Entre erros e escolhas escrita por I am Gleek


Capítulo 46
45 - New perspective


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Bem, eu meio que me confundi na hora de dizer quem acertou e quem errou a resposta, e não liguei a abreviação ao nome da série (mais uma citada aqui que eu ainda não tive tempo de começar a assistir :( ), então, agradeçam a Nick Faberry, Metacase e liebefaberry por este capítulo estar saindo hoje!



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Como durante aquela semana Quinn havia marcado – foi avisada – de ir conhecer tanto a família de Rachel quanto à de Cooper no fim de semana, no sábado à noite a loira estava sentada na sala, já há pelo menos quarenta minutos, esperando Frannie terminar de se arrumar para irem á casa do cunhado enquanto estalava os dedos, nervosa, enquanto pensava no dia seguinte.

– Vamos logo ou vamos nos atrasar. – Frannie disse aparecendo na sala.

– E se isso acontecer a culpa com toda certeza não vai ser minha. – a mais nova respondeu levantando.

– Se eles perguntarem vai sim.

– Sem chances.

Quando pararam em frente à casa do rapaz, Quinn preferia ter concordado em levar a culpa pelo atraso.

– Desde quando você dirige rápido assim? – reclamou.

– Desde que estou atrasada para conhecer meus sogros. Vamos.

– Assim que eu conseguir soltar o banco. – a mais nova murmurou enquanto Frannie saia do carro.

Quinn não demorou para sair do carro – até por que estava com medo de Frannie a arrancar de lá – e, assim que começaram a se aproximar da casa, a porta foi aberta revelando um Cooper sorridente por trás dela.

– Alguém tá parecendo um adolescente louco pra apresentar a primeira namorada pra família. – Quinn brincou abraçando o cunhado, que riu – Como vai Cooper? – perguntou se afastando.

– Bem, e você Quinn?

– Estou bem. Obrigada pelo presente. Não precisava.

– De nada.

– Pena que você não pode ir à festa.

– Eu queria ter ido, mas como foi no meio da semana...

– Eu entendo. – a loira sorriu.

– Hey. – Frannie sorriu dando um selinho no namorado.

– Hey. – o garoto sorriu.

– E depois você fala de mim e da Rachel. – Quinn resmungou.

Frannie deu um tapa de leve na irmã e Cooper riu, passando o braço pelos ombros da namorada.

– Vem. Vou apresentar a loucura que são as pessoas que moram aqui.

O rapaz as guiou até a sala, onde quatro pessoas os esperavam.

– Gente, quero apresentar Frannie, minha namorada, e Quinn, a irmã dela. Garotas, esses são meu pai Michael, minha mãe Jennifer, meu irmão Blaine, e o namorado dele, Kurt. – o rapaz apontava conforme falava os nomes.

– Quando o Senhor Shue diz que somos uma grande família, acho que ele não conta com coincidências desse tipo. – Blaine disse.

– Acho que não. – Quinn sorriu – Olá garotos. Senhores Anderson.

– Oi. – Frannie sorriu.

– Hey garotas. – Michael sorriu – Vocês se conhecem de onde? – perguntou apontando para Quinn, Blaine e Kurt.

– Clube Glee.

– Eu lembro de você. Se apresentou aquele dia. – Jennifer disse – Vocês duas parecem ser bem próximas.

– Frannie é meu anjo da guarda. – Quinn sorriu.

– Por que vocês não sentam e nos contam um pouco mais sobre vocês?

As garotas sentaram e tanto os quatro Andersons quanto o Hummel as encarou.

O restante da noite se passou rápido até de mais e, quando Quinn percebeu, seus planos de ir para a cama cedo para estar disposta no dia seguinte já tinham falhado miseravelmente.

– Hum... Frannie, acho melhor irmos. – a loira pediu – Tenho que levantar cedo amanha.

– Em pleno domingo Quinn? – Blaine arqueou a sobrancelha.

– Vou conhecer a família da Rach amanha. – a loira disse.

– Pensei que você já conhecia Hiram e Leroy. – Kurt comentou.

– E conheço. Eu estou falando do restante da família.

– Boa sorte. – Blaine riu.

– Você já passou pelos pais, Quinn. O resto é fácil. – Cooper sorriu.

– É. Mas um deles ainda não gosta de mim. – Quinn resmungou.

– Não se preocupe Q. Você vai se sair bem. – Frannie a tranquilizou.

– Eu espero que sim.

– Desculpe se eu estiver sendo inconveniente, mas... Antes de vocês irem, eu gostaria que me contassem... Aquela musica que você cantou no clube do coral... Por que ela? – Jennifer perguntou.

– Quinn...? – Frannie pediu a permissão da irmã e Quinn suspirou.

– Frannie... Quando eu digo que ela é meu anjo da guarda, não estou brincando. Se não fosse por ela eu provavelmente não teria uma casa agora, e...

– Você está exagerando. Você sabe que Wes, Harmony e Nick ficariam muito felizes em te acolher.

– Não Frannie. Mesmo que eles me levassem pra casa deles... Eu ainda estria perto de Russel e Judy. – Quinn deu um sorriso de lado – Sem Frannie eu não sei o que eu teria feito. Por que... Aquela musica mais do que descreve o que eu sinto em relação aos meus pais.

– O que eles fizeram? – Blaine estava curioso.

– Me expulsaram de casa no segundo em que eu disse que sou gay. – Quinn viu a expressão dos pais de Cooper e Blaine mudar para nojo assim que a frase saiu dos seus lábios.

– Isso é... Eu não lidei muito bem com o fato de Blaine ser gay no começo. Pensar no meu filho com outro homem era estranho. – Michael confessou – Mas... Expulsar um filho de casa pela opção sexual? Isso é... Não é como se ser homossexual fosse uma escolha.

– Russel e Judy... Meus pais, não se importaram com isso. São... Preconceituosos. Muito preconceituosos.

– E quando eles te expulsaram, Frannie te acolheu? – Jennifer perguntou.

– Eu e Frannie sempre descontamos nossas raivas no saco de areia. – Quinn disse dando uma risada fraca – Fui para a casa dela descarregar um pouco, e acabei perdendo a hora de sair antes de ela chegar. Eu queria ir embora, procurar outro lugar pra ficar, mas Frannie não deixou. Enfrentou Russel e Judy, pegou minha guarda, e me trouxe pra cá.

– Eu só fiz meu papel como sua irmã. Nenhuma de nós tem culpa de ter dois... Duas pessoas como aqueles dois, como pais. E se eu posso te ajudar, é o mínimo que eu posso fazer.

– Você fez mais do que muita gente por ai faria, Frannie. Queria ter uma irmã como você. – Blaine disse.

– Hey, gelzinho. Isso ai me ofende. Não sou um bom irmão? – Cooper reclamou.

– Poderia ser melhor. – o mais novo implicou recebendo um tapa do namorado.

– Bom, temos que ir. – Quinn murmurou já levantando do sofá – Não quero estar parecendo um cadáver maquiado amanha.

– Tudo bem. Vamos. – Frannie riu levantando, e os outros a imitaram – Senhores Anderson, foi bom conhecer vocês.

– Foi um prazer Frannie. – Jennifer apertou a mão da Fabray mais velha – Quinn, foi ótimo te conhecer.

– Igualmente senhora Anderson.

– Só Jennifer, querida.

– Senhor Anderson. – Quinn sorriu.

– Não me chame de senhor, por favor. Me sinto velho.

– Claro.

– Eu levo vocês até a porta. – Cooper sorriu para as loiras.

– Até segunda, meninos.

– Até Quinn.

Frannie se despediu das outras pessoas na sala e saiu com a irmã e o namorado.

– Até mais, Cooper. Frannie me dê à chave e eu te espero no carro. Se despeçam... Adequadamente. – Frannie entregou a chave para a mais nova rindo, e Quinn deu as costas aos dois, indo para o carro.

A loira entrou, colocou o sinto, e se inclinou para frente, ligando o radio e procurando por alguma musica boa.

– Vamos? – Frannie não demorou para entrar no carro.

– Por favor.

– Então, fui só eu, ou você também teve a impressão de que meus sogros gostaram mais de você do que de mim? – a mais velha perguntou quando viraram a primeira esquina e Quinn riu.

– Seja como for, Cooper é velho de mais pra mim, e eu e Blaine nunca daríamos certo. – brincou.

– Engraçadinha. Serio, eu os chamo de senhores Anderson e pra você é só Jennifer e Michael? Isso é, tipo, injusto. Eu sou a nora.

– Eu não sei não Frannie, mas acho que o problema é exatamente esse. Relaxa. Eles gostaram de você.

– Espero que sim.

***

– Hey, Quinn. – Rachel abraçou a namorada, que parecia nervosa – Preparada pra conhecer a loucura que é minha família? – brincou.

– Nem um pouco. – confessou.

– Relaxa. Eles são legais. – Rachel puxou a loira para sala, onde seus pais terminavam de arrumar as coisas que iriam levar – Pais, Quinn chegou. Vamos?

– Cinco minutos, Rach. – Hiram respondeu – Bom dia Quinn.

– Bom dia Hiram. Leroy. – Quinn sorriu para os dois.

– Olá Quinn. Como foi com a família do namorado da sua irmã ontem? – Leroy perguntou.

– Tudo tranquilo. Hey Rae, você sabia que o Blaine tem um irmão?

– O Cooper. Ele estava na sua casa a primeira vez que fui lá.

– Você sabia que o Cooper é irmão do Blaine?

– Você não? Espera ai, o que o namorado da Frannie tem a ver com isso?

– Frannie tá namorando o Cooper.

– Que mal lhe pergunte, quem é Blaine? – Leroy perguntou.

– Um amigo nosso, do glee. – Rachel respondeu.

– É isso que eu chamo de coincidência. – Hiram riu.

– Pois é. Foi estranho, sabe? Os pais dele lembraram da minha apresentação aquele dia e...

– Me deixa adivinhar. – Hiram pediu – Foi um ponto negativo contra Frannie.

– Não. Pelo menos eu acho que não. Mas eles me perguntaram sobre a musica.

– Eu aposto que metade das pessoas que estavam lá ficaram querendo saber por que aquela musica. – Leroy disse – Foi uma apresentação emocionante, Quinn.

– Aquele dia tinha tudo pra ser ótimo, mas acabou sendo uma droga. – Quinn murmurou puxando Rachel para ficar na sua frente, ao invés do seu lado, e a abraçando enquanto escondia o rosto no pescoço da namorada, arrancando um sorriso de Leroy.

– Vamos pensar só na parte boa dele, certo? – Rachel pediu acariciando a mão da namorada.

– Eu acho que é melhor pensarmos em hoje. – Hiram falou – Pronta para conhecer os outros Berrys, Quinn?

– Enquanto ninguém perguntar da minha família, acho que... Talvez.

– Não fique nervosa. Eles vão amar você. – Rachel disse inclinando a cabeça para trás para olhar a namorada.

– Você sabe, se eles te aprovarem, você automaticamente passa comigo também, agora, se alguém ficar com o pé atrás com você... – Hiram sorriu.

– Não liga pra ele Quinn.

– Para com isso Hiram. – Leroy mandou.

– Só estou dizendo a verdade.

– Não liga pra isso Quinn. Ele só quer te deixar nervosa. – Leroy disse – Vamos?

– Claro. – Hiram levantou do sofá sorrindo – Você trouxe uma roupa pra jogar, Quinn? Por que eu pretendo ficar no time adversário ao seu hoje.

– Espero que não fique decepcionado ao perder. – a loira sorriu.

– Mesmo? Por que eu sou especialista em paintball.

– E eu venci a Rachel sem nunca ter jogado antes.

– Você prometeu que não ia contar pra ninguém! – Rachel acusou.

– Não. Eu prometi não espelhar por ai. – Quinn disse.

– Dá na mesma. – Rachel murmurou cruzando os braços enquanto se afastava da loira e Quinn sorriu antes de puxa-la para perto novamente, a virando de frente para si e descruzando os braços da namorada – Me larga Fabray.

– Não. – Quinn deu um selinho na judia – Não vou te soltar até você dar aquele sorriso que só você tem e disser que me ama.

– Então vamos ficar aqui para sempre.

– Serio? – Quinn arqueou a sobrancelha – Por que eu não me importo em ficar assim pra sempre. Não quando é você quem tá aqui comigo.

– Me larga Quinn. – Rachel pediu enquanto tentava não sorrir.

– Não. – a loira respondeu passando o nariz pela bochecha da menor – Você tem um cheiro bom.

– Me larga Fabray.

– Nunca Rae. – murmurou descendo o nariz pelo pescoço da namorada.

– Quinn! – Rachel riu e a loira se afastou com um sorriso no rosto.

– Já te fiz sorrir. Agora só falta disser que me ama.

– Tenta me fazer falar. – Rachel cruzou os braços novamente, impondo uma distancia entre elas, ainda com um sorriso no rosto.

– Não preciso. Seus olhos dizem por você.

– Dizem, é?

– Dizem. Toda vez que você me ouve falar que te amo. – o sorriso no rosto de Quinn cresceu – E eu te amo, Rae.

– Eu também te amo. – Rachel sorriu antes de dar um selinho na namorada – Você é impossível sabia?

– Eu acho que elas esqueceram da gente. – as garotas podiam ouvir o sorriso na voz de Leroy.

Assim que ouviu a voz do sogro Quinn se afastou de Rachel coçando a nuca.

– Então... Vamos? – pediu.

– Claro. – Hiram falou – Estou louco para acabar com você.

– E eu pra usar meu equipamento. Acho que foi meu único presente de aniversario que eu não usei ainda. – Quinn disse e Rachel riu.

– Deixando meu presente de lado, Fabray?

– Se ajuda, ele foi o primeiro que eu vesti. – a loira passou o braço pelos ombros da judia e saiu da casa seguindo os sogros.

– Você vai comigo ou com seus pais? – Quinn perguntou assim que pisaram do lado de fora.

– Você não vai no carro com a gente? – Leroy perguntou.

– E perder a chance de dirigir meu carro por mais de dez minutos? Não mesmo.

– Vocês se importam? – Rachel perguntou aos pais.

– Não. Pode ir com ela. – Leroy disse.

– Eu sigo vocês. – Quinn disse indo com Rachel em direção ao seu carro.

Durante o caminho, enquanto Leroy ameaçava Hiram, para que ele não machucasse Quinn, a loira e Rachel iam conversando e rindo de coisas aleatórias.

Enquanto para Hiram os quarenta minutos de viajem pareceram uma eternidade, para as garotas pareceu passar em cinco minutos.

– Fomos os primeiros? – Quinn perguntou enquanto desligava o carro.

– Pelo visto sim. – Rachel disse e olhou para o relógio – Mas ainda estamos cinco minutos adiantados.

– Os outros vêm todos juntos?

– Alguns sim, outros não.

As garotas desceram do carro ao mesmo tempo que Hiram e Leroy.

– Então, temos planos para depois do jogo? – Quinn perguntou enquanto se aproximavam do carro dos mais velhos.

– Vamos almoçar por aqui e depois vamos todos lá para casa. – Hiram disse.

– Certo.

– Brody chegou. – Rachel disse apontando o carro que estacionava perto deles.

Não demorou para que o restante da família Berry estivesse ali também.

Quinn foi apresentada a cada um, apertou tantas mãos e abraçou tanta gente, sorrindo para todos, que seu rosto já estava começando a ficar dolorido.

– Tudo bem. Vamos jogar. – Hiram gritou por cima do barulho de conversas e o grupo começou a segui-lo em direção ao campo.

– Seus avos também jogam? – a loira perguntou para Rachel, observando a senhora que caminhava entre Hiram e Leroy.

– Eles bem que queriam, mas nós os proibimos há alguns anos.

– Então só vão assistir.

– Exato. – Rachel sorriu – Eles vieram mais pra te conhecer.

– Isso me deixa muito tranquila. – Quinn murmurou.

– Deixa de ser medrosa.

– Ah! Eu sou medrosa?

– É isso ai.

– Vem cá que eu vou te mostrar quem é medrosa.

Rachel correu por entre os parentes rindo com Quinn atrás dela, arrancando risadas e sorrisos dos outros Berrys.

– Vocês são namoradas ou duas crianças de três anos brincando de pega-pega? – Hiram gritou quando as duas passaram por ele.

– Deixa as meninas. – a avó de Rachel, Johanna, sorria olhando para as duas – A moça parece ser uma boa pessoa.

– Olha só, parece que podemos aprovar a garota. – Madison disse, começando a andar do lado do tio – Vovó nunca erra.

– Eu não gosto dela. – Hiram falou.

– Por que tio?

– Por que eu fui atrás de saber sobre ela. Não ouvi coisas muito boas.

– A garota ficou um pouco revoltada quando foi expulsa de casa, Hiram. – Leroy disse – É normal.

– Ela foi expulsa? – a mais velha quis saber.

– Foi. Quando se assumiu.

– Coitada.

– É. Mas a irmã mais velha pegou a guarda dela e a trouxe para Lima.

– Coitada. – Madison disse, fazendo os mais velhos rirem – Eu gostei dela. É simpática.

– Quinn é uma boa garota. Só nasceu na família errada.

– Ainda não gosto dela.

– Hiram, querido, pare com isso. Ela parece gostar de Rachel. Eu nunca vi minha neta tão feliz desse jeito. Elas são jovens, tem que aproveitar. E mesmo que não seja para sempre, e provavelmente não é, Rachel merece se apaixonar. Amar machuca, meu filho. Você sabe muito bem disso. Mas nós precisamos disso.

– Eu queria trancar Rachel em uma sala e deixar ela passar a vida lá, sem chance de se machucar.

– Se ela não se machucar, nem conhecer as pessoas erradas, como você acha que ela vai encontrar a certa?

– O que a senhora quer dizer?

– Se Quinn for a pessoa certa para Rachel, fico feliz por ela ter encontrado a garota tão cedo. Mas, se não for, talvez Quinn sofra tanto quanto ela quando terminar. Não é por que pode não dar certo que a garota não está dando seu melhor.

– Mas...

– Olhe para a sua filha, Hiram. Veja o sorriso no rosto dela e se conforme que ele é culpa de Quinn. Pense que não importa o que aconteça no futuro, é dos momentos que ela estava com esse sorriso que elas vão se lembrar. Faça o mesmo.

***

– Alguém me lembra de ficar no time da Quinn na próxima. – Brody reclamou quando estavam todos sentados em volta da mesa no restaurante do clube.

– Eu avisei. – Rachel riu.

– Joga há muito tempo? – um dos tios de Rachel perguntou.

– Essa é a segunda vez, na verdade. – Quinn sorriu.

– Estou me sentindo ainda pior agora. – Brody resmungou arrancando risadas dos outros.

– Olha, eu estou me sentindo um pouco idiota sendo a única na mesa com um cardápio. Vocês não vão pedir?

– Quinn, nós costumamos vir aqui pelo menos uma vez a cada dois messes nos últimos cinco anos. Ninguém aqui precisa de cardápio. – Rachel sorriu.

– Existe algum restaurante no qual você vá e ainda precise do cardápio?

– Alguns. – Rachel sorriu.

– Bom, me surpreenda, então. – Quinn piscou para a judia fechando o cardápio – E da próxima vez, eu escolho o restaurante. – disse arrancando risadas dos outros.

Hiram chamou o garçom e todos fizeram seus pedidos – e metade da mesa franziu a testa quando Rachel pediu o prato de Quinn.

– Você não é vegetariana? – Mason perguntou.

– A comida é boa e tudo mais, mas eu sou um pouquinho viciada em bacon. – a loira sorriu.

– É. Ela vai ter trabalho. – Madison riu.

– Do que vocês estão falando?

– Não. – Rachel encarou os primos e Brody riu.

– Por que não, Rachel? Ela tem que saber o que vai enfrentar. Ou ela já sabe?

– Cala a boca, Brody.

– Do que eles estão falando?

– Eu te falo depois, Q.

– Não fala não. – Hiram disse.

– Ok, eu estou ficando um pouquinho confusa aqui.

– Rachel vai te dar trabalho na cama, Quinn. – a avó de Rachel falou, fazendo as duas ficarem vermelhas.

– O que? – a loira gaguejou.

– De acordo com uma pesquisa o apetite sexual dos vegetarianos é maior. – Rachel resmungou – Metade dessa mesa aderiu à dieta por causa disso.

Mal Rachel terminou de falar, a maior parte dos Berry a estavam acusando de mentir sobre aquilo.

– Eles são sempre assim? – Quinn murmurou para Rachel.

– Não. Hoje estão tranquilos. – a judia sorriu – Dá pra pararem? Estão começando a assustar a Quinn!

– Se acostume garota. Somos disso pra pior. – Gregory, avô de Rachel, disse e a loira sorriu.

– Parece perfeito pra mim. – Quinn disse e Rachel encostou a cabeça no ombro da namorada, entrelaçando suas mãos em cima da mesa.

– Nos conte sobre você Quinn. – Johanna pediu.

– Não tem muito o que contar. – a loira deu um sorriso de lado – Tenho dezoito anos, moro com a minha irmã e só.

– O que você gosta de fazer? – Madison perguntou.

– Assistir series. Na verdade, eu acho que viveria somente delas e Rachel. – Quinn brincou e Rachel deu um beijo de leve no pescoço da loira, a fazendo se arrepiar.

– Que tipo de serie? – Mason perguntou.

– Todo tipo de serie.

– Assiste Game of thrones?

– O poder está onde os homens acreditam que ele está. – Quinn sorriu.

– Esquece. Vocês não vão começar a falar sobre game of thrones e me dar spoilers. – Rachel reclamou.

– Você assistindo serie? – Madison a encarou de boca aberta.

– E sua família, Quinn? – Franklin, pai de Brody, perguntou, interrompendo o assunto dos mais novos.

– Como eu disse, moro com a minha irmã mais velha, Franciele.

– E seus pais?

– Tio. – Rachel o repreendeu com os olhos e Quinn apertou de leve sua mão.

– Eles não me aceitaram. Não temos mais contato.

– Sinto muito.

– Vamos pra parte legal. Como vocês duas se conheceram? – Christine, irmã mais nova de Hiram, perguntou.

As garotas sorriram uma para a outra e Rachel começou a contar, olhando para a tia.

– As duas estamos no clube do coral...

– Na verdade – Quinn a interrompeu – nos conhecemos no aeroporto.

– Não trocamos mais do que algumas palavras lá. – Rachel disse.

– Não. Mas foi lá que você me chamou pra participar do coral. E eu fui por que não conseguia esquecer seus olhos.

– Você entrou no coral por minha causa?

– Por que mais eu iria? Você sabe que antes do glee eu só cantava no chuveiro e olha lá.

– Você nunca me disse isso antes.

– Por que eu não pensava em você como uma possível namorada. Bom, não conscientemente. Você sabe, eu ainda era meio apegada a minha ex. Mas eu não tinha outro motivo além do seu convite para entrar no coral.

– Eu amo você. – Rachel murmurou.

– Eu também te amo.

Rachel puxou o rosto de Quinn para si e lhe deu um selinho.

– Eu acho incrível a capacidade dessas duas de esquecerem que não estão sozinhas. – Hiram disse chamando a atenção de todos.

– Só preciso olhar nos olhos da Quinn pra isso. – Rachel confessou voltando a deitar a cabeça no ombro da namorada.

– E vocês tem planos pro futuro? – Johanna perguntou – Eu quero bisnetos. – disse fazendo os outros rirem.

– Nunca conversamos sobre isso. Não falando serio. – Rachel disse – Você quer filhos Quinn?

– Um casal, talvez. – a loira sorriu – Eu sempre quis ter uma filha chamada Beth.

– Beth é um nome bonito. – Rachel disse.

– Beth Fabray Berry. Soa bem.

– Casem primeiro. – Leroy pediu rindo.

– Quem sabe eu já não tenha comprado à aliança? – Quinn brincou – Casaria comigo, Rae?

– Na hora que você pedir.

– Eu quero ser madrinha. – Madison disse.

– E eu o padrinho. E façam o favor de arranjarem uma garota bonita pra entrar comigo. – Brody brincou.

– Façam-me o favor. Vocês namoram há o que? Dois messes? Não acham que tá cedo pra planejar o casamento? – Hiram reclamou.

– Pode ficar tranquilo, pai. Só estamos brincando. Por enquanto.

– Você me daria à mão da sua filha, Hiram? – Quinn perguntou – Não agora, mas no futuro, quem sabe?

– Me pede daqui dez anos e ai eu te respondo.

– Eu estava pensando mais em uns quatro ou cinco. – Quinn confessou.

– Conversamos quando for serio.

O garçom chegou com os pedidos, se desculpando pela demora, e o grupo comeu entre risadas e brincadeiras.

Foi impossível para Quinn não comparar aquele almoço com as reuniões que sua família fazia, onde o silencio só era quebrado quase uma hora depois que todos haviam acabado de comer, e somente por ela, a irmã, e os primos, que contavam os segundos para poder sumir da visão dos mais velhos e conversar, mesmo que em voz baixa para não atrapalha-los, sobre alguma coisa interessante.

Pouco mais de cinco minutos depois que o ultimo acabou de comer, o grupo pediu a conta e voltaram para os carros.

– Vai voltar comigo ou com seus pais? – Quinn perguntou andando com Rachel um pouco atrás do restante do grupo.

– Com você, claro. Vai lá para casa também, né?

– Não sei. Vou ligar para Frannie e falar com ela primeiro.

– Tá bem. – Rachel deu um beijo na bochecha da namorada e se afastou – Vou conversar com meus primos enquanto você liga. Te espero no carro.

– Ok.

Rachel correu e pulou nas costas de Brody, quase derrubando o garoto, sob o olhar atento de Quinn, que sorria.

A loira pegou o celular a ligou para a irmã, que atendeu no segundo toque.

– Hey, Quinn.

– Oi Frannie.

– Como estão as coisas por ai?

– Tudo ótimo. A família dela é bem legal.

– Fico feliz que esteja se dando bem.

– Cooper apareceu ai?

– Logo que você saiu.

– E o que ele disse sobre ontem?

– Parece que fui aprovada pela família dele.

– Eu te disse. – Quinn sorriu – Precisa de mim em casa?

– Por enquanto não. Por quê?

– Estão todos indo para casa da Rach, e eu quero saber s...

– Hoje o seu dia é pra conhecer a família dela, Q. – Frannie a interrompeu – Só volte pra casa até as dez, tá bem?

– Claro.

– Onde vocês estão?

– No mesmo clube que viemos quando fizemos um mês.

– Hum... Pensando bem, você podia me fazer um favor antes de ir pra casa dela, não é?

– Diga.

Já parados perto dos carros, os Berry esperavam por Quinn.

– Cadê ela? – Leroy perguntou.

– Ficou para trás pra ligar pra Frannie.

– Ela vai lá pra casa também?

– É o que ela foi descobrir. – Rachel disse e sorriu – E ai, o que acharam dela?

– Ela é uma boa garota. – Johanna disse.

– Essa irmã dela... É solteira? – Brody perguntou.

– Não. E você não vai chegar perto da Frannie. – Leroy disse e Brody levantou os braços em sinal de inocência.

– Tem nossa aprovação Rachel. – Gregory disse.

– Fico feliz em ouvir isso vovô.

– E ai vem sua loira, Rach. – Madison avisou.

– Falou com ela? – Rachel perguntou assim que Quinn se aproximou o suficiente para ouvir.

– Falei. Ela me pediu pra passar no mercado e levar algumas coisas pra ela antes de ir para sua casa.

– Vamos então.

– Se você quiser ir para casa, pode ir. Eu não vou demorar.

– Não quer minha companhia?

– É claro que quero. – Quinn riu a puxando para perto de si e a abraçando – Só achei que você ia preferir ficar com seus primos.

– Eles podem esperar. – Rachel piscou antes de ficar na ponta dos pés e dar um selinho na loira – Pais, nós vamos fazer duas paradas antes de ir para casa. Chegamos um pouco depois de vocês. – avisou se afastando da loira.

– Vão onde? – Hiram perguntou.

– Frannie me pediu pra comprar umas coisas e passar em casa para deixar.

– Não demorem. – Leroy pediu.

– Pode deixar.

***

– Frannie! – Quinn gritou entrando em casa, seguida de Rachel, com algumas sacolas na mão.

– Na cozinha.

– Vamos lá.

Assim que entraram na cozinha encontram Frannie na frente do notebook, um bolo já pronto em cima da mesa, e uma forma com massa em cima da pia, o que fez Quinn deduzir que alguma coisa ainda estava no forno.

– O que exatamente aconteceu aqui?

– Eu não tinha nada pra fazer, vi um livro de receitas jogado em cima da mesa, deu nisso. – a mais velha respondeu desviando o olhar da tela do computador para as garotas – Olá Rachel.

– Oi Frannie. Como você está?

– Bem. E você?

– Também.

– Pensei que Cooper ia estar aqui. – Quinn disse colocando as sacolas em cima da pia.

– Ele não pode ficar muito. E como está sendo com os Berry?

– Estou menos nervosa do que hoje de manha, pode apostar nisso.

– Eu disse pra Quinn ficar tranquila. – Rachel riu – Meus avos aprovaram você. – contou – E se eles aprovaram, acredite em mim, não vai ter um na minha família que vai ser contra. Inclusive meus pais.

– Isso me deixa mais tranquila. – Quinn sorriu – Bom, dissemos que não íamos demorar.

– Vamos também, Frannie. – Rachel chamou.

– Eu até iria, Rachel. Mas pra deixar essa bagunça aqui não vai rolar.

– Nós vamos indo então. – Quinn disse e deu um beijo na bochecha da irmã – Até mais tarde.

– Até. Tchau Rachel.

– Tchau Frannie.

– Até as dez, heim, Quinn!

– Sim senhora.

***

Na casa dos Berry, a família toda estava espalhada na sala conversando quando Hiram respirou fundo e resolveu saber o que realmente a família havia achado de Quinn.

– Nós já falamos, filho. – Johanna respondeu – Gostamos dela.

– Serio?

– Eu não entendo por que você não. – Gregory disse.

– Ela é minha menininha, pai.

– Tio, Rachel já tem dezessete anos. Você deveria ficar feliz por ela não ter namorado antes. – Brody riu.

– Filho, Quinn é uma boa garota. – Johanna pegou a mão do filho e a apertou de leve – Deixe sua filha viver, sim?

– Mas...

– Você a criou bem. Agora tá na hora de só sentar e ver o resultado. – Gregory falou – Eu tive que fazer isso com cada um de vocês. Agora é sua vez. Se ela precisar, vai te procurar.

– Seu medo é esse, Hiram? – Leroy perguntou – Por que nós dois sabemos que a ultima coisa que Quinn quer é tirar nossa garotinha da gente.

Hiram se limitou a suspirar.

Não demorou para as meninas chegarem e se juntarem a conversa.

Varias vezes naquela tarde Rachel pegou Hiram observando ela e a namorada, e sorriu para isso.

Aquilo só podia significar uma coisa: seu pai queria aceitar que Quinn era boa para ela, mas era teimoso de mais para isso.

A loira foi a primeira a ir embora, por volta das nove e meia da noite, e Rachel puxou os primos para o quarto para saber a opinião deles sobre a namorada.

A judia não podia ter ficado mais feliz com o que ouviu.


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Notas finais do capítulo

http://letras.mus.br/panic-at-the-disco/1517669/traducao.html

Próximo capítulo temos Santana fazendo Quinn passar vergonha! Hahaha
E aí? O que acharam do capítulo?