Capítulo Cinco.

Música: Human - Cristina Perri

Flashback-on

Sentia-me completamente vazia e sabia que ninguém poderia preencher aquele vazio que estalava-se em meu ser. Não havia ninguém, eu estava sozinha. No entanto, eu tentava enfrentar com todas as minhas forças a dor - vivendo um dia de cada vez. Desistir nunca foi uma opção para mim quando se trava dele, então comecei a agarrar-me em qualquer coisa, qualquer coisa que fizesse aquilo doer menos até cheguei ao ponto de criar um universo. Havia dias que ficava horas de olhos fechados criando uma utopia onde eu realmente era feliz. Agarrava-me nas ilusões que criava. Seria possível eu estar ficando insana?

Eu posso segurar minha respiração

Posso morder minha língua

Posso ficar acordada por dias

Se e isso o que você quer

Ser sua número um

Eu lutava todos os dias contra os duros golpes que minha mente pregava, mas a imagem dos lábios macios dele tocando os de outra mulher, os mesmos lábios que um dia beijaram-me com a mesma intensidade era profundamente doloroso. Doía mais do que uma facada em meu peito.

Eu posso fingir um sorriso

Posso forçar um riso

Posso dançar e atuar

Se e isso o que você pede

Te dar tudo o que eu sou

Abracei minhas pernas com mais força. Eu devia parar de pensar nestas coisas, isso só me fazia sentir pior, porém não é como se eu pudesse controlar a linha dos meus pensamentos.

Sentia falta.

Eu sentia falta do ardor na garganta, sentia falta da leveza que sentia quando consumia o quinto copo de uísque, sentia falta do que o álcool me fazia, pois ele era o único que me fazia companhia nos momentos de depressão. Sentia falta de como ele me fazia sentir sonolenta nos momentos oportunos. Ele me entendia - apesar de não dizer uma sequer palavra, ele me dava o que precisava - esquecimento. Mas e agora? O que eu faria sem ele?

Suspirei.

Eu posso fazer isso

Eu posso fazer isso

Eu posso fazer isso

Sasuke ordenou que Shizune guardasse (lia-se: escondesse) qualquer bebida alcoólica que havia na casa. Egoísta. Sasuke é um puto de um egoísta! Ele tinha tudo, tudo dela e por que ele ainda queria tirar mais?

Mas eu sou só humana

E eu sangro quando caio

Eu sou só humana

E eu me despedaço e eu me quebro

Suas palavras em minha cabeça, facas no meu coração

Você me ilude e então desmorono

Porque eu sou só humana

– Sakura-sama, cheguei! - Saudou Shizune com várias sacolas do supermercado em mãos com o motorista logo atrás carregando o restante. Acenei com a cabeça e continuei a fitar a vista que a janela onde estava proporcionava.

Eu posso ligar

Ser uma boa máquina

Posso aguentar o peso de mundos

Se e disso que você precisa

Ser seu tudo

– Arigatô Choujin-san - Agradeceu Shizune da cozinha.

– Sakura-sama - Chamou Shizune caminhando na direção da rosada.

Eu posso fazer isso

Eu posso fazer isso

Eu vou passar por isso

– Que tal tocar piano? - Questionou Shizune docemente - Você não toca há algum tempo e a senhora sabe que Sasuke-sama adora vê-la tocar...

– Não quero tocar - Cortou abaixando a cabeça.

Mas eu sou só humana

E eu sangro quando caio

Eu sou só humana

E eu me despedaço e eu me quebro

Suas palavras na minha cabeça, facas no meu coração

Você me iludiu e então desmoronei

Porque eu sou só humana

Eu não tocava desde que recebi aquilo. Eu não sentia mais prazer em dedilhar os dedos como antigamente, não sentia vontade de fazer mais nada.

– Sakura... Você sabe que odeio me intrometer em sua vida pessoal, mas eu me preocupo com a senhora e desejo seu melhor - Hesitou - Você devia seguir em frente, se a senhora quer continuar com Sasuke-sama mesmo que ele a faça... Sofrer, pelo menos tente achar algo que a desvie...

Eu sou só humana

Eu sou só humana

Só um pouco humana

– Não e como se eu pudesse simplesmente fugi Shizune. A dor que eu sinto não e domável, ela esta aqui - Apontou para o peito - Rasgando-me sem piedade, eu não a controlo e ainda assim não posso simplesmente ignora-la - Dizendo isso, fito meus dedos dos pés impecavelmente pintados de vermelho com tristeza.

Posso aguentar muito

Até ter tido o suficiente

– Estou com fome, você poderia fazer algo? - Pediu mudando de assunto.

– Hai Sakura-sama - Respondeu Shizune forçando um sorriso e indo até a cozinha enquanto, Sakura ficava ali... Solitária.

Porque eu sou só humana

E eu sangro quando caio

Eu sou só humana

E eu me despedaço e eu me quebro

Suas palavras na minha cabeça, facas no meu coração

Você me ilude e então desmorono

Porque eu sou só humana

Flashback-off

– Quem e você? - Questionou Sakura medindo o moreno.

Sasuke eleva uma sobrancelha.

– Vá embora Uchiha! Minha filha precisa de paz - Mebuki o encarou severamente.

– Você não sabe quem sou Sakura? - Perguntou Sasuke se desencostando da parede analisando rigorosamente a esposa.

– Eu não... Eu não o conheço. Você e algum amigo? - Perguntou ela hesitante.

Aquele homem com toda a certeza não era um amigo, isso ela tinha certeza. Aqueles olhos era de arrepiar qualquer um, ela jamais se aproximaria de um cara que exalava problema - o que no caso, ele se encaixava totalmente.

– O médico disse que não deveríamos força...

– Estou pouco me fodendo para o que o médico disse. - Encarou Mebuki - Agora vamos Sakura, você irá comigo pra casa - Disse indiferente virando-se e seguindo até porta que dava para fora do quarto.

– Ora seu... Você devia ter mais respeito! - O repreendeu aborrecida. Mebuki não gostava de imaginar sua filha no estado em que estar com um homem tão arrogante e dominante como ele.

– O que você quis dizer com "vamos para casa"? - Perguntou Sakura a ele que suspirou se virando e lançou um olhar impaciente.

Porra de olhar quente! Sakura o imaginava a imprensando contra parede e a fodendo loucamente... Que porra ela estava pensando?

– Eu quis dizer oque você ouviu - Respondeu abrindo a porta.

– Sakura não irá com você Uchiha, ela nem sequer se lembra de você - Cerou os olhos - Sakura precisa ficar em um ambiente familiar, com pessoas que ela conheça - Retrucou Mebuki agarrando a mão da filha.

– Ela irá comigo Mebuki. Queira você ou não.

– Ei! Isso e eu que decido! - Sakura exclamou irritada - Quem você pensa que e?

– Melhor você ir embora - Pediu Mebuki repreensiva.

– Seu marido - Respondeu a encarando parcialmente calmo.

Sakura arregalou os olhos e acabou sorrindo em deboche.

– Claro! Se você e meu marido, Kristen Stewart e minha irmã - Ironizou - Você não e meu marido - Disse convicta.

– Não e hora pra uma de suas gracinhas Sakura - Repreendeu sombriamente.

Quem ela pensava que era pra duvidar de suas palavras? Questionou-se Sasuke. Ele entendia que a situação que sua esposa se encontrava não era das melhoras pra exigir qualquer coisa, mas ele não gostava de ser duvidado.

– Sasuke... - Mebuki tentou mais uma vez.

– Eu sou NOIVA e pode ter certeza que não e de você, pois se fosse o caso eu com certeza saberia em apenas olha-lo.

Sasuke apertou as mãos em punhos.

– Sakura eu não quero discutir com você, então apenas faça a porra que eu mando sem discutir!

– Não! Você não tem esse direito!

– Ah eu tenho - Impôs o moreno aborrecido.

– Eu sequer sei quem é você e pelo que eu pude ver, tenho certeza que você não e nada pra mim, pois você e um grosso! - Retrucou apontando em sua direção.

Sasuke estreitou os olhos profundamente aborrecido, a rosada fingiu não se abalar com aquelas duas pedras ônix que borbulhavam em fúria. Mebuki que assistia calada limpou a garganta chamando a atenção para si.

– Sasuke, por favor, deixe-nos ir - Pediu - Sakura precisa de um tempo para refleti à mente dela deve estar uma bagunça e ela precisa de nós para ajuda-la.

– Hump– Resmungou Sasuke.

– Eu ainda não acredito que me casei com ele - Comentou a rosada para a mãe que ainda estava agarrada a filha.

– Como você pode falar qualquer coisa se não lembra de nada? - O moreno retrucou.

– Pode apostar que você não e o tipo de pessoa que eu me envolveria.

– Você certamente não se conhece tão bem como parece - Contra atacou tombando a cabeça para o lado pensativo.

– Ora! Eu posso ter perdido a memória, mas com certeza não me casaria com um cara como você! - Cerrou os olhos em aborrecimento.

– Sasuke, por favor, precisamos ir Kizashi nos espera - Pronunciou-se Mebuki tentando apartar a "conversa".

– Ela irá comigo - Afirmou - Se quiser ir conosco para mansão e bem vinda, mas Sakura não irá com vocês.

Um som entredente soou naquele clima pesado. Sasuke virou-se sacando o celular do bolso.

– Uchiha - Atendeu.

Sakura encarou a mãe.

– Ele e mesmo meu marido mamãe? - Sussurrou para que o moreno não ouvisse. - E o Gaara?

– Conversamos depois - Respondeu olhando da filha ao moreno.

– Como?... Certo... Então o encontre - Disse e desligou virando-se para as duas. - Onde ficarão? - Perguntou mexendo no seu Black Berry.

A loira bufou contrariada e acabou dizendo:

– Na casa do lago.

Sakura o analisava atentamente tentando de alguma forma penetrar a armadura frígida que o Uchiha mostrava. Como ela poderia estar casada se ainda amava Gaara? E se o caso fosse de fato verdadeiro, como ela pode aceita casar com um cara arrogante como aquele? Ele não fazia nenhum pouco seu gosto... Não que Sakura não o achasse atraente (que fique beeeeeeem claro) - Longe disto, ele era sem sombras de dúvidas o cara mais gostoso que ela virá, mas ele era arrogante demais, sombrio demais - e vários outros 'mais', além do fato dele não aparentar dialogar. O que era terrível para a rosada, que não conseguia ficar muito tempo de boca fechada.

E se ela estivesse vivendo com aquele homem na mesma casa; como eles podiam conviver com aquela tensão toda? Oh, ela nem gostaria de imaginar, mas como, com certeza não e o caso, ela não se preocuparia com isso.

– Sakura irá com vocês com uma condição - Encarou Mebuki como se não gostasse do que diria. Sra. Haruno aborreceu-se, mas acabou fechando os olhos deixando um longo suspiro sair por seus lábios.

– Certo Uchiha, não estou com paciência para discutir. Embora eu adore fazê-lo com você - Falou enlaçando a cintura da filha para seguir pra fora dali.

– Eu não acabei de falar - Pôs as mãos no bolso lateral - Ela ficará apenas uma semana.

Mebuki abriu a boca para retrucar, mas seu marido abriu a porta impaciente.

– Perdoe-nos querido. Estávamos a caminho.

Kizashi olhou de relance para o Uchiha e entendeu a demora.

– Tudo bem, vamos? - Perguntou assistindo a troca de olhares entre Sakura e Sasuke.

Sasuke fitou a rosada pelo ultima vez a vendo corada.

O que ela pensava para estar daquela forma?– Perguntou-se Sasuke.

– Lhe buscarei em cinco dias ao entardecer, esteja pronta - Avisou saindo do quarto.

– Vai tarde - Falou Mebuki recebendo uma olhadela repreensiva do marido.

– Que cara pirado. Onde já se viu eu casada com ele - Bufou como se não acreditasse.

– Mais você e casada com ele Sakura - Afirmou Kizashi.