Abismo escrita por Jack O Frost


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, boa tarde ou boa noite.
No periodo que fiquei ausente, me dediquei a escrever a one shot Castanho, do Poderei Ficar (yaoi), porém acabou me vindo essa ideia quando ouvi a musica e pensei sobre o movie da fanfic. Realmente gostei de ter me colocado no lugar de Gin e pensado em todas as coisas que ele deveria pensar.
Qual quer erro, peço que me avisem, não o revisei. (preguiça)
Boa leitura.



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Sentia-se caindo sobre um abismo de imensa escuridão, onde as unicas coisas que tinha alguma noção era as folhas do outono, alaranjadas, e suas vestes claras... E a máscara de raposa, que o diferenciava dos humanos.

O cachecol que havia recebido de Hotaru escapava de seu pescoço e se perdia na imensidão daquele mundo desconhecido por Gin.

O outono estava rigoroso, parecia inverno, embora a neve estivesse longe de chegar nas montanhas. Apenas naquela mais alta, onde se encontrava o Deus da Montanha. Aquele que o salvou.

Antes do abismo, tudo estava normal, estava sentado nas escadarias do velho templo e, sem mais e nem menos, um abismo se abriu abaixo dos pés de Gin e ele se viu sendo arrastado para aquele lugar solitário. Sua voz sempre era engolida pelo vácuo, quando tentava chamar por Hotaru, pelo Deus da Montanha, pelos espíritos da floresta e sentia-se engolfado pela sua escuridão densa, dando-se conta da solidão pela primeira vez.

Aquela sensação de não existir nada no mundo que o pudesse salvar, o satisfazer, fazendo com que se sentisse como todos os humanos se sentem, em união. Era diferente. Sempre seria diferente. A máscara da raposa escondia mais do que deveria, mudava mais do que era a intenção. Nunca poderia ser tocado por um humano, pois esta carcaça frágil, feita pelo Deus da Montanha, jamais irá suportar o toque grotesco de um humano. Que não sabe onde tocar ou como tocar. Apenas querem tocar, sentir entre os dedos todas as coisas...

E tudo o que ele queria era ser abraçado por ela...

Hotaru.

A escuridão mostrava-lhe a solidão de Hotaru na escola, não sabendo como se comunicar com os outros como ela, com seus colegas. Com os outros seres vivos, que podem experimentar o toque. A Hotaru, sempre tão esperta, estava desatenta aos olhares que chamava para si mesma, a atenção que ela emanava. Aquela garota estava tão solitária, esperando o próximo verão chegar para que então pudessem se ver, novamente.

Mas, Hotaru não havia sido destinada para ele. Ela havia sido destinada aquele rapaz de cabelos castanhos e olhos escuros, com uma expressão gentil e que sempre a tirava de seu devaneio. Este devaneio onde ela sempre se encontrava, era onde havia deixado Gin.

Mas, Hotaru não olhava para ele. Nunca olhava para ele. Ela apenas olhava para Gin. Mesmo não pudendo vê-lo, ainda assim, olhava para ele.

Hotaru estava fugindo de um curso natural, entrando em um lugar onde não poderia voltar... Onde não poderia saber como sair ou como lidar com as coisas vindas depois... Hotaru não possuía a delicadeza dos espiritos.

Hotaru era uma humana.

E Gin era um corpo frágil, salvo pelo Deus da Montanha.

Oh Deus.

Ele fechava os olhos e tudo o que conseguiu sentir, todos aqueles sentimentos, aquele turbilhão de palavras não ditas, o queimavam por dentro, parecendo tão real como se fosse lhe desmanchar em pedacinhos sobre seu toque audacioso.

Quando havia dito seu nome para ela, havia selado a sua solidão.

O seu exílio era não estar com Gin.

E tudo o que queria sentir dela, era seu abraço.

Seu toque.

Os outros espíritos jamais poderiam lhe dar o que ela lhe prometia com o olhar e o pouco que ela havia lhe dado, em todos esses anos, e ele nem sabia explicar o que exatamente ela havia lhe dado.

Uma vontade de ser como ela?

De ter uma vida como ela tem?

De poder ser tocado?

Amado?

De ter uma família para quem voltar?

De ter um destino?

De poder ter aguém lhe esperando para ser feliz?

Ser destinado a alguém?

Quando ele abria os olhos e fitava aquela vasta escuridão, tinha a certeza do que iria fazer. Do que tinha que fazer. Do que era certo fazer... Era a única coisa certa a ser feita. E o mundo a sua volta teve sua cor devolvida, as folhas de outono estavam acumuladas abaixo de seus chinelos, o céu estava nublado e tudo o que havia restado era a lembrança daquele abismo, o sentimento de solidão.

E querer que as estações passassem mais rápido, que o verão logo chegasse e que meus olhos a avistassem tão logo.

A máscara parecia dançar entre os dedos de Gin, insinuando-se em perguntas de "você irá conseguir?" ou "você conseguirá deixa-la para outro?".

Não era questão de conseguir.

Haveria de conseguir.

Pelo seu bem.

Pelo bem de Hotaru.


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Notas finais do capítulo

Comentários?
Até breve.
Ciao, ciao.



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