Today Is Better Than Yesterday escrita por Safiya


Capítulo 1
I. Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Bom dia leitor(a)!
Para um primeiro capítulo eu decidi fazer algo meio curto já que o meu objetivo era mostrar mais ou menos o conceito da história.
Não se esqueçam de comentar a vossa opinião.

Boa Leitua!



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I. Prólogo

"A vida é como aprender a andar de bicicleta. Para ter equilíbrio você tem que se manter em movimento"
Albert Einstein

O meu nome é Lilyan Smith. Tenho 19 anos. Já fui uma jovem normal, numa vida passada. Lembro-me como se fosse ontem o dia em que aquele maldito acidente mudou a minha vida para sempre... para pior.

Flahback on

-Mãe? Falta muito para chegarmos? - Perguntei eu pela milionésima vez. Íamos visitar os meus avós lá do fim do mundo e a viagem era para lá de longa.

-Não querida. Estamos quase lá... - Respondeu a minha mãe pela milionésima vez.

Numa tentativa de passar tempo comecei a ler um livro que tinha pegado à pressa antes de sair de casa. Não era dos melhores, mas naquela situação foi o suficiente para me entreter um pouco.

Devo ter lido umas 200 páginas do meu livro quando um berro repentino da minha mãe desviou a minha atenção do livro.

-Joe! Cuidado! - Gritava a minha mãe para o meu pai.

Olhei em frente e a única coisa que pude ver foram os faróis de um caminhão descontrolado aproximar-se de nós violentamente. Após isso, o som de vidros a partir, e sobretudo, escuridão.

Flashback off

Irónico como a vida de alguém pode ser arruinada nuns meros segundos. A minha antiga vida de "rapariga mais popular da escola" transformou-se na vida de uma coitadinha sem pais que depende de uma cadeira de rodas para andar. Segundo os médicos a probabilidade de eu voltar ao que era antes é quase nula e por mais que ouça as pessoas a dizerem "Tens de ter esperança... Vais ver tudo vai melhorar" eu não consigo acreditar. Desconheço o significado de esperança. Tudo o que vejo no meu futuro é vazio. Por vezes eu penso se não seria mais simples acabar logo com a minha vida do que prolongar o sofrimento, afinal, ninguém iria sentir a minha falta.

Conduzia a minha cadeira de rodas pelos corredores vazios do hospital em que estava "hospedada". Ouvia-se um choro aqui e ali, um riso suave a ecoar pelo corredor. Por um momento parei. Respirei fundo e com todas as minhas forças tentei mover, o mínimo que fosse, as minhas pernas. Mas sem efeito. Era quase como se elas já não fizessem parte do meu corpo. Elas não me obedeciam mais. Mas eu queria, eu queria mesmo movê-las. Então apoiei as minhas mãos no corrimão que estava preso na parede e tentei pôr-me em pé. Esforcei-me o mais que pude, mas não obtive resposta. Subitamente caí no chão frio do corredor e chorei. Chorei imenso, as lágrimas escorriam em rio pelos meus olhos. Batia fortemente nas minhas pernas numa tentativa de sentir algo, eu queria sentir alguma coisa, mesmo que fosse dor. Mas nada.

Uma mão quente fez-se sentir no meu ombro. Olhei para cima e uma figura masculina tentava sentar-me de novo na minha cadeira de rodas.

-Está tudo bem? Estás magoada? - Perguntava ele docemente. Enxuguei as minhas lágrimas e tentei ver melhor o seu rosto. Ele parecia jovem, devia ter mais ou menos a minha idade. Era bem alto e tinha um cabelo castanho, um pouco longo e bastante desalinhado, escondendo um pouco os seus olhos âmbar.

-Sim... Eu só... - Limpei o meu rosto apressadamente. Ajeitei-me já de novo na cadeira e olhei para ele. Uns breves segundos de silêncio fizeram se sentir sobre nós. Simplesmente ficámos a encararmo-nos sem dizer uma única palavra.

-Eu sei que não me conheces de lado nenhum, e não tens o dever de o fazer, mas podes falar comigo se quiseres, já me disseram que sou bom ouvinte.

-Eu nem sei por onde começar... - Dizia eu enquanto voltava para o meu quarto. Ele caminhava do meu lado lentamente. - Tenho uma história bem dramática, daquelas que davam até para fazer um filme sabes? Só que nos filmes os milagres existem, na vida real não. E por mais que eu quisesse que um milagre me salvasse, por mais que eu esperasse por um... Ele nunca veio. Sinto-me sozinha, vazia, como se não fizesse falta no fundo. Por vezes penso se não seria melhor mesmo acabar de vez com o meu sofrimento.

Estava preparada para que ele me encharcasse daquelas coisas que se costumam dizer nestas situações como "Não penses assim... Tens que ter esperança...", mas ele limitou-se ao silêncio, coisa que me agradou já que no fundo eu precisava de desabafar e não de receber dicas de auto-ajuda.

-Entendo... - Por fim ouvi uma palavra sair da sua boca - Provavelmente eu ficaria assim também na tua situação, ou então pior. Não sei qual é a tua história nem o que te aconteceu para ficares assim tão sozinha, mas sinceramente eu admiro-te...

-Como é que consegues admirar uma pessoa como eu? Aliás, eu pensava que os rapazes da nossa idade desprezavam raparigas como eu...

-Raparigas como tu? Não entendi essa... - Dizia ele enquanto abria a porta do meu quarto para me deixar entrar. Seguidamente entrou também.

-Então... Numa cadeira de rodas...

-Eu não vejo nenhum problema com isso. Pra mim isso é quase como um acessório... Bem sexy por sinal... - Dizia ele rindo. O seu sorriso era bastante sincero e contagiante. Para dizer a verdade esta foi a primeira vez que eu sorri honestamente em meses. - Barry...

-Barry...?

-O meu nome. Barry.

-Ah... Ahm...Lilyan.

-Prazer - Disse Barry esticando a mão na minha direção em sinal de cumprimento.

-O prazer é todo meu... - Sorri educadamente para ele.

-Pois eu sei disso. Não é todos os dias que se conhecem pessoas jeitosas como eu... - Uma gargalhada leve ecoou no quarto praticamente vazio. Sinceramente eu não sei qual é o segredo dele, mas a verdade é que em tão pouco tempo que nos conhecemos (Sim porque devem fazer aí uns 30 min. desde que nos conhecemos) e ele conseguiu fazer aquilo que muita (vá, talvez não muita, aí umas 2 ou 3 pessoas da família) gente não conseguiu: fazer-me esquecer a minha situação por um segundo que fosse.


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Notas finais do capítulo

E então? Comentem a vossa opinião.

Até ao próximo capítulo!



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