.

Alice.

É, eu estava ferrada. Completamente ferrada. Fodidamente ferrada. Epicamente fodidamente ferrada.

Vocês querem saber porque, não é?

Bem, deixem-me explicar quem eu sou e como minha vida funciona:

Sabem alguns vários anos atrás – o suficiente para me fazer experiente, mas não para me fazer ser uma velha – me formei com honras em Direito e logo resolvi que ia trabalhar com Criminal, para logo em seguida me dar conta de que eu não servia para isso, então conheci esse cara lindo, gostoso pra caralho, fodidamente fodedor e molhador de calcinhas – bem, ele molhava as minhas, ou me fazia molhar as minhas – que me propôs.

Não em casamento. Bem, isso também, mas foi em outro momento. Esse cara lindo, gostoso, fodedor e molhador de calcinhas me propôs que abríssemos nosso próprio escritório/empresa de advocacia em Los Angeles. Claro que eu achei que ele tinha comido merda e comecei a duvidar que seu cabelo fosse loiro de verdade, porque para queimar os neurônios desse jeito ele precisava usar muita água oxigenada, mas topei.

E quando topei, minha nossa, eu estava tremendo que nem vara verde.

Mas é, abrimos nossa empresa, trabalhamos pra caralho, e então conheci minha melhor amiga feat. cunhada Bella, que estagiou conosco e nos fez ganhar alguns bons milhares a mais durante os meses em que ficou conosco, resultando num contrato full time assim que ela disse que ia embora.

Espera, não é sobre ela que eu quero falar. Sim, voltando no tempo, abrimos nossa empresa, trabalhamos pra caralho, juntamos uma boa grana e então o cara gostoso me pediu em casamento. Não foi algo do tipo “Hey mulher, vem aqui assinar esse papel que diz que vamos estar casados, e então você vai começar a usar meu sobrenome.”

Não, foi muito romântico na verdade. Jasper – esse é o nome do cara gostoso – alugou um catamarã durante dois dias para passearmos no final de semana e, apesar de eu ficar enjoada como nunca, até que nos divertimos muito dentro do quarto.

De noite, no jantar, ele até pagou caro para que um chef de verdade, daqueles formados em gastronomia e que mandam em restaurantes e essas coisas, fizesse nossa comida. Então estávamos comendo comida feita de verdade, não aquela montanha de congelados com a qual sobrevivíamos – e devo dizer que se não fosse pela minha amiga Bella eu não saberia mais o que é comida de verdade a não ser quando minha mãe ou meu irmão resolver nos alimentar.

Já estávamos na sobremesa, sabem, a parte do doce, comendo uma deliciosa cheesecake de chocolate quando Jasper – repito, o cara gostoso – se embananou todo com a taça de vinho branco e derramou tudo sobre a toalha enquanto tentava puxar alguma coisa – que mais tarde eu descobri ser a caixinha com o anel – de dentro do bolso da calça.

Lógico que isso provocou uma comoção, mas deixemos essa parte de lado, quero falar sobre o pedido.

Como era de se esperar – pelo menos eu esperava por isso quando pensava que alguém seria maluco (ou burro mesmo) o bastante para me pedir em casamento – ele se ajoelhou depois de conseguir limpar um pouco da bagunça que fez com o vinho e começou a gaguejar na minha frente.

–- Alice...

–- Jasper... ?

–- Quieta, eu fiz um discurso que decorei, mas não posso ter interrupções.

–- Ah, okay.

–- Alice... – *pausa dramática* – Logo na primeira vez que eu a vi eu soube que você não seria fácil de lidar. Que você seria mandona e dramática e com uma grande propensão a assumir uma personalidade um tanto quanto interessante no quarto, diga-se de passagem, mas mesmo assim eu amarrei a minha língua e esperei que você ao menos me desse uma chance. Algumas vezes, tenho que admitir, eu pensei que seria melhor fugir do país e me passar por uma velha idosa a ter que enfrentar a sua fúria, mas todas as vezes em que brigamos e, consequentemente, nos reconciliamos me fizeram perceber que eu quero brigar com você pelo resto da minha vida, porque aí eu sempre vou poder me reconciliar com você. Então, assim sendo, deixando claro para ambas as partes, declaro que estou oficialmente pedindo você em casamento e que se você disser que sim vou deixá-la me amarrar com a minha gravata roxa.

Bem, depois disso não demoramos muito a organizar todo o evento – e inclusive o convenci a usar a tal gravata roxa durante a cerimônia, o que gerou algumas olhadelas e muitas bochechas coradas do juiz de paz, afinal eu simplesmente não conseguia me manter quieta e não falar sobre o que eu ia fazer com aquela gravata.

Foi depois do nosso casamento que Bella apareceu na nossa vida, então situem-se.

Durante alguns meses – quase dois anos, na verdade – nós nos cuidamos, nos odiamos, amarrei muito ele com a gravata roxa e... Bem, vocês entenderam, enquanto vivíamos felizes da vida sem se preocuparmos muito com a nossa vida de casados. Vocês sabem, filhos. É, isso, não nos preocupávamos com isso.

Claro que nós dois achamos bebês tão fofos quanto cãezinhos ou coelhinhos, mas um nosso? NEGATIVO!

Até porque eu sempre tive esse problema no útero com um nome estranho e difícil que eu nunca consegui dizer sem perguntar para Jasper como é que se chamava mesmo. E ele sempre sabia, então eu não tinha um motivo real para saber se meu marido sabia e a informação não ia

Assim sendo, durante todo aquele tempo estranho e bizarro em que a Bella tentou esconder a gravidez de todos nós e eu fiquei morrendo de inveja da minha melhor amiga ter uma nova melhor amiga para o círculo e que as duas estavam grávidas – então naquele momento elas tinham mais coisas em comum do que eu com a Bella – eu meio que cheguei a cogitar a possibilidade de tentar fazer um tratamento por causa do meu problema.

Claro que quando Helen – a coisa mais fofinha da titia! – nasceu eu me dei conta de que isso era uma enorme, gigantesca, bizarramente inumanamente e estupidamente cagada do meu cérebro. E então voltei à minha mentalidade sã.

Até porque, fala sério, toda vez que essa menina vem pro meu colo ela acha que eu tenho habilidades ninjas de trocar fralda. E eu simplesmente NÃO SEI trocar uma fralda. Nem Jasper sabe, então é, nós dois nos damos muito bem sozinhos. E já planejamos que vamos ter um cachorro em alguns meses, assim a coisa é mais fácil. Sabem, o cão mija no jornal, caga na rua e pronto, problema resolvido. Nada de fraldas.

E nada de mamadeiras, chupetas, roupas que fecham de uma maneira muito estranha, remédios para cólicas, suplemento de ferro, dietas anti-açúcar (apesar de Bella ter brigado com a pediatra quando ela insistiu que açúcar era extremamente prejudicial para a saúde de qualquer pessoa, então Bella mostrou cinco estudos com dados internacionais de necessidade de carboidratos – açúcar – para o bom funcionamento e desenvolvimento do cérebro de crianças) e qualquer coisa do tipo.

Então, depois que meu irmão e minha melhor amiga se casaram – e eu tenho que dizer que aquele porta-malas cheio de Louboutins que meu irmão deu para ela me fez ter certeza de que eu tinha que elevar minhas expectativas em relação à Jasper e seus presentes (que normalmente envolvia um pacote para delivery do McDonald’s) – eu estava feliz da vida, aproveitando um momento de sossego enquanto meu marido lindo fazia uma deliciosa massagem nos meus pés depois de um dia.

E lógico que meus saltos quinze não ajudaram muita coisa, mas deixemos isso de lado.

No dia seguinte estava na minha mesa lendo as últimas atualizações da viagem à Grécia de Edward, Bella e Helen – coisa fofa da titia! – enquanto conferia – mecanicamente, diga-se de passagem – minha agenda para o dia. Que incluía – vejam só! – o início da pílula depois da minha menstruação teoricamente descer.

Repararam no “teoricamente”, certo?

Então, foi nesse momento que eu perdi meu cérebro, porque por mais que eu soubesse o que estava acontecendo – afinal Bella me garantiu que esse seria o primeiro sinal caso o apocalipse zumbi começasse a acontecer – eu tentei de todas as maneiras encontrar qualquer outra explicação para o que estava acontecendo comigo.

Até porque, por exemplo, eu não estava vomitando. E Bella vomitou até quase perder o esôfago junto. Sério, ou vocês não sabem da vez em que eu tentei fazer uma dieta com berinjela e então Bella praticamente perdeu o estômago dentro do vaso enquanto vomitava?

Então, aqui estava eu tentando me convencer de qualquer maneira de que isso não estava acontecendo. E o que piorava era que eu não podia ligar para minha melhor amiga, primeiro porque ela estava em lua de mel com meu irmão e ainda meio que se recuperando de um acidente bastante traumático, além de estar aproveitando sua linda filhinha. E segundo porque se eu ligasse Bella iria dizer que eu estava fugindo da situação e que eu provavelmente estava mesmo com essa... Coisa... Tomando espaço no meu útero.

Agora deixe-me se muito sincera: demorou três dias de muito nervosismo e esmalte destruído para que eu tomasse vergonha na cara e parasse de esperar que uma menstruação que não iria descer tão cedo descesse miraculosamente. Então é, demorei para conseguir admitir para mim mesma – e para Jasper, mas vamos chegar aí – que eu tinha essa coisa no meu útero.

E não era o meu problema de sempre. Não que eu não ficasse levemente ansiosa com o resultado disso – digo, o bebê –, mas quando você não consegue trocar uma fralda nunca é um bom sinal.

Assim sendo, depois de uma breve reunião com alguns advogados da empresa, Jasper voltou ao seu escritório e eu fui descer correndo – quase, correndo tanto quanto meus saltos permitiam – para a farmácia mais próxima, comprei o tal teste de gravidez depois de pentelhar a atendente para que ela me dissesse todas as estatísticas de cada marca de teste que eles vendiam para ter a certeza de um resultado verdadeiro – e não ficar tendo um ataque que nem a Bella teve – e voltei para meu escritório, bem a tempo de Jasper entrar e me levar para almoçar.

E já era o quarto dia consecutivo que eu mal consegui responder quando ele falava comigo durante a refeição. E isso era sinal de que algo muito ruim – ou chocante, no caso posso dizer que podia ser metade-metade – estava acontecendo.

Lógico que meu marido gostoso notou e ele estava sondando desde o primeiro dia em que eu tentei manter a possibilidade da verdade longe da minha mente. E, da mesma maneira que eu não estava conseguindo me convencer de que eu desenvolvi câncer da noite para o dia, Jasper não estava conseguido descobrir o que estava acontecendo. O que eu acho bom nesse exato momento.

Especialmente por ele ainda estar com uma faca na mão. Eu não quero que ele acidentalmente corte um dedo com o choque da revelação.

Depois de almoçarmos – e de eu tomar quase um litro e meio de água sem gás para que eu conseguisse fazer xixi quase imediatamente – fui ao banheiro com o meu super-mega-ultra secreto teste de gravidez e esperei dar o resultado.

E claro que vocês já sabem qual foi a resposta do teste filho da puta que eu tive que comprar e que ia ser, provavelmente, a causa de um AVC no meu marido, porque eu já estava tendo o ataque cardíaco.

Depois de colocar o teste fora e raciocinar – se bem que eu não tenho certeza de que eu tenha de fato raciocinado, porque estou com a ligeira impressão de que falei para Jasper porque estava morrendo de medo, então ele tinha que, como papel do marido gostoso e preocupado que eu tenho, me tranquilizar e cuidar de mim – que o melhor momento para contar a notícia realmente chocante para Jasper era exatamente agora, lavei as mãos e fui decidida até o seu escritório, entrando enquanto ele ainda estava conversando no telefone e ao mesmo tempo afrouxava a gravata.

Jasper ergueu a sobrancelha enquanto me via entrar quietinha, sem mandar que ele desligasse o telefone e apenas me sentava na cadeira à sua frente esperando a sua conversa terminar. Claro que eu sentei e levantei algumas vezes até que ele colocasse o telefone na base e parasse para falar comigo, mas isso é apenas um detalhe.

Ou não, porque quando ele conseguiu falar comigo eu estava de pé. E essa parte é importante.

Então, eu estava de pé, olhando para fora pela janela do seu escritório – que eu tinha não muito delicadamente empurrado para ele, porque a vista do meu escritório é muito mais bonita – quando senti suas mãos na minha cintura, então minhas costas bateram no seu abdômen e o seu queixo tocando sem problema algum o topo da minha cabeça.

–- O que aconteceu?

–- Nada.

–- Certo, vamos fingir que eu não sei que você tem algo para me contar e que você tem estado completamente normal durante esses últimos dias.

–- Você tem síndrome de perseguição, sabia? Só isso pode ser a resposta para toda essa “sapiência” sobre o que vai acontecer em relação a você.

–- Certo. Eu tenho isso. Agora o que você precisa me falar? Ou você vai continuar remoendo isso até que entenda que eu preciso ficar sabendo?

–- Não, vou falar. Preciso falar, na verdade.

–- Okay então.

–- Acho melhor você sentar...

–- Prefiro ficar de pé.

–- Tá bom então, o risco é por sua conta. – então me afastei um pouco do meu marido. – Certo, você lembra quando nós chegamos à conclusão de que iríamos ser um casal velho com três pinchers e uma iguana que ia nos comer quando morrêssemos?

–- Sim. O que foi? Você quer cachorros menores?

–- Bem... Vamos diminuir para um pincher, a iguana que vai nos comer e um filho ou filha, porque nesse exato momento tem essa coisa bizarra dentro do meu útero.

Tá, okay, admito, eu poderia ter falado de uma maneira mais educada, gentil, polida ou o caralho a quatro, mas então eu mesma não estava conseguindo dizer isso para mim de uma maneira que não parecesse que eu estava prestes a ter uma hemorragia interna e morrer de diarreia.

Então olhem só como foi que as coisas aconteceram:

Primeiramente Jasper ofegou, mas não soltou o ar do jeito normal. Parecia que ele estava chiando, tipo uma chaleira fervendo – e não me perguntem como eu sei disso, porque eu consigo queimar a água quando tento cozinhar alguma coisa.

Depois ele começou a ficar pálido, tipo, muito pálido mesmo. Se eu não soubesse que ele era mais escuro do que a pele dele estava parecendo agora, poderia dizer tranquilamente que meu marido era albino.

Em terceiro lugar, Jasper começou a ficar verde. Tipo, verde doente. Então ele começou a azular e então a ficar roxo.

Aí os olhos dele começaram a ficar estranhos. Primeiro apenas um começou a piscar loucamente, então o outro também e aí consegui ver as duas órbitas virando para cima antes que meu marido começasse a amolecer todo e, tipo um macarrão cozido – não que eu conseguisse dar o ponto nisso –, se chacoalhou todo e desceu ondulando até o chão.

Não sem antes, claro, dar lindamente com a cabeça na quina da sua mesa – que, por um acaso, trincou quando o crânio dele bateu no vidro – e então se amontoou no chão enquanto aquele filete de sangue escorria pela lateral da sua testa.

–- Porra Jasper!

Logicamente eu logo saí correndo de lá de dentro para mandarem chamar a ambulância para meu marido, então voltei correndo de novo para o seu lado e tentei estancar o sangue com a sua gravata branca – e ele não vai gostar de ver isso depois –, para então ter que me esticar toda sobre o seu corpo até a mesa e pegar o telefone que estava tocando.

–- Alô.

–- Alice? Sua secretária disse que estava com Jasper. Só queria saber como vocês estão.

–- Eu tô bem. Meu marido nem tanto. – falei olhando a equipe socorrista entrando pelo escritório e me tirando de perto do cara gostoso no chão.

–- O que aconteceu?

–- Bem, eu tô doente que nem você estava e então Jasper desmaiou, porque ele é o macho mais frutinha que existe.

–- Doente?

–- É, doente estilo “Tem um treco no meu útero” ou “Vou ficar gorda que nem uma porca” e ainda “Tem essa coisa que quer sair pela minha vagina”.

–- Ah meu deus! Edwaaaaaard, Alice está grávida!!!

–- Poooorraaaa... – ouvi meu irmão dizendo. – Coitada da criança!

–- Edward, seu filho da puta! O Jasper desmaiou por causa disso!

–- E abriu a testa.

–- E abriu a testa... Espera, ele abriu a testa?!

–- É, como eu disse, meu macho é um frutinha. Olha, eu tenho que ir, assim que eu conseguir cuidar dessa inutilidade que é meu marido nesse exato momento eu ligo de volta para vocês. E lembrem-se de passar protetor solar na minha sobrinha e não dar ela como comida de tubarões.

–- Ah meu deus, você está grávida. Puta merda... – e aí eu desliguei, ou ela desligou.

Não sei dizer com certeza, só sei que logo depois disso eu estava dentro da ambulância com meu marido ainda inconsciente e indo para o hospital. Depois eu estava na sala de espera, esperando – claro – que me trouxessem as novidades depois dos exames que estavam fazendo no meu marido inconsciente.

O médico, quando chegou, disse que Jasper tinha chegado a acordar durante o exame, mas que disse alguma coisa do tipo “Merda, não” e então desmaiou de novo.

Sério, se esse filho da puta continuar desacordando assim não vai me adiantar porra nenhuma.

Então entrei no quarto em que ele estava e notei o curativo grande na lateral da sua cabeça feat. testa e sentei, esperando que Jasper parasse de ser um filho da puta inútil nesse exato momento e encarasse o problema comigo ao invés de dormir.

Mas tenho que dizer que tenho a clara impressão de que ele foi dopado, então isso explicaria toda a demora de horas até que meu marido acordasse enquanto eu comia um hambúrguer gigantesco que estava apoiado sobre a sua barriga – afinal, eu não podia usar as coisas do hospital. Se descobrissem que eu trafiquei um hambúrguer cheio de sal, açúcar e gorduras trans muito provavelmente eu seria presa e executada na cadeira elétrica.

–- Hey... – ele, finalmente, falou. – Tive um sonho muito estranho.

–- Ah é?

–- Sim. Você estava grávida, então eu caí e fui parar no hospital. Espera... – ele disse notando onde estava. – Merda. Você está grávida.

–- Yeap.

–- De um bebê.

–- Isso mesmo.

–- Tipo, um de verdade. Não um tipo a Helen.

–- Helen é um bebê de verdade.

–- Sim, mas é da Bella e do Edward.

–- É.

–- E o que acontece com a nossa iguana?

–- Se o bebê tiver sorte quando morrer vai poder ser comido por uma iguana centenária que comeu seus pais.

–- Oh, merda...

–- Ah não! Você não vai desmaiar de novo!

Então, é, foi mais ou menos assim que aconteceu quando contei para meu marido que a coisa no meu útero ia ser um ser humano em alguns meses. E ele até que não reagiu tão mal assim – depois de ter desmaiado duas vezes e aberto a testa.

E durante os meses seguintes, quando fiquei gorda como uma porca, cheia de manchas na pele, algumas estrias apareceram, meus seios ficaram do tamanho de duas laranjas – porque eu não tenho peito, sacaram? Isso simplesmente non ecziste para mim – e eu comecei a inchar feito um balão, ele nem fugiu para as colinas em fogo.

Não, Jasper foi um marido exemplar. Me acompanhou nas consultas, perguntava para a médica – a mesma que a Bella consultava – o que estava acontecendo e fazia os cursos comigo. Inclusive até se prontificou a aprender a trocar uma fralda usando Helen como cobaia – e claro que Edward vai rir das vezes que ele acabou com cocô na gravata pelo resto da eternidade, mas meu marido se puxou dessa vez.

Então, dois dias antes do marcado para a cesárea, estava em uma reunião com os advogados da empresa e explicando sobre a alteração em alguns códigos e leis que tivemos no último mês quando senti muita vontade de fazer cocô.

E então, não, não me caguei, mas comecei a me mijar na frente de todo mundo. E eu simplesmente não conseguia fazer isso parar.

–- Oh, merda. Desculpa. Isso... Oh, que vergonha, que horror, eu... Sinto muito, é que...

–- Oh, oh, oh... – Bella levantou. – Pega o carro Jasper! Essa criança vai nascer, e acredite em mim, isso não vai ser bonito de se ver.

–- Mas você nem viu o que estava acontecendo. – ele disse levantando da mesa.

–- Ah, vi vídeos o suficiente pra saber que não é bonito como as pessoas dizem que é.

Assim sendo, enquanto eu ainda achava que estava apenas me mijando – afinal, isso não podia ser o começo do trabalho de parto, né? – fui levada para o carro e então, quando se deram conta de que todas as coisas estavam no nosso apartamento, fui levada para o apartamento e me deixaram sozinha e abandonada dentro do carro enquanto pegavam as minhas coisas, as coisas da coisa que ia sair pela minha vagina – aparentemente – e fomos para o hospital.

Aí lá a coisa ficou ruim. Tipo, se eu não estava achando que estava parindo antes foi só questão de entrar no hospital pra dor começar. Sério, qual é o problema? Se eu parisse em casa não ia ter dor, é isso? Porque se for assim eu vou voltar pra casa e fazer o treco eu mesma.

Depois que me levaram para o quarto onde eu ia dar o espirro e a criança ia sair – hahaha, deixem-me sonhar –, Jasper e Bella foram colocar as suas roupas protetoras – e ela foi avisar Edward que ele tinha que pegar Helen e cuidar da criança até que ela pudesse sair do hospital depois que eu parisse – e, quando voltaram, o que meu querido marido disse?

–- Porra! Tem uma coisa saindo da tua vagina!

Eu deveria dizer que nesse momento o romantismo acabou, mas até que não foi.

Jasper não conseguia parar de olhar para a minha vagina – e não era no sentido claramente erótico, porque tinha uma coisa saindo de dentro dela (e não era o pênis dele) – e quando ele começou a ficar aquele tom de verde doente de novo mandei ele sentar antes que ele abrisse a testa outra vez.

Mas, claro, ele sentou e continuou olhando a minha vagina.

Sério, do jeito que ele olhava parecia que estava saindo um mutante ou um alienígena dali de dentro. Bem, de uma certa maneira até que era isso o que estava acontecendo, mas vamos deixar essa parte de lado.

Então, é, eu pari, meu marido não conseguiu olhar na minha cara a partir do momento em que colocou os olhos na minha vagina super esticada e maltratada durante o parto, diga-se de passagem, e aí eu dormi.

E acordei com a mais linda visão que eu nunca pensei que ia ter. Bella estava sentada do meu lado, meio que dormindo com o celular na mão e a foto de Helen e Edward piscando. Provavelmente uma mensagem de atualização do meu irmão dizendo que a criança estava viva e comendo.

Mas não é disso que eu quero falar. Bella dormindo é linda, mas não é isso que me fez vazar pelos olhos.

Jasper, o cara gostoso do começo da história, estava com aquela trouxinha azul e marrom nos seus braços, a mão aberta e mantendo a minúscula mãozinha cor de rosa com as menores unhas que eu já vi – menores até que as de Helen – aberta sobre a sua palma. Os olhinhos do meu alienígena – como Bella chamava quando ainda estava grávida – estavam abertos e tudo o que eu pude escutar antes de começar a vazar pelos olhos foi:

–- A mamãe é linda, você sabia? Pequenininha que nem você. E eu amo isso em vocês, assim é mais fácil de carregar vocês nos meus braços. – então ele cheirou a cabeça do meu alienígena e continuou; - Você vai adorar conhecer a mamãe, apesar de ela ter sérias tendências de reagir impulsiva e exageradamente. Ela ama você, sabia?

Então é isso, foi assim que eu perdi meu cérebro para um alienígena – que depois resolvemos começar a chamar de Troy – e para o cara gostoso que fazia minha calcinha ficar molhada, que eu aprendi a trocar uma fralda e que não fiquei mais com medo do cocô da minha sobrinha.

E... Ah meu deus!

–- TROY!!! Sai de cima dessa árvore moleque! Você vai cair e quebrar o pescoço! E abrir a testa que nem o seu pai!


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Notas finais do capítulo

Então, espero que vocês tenham gostado desse bônus.Espero os comentários de vocês!E, repetindo, quem gostou desse bônus e ainda não leu "Amar Es Combatir" aqui está o link: http://fanfiction.com.br/historia/365293/Amar_Es_Combatir_-_Amar_E_Combater/