–Tivemos um feriado bem agitado – diz Elijah.

Ele e seus pais já estão voltando para a Alemanha, estamos em frente de casa, meus pais se despedindo dos dele e nós dois em um canto mais afastado.

–É, me desculpa...

–Foi ótimo – diz dando um sorriso.

–Você levou um soco – digo.

–Menos essa parte – ele faz uma careta e rimos juntos.

Solto um suspiro.

–Sei que o que eu te disse deve ter te surpreendido, depois de tantos anos eu me declarei para você... Eu só quero que você siga sua vida, sei que nós dois nunca vai dar certo, estou morando em outro continente, e você ama outro homem, e...

–Podemos tentar – seguro sua mão – eu quero tentar.

Seu olhar de tristeza aparece.

–Lena – ele acaricia meu rosto – você está me dizendo isso porque quer esquecer o Stefan, eu entendo, já fiz isso...

–Não! Eu quero Elijah, dê uma chance a nós.

Ele fica calado, olhando fixamente para os meus olhos.

–Isso não é justo comigo... Você não me ama, isso só vai me machucar e talvez você nem consiga supera-lo, devemos continuar como amigos e quero que você seja feliz, arranje alguém que a ame mais que tudo – ele dá um beijo demorado em minha bochecha – e quando precisar de um amigo, é só me ligar.

Lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto, o abraço imediatamente. Irei sentir tanta falta dele. Provavelmente ele está certo, eu disse aquilo de namorar ele para esquecer o Stefan, não amo o Elijah dessa maneira, para mim é só um grande amigo, eu só iria machuca-lo se namorássemos.

–Vou sentir sua falta – digo soluçando.

–Eu também – diz com a voz trêmula.

Ele se afasta e vejo uma lágrima descer pelo seu rosto.

–Eu volto assim que puder, eu prometo – dou um sorriso e ele entra no táxi.

Depois dele entrar, seus pais fazem o mesmo e o táxi dá partida, e some da minha vista.

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Estou sentada no sofá com a minha mãe, estamos assistindo um filme de comédia romântica, como sempre, é a nossa categoria preferida. A campainha toca.

–Filha, atende lá, Katie está doente e não pôde vir hoje – diz minha mãe.

–Tá bom – digo emburrada e cheia de preguiça.

Levanto-me do sofá e caminho até a porta, abro-a e vejo Katherine. A raiva começa a dominar meu corpo, estou fuzilando-a pelos olhos, a única coisa que quero é bater nela até ela perder a consciência, arrancar esse cabelo cacheado loiro, e... Calma Elena, mostre que é superior, que não se importou com o fato dessa vadia ter transado com o seu ex-namorado.

–Oi Katherine, você por aqui? – digo com o sorriso mais falso do mundo.

Ela dá o mesmo sorriso.

–Vim falar com o Stefan – diz com a maldita voz de vadia, com esse batom vermelho escuro, com roupas apertadas e curtas, dando esse olhar de vagabunda, fazendo todos os gestos que mostram que ela é... Elena, respira fundo.

–Vou chama-lo – digo – só não entre em minha casa – dou as costas para ela e entro no quarto de Stefan, quase arrancando a porta da parede, ele se assusta dando um pulo da cama – sua putinha está te esperando lá na porta.

Ele senta na cama e me olha confuso.

–Quem? – pergunta.

–Sua doce e amada Katherine – digo com ironia.

Ele fica calado me olhando, sem expressão.

–Vai ir falar com ela ou não? – pergunto cruzando os braços.

–Vou – ele se levanta e pega uma camiseta no guarda-roupa, e anda em minha direção e posso observar aquele maldito e maravilhoso abdômen, onde já dormi em cima e fiz outras coisas que... ELENA FOCO!

Ele veste a camisa e fica parado em minha frente, me olhando.

–O que foi? – pergunto.

–É que você está muito linda – diz com um sorriso.

Reviro os olhos e dou passagem para ele, ele fecha o sorriso e sai do quarto, ele caminha até a porta e eu o sigo.

–Oi meu amor – diz Katherine se aproximando dele e passando suas mãos em seu peitoral, coberto pela camiseta.

Não sou obrigada a ver essa cena nojenta.

–Conversem, ou façam o que quiserem, LÁ FORA – digo e dou as costas para eles, volto para a sala e volto a assistir o filme, como se não tivesse ocorrido nada.

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–...digamos que impressionei muito o pai – diz Jeremy.

Estamos almoçando juntos, não fazemos isso há meses, eu amo estar perto do meu irmão, é como se eu esquecesse de todos os meus problemas exteriores, ele sempre me faz sorrir e dá os melhores conselhos, mesmo sendo o irmão mais novo.

–Olha, que orgulho do meu irmãozinho – digo em sua frente, dou uma garfada na minha comida.

–Você está bem faminta não? – pergunta.

Dou de ombros.

–Faz tempo que eu não te vejo assim.

–Deus, como isso é bom – digo de boca cheia.

Ele ri da minha gula.

–Saudades dessa minha irmã.

Tomo um gole do meu vinho.

–Ela voltou, está muito feliz e rindo dos problemas – digo.

–É assim que eu gosto – diz sorrindo.

Dou outra garfada.

–Precisamos fazer isso mais vezes, você conhece os melhores restaurantes de Mystic Falls – digo.

–Sempre que eu conseguir tempo, eu prometo.

Conversamos sobre diversos assuntos, dos mais sérios até os mais hilários, nem vimos a hora passar e provavelmente eu deixei uma conta enorme, porque não sei como consegui comer tanto!

–Então vamos? Tenho uma reunião as três – diz olhando o relógio e se levantando da cadeira.

–Tudo bem, homem de negócios – ele ri.

Levanto-me e vem uma tontura, apoio-me na mesa e abaixo a cabeça.

–Lena? Lena, você está bem? – diz Jeremy preocupado, me segurando pela cintura.

Ergo minha cabeça e olho para ele, a preocupação é visível em seu olhar.

–Estou, foi só um mal estar, eu... – sinto uma ânsia de vômito – preciso ir ao banheiro – corro até o banheiro o mais rápido possível, o primeiro assento sanitário que vejo, me ajoelho em sua frente e vomito.

–Lena! – escuto a voz de Jeremy atrás de mim.

Ele coloca sua mão em minha costa e massageia, enquanto eu respiro fundo.

–O que aconteceu? – pergunta ele preocupado.

Puxo o papel do recipiente que está preso na parede, passo em minha boca e continuo a respirar fundo.

–Eu... Eu não sei, algo deve ter me feito mal, devo ter comido demais.

–Está melhor?

–Acho que sim.

Ele me ajuda a levantar, e caminha me segurando pela cintura até a pia.

–Estou bem – digo olhando para ele.

Ele concorda com a cabeça e tira seu braço da minha cintura. Ligo a torneira e molho minha boca com água, e depois lavo meu rosto, faço um coque no alto da cabeça.

–Estou bem melhor – digo dando um sorriso convincente.

Ele solta um suspiro.

–Tem certeza? – pergunta.

–Sim, qualquer coisa eu vou ao hospital, relaxa.

Ele concorda com a cabeça, saímos do banheiro, pagamos a conta e voltamos para casa.

POV Stefan

Parece que tudo está querendo que Elena me odeie, tudo bem que eu queria isso para protege-la, mas ela está me odiando mais a cada momento que passa, ainda mais com a Katherine aparecendo hoje e se insinuando para mim, e mesmo que eu quisesse afasta-la de mim, não podia fazer isso na frente da Elena, e ainda ver aquele olhar de dor e ódio faz meu coração partir em pedaços, porém é melhor ele partir em pedaços, do que ele ser destruído por completo se ela morrer. Resumindo, Katherine veio hoje tentando alguma coisa comigo, porque ela pensou que depois de ter se declarado para mim, eu cederia, mas para o azar dela, aquilo não mexeu comigo, afinal meu coração é só de uma única mulher.

E sim, ás vezes eu não me controlo, eu olho para os lábios de Elena desejando beija-los, ou fico observando-a e vendo o quão ela é linda, e isso pode acabar com o disfarce, só que é algo que não tenho controle, quando percebo já fiz.

Caminho pelo meu quarto, abro a primeira gaveta da minha cômoda e vejo a pequena caixa preta de veludo, a pego e sento-me na cama, abro-a e vejo o anel que eu planejava dar a Elena quando eu fosse pedi-la em casamento, porém todos esses acontecimentos atrapalharam. Por causa desse anel que eu não paguei os traficantes, todo o dinheiro que eu estava ganhando com o salário (bem alto, que um motorista nunca ganharia aquilo), eu guardava para comprar essa joia e propor a única mulher que eu amei de verdade na vida, só que agora não posso fazer isso, tudo por causa daqueles malditos, e talvez eu nunca mais possa, provavelmente ela nunca irá me perdoar, e a única coisa que vou poder fazer é guardar esse anel em uma gaveta, e deixa-lo lá como uma lembrança de ótimos momentos que tive com ela, na verdade, os melhores momentos da minha vida. Algumas lágrimas descem pelo meu rosto e caem sobre a caixinha.

Meu celular toca, respiro fundo, seco as lágrimas, o pego em cima da minha cama e atendo.

–Alô? – digo.

–Olá meu velho amigo, Stefan.

Reconheço a maldita voz.

–Se você resolver ligar para mim novamente, eu juro que te mato!

–Calma, calma, venho com uma oferta de paz.

–Nunca se tem paz com você por perto, Tyler.

–Nossa, assim você me ofende – diz ironicamente.

–O que você quer?

–Primeiramente quero me desculpar por ter feito aquilo com a mulher que você ama, aquilo foi um...

–Não perdoo, prossiga para o que você realmente quer – digo sem paciência.

–Tudo bem, eu tenho uma ótima proposta para você, pago em volta de duzentos mil dólares, se você matar um homem para mim.

–Eu topo, quem é? – digo sem nem pensar duas vezes.

A linha fica em silencio, provavelmente ele ficou surpreso com a minha resposta.

–Eu te dou todos os dados dele pessoalmente, é muito perigoso falar pelo telefone – diz animado.

–Tá, amanhã te encontro ai na comunidade ás duas da madrugada.

–Fechado.

–Ótimo.

–Fico feliz que... – desligo o telefone, não me importo com nada que ele vá falar.

Sim, eu aceitei matar um homem depois de tanto tempo, depois de eu conseguir finalmente me redimir, mesmo que eu tenha matado aquele outro, era uma situação diferente, ele iria matar meu irmão, agora vou matar por dinheiro e sinceramente não me importo, a única coisa que consigo pensar é em salvar o Damon e Elena, e finalmente poder pedi-la em casamento, com esse dinheiro poderei pagar minha divida e ainda sobrar bastante para comprar as alianças. Ela não precisa saber, só vou pagar e depois de tanto tempo finalizar com essa maldita divida.