– Ela realmente ficou brava?

– Tá brincando? A garota já devolveu o uniforme.

– Pensei que Sue não ligava pra quem leva raspadinha.

– Ela só liga se for uma líder. E, ainda assim, costuma fazer vista grossa quando eu e San levamos um ou outro.

As cinco garotas conversavam sentadas na arquibancada.

Fazia alguns minutos que Quinn tinha voltado para o campo, depois de ficar quase uma hora na sala de Sue. E, pela cara dela, a coisa não tinha sido boa. Para a garota.

– Vocês são um grupo. Não sei como conseguem ferrar umas as outras. – Rachel disse.

– Estamos no time da Sue, Rachel, não do Sr. Shue. – Santana disse – Aqui, se você der sorte, é cada um por si. O máximo que essas garotas cooperam uma com a outra é para ferrar uma novata, ou aprontar alguma pra cima de alguém.

– Acho que até o time de futebol é mais unido do que elas. – Brittany comentou.

– Eles pelo menos tentam. – Quinn deu de ombros – Bom, vamos lá, que Rachel ainda tem que me deixar em casa e eu tenho certeza que todo mundo aqui quer ir embora.

– Não falou com a Frannie sobre a carteira?

– Falei, Santana. Mas carteira não se tira de um dia para o outro.

– Tá certo, estressadinha. Sabe o que aconteceu com os jogadores?

– Saíram do time. – Brittany respondeu.

– Você vai ter que aguentar muita gente com raiva no seu pé, Quinn. – Dani comentou.

– Eu poso lhe dar com alguns engraçadinhos medidos a pode tudo.

– Alguns? Já foram cinco jogadores expulsos. E duas lideres. – Santana disse.

– Duas?

– É, anã. Quando sua namorada entrou, nossa antiga líder saiu.

– Santana, pela ultima vez, sua latina mal desenvolvida, eu e Quinn não namoramos.

– Latina mal desenvolvida?

– Tá na hora de te encontrar apelidos novos. – Rachel deu de ombros.

– Piloto de fliperama, você é péssima nisso.

– Não sou tão ruim assim.

– É sim, pintora de roda pé. Eu te dei dois nomes novos e bons, miniatura de smurf, enquanto você se matou para pensar em um que não deu resultado.

– Relaxa. Eu vou te ajudar a encontrar um apelido novo pro Satan Latino ai. – Quinn riu.

– Viu! Ela leva jeito. Mas, olha só, projeto de loira do banheiro, é melhor ficar fora disso.

– Tá. Vocês se amam, já deu pra perceber. Agora, parem com tantos elogios, por favor.

– Eu não sei vocês, mas eu vou seguir o conselho da Fabray e vou embora. – Santana disse, levantando – Vamos, Dani?

– Claro. A gente se vê amanha, povo.

– Eu também já vou. – Brittany falou, praticamente pulando da arquibancada.

– Quer carona? – Santana ofereceu.

– Não precisa. Vou dar uma corrida até em casa.

– Você quem sabe.

As três se afastaram e Quinn olhou para Rachel.

– Então...

– Vamos. Eu te deixo em casa.

– Nada disso. Quero saber o que o Hudson tentou na hora do coral. Eu vi que toda hora ele tentava falar com você. Já estava me irritando. Imagine você.

– Nada que valesse minha atenção. – Rachel suspirou – Por que ele tinha que ser tão idiota?

– Por que ele é homem. Tá no DNA dele. Esse é um dos motivos pelos quais eu prefiro mulheres. Está praticamente no topo da lista.

– E você tem uma lista de motivos para ser lesbica? – Rachel segurou a risada.

– É claro. E também tenho uma lista de motivos pelos quais nós existimos.

– Muito engraçada , Fabray.

– Voltando pro Hudson... Posso dar uns tapas nele?

– Não quero que se meta em mais confusão, Quinn. Já bastam as que você se meteu sozinha.

– Você quem sabe.

– Vem, vamos embora.

– Tá. Me espera no carro. Esqueci uma coisa no vestiário . Vou buscar e já te encontro lá.

– Tudo bem.

Assim que Rachel se afastou o suficiente, Quinn pegou o celular e procurou pelo numero de Santana na agenda.

– Me ama mesmo, heim loira. – a latina atendeu no terceiro toque – Acabou de me ver e já tá ligando? O que houve?

– Você sabe quando os jogadores treinam?

– Logo depois da gente. Por quê?

– Vamos chegar um pouco mais tarde em casa amanha.

– Vamos?

– É isso ai, latina. Eu e você vamos ensinar o Hudson como tratar bem uma mulher.

– Olha só, loira, eu to dirigindo, então vou desligar. Mas, se envolver sangue do boneco de posto, pode contar comigo.

– Sem violência. Só... Vingança.

– Conversamos mais tarde, por que, se eu sofrer um acidente, a culpa é sua.

– Ou sua que atendeu.

– Eu não...

– Tchau Quinn. – a voz de Dani substituiu a de Santana segundos antes de a ligação ser encerrada.

***

– Eu estou decepcionado com vocês! – Will gritou.

– Ora, William. Foi só uma brincadeira. – Sue revirou os olhos.

– Na sua opinião, Sue. Na minha foi uma falta de respeito com a família que formamos no glee club.

– Mas o jeito que o Finn tratou a Rachel não foi? – Quinn revidou.

– Eu ainda to tentando descobrir por que eu estou aqui. – Rachel disse.

– É uma boa pergunta. – Quinn disse – Rachel não tem nada a ver com isso.

– Mini Barbra, cai fora. – Sue mandou.

– Não a chame assim. – Will disse, revirando os olhos.

– O que, exatamente, aconteceu? – Figgins perguntou, atraindo a atenção dos outros.

– Quinn e Santana pregaram uma peça em um jogador de futebol. – Sue disse.

– Elas colocaram pó de mico na cueca do Finn. – Will disse.

– Só uma brincadeira. – Sue respondeu como se não fosse nada de mais.

– Ele tem alergia á pó de mico.

– E como a gente ia saber disso? – Santana perguntou.

– E o que a senhorita Berry acha disso? – o diretor perguntou.

– Foi irresponsável. – Rachel respondeu.

– Obrigada. – Will suspirou.

– Mas muito engraçado. – mal Rachel terminou de falar, as garotas começaram a comentar o modo como Finn correu pela escola, só de cueca e meia, entre risadas.

– Não foi engraçado! – Will gritou.

– Ah! Foi sim. – Sue também ria.

– Sue, você não deve incentivar esse tipo de coisa. – Figgins disse – Garotas, isso foi extremamente errado. Will, elas não sabiam que o garoto tinha alergia!

– Isso não diminui o que elas fizeram.

– Errado, William. Não justifica, mas diminui a culpa das garotas consideravelmente.

– Senhorita Fabray, acho que você já visitou minha sala vezes de mais pra quem está aqui há apenas algumas semanas.

– Em minha defesa, essa é a primeira vez que a culpa é minha.

– O que você vai fazer? – Will perguntou para o Figgins.

– Eu pensei em uma semana de suspensão.

– O que? Não! – Quinn praticamente gritou – Meu histórico é quase perfeito! Você não pode me dar uma suspensão e ferrar com tudo!

– Pensasse nisso antes de aprontar. – Will deu de ombros.

– A garota tem razão. Foi só uma brincadeirinha. – Sue defendeu.

– Não foi só...

– Os integrantes do glee levam banho de raspadinhas há anos nesse colégio, e ninguém nunca falou nada. Esse pó de mico era tão perigoso quanto. Não sabíamos que ele tem alergia, tá bem? As coisas não deveriam ter saído assim... Não completamente.

– Não tente justificar seu erro com o erro dos outros.

– Com o de vocês, eu justifico sim. Se for para suspender eu e Santana, cada jogador, líder de torcida ou o diabo á quatro que jogou uma raspadinha em alguém do glee deveria ser suspenso também.

Dez minutos depois, Quinn e Santana saíram da sala do Figgins, seguidas de Rachel, apenas com a bronca que tinham levado.