P.D.V. Nico:

— Quem é aquele rapaz filho? – Pergunta minha mãe – Você conhece?

Era só o que me faltava, Thalia se encontra com o pegete na frente de meus pais no dia em que estou apresentando ela para eles como minha namorada. Mas o universo realmente me ama!

— Não minha mãe, eu não conheço. Deve ser algum admirador – Disfarcei.

Estava na cara que eles se conheciam. O garoto já chegou abraçando ela e dando um beijo bem no canto da boca, de modo ousado e intimo. Agora ele esta segurando a mão dela, enquanto lhe olha de modo apaixonado. É claro que meus pais não perceberam que ele pegou nela de modo firme, lhe lançando de inicio um olhar de aviso. Depois lhe virou de costas para nós, de modo natural. Foi tudo muito rápido, mas eu, com meus olhos de águia, detectei tudo.

— Você não acha que eles estão muito próximos não Nico? – Provocou Hades.

Começou!

— Não, eu não acho. Eu já vi Thalia dando atenção para seus fãs antes, e é desse jeito. Ela é super atenciosa e carinhosa com todos eles, não é nada de mais – Tentei disfarça.

Nesse momento o cara passa um papel pra ela, e mais uma vez da um beijo próximo á boca dela se despedindo, pra fechar com chave de ouro!

— Ela também recebe numero de telefone de todos os admiradores?

— Nem todos Hades, mas como você vai poder perceber assim que ela passar pelo lixo ela vai jogar o papel fora, como faz sempre – Afirmei.
Agora adivinha? Ela passou direto pelo lixo e não jogou o papel.

Então é isso universo? Por que você não joga logo um raio na minha cabeça e acaba de uma vez com isso?

[Nota/Autora: Por que eu gosto de te ver sofre lentamente]

Ohhh autora, da pra você me deixar em paz um minutinho? Eu estou falando com o universo, e não com você!

[Nota/Autora: E você acha que eu sou o que? Eu sou o universo dessa historia também sou idiota!]

Deixa-me narrar meu momento ‘me ferrei’ por favor?

[Nota/Autora: Fique à-vontade]

Continuando...

— É, estou vendo mesmo o papel no lixo – Provocou Hades.

— Parabéns querida, você fez uma ótima apresentação – Dirigiu um elogio minha mãe para Thalia, assim que ela chega á mesa, enquanto eu e Hades trocávamos olhares mortais.

— Realmente, você fez uma ótima apresentação. Eu pude perceber que não fomos só nós que notamos, não é mesmo Nico? – Provocou Hades, desviando o olhar do meu e encarando Thalia.

— Obrigado senhor e senhora Di Ângelo, é gratificante saber que gostaram – Respondeu Thalia, se sentando ao meu lado na mesa – E sim senhor Di Ângelo, as pessoas aqui são sempre muito atenciosas. O senhor acredita que eu acabei de receber um convite de um empresário que me viu cantar e se interessou por minha voz? Estou pra pular de felicidade com a possibilidade de ter um contrato com uma gravadora.

— Nossa, mas que bom minha querida! Fico muito feliz por você. – Caiu na mentira minha mãe, já entrando em uma animada conversa com Thalia.

Meu pai ficou lhe analisando por um tempo e eu pude ver em seus olhos uma explicita desconfiança. Com certeza ele não acreditou na mentira de Thalia, e consequentemente não caiu nessa conversa de namoro. Eu tenho muito que fazer até que ele acredite nisso.

As mulheres da mesa ficaram conversando por mais um tempo, só pararam no momento em que a garçonete notou a nossa presença ali, naquele canto reservado da lanchonete. Para a minha mais plena “sorte” quem veio nos atender foi Rachel, a piruá mal amada e amiga da Drew, minha ex.

Ela obviamente achou suspeito Thalia esta ali na mesa com meus pais, mas por algo que eu ainda não sei o que é ela não falou nada. Eu e Hades ficamos distraídos olhando o movimente em silencio, enquanto as duas conversavam sobre assuntos diversos.

De certa fora eu estou contente pela proximidade de minha mãe com Thalia, já que obviamente isso quer dizer que ela caiu na mentira. Isso pra mim é menos um para eu convencer.

Uma musica lente começa a tocar, e minha mãe arrasta meu pai para a pista, e deixando sozinho com Thalia. Quem olhasse para nossa mesa nesse momento pensaria que ali tinha tudo, menos em um casal de namorados. Eu e Thalia mal nos olhávamos, estávamos do mesmo lado de uma mesa com assentos únicos, mas havia ainda assim um espaço entre nós dois. O problema é que a pessoa que olhava de longe era meu pai, que ostentava um claro olhar de vitória.

— Eu vou ao banheiro – Thalia fala já saindo, no exato momento em que eu ia tentar iniciar uma conversa.

Fico ali pardo com cara de tacho enquanto vejo meu carro, minha mesada e minha liberdade indo embora.

Não demorou muito para que meus pais voltassem, e assim que Thalia chegou chamamos Frank para fechar a conta. Quase ninguém tinha comido: Meu pai por ser esnobe e dizer que não queria a comida dali, só pediu uma água; Minha mãe estava de dieta, comeu salada; Thalia foi a que mais encheu a boca, engolindo dois hambúrgueres e um refrigerante de 1L; E eu comi um sanduiche e também um refrigerante de 1L.

Saímos da Season indo rumo ao carro de meus pais.

— Foi um prazer lhe conhecer Thalia, espero uma visita sua logo que possível, viu? Minha casa estará sempre aberta, mal posso esperar para apresentar você pra minhas filhas.

— Também foi um prazer senhora – Se despediu, lhe dando um abraço.

— Engula o senhora, é Maria pra você!

— Esta bem, Maria – Concordou Thalia – Digo o mesmo senhor Di Ângelo, foi um prazer.

— Igualmente senhorita Grace, mande lembranças para seus pais, á tempos que não os vejo.

— Com certeza eu darei.

— Vamos Nico, se despeça e sua namorada e vamos embora – Chama Hades, entrando no carro.

— Eu vou ficar, vou com Thalia até em casa.

— Como? Você não esta de carro? – Perguntou irônico.

— Vamos de Taxi, não se preocupe – Respondo – Tchau mãe, boa noite – Me despeço lhe dando um beijo em sua bochecha – Vem Thalia.

Enlaço Thalia pela cintura e lhe forço a vir comigo rumo á calçada da Seacon. Logo o carro de meu pai passa por mim, buzinado em despedida. Assim que eles somem na esquina sinto uma dor insuportável no pé direito.

Levei uma patada de Thalia.

— Ai sua louca, por que foi que você pisou no meu pé?

— Eu sou a louca? Você me enlaçou pela cintura na frente de todo mundo no estacionamento e eu é que sou a louca? – Retruca.

— O estacionamento esta quase vazio! E mesmo se estivesse cheio, você supostamente é minha namorada, abraçar o namorado é algo normal – Rebato, enquanto á vejo olhar ao redor desconfiada. – Deixe-me ver se eu entendi você esta assim por que sua paquera pode te ver comigo, é isso?

— Que paquera? – Se faz de desentendida.

— Não precisa mentir todo mundo viu você com aquele moreno esquisito logo depois do Show – Digo me aproximando – Escute bem Grace, eu não vou me envolver com ninguém enquanto estiver em um falso namoro com você, e eu exijo que você faça o mesmo – Lhe ameaço.

— O que é que foi Niquito? Com ciúmes – Ironiza.

— Não Grace, eu tenho mais o que fazer, mas você pode apostar que eu não vou pagar de corno por ai – Digo ameaçadoramente – Então é melhor você ficar longe desses seus “fãs”, eu não estou de brincadeira. Posso ser tudo, menos corno.

— Ele não é nada meu Di Ângelo, só um velho conhecido, não tenho, nunca tive e nunca vou ter nada com ele, ok?

— Ok!

— Então vamos logo, estou morrendo se cansaço.

— Vamos para o ponto de Taxi – Lhe chamo, mais uma vez lhe rodeando como o braço, só que agora pelo pescoço.

— O que você esta fazendo? – Me questiona Thalia, já se separando.

Lhe puxo de volta.

— É melhor que se acostume com isso. Somos agora um casal de namorados para todos, e devemos agir como tal – Repreendo-a, atravessando a rua indo rumo ao ponto de taxi.

Não demorou muito para estarmos a caminho do apartamento de Thalia. O caminho foi silencioso e constrangedor, assim que entramos no taxi nos afastamos e mantemos distancia um do outro, mal nos encarávamos. Eu já estava cheio disso!

Longos 20 minutos depois chegamos a frente do apartamento de Thalia. Eu como um bom cavaleiro desci e abri a porta pra ela, que me comprimentou com um radiante sorriso e um beijo de tirar o folego, demostrando a todos que ali havia um casal apaixonado... Só que não!

Dividimos a conta do Taxi, eu desci e fiquei esperando ela atravessar o carro na calçada de frente ao prédio. Ela passou por mim e foi embora sem ao menos dá um simples tchau, e eu fiquei ali uns 5 segundos com cara de tacho. Corri atrás dela antes, lhe encontrando antes que chegasse ao elevador.

— Opa, espera ai mocinha! – Parei ela já dentro do elevador, que já estava fechando – Você não esta me vendo não?

— O que você está fazendo aqui? – Me perguntou indignada.

— Eu tenho uns assuntos a tratar com seu irmão – Expliquei, enquanto o elevador subia.

— Que assuntos?

— Eu até poderia dizer que não é da sua conta, mas como passou a ser, la vai: O nosso namoro, mi amor! – Digo – Vim aqui pedir a sua linda e esplendorosa mão em namoro para o seu irmão! Claro que ele não sabe que não é só na mão que eu vou pegar – Completei de modo exagerado e artístico, como um poeta proclamando um poema.

— Você não pode contar pra ele!

— Ele já sabe que hoje eu ia apresentar aos meus pais uma namorada de mentira, e essa namorada era uma garota que queria namorar o seu irmão e em troca do favor de hoje, eu iria ajudar ela com isso – Lhe explico resumidamente, evitando citar o nome de Victoria, pois sei que não seria de seu agrado.

— Você ia arruinar o namoro de meu irmão com Piper? – pergunta em choque, assim que o elevador para no seu andar – Como você pode? – Vem pra cima de mim, tentando me bater.

Seguro em seus pulsos, impedindo ela de me atingir.

— Eu obviamente contei para seu irmão do plano sua louca! – Grito – Ele sabia de tudo e deixou eu enganar a garota.

— Então você estava enganando a pobre garota?

— Ah Thalia, já deu! Defender seu irmão tudo bem, agora uma pessoa que você nem conhece? – Largo ela, passando pela porta do elevador que já estava quase se fechando.

— Babaca! – Sussurra, seguindo pelo corredor.

O que foi que eu fiz pra merecer isso?