3 anos atrás:

Era uma calma e serena manhã na mais luxuosa mansão de Sinnoh. Victoria Blu, ou Tori, como preferia, abriu calmamente os pequenos olhos cor de âmbar e se revirou na pequena e não muito confortável cama e percebeu que seu pai, que dividia um dos minúsculos quartos de empregados, não estava lá.

A pequena de quase 7 anos se levantou e se dirigiu ao pequenino banheiro que havia no quarto e foi fazer sua higiene pessoal, o que foi um tanto difícil, pois mesmo ficando na ponta dos pés, não alcançava a pia, precisava de seu pai para ajuda-la. Um poco tempo de esforço depois, saiu do banheiro e foi em direção ao guarda-roupa e pegou um lindo vestidinho branco com detalhes em verde e laranja e uma tiara rosa para colocar em seus cabelos castanhos na altura dos ombros.

Saiu perguntando por seu pai para todas as domésticas e empregados daquele palácio onde ele estaria, ninguém sabia ao certo. Foi em direção a um dos jardins, onde seu pai, por ser o jardineiro, poderia estar. Olhou para todos os lados, mas não o encontrara em lugar nenhum. Ao dar mais uma olhada, encontrou um garotinho da mesma idade, loiro e de olhos azuis, filho da família dona da casa, sentado num banco, bem cabisbaixo. A menor não hesitou e foi perguntar o que acontecera com o melhor amigo. Ao se aproximar, percebeu que pequenas e grossas lágrimas escorriam pelo rosto branco do garoto:

–Carter?– a pequena se aproximou calmamente e perguntou com voz doce enquanto se sentava ao lado do garoto.

–Hã? Ah, oi Tori. - o garoto limpou algumas lágrimas, não queria mostrar fraqueza, mas sua voz continuava chorosa.

–Oi, ta tudo bem?

–N-não...

–O que aconteceu?

–O-o meu p-pai... Faz uma semana que ele não volta e um amigo dele veio trazer noticias.

–Calma, ele deve estar bem. - a garota o abraçou, fazendo ambos corarem- Ele não ia atrás dum tal de Cestrit?

–Hahaha, é Mesprit sua boba! - um protótipo de sorriso apareceu em seu rosto.

–Hei! O bobo aqui é você!

–Você é mais boba!

– O seu aniversário é semana que vem, o que quer?

–Hum... Qualquer coisa! Vindo de você eu vou gostar.

–Hihi, ok, vou pensar em uma surpresa beeeem legal!

–Eba! Acho que a surpresa dos meus pais vai ser um Pokémon!

–Que legal. Eu queria que meu pai pudesse me dar um Pokémon. - a voz da menor ficou falha e a mesma abaixou a cabeça.

–Hey, o seu aniversário é pouco depois do meu, já sei qual vai ser o seu presente!- colocou uma de suas mãos no queixo da garota e levantou sua face.

–Ah, me esqueci! Você sabe onde está o meu pai?

–Minha mãe disse que queria falar com ele no escritório.

–Obrigada! Tchau Carter! - a garota se levantou rapidamente e correu em direção ao escritório que ficava dentro da casa (Casa? aquilo é um castelo! /Calada consciência!).

Ao se aproximar do cômodo, começou a ouvir vozes e preferiu escutar do lado de fora da porta:

–Vocês tem que sair hoje.

–Mas porque? Vocês foram como uma família e agora isso?

–Sinto muito Andreas, mas... Ah, eu preciso me sentar... Acabei de perder meu marido e nem o Carter sabe disso. Sem o salário de Patrulheiro dele não conseguiremos manter todos os funcionários. Não precisamos de 9 jardineiros ou 86 domésticas durante o dia e 65 durante a noite.

–Mas para onde eu e Victoria vamos? Você sabe que a mãe dela morreu! Eu sinto muito pelo seu marido Sra. Grey, mas não temos para onde ir.

–Uma amiga minha precisa de um Jardineiro então indiquei você. O máximo que posso fazer agora é alugar um quarto de hotel para vocês por uma semana.

–Não pode fazer isso comigo e com minha filha!

–Posso e já fiz. Vocês dois precisam sair daqui até as 16:00.

–Vocês foram uma família por todos esses anos, você viu a Victoria nascer!

–Também vi a Emilly morrer. Nunca fui a favor do romance de vocês e sabiam disso!

–Cristina, pense no Carter! Ele e a Tori são melhores amigos, como ele vai reagir a isso?

–É Sra. Grey para você. Com certeza meu filho irá reagir melhor a isso do que saber da morte de seu pai.

–Você era mais feliz...

–Antes da minha melhor amiga morrer.

–Você não merece nossa presença.

–Vocês não merecem o meu dinheiro!

A pequena não aguentava mais nada. Não se lembra de quase nada de sua mãe, morreu quando tinha apenas 4 anos. Não podia mais ficar ali e saiu correndo a procura de Carter.

–CARTER! - a pequena gritava indo em direção ao jardim.

–T-tori? Oque houve? Por que está chorando?

–A-a sua m-mãe...

–O que ela fez agora? - o garoto abraçava a amiga que afundou a cabeça em seu peito por ser mais baixinha e molhava sua camisa com suas lágrimas.

–E-ela d-demitiu o meu pai, agora eu não vou mais morar aqui!

–Por que ela fez isso?

–Ela disse que não pode manter todos os funcionários sem o dinheiro do seu pai. - ela percebeu o que havia dito então se separou do abraço.

–Sem o dinheiro do meu pai?

–Acho melhor ela te contar. Eu não quero ir embora!

–Como nós vamos brincar?

–Carter, você é muito bobo. A gente não vai se ver mais!

O garoto gelou, nunca mais veria sua melhor amiga.

–Victoria! - Uma voz grave soou atrás deles, o que fez ambos se assustarem.

–Pai!

–Vamos juntar nossas coisas, nunca mais passaremos perto daqui.

–Mas pai, e o Carter?

–5 minutos para se despedirem. - o mais velho virou as costas e deixou as crianças a sós.

–E-eu n-não vou te ver no seu aniversário.

–Calma Tori, isso não é problema!

–É sim! Eu não vou te dar o seu presente!

–Calma, quando nós fomos maiores iremos nos reencontrar!

–P-promete?

–Claro que sim!

–Carter... P-posso te dar o eu presente agora? - a menor corou um pouco

–Pode, mas o que é?

–Isso!

A menor deu beijo na bochecha do garoto e os dois ruborizaram gravemente.

–C-carter, eu gosto de você!

–Eu também gosto de você Tori.

Assim eles ficaram abraçados por mais algum tempo até a garota ter que ir juntar suas coisas e nunca mais voltar para lá.

Presente:

As crianças cresceram. Carter fugiu de Sinnoh para seguir seu sonho de ser Patrulheiro Pokémon em Kanto, mas isso vocês já sabem. Voltando para o foco principal, Victoria. A garota havia crescido, junto com seus cabelos castanhos, que agora chegavam na altura do quadril.

Era uma calma e serena manhã na nova casa da "família" Blu. Victoria olhou para janela e se lembrou do dia em que foram despejados da mansão da família Grey e da promessa, que agora poderia se realizar. Hoje ela saíra em sua jornada. Mesmo contra seu pai, eles poderiam se encontrar em qualquer lugar.

A garota se levantou e foi em direção ao banheiro fazer seu ritual matinal e novamente se lembrou de quando tentou escovar os dentes sozinha naquele mesmo dia 3 anos atrás. Saiu vestindo uma camiseta rosa escuro coberta por um casaco bege e cachecol rosa, uma calça legging preta e mocacins marrons e desceu para toma café.

–Já vai filha?

–Já pai.

–Vai ficar aqui em Sinnoh mesmo?

–Não sei, talvez eu vá para Kanto.

–Prometa-me que vai voltar para casa com um grande e maravilhosa Taça da Fita.

–Eu prometo, também prometo ser uma Top-Coordenadora tão boa quanto a mamãe!

–Ela se orgulharia muito de você Victoria.

Emilly, a mãe de Victoria e melhor amiga de Cristina Grey era uma Top-Coordenadora muito famosa e conhecida em Sinnoh, sendo que nem Johanna Berlitz se comparava a ela. Ganhou 4 Grandes Festivais em Sinnoh, 3 em Kanto e 5 em Hoenn.

A garota acabou seu café e saiu em direção ao laboratório.

–Olá Professor!

–Victoria minha querida! Veio buscar seu Piplup certo?

–Certo!

–Bom, aqui está ele.

Nesse momento um pequeno Pokémon pinguim saiu de dentro da Poké-Bola e correu para os braços da garota.

–Pip-Plup! (Oi! Prazer!)

–O prazer é todo meu! Eu sou a Victoria!

E assim começou essa nova amizade, que com certeza, enfrentara muita coisa pelo caminho!