Olhos de Cobra escrita por Laura Salmon


Capítulo 33
Capítulo 32 - Cobra


Notas iniciais do capítulo

Apreensão é a palavra para esses capítulos! Como eles são bem curtinhos e rápidos vou deixar dois postados aqui! Espero que se divirtam tanto quanto eu. Obrigada e obrigada e obrigada! Não sei mais como agradecer pela felicidade que vocês me dão.



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Eu mal sabia o que estava fazendo em cima de um jet-ski. Apenas lutei para contornar a ilha de forma rápida e chegar a Dois Rios, de frente para o mar aberto. O mar parecia mais gelado que o meu coração. Eles tocaram em Karina. Eles estavam machucando ela. E, consequentemente, machucando Pedro, que era mais inocente ainda.

Acelerei, saltando sobre as ondas. Minhas costelas doíam tanto que eu tinha impressão de que a pele iria furar e os ossos sairiam. Mas eu não podia parar. Estava chegando à costa quando vi um par de tênis flutuando. Parei repentinamente, dando a volta no objeto. Pedro. Só podia ser dele.

Será que eles o jogaram no mar? O descartaram? Minha garganta se fechou enquanto olhava para todos os lados. O sol já havia baixado. Eu não tinha tempo para mergulhar e procurar por Pedro. Ergui os olhos para o céu e fiz uma prece silenciosa. Se ele fora jogado no mar, não havia mais o que fazer a não ser pedir que sua alma ficasse em paz.

Me dirigi para a praia. Praticamente pulei do jet-ski, mas parei ao ver o capim, além da areia, amassado. Luta. Se eles trouxeram Karina para aquele local, eles a levariam até o presídio e não a agrediriam na praia. Poderiam ter matado Pedro ali. Gelei ao ver o sangue.

― Meu Deus. ― Sussurrei.

Mataram Pedro e o jogaram no mar.

Fechei as mãos com força. Um gosto amargo subiu do meu estômago e atingiu a minha boca. Caminhei em direção à trilha que me levaria ao presídio e vi um pedaço da roupa de Karina. Ele mataram Pedro na frente dela. Eu não ia me perdoar por aquilo.

Mas antes de dar um passo adiante, parei subitamente.

Por que eles matariam Pedro, o jogariam no mar e deixariam seus tênis flutuando com os cadarços amarrados só para me abalar? Dei uma olhada naquele sangue. Pingado. Gotinhas. Ninguém morre em gotinhas. Olhei mais adiante. Outra roupa espalhada em uma árvore. Por que Karina iria me deixar as roupas dela para que eu seguisse aquela direção? Ninguém iria notar que ela estava ficando sem roupa? Eu notaria, com certeza. Ela não veria aqueles caras matarem Pedro sem lutar junto. Mesmo que estivesse fraca, ferida e imobilizada.

Agredida!

Karina foi agredida quando eles me ligaram. Ela já estava aqui. Por que arrastar ela novamente para a praia? Para levá-la para outro lugar! Afogada pela maré. Não havia condição nenhuma de Karina ser afogada naquele presídio. Ela fora agredida. Sangue estava pingando. Ela voltara de algum ponto no meio do mato perto do presídio para a praia. Tentou uma luta, deixou vestígios, conseguiu jogar os tênis de Pedro no mar. Ela não estava no presídio de Ilha Grande. Pelo menos não naquele.

Dei uma olhada para o céu escuro. Nuvens pesadas começavam a anunciar uma tempestade das grandes. A maré começava a subir. À meia noite ela estaria bem alta. Fui em direção ao jet-ski. Eu ia dar a volta na ilha, procurando por um esconderijo.

Ia.

Um gatilho foi puxado.

― Parado aí, super herói. Nenhum movimento.


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