" As Suas Escolhas cabem a você serem feitas"

Oi, Acho que preciso antes de tudo, me apresentar para vocês. Sou Luna. Olhos claros, cabelos longos e levemente encaracolados nas pontas... Mas, deixando minha aparência de lado, porquê para mim, ela tampouco importa, preciso dividir com vocês um pouquinho sobre quem eu sou. ( ou pelo menos, quem eu acredito ser.) e um pouquinho sobre a minha rotina. Aparentemente monótona e entediante, minha vida seguia como qualquer outra vida adolescente. O que talvez não seja tão péssimo assim, a não ser pelo simples fato de me sentir completamente isolada do mundo exterior a minha volta. Moro atualmente com Ana, ( amiga de minha falecida mãe, que me acolheu gentilmente após a sua morte) . Talvez, muitos se perguntem o porquê de viver praticamente dependente de uma mulher a quem eu mal conheço, mas, considerando que não tenho a quem recorrer, é preciso aceitar, sem muitos questionamentos. Ana nunca fora rígida comigo ( ainda acredito que seja por conta de que ela sente pena de mim) . Mas, pra que vocês entendam melhor tudo isso, devo dizer que fazem exatamente 3 anos que minha amada mãe não está mais entre nós. Tudo ocorreu há um bom tempo atrás, quando ela sofrera um acidente automobilístico enquanto voltava do trabalho. Algo me faz pensar que justamente naquele dia, ela e meu pai tiveram uma discussão intensa ( o que pode ter ocasionado o acidente de minha mãe, que estava muito nervosa). Especialmente naquela época , a fria chuva de Novembro marcava " presença" todas as tardes, trazendo ventos intensos que tinham a cruel capacidade de destruir árvores, casas e tudo o que havia pela frente.

~ FLASH BACK ~

15 De Novembro :

Tudo aconteceu tão de repente... no 11° mês do ano, um mês não tão frio.. muito pelo contrário, quente até demais. Mas, especialmente naquele dia , o destino decidiu brincar com minha vida. Sempre fui apaixonada por balé clássico desde a minha mocidade e minha mãe , como sempre, fora uma mulher extremamente dedicada á mim, e sempre me enchia de mimos. Na infância, fui realmente " a bailarina" . Ela fora me buscar no centro da cidade onde se instalava a escola de balé e musica clássica em que eru estudava.

_ Vamos pequena! - Ela entrou no salão com um leve sorriso nos lábios. Apesar de fazer de tudo para ser mais presente na minha " pacata vida infantil" , ela não conseguia completamente estar sempre ao meu lado, o que me deixava carente e cada vez mais , dependente da sua existência.

Lembro-me de correr ao seu encontro , envolvendo-me em seus braços macios e levemente arrepiados. Entramos no carro e corria para o banco de trás, enquanto minha mãe dava a partida. Saíamos do centro da cidade, e enquanto pegávamos a estrada, uma chuva torrencial dominava a pista com intensidade, aponto de fazer com que não enxergássemos absolutamente nada. Com a pista encharcada , os riscos de acidente se tornavam maiores , Até que, por um problema no freio do automóvel , algo inesperado ocorreu. Sim, o pior aconteceu. Perdemos o controle do carro que derrapava na pista e estava preste a capotar. Até que, depois de alguns segundos , ela percebera que o seu pior empecilho até então, não era apenas o temporal, mas sim, um latão de óleo que se encontrava tombado na pista. até que nos vimos sem saída. Afinal, o que deveríamos fazer ? Se tentasse passar por cima do enorme latão de ferro que bloqueava a passagem, ele obviamente estouraria o motor , e se caso conseguíssemos desviar, pararíamos embaixo de uma extensa carreta que se encontrava ao nosso lado e este seria o nosso fim. Então, sem alternativa, ela acelerou com toda a força possível partindo para cima do latão , fazendo o nosso automóvel capotar. Toda aquela situação foi horrível, e desde então, nunca consegui esquecer-me de suas últimas palavras : " Independente do que aconteça, tudo vai acabar bem, não te deixarei sozinha" - Dizia ela, ainda tensa e aflita enquanto a minha única reação era a mais desesperadora possível.

_ Amor, não precisa chorar, vamos pra um lugar lindo agora. papai do céu está nos esperando lá em cima. - Naquele momento, mesmo sem entender muita coisa, lágrimas lavavam-me o rosto pois ambas sabíamos que não havia como fugir de tudo aquilo.