Zodíaco escrita por Milka


Capítulo 33
O preço da liberdade


Notas iniciais do capítulo

Sumi de novo, mas já voltei. Dias complicados, mas vamos em frente. Capítulo novo, espero que gostem, quando tiver um tempinho respondo os reviews! Obrigada!



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Manter a calma foi o mais difícil para Benedict. Allen não demonstrava tanta preocupação, assim Benedict ficou desconfiado.

— Onde você estava? Por que você não os impediu?

— Eles são poderosos demais. Eu não teria chance.

Benedict concordou com ele. Eles são poderosos demais, mas ele não imagina Raíssa , Alex ou mesmo Hyun fazendo uma coisa dessas. E Delilah e Avalon apesar de não os conhecer bem, eles parecem ser boas pessoas.  

Benedict se lembra vagamente de um rosto. Ele se força a lembrar, mas a sua cabeça dói ao fazer isso.

— Vamos até o calabouço, tenho certeza que é o único lugar que poderiam prendê-los.

Allen parece incomodado.

— Está bem.

Não há ninguém no caminho deles. As pessoas evaporaram. Onde estavam todos?

— Allen, você viu mais alguém depois que você acordou? 

— Não.  – Allen diz baixo.

— Isso é muito estranho. O castelo nunca ficaria vazio. Depois de tudo o que...

Benedict não continua a falar. Ele se lembra de um rosto. Ele se lembra do príncipe e do homem que está na sua cabeça.

— Allen. Qual o nome da sua mãe?

— Você está brincando? Temos que ir até os zodíacos.

— Você nem sabe os nome deles, você só os refere por zodíacos, o Allen de verdade saberia, e os chamaria pelo nome, e estaria muito mais preocupado.

— É, a sua mente é bem forte, você soube ver através do sonho que eu criei para você.

A imagem de Allen tremulou, e o homem da sua lembrança apareceu.

— Parabéns por ter conseguido me vencer.

O homem era velho, pelo menos mais velho que o seu pai. Seu cabelo era longo e prateado, seus olhos eram de um azul tão claro que não parecia real.

— Você pode acordar agora.

Sim, Benedict estava dormindo. Ao acordar ele se desesperou. Ele se lembrou da morte do rei e do sonho. Alguém havia estado na sua mente.

Ele ainda estava no escritório do rei. O sangue ainda estava pelas paredes. Ele se levantou com dificuldade. Na cadeira do rei o velho de cabelos prateados o observava.

— Muito prazer, o meu nome é Altair Volans.

A cabeça de Benedict latejava. Foi difícil focar no rosto do velho, porém ele pôde perceber os olhos dele. Ele era claramente cego.

— Quem é você?

— Eu? Sou apenas um peão. Estou apenas ajudando o jovem mestre.

— Jovem mestre?  Você está falando do príncipe Fernan?

— Fernan? Ele não se denomina assim. Fernan é um nome do passado do jovem mestre, ele nunca gostou desse nome. Agora ele é Áquila.

Áquila, isso soava como um membro da ordem da Arcádia.

A ordem da Arcádia estava em todos os lugares, ela havia conseguido seduzir um dos príncipes, aquilo tinha que ser impedido, com a morte do rei e do príncipe herdeiro, Fernan iria assumir o trono, e assim mais um país cairia por causa da Ordem.

Benedict não pensou direito e assim foi em direção a porta.

— Se eu fosse você eu não sairia daqui. – O velho disse em direção a ele.

— Você não vai me impedir. – Benedict respondeu.

— Não, eu nunca faria isso. Eu só estou te dando um conselho, quem você acha que é o principal suspeito pela morte do rei?

Benedict parou e analisou a situação.

— Eu?  Você está dizendo que vão me acusar?

§

Tudo havia sido tão confuso. Benedict tinha desaparecido e a notícia de que ele havia matado o rei se espalhou como pólvora.  Delilah não entendeu quando também os acusaram de ter compactuado com isso. E assim ela e Avalon foram levados até os calabouços. Eles não resistiram, seria pior. Eles precisavam provar que não estavam envolvidos. Chegando lá eles notaram que não estavam sozinhos. 

Hyun, era o nome do garoto de gêmeos, ele parecia calmo, fazendo contraste com os olhares de desespero dos outros.

Todos da comitiva de Benedict estavam lá.

—  O que está acontecendo? Não acho que Benedict seja capaz de fazer qualquer ato de violência contra o rei. – Avalon perguntou.

— O que você sabe Avalon? Nós não o conhecemos direito. – Delilah o confrontou.

— Como eu disse, eu não acho que ele seria capaz. A índole dele é palpável, ele é a pessoa mais transparente que eu já conheci, não sou só eu que percebi isso, não é garoto de Letin.

Hyun se levantou.

— É claro que isso é um golpe, e é mais fácil culpar que tem os meios.

Hyun e Avalon tinha um jeito parecido, os dois exalavam essa sensação de neutralidade e paz.

Apesar de ser escura e aparentemente fria, o lugar estava quente, aquela cela estava cheia demais, será que existia algum motivo de os deixar todos juntos?  Allen acreditava que sim. Seria mais fácil abatê-los estando todos no mesmo lugar.

— Precisamos encontrar Benedict! – ele disse subitamente.

— E como faremos isso? Por acaso alguém tem algum poder para fazer isso? – Delilah perguntou.

— Eu posso fazer isso.

A garota ruiva estava nos fundos, os seus olhos estavam abatidos e seu vestido sujo e rasgado, qual era mesmo o nome dela? Delilah não conseguia lembrar.

Ela tinha uma atitude arrogante, Delilah não simpatizou com ela de primeira e mesmo agora naquela situação suas impressões não mudaram.

— Quem é você mesmo?

A garota se aproximou abruptamente.

— Lady  Justice Martin.

— O que você pode fazer?

A garota ruiva de repente ficou sem jeito. Raissa se aproximou dela e colocou as mãos em seus ombros.

— Pode falar, Jus

— Bem... – Ela se ajeitou no lugar – Isso é mais difícil do que eu pensei – Justice suspirou profundamente – Eu posso me comunicar com os animais, e outras coisas também... – Ela desconversou -- Por que eu também sou um dos zodíacos.

Todos se surpreenderam somente  Raissa e Donar não apresentaram reação.

— O que? Isso é sério? Bem que eu estranhei o motivo de você querer acompanhar Benedict. – Cassie disse chocada.

— Ah, isso é estranho, não me perguntem mais. Eu sou um dos zodíacos e pronto, e posso provar isso, nos ajudando a encontrar aquele pervertido.

Justice claramente falava de Benedict.

— Então, faça, aproveite, tente entender o que  está acontecendo.

Justice se concentrou, aquele lugar estava repleto de seres vivos, foi difícil localizar os ratos. Quando se conectou um bando de roedores se reuniram em frente a cela.

— Informações, e localize essa pessoa. – Ela mentalizou a imagem de Benedict para as pragas que se dispersaram rapidamente.

Alex estava agachado no lugar mais escuro da cela, ele não se sentia tão incomodado quanto os outros, ele estava acostumado, essa era a sua sina, a escuridão que sempre o puxava de volta.

Quando a confusão começou ele estava com Sidney, aquela mulher não o deixava em paz e isso não era um problema, na  verdade era bom ter sempre alguém por perto.  Toda aquela situação de concurso era extremamente banal, talvez até uma heresia. Segundo as leis do Deus do Sol, a vaidade era um pecado imperdoável e isso o que estava acontecendo com eles eram as consequências disso, por isso ele apenas se sentou e esperou, o que quer que acontecesse seria por ordens do Deus do Sol.

§

Ele não acreditava que tudo aquilo finalmente estava acontecendo. Tudo havia sido planejado, tudo havia sido cronometrado. Fernan, ou melhor Áquila, o nome que ele havia adotado depois do contrato com a constelação de Áquila. 

Ele era rei. O trono não era o maior dos seus desejos, mas era um fardo necessário. Fernan tinha o espírito livre, ele gostava de viajar, explorar e conhecer pessoas novas, foi em uma dessas viagens que ele conheceu a Ordem Arcádia. Por algum motivo Draco conhecia sua verdadeira identidade e logo ele entendeu os motivos por trás dos violentos métodos da Ordem. Foi difícil aceitá-los, mas quando ele fez o contrato com as estrelas ele logo entendeu e se juntou a Arcádia.  

Áquila tinha duas escolhas, ele amava Lorena e não queria que ela tivesse o fim que os outros países tiveram então ele fez um acordo com os líderes, ele mesmo tomaria o país, mesmo que isso significasse o fim da sua própria família. 

Fazia um pouco mais de 6 meses que ele sondava a cidade, planejava o que fazer, foi assim que ele conheceu a garota de capricórnio, uma coincidência? Talvez.  Ele nunca contou para ninguém que ele havia a encontrado, ele simpatizou com ela. Katherine não se parecia em nada com as descrições que haviam dado a ele, e nem com o único zodíaco que ele conhecia, Matsu.

Ele a observou de perto, a curiosidade sobre o que ela podia fazer só não foi maior que o seu senso de dever, assim quando a oportunidade chegou ele pediu a Árcadia que mandassem dois membros.  Altair Volans e Kiev Pyxis, eles eram os únicos necessários, mas parece que Draco ainda não confia totalmente nele assim Scutum e Diana Musca também vieram.

Seu coração não doeu quando ele matou o pai. Eles eram distantes, quase nunca o via e ele não gostava de como ele administrava Lorena, mantendo as riquezas somente no centro e esquecendo as outras regiões. Já o irmão ele hesitou, eles também não tinham tanto contato, mas o significado da morte dele era o preço da sua liberdade.

— Kiev? – Áquila chamou o amigo.

Ele e Kiev se conheceram em uma das suas aventuras em Baltar, Áquila o considerava um irmão. Os dois se juntaram a Ordem ao mesmo tempo, porém Kiev resistiu um pouco antes de fazer o contrato e ele tinha motivos, assim como Áquila ele havia perdido a liberdade, só que no caso de Kiev as coisas eram bem piores.

O rapaz permanecia acorrentado, seus braços ficavam imóveis e suas pernas presas uma a outra. Ele era um prisioneiro do próprio corpo.

— Você quer esticar as pernas um pouco? – Áquila perguntou amigavelmente.

— Talvez depois, eu não consigo me concentrar se eu estiver solto, eu sinto falta da minha cela...

Kiev podia localizar qualquer pessoa que já tivesse visto, muito útil para a Ordem, porém o poder que o tornava perigoso era que também que ele podia restringir o caminho das mesmas, impedi-las de atingir os seus caminhos.  E era com esse poder que Áquila contava.  

— Certo, ele ainda está sob o domínio do Altair, você precisa vê-lo agora.

— Traga-o. Eu não vou sair daqui. – Kiev disse irritado.

A porta se abriu e o senhor cego, abriu o caminho com a sua bengala.

— Sinto muito alteza, ele tem uma mente volátil, ele desvendou o meu sonho facilmente.

Áquila ficou vermelho, a raiva cresceu dentro dele.

— Eu estou cercado de inúteis? Eu realmente achei que podia contar com você!

Um riso no fundo da sala do trono chamou a atenção.

— Meu querido rei não consegue lidar com um simples inseto?

A moça de cabelos curtos se aproximou mais.

— Diana... – Áquila disse.

— Eu não sei por que Draco te deixou cuidar disso. Em um piscar de olhos eu poderia dominar essa cidade...

Áquila suspirou, ele odiava aquela mulher.

Diana tinha a personalidade difícil, ela usava roupas escuras e tinha um cheiro forte de amoras maduras, muito enjoativo segundo Áquila. Ela tinha um poder sobre qualquer tipo de inseto, ela podia controla-los, ou mesmo modifica-los, só havia um porém ela tinha repulsa pelo próprio poder.

— Eu sou o rei agora, você vai me obedecer, eu não quero que interfira, eu mesmo irei resolver.

— Faça como quiser, se precisar, eu irei me envolver, estamos demorando muito para dominar Lorena.  – Diana falou escondendo um sorriso.

Áquila chamou os guardas. Ele não estava feliz, ele precisa resolver tudo sozinho, se não, ele não conseguiria salvar Lorena da destruição.

— Traga a garota.  A necromancer... – Áquila tentou lembrar o nome dela. —  Raíssa esse é o seu nome, Benedict fará o que eu digo se ela estiver em perigo.


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