E se fosse ao contrário? escrita por Sosô chan, Ever


Capítulo 49
A novata


Notas iniciais do capítulo

Oiiii!

FALEI QUE NÃO IA DEMORAR A POSTAR >:3

A surpresa desse capítulo? Ern...

A volta da narração em primeira pessoa =3

Não é uma notícia tipo, OH MEU DEUS! ME PINTA QUE EU TÔ BEGE! mas eu achei que vocês iam gostar =3

Agora um personagem vai narrar a cada capítulo. Esse capítulo começou com a melhor narradora furévis (Minha pessoa B) )



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Capítulo narrado por Sofia

Domingo – Sexto mês de gestação

–--

Voei o mais rápido que a física me permitia. O bater de asas metálicos abafava os sons abafados de meu coração batendo forte. Se ele entrasse lá e a visse, o futuro da fic estaria comprometido. Eu precisava detê-lo. Eu precisava seguir a linha do tempo corretamente.

Em um movimento rápido com a mão, invoquei uma magia de teleporte. A magia cegou meus olhos por um momento e depois disso, estávamos na pizzaria. Corri como nunca até a sala de Charlie. Escutei uma voz feminina vindo de trás do tumulto de magos.

–Ei, esperem! Para onde vocês estão indo? – Era Pandy. Ela começou a correr atrás de nós e depois começou a arfar. – Esperem, eu não posso correr muito!

Essa não. Se ela viesse também, a linha do tempo se corromperia mais ainda.

–Magos, apressem o passo!

–Ei, que maldade!

O comando causou uma reação instantânea. Os magos foram tão rápido que tive que fazer uma pirueta no ar para alcança-los.

Entramos na sala, quase derrubando a porta.

–Não temos tempo para procurar o livro! – Gritou Lira, encarando a prateleira desesperada.

–Rifa, puxe todos de uma vez! – Gritei.

Ao soar de minhas palavras, o mago do vento derrubou todos os livros da instante com uma puxada de ar. O único que não caiu, foi o livro que abriu a porta.

Minha boca se abriu para falar ¨Vamos! ¨, mas antes que eu pudesse dizer isso, os magos se sobrepuseram e foram imediatamente. Corri atrás dele dando o máximo de piruetas possíveis para alcança-los. Atravessamos corredores até que um grito grave pôde ser escutado atrás de nós.

Olhei para trás e vi Taurus estabacado no chão com Iris por cima, os dois gemendo de dor. Espere, eles não estavam gemendo. O gemido vinha de trás dele. Passei pelos dois e vi Guaxe desmaiado, gemendo de olhos fechados. Iris havia tropeçado nele.

Ajudei Iris a se levantar, e ela recolheu Taurus.

–Pode descansar.

Olhamos um para os outros. Só então percebi o quanto estava cansada. Os outros pareciam demonstrar a mesma sensação. Sentei no chão, apoiada na parede. Os outros magos copiaram o movimento, mas cada um do seu jeito. Alguns deitando no chão, outros se encostando.

De repente, nós começamos a rir. Sem motivo, sem razão, mas estávamos lá. Deitados no meio de um chão duro em frente a um guaxinim inconsciente. Leitora recuperou os instintos de criadora no meio das risadas.

–Guaxe! – Gritou ela se ajoelhando ao lado dele – Ai meu Deus, quem fez isso com você.

–Eu... eu... – Comecei a falar, mas estava cansada de mais e só conseguiu murmurar – Sei quem foi...

–Quem? – Os outros magos perguntaram virando-se pra mim.

Um sorriso retardado surgiu no meu rosto, logo abaixo dos meus olhos semicerrados, quase fechando-se.

–Juh Juh... por favor... – Gaguejei, quase morrendo.

Ela revirou os olhos e invocou um copo d’água. Bebi até a última gota, quase mordi o copo e depois, dei um longo suspiro.

–A gente é meio doente, né? – Disse Bill, em um tom brincalhão e pensativo ao mesmo tempo. – Tipo, pra começar a rir meio que do nada.

–De fato. – Respondi – Mas... Onde ela está?

–Ela quem? – Perguntou Iris.

–Ora, o Guaxe não caiu sozinho. Alguém fez isso.

–E como você sabe que foi uma garota? – Disse Rifa, ainda deitado no chão.

–Só pode ter sido ela.

–ELA QUEM?! – Repetiu Iris.

–Ah é, vocês ainda não a conhecem pessoalmente. – Respondi, olhando em volta tentando localizá-la. – Ela também é uma maga.

–E porque nunca a vimos?

–Ela é meio tímida.

Os outros magos se entreolharam. Segurei um riso.

De repente, a terra começou a tremer. Os magos que estavam deitados bateram a cabeça no chão e gemeram.

–Vamos sair daqui, esse lugar vai desabar! – Gritou Lira.

Me pus na frente dos magos em fuga e estendi o braço, em sinal de que ficassem.

–É ela. – Falei olhando para o horizonte.

Os magos olharam para mim como se eu fosse um ET. Escutei um barulho vindo de trás. Saquei a espada e virei-me. Lá estava ela.

Os outros magos viraram para trás e ficaram espantados. Uns 2 metros de distância, havia uma garota como nós. Ela usava uma toquinha de panda por cima dos cabelos ruivos. Seus olhos eram rosas e ela usava uma jaqueta roxa-bebê, uma blusa rosa e branca listrada e um short jeans. Para completar o visual, usava um tênis. Era difícil ignorar o fato de que entre seus dedos havia uma soqueira.

Passei correndo pelos magos e larguei a espada no chão. Fui ao encontro dela, e em um movimento não esperado pelos magos... a abracei.

Me separei ela e dei um soquinho em seu ombro. Creio que ela não repetiu o gesto devido a soqueira, mas ela retribuiu com um sorriso e algumas risadas.

–Pessoal, essa é a maga Bibi, minha prima! – Disse empolgada.

–Olá! – Disse Bibi timidamente.

Os magos ainda pareciam chocados. Iris foi a primeira a sair do transe.

–Ela usa a touca da Pandy ou é impressão?

–Digamos que eu seja uma admiradora – Falou Bibi, com um sorriso envergonhado.

Os magos ficaram chocados por um tempo, mas alguns minutos depois estavam todos animados com a ideia de uma nova parceira.

Conversando, mal percebemos o som de passos vindo da entrada do esconderijo. Olhamos para trás e vimos Pandy, correndo o mais rápido que podia, o que era difícil para uma gestante. Enquanto ela arfava exausta, os olhos da Maga Bibi brilharam. Ela deu um grito histérico de fã e falou:

–Pandy! Eu sou sua fã!!!!!

A panda parecia estar assimilando a situação. Devia ser difícil compreender tudo de uma vez. A multidão, a passagem secreta, Guaxe inconsciente, a nova maga a abraçando.

–O que... está...acontecendo? – Falou quase desmaiando.

Seu kimono estava amassado e seus cabelos despenteados. Seu rosto estaria pálido se, bom, ele pudesse. Um pouco de terra estava grudada na sua pele de metal, e seus lábios finos. Mas, enquanto reparava suas vestes, vi algo que se camuflava no quimono. Sangue.

Pandy estava tendo um sangramento.

Por um momento, fiquei sem reação. Deveria fazer algo imediatamente. Mas o que? Não havia tempo para pensar. Mais alguns minutos e os bebês seriam perdidos.

Bibi olhava para minha expressão de choque. Ela fez um sinal com a cabeça. Já havia percebido, afinal, elas estavam se abraçando.

A nova maga tirou a mão do kimono de Pandy. Os magos ficaram chocados ao ver sua nova parceira ensanguentada.

–Pandy! Você está tendo um sangramento! – Gritei.

Ela olhou para baixo e viu o sangue escorrendo pelas pernas. Ao ver o sangue, ela gritou. Um grito alto e fino.

–E agora?! Lucinda não está aqui! – Gritou um dos magos.

–Não podemos ficar sem fazer nada! Temos que ser rápidos! Mais alguns minutos e perdemos os bebês! – Gritou outro.

Usei meu teleporte e fiz Pandy e Bibi irem para enfermaria.

–Rápido Leitora, ligue para Lucinda! Teleporte-a para cá! Precisamos dela! DÊ UM JEITO! Os outros, tirem Guaxe daqui e o levem para o Escritório do Detetive! Com sorte, ele não se lembrará de nada. Eu vou tentar acalmar a Pandy!

Os magos assentiram com a cabeça e se teleportaram. Guaxe sumiu também.

Aquilo era desesperador. Dois bebês. Duas crianças. Duas vidas. Tudo aquilo correndo perigo, e tudo isso por minha causa...

E se Guaxe tivesse descoberto o que havia no esconderijo? Será que seria melhor isso acontecer? Assim talvez não ocorresse o sangramento. Que tipo de autora eu sou que não consigo nem manter minha própria história sobre controle? Enfim, não havia tempo para me culpar. Eu precisava agir.

Usei minha magia de teleporte e fui parar na enfermaria. Bibi estava tentando descobrir como funcionava todos aqueles equipamentos, enquanto Pandy se debulhava em lágrimas. Corri para ver. O sangramento havia parado de repente. Um milagre. Mas ainda era muito perigoso, um dos bebês poderia ter morrido. Ou sofrido graves danos.

De repente, Lucinda entrou correndo na sala. Ela jogou sua bolsa no chão e gritou desesperada:

–TODOS! EMBORA AGORA!

Ela usava um rabo de cavalo com vários fios soltos. Um óculos para leitura havia saído de seus olhos e se pendurava por muito pouco no nariz. Ela vestia um jaleco por cima do pijama. As clássicas vestes de alguém que recebeu a visita de um mago desesperado enquanto lia um livro deitada no sofá.

Saímos de lá o mais rápido possível, e ficamos encostados na porta. Não demorou muito tempo até uma multidão de robôs amedrontados nos cercar. Demoramos cerca de 15 minutos tentando acalmá-los, e quando acabamos tentamos contar a história da maneira mais confidencial possível.

–Pandy teve um sangramento.

Aquela simples frase já causou um choque total na multidão. Os animatronics se entreolhavam desesperados, como quem acabou de ver um fantasma. Mas um robô no fundo me chamou a atenção. Seu rosto claro expressava um rosto neutro. O desespero era tanto que ele não conseguia mexer um lábio. Uma mecha de cabelo desprendeu de sua orelha e deslizou até seu tapa-olho. Uma lágrima de óleo descia pelo seu rosto chocado e ao entrar em contato com seu queixo pingava no chão. Seu desespero me empalideceu. As lágrimas desciam como uma cachoeira – diretamente e brutalmente. Foxy.


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Notas finais do capítulo

T^T

Perdemos um bebê? T^T