Caspian se aproximou da banheira e encheiu-a de água, que vinha traves de um cano. Ele começou a despir-se. Fiquei observando-o sem perceber que ele notara o meu olhar.

- Quer ajuda? - perguntou ele.

- Er...

- Com o vestido.

- HA! Quero, quero sim.

Virei-me de costas e Caspian desamarrou o meu vestido enquanto dava leves beijos no meu pescoço.

- Caspian, será apenas um banho.

- Eu não disse que seria outra coisa.

 Devidamente despidos entramos na banheira e eu me aconcheguei nos braços de Caspian.

- Como conseguiu encher a banheira tão rápido?

- Uma invensão de Cornélius. Tem um reservatório em cima dessa sala, que fica exposto constantemente à luz do sol, e quando abrimos aquela válvula a água desce quente por aquele cano.

- Muito inteligênte.

- E útil.

- Caspian, não acha que Lady Rosagunde estava um tanto quanto espantada quando a cumprimentei?

- Deve ter te achado deslumbrante. Qualquer um teria a mesma reação.

- Acho que ela estava um pouco desconfortável.

- Impressão sua meu amor. Vamos terminar logo o banho que temos alguns compromissos hoje. Principalmente você com Rosagunde.

Ao meio-dia, todos os membros da corte se reuniram para o almoço, inclusive Rosagunde com o marido. Os criados nos serviram, em um pequeno prato, uma porção de pães com molho. Ia pegar os talheres para comer, mas quando dei uma olhada para as laterais do prato vi várias fileiras de garfos e facas, cada um de um tamanho diferente. Olhei para Caspian para pedir ajuda mas ele já estava comendo e não consegui ver quais talheres estava usando.

Passei meu olhar pela mesa e percebi que Rosagunde olhava diretamente para mim, mas não pude dar muita atenção a ela já que tinha muito o que resolver. Sem mais delongas, apanhei os talheres da ponta da fileira, que eram os menores, e comi rapidamente os pães. Mas infelizmente meus problemas com garfos não se limitou à entrada.

- Agora nos reuniremos no salão real. Com licença meu amor.

- Claro querido.

Caspian de deu um leve beijo na testa e se foi com os outros Lordes. O almoço mal acabara e já ia cuidar de seu povo, ele era realmente era um rei dedicado, enquanto eu, uma rainha que come brioxes com uma colher maior que a taça. Estava tão aliviada pela refeição ter acabado que só quando a sala estava completamente silênciosa que percebi que estava na companhia de Rosagunde.

- Podemos começar com as nossas lições Majestade? - perguntou ela.

- Claro que sim Lady Rosagunde.

- Talves Sua Majestade queira me dar alguma sugestão por onde começar, como... utilizar os talheres.

- Confesso que fiquei um pouco atrapalhada hoje.

- Entendo, deve ser muito difícil para alguém que nunca viveu na corte. Mas não se preocupe, estou aqui para ajuda-la minha rainha.

- Agradeço muito.

- Acompanhe-me.

Agora estávamos em uma das salas mais reservadas do castelo, tinha uma pequena mesa à minha frente devidamente posta com um prato, copos e talheres.

- Quando há uma refeição real, primeiro é servida a entrada, que pode ser uma porção de pães temperados ou verduras, e utiliza-se os talheres próximos ao prato.

- Os maiores?

- Sim, os maiores. Logo depois vem o prato principal, que será peixo ou carne. No caso do pescado utiliza-se o garfo de três cerdas e a faca sem serra e de cabo mais longo, e na carne, utiliza-se o garfo médio e a faca com corte, a mais afiada.

- Certo, espero que me lembre de tudo.

- Não vai lembrar Majestade, vai aprender. Verá.