"And tell me that I'll see you again

'Cause I don't know if I can let you go

[...]

I'm dying just to see you again"

Do lado de dentro do carro não estava um frio de 15 °C. Annabeth sentira um calor reconfortante ao se sentar no banco do passageiro do carro de Percy, que, depois de abrir a porta do carro para ela, agora já ligava o carro e aparentemente o ar condicionado também - explicando o ar mais quente ali , e o radio que, imediatamente preencheu o carro ao som de The Beatles.

"And I Love Her" começou a tocar em um volume baixo e tranquilo.

Annabeth gostava da musica. Ela era um tanto melancólica mas de uma forma tranquilizante que a agradava a garota

Ela percebera pelo canto do olho Percy murmurando o que parecia ser a letra da musica, sem qualquer som.

Pronto. Mal estava com ele novamente e já não conseguia parar de olha-lo.

Mas a culpa não era dela. Era dele.

Ele, que parecia não ser de verdade. Surgira do nada, e Annabeth tinha suas duvidas se ele não era algum tipo de fantasia da cabeça dela .

Ele era bonito demais. Educado demais. Inteligente demais. Gentil demais.

Resumindo: Perfeito demais.

No entanto, lá estava ela, normal demais, saindo com ele.

Era algo totalmente sem sentido na opinião dela.

– Então, foi impressão minha ou você ficou surpresa com a minha ligação de hoje mais cedo? - Disse ele, interrompendo os pensamentos dela.

Ela o olhou:

– Não foi impressão sua. Eu fiquei mesmo surpresa.

Ele arqueou as sobrancelhas escuras:

– Eu lhe disse que iria ligar.

– E eu achei que você iria esquecer.

– Eu não esqueço das coisas.

Ela sorriu.

– Sim, agora eu percebi.

O carro parou diante de um cruzamento, esperando o sinal abrir.

– Mas - Começou ela - Você não me disse aonde vamos.

Dessa vez Percy que sorriu.

– Já ouviu falar do Hyde Park?

– Claro que sim. É um dos parques reais.

– Exatamente - Confirmou ele - O que acha de darmos uma volta por lá?

(...)

Percy achara uma vaga para estacionar seu carro não muito longe da entrada do parque. Depois, claro, de abrir a porta do passageiro para Annabeth, eles seguiram a uma distancia razoável um do outro ate a entrada.

Annabeth ficara simplesmente fascinada. Mas ele não a julgava, o lugar era mesmo lindo, principalmente naquela estação, a Primavera. E era de se esperar mesmo que os olhos cinzas dela brilhassem ainda mais, já que se tratava da primeira vez dela no local.

O Hyde Park estava mais bonito e elegante do que Percy possivelmente se lembrava.

Crianças corriam para lá e para cá, pessoas andavam de bicicleta, turistas tiravam inúmeras fotos, casais apaixonados andavam abraçados.

Um dia comum naquele lugar.

– E aí? - Perguntara Percy para Annabeth.

– É lindo, eu... não sei como nunca vim aqui, levando em consideração que moro à quase 4 anos em Londres.

– Eu acho que você só precisava de um guia, e aqui estou eu. - Arriscou ele.

Ela riu - Talvez seja isso.

– Está vendo? Você teve até um pouco de sorte por me conhecer - Disse ele com um ar vitorioso.

– Até porque - Ela começou a explicar - Você me leva a pontos turísticos.

– Só isso? Eu achei que você fosse dizer que era porque eu era legal, simpático e tudo mais - Disse ele fingindo estar magoado.

– Pode ser isso também - Acrescentou ela.

– Ah, muito obrigado, eu ate me sinto melhor.

– Tá, agora eu quero conhecer cada canto que você conhece desse parque - Ela disse o encarando .

– Tudo o que você quiser, Srta. Chase - Respondeu ele sorrindo amplamente.

(...)

– Você tem mais algum lugar pra me levar? - Perguntava Annabeth enquanto eles saiam juntos do Hyde Park.

– Bem, eu pensei em irmos na Trafalgar Square aqui perto e depois na London Eye, um pouco mais longe.

Ela arregalou os olhos um tanto surpresa.

– Você vai me levar à London Eye?

– Você não quer ir? - Respondeu Percy com outra pergunta, quase morrendo de vergonha por te sugerido algo que ela pudesse não gostar.

– Quero. Claro que eu quero.

Ele tentou esconder o alivio que sentira por não ter dado uma mancada.

– Então ótimo. Damos uma volta na praça da Trafalgar e vamos pro centro depois. - Finalizou ele.

(...)

Eram 18:20 h quando Percy conduzira Annabeth de volta pro carro.

Era uma boa hora para se ir à maior roda - gigante do mundo (pelo menos, era a maior ate o momento), o céu já estava escuro, mas a cidade estava mais iluminada do que nunca. Daria uma boa vista la do alto.Apesar de ser sábado, o transito para o centro não estava tão ruim. Percy tinha certeza que durante a semana aquilo ali era pior.

(...)

Londres em si já era incrível, isso ninguém poderia negar, mas o centro era o mais bonito na opinião de Percy. Cheio de monumentos, cheio de lojas, bares e prédios. Não que nos outros bairros não houvesse aquilo, mas o centro era ainda mais movimentado, mais iluminado. E Percy gostava disso. Annabeth visivelmente também. Ela lhe contara que já fôra diversas vezes ao centro, mas só vira a imensa Roda-Gigante . Nunca fora nela realmente.Talvez fosse bobagem. E Percy achava mesmo que fosse, mas ele se sentia mais do feliz por ser o primeiro a leva-la até lá.A expressão facial dela quando pararam diante da London Eye fôra tão adorável que ele queria que ficasse eternizada ou algo do tipo.

– Annabeth Chase - Ele disse formalmente - Lhe apresento a tão famosa London Eye. Satisfeita?

– Percy, não acredito que você realmente me trouxe aqui. Serio, nem sei como te agradecer.

– Sinceramente, não acho que você precise agradecer, só sua companhia já foi suficiente para mim.

– Acho que minha companhia nunca valeu tanto para alguém .

Ele riu e mudou de assunto:

– Então, chega de papo, quem quer dar uma volta na incrível London Eye? - Perguntou sorrindo tolamente para ela.

(...)

Imagine Londres. Agora a imagine a noite, iluminada, vista do alto, mas do alto mesmo, em uma visão panorâmica de 360°.Aquela imagem era indescritível na opinião de Annabeth. Estava tão maravilhada com a vista em si que nem se importou com relação à altura em que estavam. Percy a contara que não era um fã de altura mas ali estava ele do lado dela, aparentemente bem, tranquilo e é claro, bonito como sempre.

"Não foca nele, foca na vista. Foca na vista". Pensava ela enquanto passava sua atenção para o Rio Tâmisa, à margem da incrível roda-gigante.

– Fala sério, isso aqui não é legal? Eu poderia passar o resto da minha noite só olhando la para baixo - Murmurou Percy ao seu lado.

– Você já veio muitas vezes aqui? - Perguntou ela, inclinando o rosto na direção dele.

– Algumas. Meu pai me trazia bastante quando eu era criança.

Ela sorriu imaginando uma versão mini daquele Percy ao seu lado. Ele devia ter sido uma criança adorável. Então ela o viu olhando para nenhum ponto especifico, como se estivesse recordando algo e preferiu não o interromper.

(...)

Quando eles estavam saindo, Percy a ofereceu o braço gentilmente e ela o segurou, surpresa novamente por ele ser dessas coisas totalmente educadas dos seculos passados. Um total cavalheiro.

– Feliz por eu não ter te sequestrado até agora? - Ele disse em tom de brincadeira.

– Imensamente, apesar de que, não acho que você me aguentaria por muito mais tempo.

Ele a olhou:

– Por quê? Eu achei sua companhia incrível, se você quiser , posso ser seu guia todo dia, não vou me importar nem um pouco.

–Você gosta mesmo de sair por ai mostrando lugares da cidade para garotas como está fazendo nesse exato momento comigo?

– Agora que você falou, acho que vou começar a sair pelas ruas recolhendo essas garotas e cobrando no final do dia pelo passeio.

– Aah! Então eu vou ter que pagar por esse passeio?

– Você não, porque de garotas bonitas eu não cobro - Ele virou o rosto na direção do dela, e Annabeth pensou que nunca vira olhos verdes tão lindos como os dele - Eu tenho certeza de que não há nenhuma mais bonita que você nessa cidade inteira.

Ela se limitou a revirar os olhos, com um sorriso descrente no rosto.

– Você está completamente enganado.

– Sei que não estou - Ele insistiu e os dois se separaram quando chegaram ao carro de Percy, que, mais uma vez não perdeu tempo abrindo a porta para ela, como fizera antes.

– Se lembra do meu endereço? - Perguntou ela quando ele deu a partida no carro.

– Sim, me lembro, aliás, o Maida Vale é um ótimo bairro.

– Eu gosto.

Então a volta foi silenciosa, tirando pela a música do rádio ao fundo, que ainda tinha musicas do The Beatles.

(...)

– Pronto Srta. Chase, você está entregue sã e salva - Percy falou parando o carro em frente ao condomínio de Annabeth.

– Muito obrigada por não me matar ou algo do tipo.

Ele riu balançando a cabeça.

– Você não pode ter realmente achado que eu fosse fazer alguma coisa.

– Olha, Perseu - Ela pronunciou o nome dele e não o apelido - Se você tentasse qualquer coisa eu seria obrigada a tomar atitudes que doeriam um pouco.

Ele não aguentou, imaginar Annabeth possivelmente atacando alguém era algo, no minimo, hilario na opinião de Percy. Logo ela tão delicada e aparentemente frágil, teve que rir da cara dela.

– O que foi? - Ela perguntou

– Você não seria capaz de atacar alguém, isso não é possível.

– É o que você acha. - Protestou ela.

– Tudo bem, deixemos isso de lado agora. Mas, então, como você viu que eu sou um rapaz bom e tudo mais, não acha que eu mereço uma recompensa por ao menos não ter matado ou sequestrado ninguém hoje?

– Depende do que você quer - Devolveu ela

– Não é difícil - garantiu ele - Pelo menos, eu acho que não.

– O quê é?

Ele se debruçou sobre o volante e olhou na direção dela.

– Diga que nos veremos de novo e para mim é o suficiente.

Annabeth lhe dirigiu um sorriso singelo e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele voltou a falar:

– Tudo bem, esqueça. Acho que me precipitei. Desculpe - E com isso abriu abruptamente a porta do motorista dando a volta no carro para fazer o mesmo com a porta do passageiro.

Ela saiu e olhou para ele:

– Nos veremos de novo - Afirmou ela para a nítida surpresa dele - Mas devo lhe avisar, Percy, você vai se enjoar da minha cara.

– Impossível - Disse ele sem conseguir tirar o sorriso do rosto.

– E obrigada por hoje.

– Não há de quê.

– Tchau - Ela disse acenando para ele enquanto ia em direção à entrada

Ele acenou de volta e , antes que ela pudesse entrar gritou:

– Annabeth?

Ela se virou para trás.

– Eu espero que não demore. - Disse ele, e com isso ela se limitou a sorrir e entrar pelo portão do moradores, balançando a cabeça numa tentativa de organizar os pensamentos.