Justine Delohti e o mistério de Pandora escrita por Polliana Nolasco


Capítulo 15
Capitulo 15 - Em que Justine recebe uma herança inesperada




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Justine permaneceu em silencio. Aquele comentário a assustava.

— Mas quem, exatamente, é o pai dela?

— Você quis dizer seu avô? – Disse Teddy, querendo enfatizar sua conclusão.

— Tanto faz. Quem é o pai dela? – Insistiu Justine.

— Nós só temos suspeitas... não nenhuma certeza. – Disse Harry.

— Tá. E quais são as suspeitas de vocês?

— Nós achamos... – Teddy foi interrompido.

— Melhor você não saber agora. – Disse Harry com cautela.

— Mas, senhor... Estamos falando do meu suposto avô. Eu devo saber.

— Sabe Justine... Um bruxo me disse uma vez que para cada coisa á seu momento, e sabe quem foi esse bruxo? Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore. O maior bruxo de todos os tempos...

— E o mais sábio também. – Disse Teddy.

— Quando você estiver pronta você saberá... Agora, Teddy e eu temos que ir, e você devem dormir, amanhã será um grande dia.

Eles atravessaram o salão e saíram, sem fazer barulho, pela enorme porta.

Justine estava sem sono, aliás, como poderia dormir depois de descobrir que as pessoas que ela chamara de pais não eram quem ela pensava. Ela não sabia o que fazer em relação aquilo tudo.

Ela passou os olhos pelo imenso e escuro salão. Ela olhou em sua escrivaninha e viu o livro, o pergaminho e a pena que Rose deixara para ele fazer o trabalho de DCAT. Ela decidiu escrever uma carta para seus pais.

Ela pegou a pena e o pergaminho. Olhou e pensou várias vezes no que escrever. E então, começou:

“Querida, mamãe.

Há muita coisa acontecendo comigo em Hogwarts este ano. Não está nada fácil, e eu gostaria muito de estar aí com a senhora, ou que a senhora estivesse comigo, ou que Hogwarts fosse mais tecnológica e eles nos deixasse usar celulares.

Mãe, tenho algumas perguntas á fazer, perguntas sobre o meu passado, mas não sei como perguntar e nunca fui boa em fazer rodeios. Vou direto ao ponto. Desculpe se eu parecer grossa, mas tenho que saber... Mamãe, quem são meus pais verdadeiros?

Justine, sua filha.”

A carta para sua mãe estava pronta. Justine pensou bem em CAD palavra, pois ela sabia o quão sua mãe era frágil. Já na carta de seu pai, Justine não pensou duas vezes antes de começar á escrever. Ela sabia que com seu pai ela podia ser totalmente direta.

Ela começou á escrever:

Papai,

Minha cabeça esta uma bagunça!

Vou ser direta. Quem são meus pais verdadeiros?

E já digo logo, não venha com desculpinhas, não sou mais criança! Agora sei que eu não sou filha de vocês, pelo menos não de sangue. Preciso saber. Me diga, quando pretendiam me contar? Quando eu tivesse meus filhos, ou me formasse em Hogwarts. Agora entendo porque eu não recebi nenhuma carta igual aos outros estudantes... Vocês já sabiam que eu era uma bruxa!

Vocês eram os únicos em quem eu confiava... Por favor, pai, se o senhor ainda quer manter essa misera confiança, me diga a verdade!

Justine, sua filha.”

Ela enrolou os dois pergaminhos e colocou-os em baixo do travesseiro para mandá-los assim que acordasse pela manhã.

Justine ainda não conseguia dormir. Lágrimas se formavam em seus olhos e ela as enxugava rapidamente. Ela odiava chorar, e sempre foi assim desde pequena. Ela começou a lembrar dos momentos que passara com seus pais, cada momento que ela passou a considerar preciosos quando eles se separaram.

De repente, Justine ouviu um barulho seguido se um grunhido. Ela se virou e tomou um susto com a figura esquelética que via.

— Desculpe, senhora. Bouchie não quis assustá-la.

A figura era baixa demais, usava um vestido azul marinho e sapatilhas brancas incrivelmente limpas.

— O que... é você? – Justine se endireitou na cama e colocou o cabelo atrás da orelha.

— Bouchie é uma elfo doméstica, senhora. – Ela se aproximou da cama. E Justine viu grandes olhos cor de mel e orelhas pontudas. — Bouchie pertencia ao Sr. Petrick Price.

— Pertencia? Como assim?

— Sr. Petrick era dono de Bouchie, mas agora que ele morreu, Bouchie pertence á Clarisse.

— O que? Pertence á quem?

— Quando o dono de Bouchie morre, o mais próximo da linhagem se torna dono de Bouchie.

— Espera... Petrick Price? Marido de Madeline Price?

— Sim senhora.

— Por favor, Bouchie, não me chame de senhora... Tudo bem?

— E como Bouchie deve chamá-la?

— Apenas Justine. Agora me diga, o que faz aqui?

— Sr. Petrick morreu agora pouco e era dever de Bouchie vir constatá-la.

Justine não sabia o que falar. Seu suposto verdadeiro pai acabara de morrer. Ela se sentia mal por não ter tido a chance de conhecê-lo, e se sentia pior ainda por não sentir nada á respeito da morte dele. Nada. Nenhum afeto, nenhuma lágrima.

— Bouchie, preciso de um favor.

— Bouchie faz o que minha dona quiser.

— Preciso que você me traga, discretamente, tudo o que o Sr. Petrick tinha de Clarisse Price. O mais rápido possível, tudo bem?

— Sim, Justine... Bouchie tem uma pergunta?

— Pode perguntar.

Justine logo viu que aquela com toda certeza era sua elfo domestica. Afinal, era curiosa como Justine.

— Por que Bouchie deve chamar Justine assim?

— Por que esse é meu nome.

— Bouchie esta confusa.

— Só faça o que eu disse, tudo bem?

— Sim, Justine.

Bouchie estralou os dedos e sumiu. Justine se assustou novamente.

Aquela poderia se a confirmação de que Justine fosse mesmo uma Price e não uma Delohti, como sempre achara que fosse.

Depois de se revirar na cama, Justine conseguiu dormir e no dia seguinte acordou com a cama rodeada novamente, mas desta vez era o time de Quadribol inteiro.

— Bom dia! Como se sente? – Disse Malik, o capitão.

— Estou ótima.

— Thiago achou que fosse melhor nós treinarmos novamente apenas amanhã, pois você já vai estar totalmente bem.

— E cadê ele?

— Estou aqui... – Ele passou pela multidão e estava com a coruja gorducha de Justina no braço. — Dinc estava no pátio, provavelmente procurando pela dona...

— Obrigado. – Justine esticou o braço e rapidamente a coruja passou do braço de Thiago para o seu.

Justine pegou os dois pergaminhos que estavam em baixo do travesseiro, em seguida os deu para Dinc, que rapidamente saiu pela janela.

— Como você esta bem, nós vamos indo. Você vem agora Thiago?

— Eu vou depois.

— Tudo bem. – Disse Malik, dando as costas.

— Parecia algo importante na carta. Dinc chegou tão rápido.

— E era. Era para meus pais.

— A respeito de sua conversa com meu pai?

— Sim... – Lágrimas se formavam novamente nos olhos de Justine. Rapidamente ela as enxugou. — Acho que agora tudo faz sentido...

— Você está bem? O que aconteceu?

— É verdade Thiago. Você estava certo. Meu nome verdadeiro deveria ser Clarisse Price.

Ela não agüentou segurar o choro e desmoronou em lágrimas.

— Isso não importa, tá legal. Você é a Justine, filha de Carol e Felipe. Isso é o que você é... Eles nunca deixaram de ser seus pais...

— Está tudo tão confuso... E agora eu tenho uma elfo doméstica que se chama Bouchie.

— Serio... Mas para ela ser sua, o antigo dono tem que...

— É. Petrick Price, meu pai de sangue. Morreu ontem. E o pior é que eu não sinto dor nenhuma.

— Você não o conheceu, isso é perfeitamente normal. – Thiago se sentou ao lado de Justine. — Agora, enxuga as lágrimas, levanta dessa cama e vamos tomar café. Isso tudo vai passar...

— Você acha? Porque pra mim parece o começo de algo muito maior.


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Notas finais do capítulo

A partir daqui, Justine começará uma busca incansável por seu passado. Ela não sabe o que á espera, e muito menos que ela pode se arrepender de ir tão fundo em seu passado.



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