A Forgotten Birthday escrita por A Veggie Dreammer


Capítulo 1
Maybe the last time - capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Hey! Então...primeiro conto! Espero que agrade ao gosto refinadíssimo de vocês! Bjs!



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Louise estava saindo de sua academia de balé. Talvez a última aula que ela tivera em sua vida, a última vez que veria as garotas tão animadas que ela carinhosamente chamava de amigas. Naquela noite ela não queria tirar sua roupa. Ela queria sair daquele mundo assim, com seu collant branco, seu tutu azulado e suas sapatilhas de ponta nude. Realmente era difícil de se caminhar com aqueles sapatos tão apertados e incômodos que ela fora obrigada a se acostumar.

Ela correu até o primeiro ponto de ônibus que viu e sentou no banco desconfortável para esperar o próximo, seja para onde ele levasse. Abriu sua pequena bolsa que continha suas roupas normais, sua nécessaire de maquiagem e muitos grampos e elásticos de cabelo. Ela desfez o coque apertado na cabeça e deixou os grampos e a redinha dentro da bolsa. Pegou o elástico que estava usando e fez um rabo de cavalo alto, para tentar espantar o calor ardente daquele dia, mesmo que já fosse oito horas da noite.

Aliás o quão fácil fora enganar sua professora e a recepcionista de sua academia de balé. Ela deu a desculpa mais esfarrapada que veio á sua cabeça. Simplesmente disse que sua mãe pedira para ela chegar mias cedo em casa pois queria lhe dar algo naquela noite. Lucy, sua professora, e Andrea, a recepcionista, caíram direitinho.

Uma gota fria de suor escorreu do topo de sua testa. Talvez de calor, talvez de pavor. Ela estava decidida quanto á sua escolha mas de qualquer maneira, qualquer suicida deve ficar um pouco apavorado antes da data escolhida. E por que ela estava fazendo isso? Porque ela estava cansada de ser desprezada.

Ela tinha o garoto mais desejado da escola em suas mãos, mas só isso. E de qualquer maneira, ele mal ligava para ela. Nunca se falavam fora da escola e quem dera se verem. Todas suas amigas a abandonaram assim que ela começou seu namoro, repletas de inveja. Mas ela nunca fora alguém popular. Ela era aquela menina que sentava no fundo da sala, só respondia as perguntas se lhe era mandado, era uma boa menina que precisava usar óculos mas preferiu á usar lentes de contato. E de repente, alguém viu ela. Andrew a viu de um jeito melhor, por mais que ele apenas visse seu rostinho bonito e seu corpo escultural, ele a viu. E por alguma razão, ele a pediu em namoro. E ela, boba pela oportunidade do amor, aceitou. E destruiu sua vida completamente em duas palavras: “ eu aceito”.

Então, seus pais a desprezavam. Eles a davam tudo que uma adolescente poderia querer, um celular bom, o melhor tablet do mercado, um quarto gigante repleto de coisas que ela gostava. E claro, realizaram sua vida a colocando no balé aos três anos. E até hoje, aos dezessete, ela continuava vivendo nas pontas dos pés, quase alcançando as nuvens. Eles a davam de tudo, menos amor e carinho. Sua mãe nunca a desejara e seu pai menos ainda. Então assim que ela nasceu, se tornou um fardo maior ainda do que fora durante nove meses.

E essa era a sua história. Clichê não? Ela demorou muito para decidir o que fazer. Ela queria uma maneira rápida e o mais indolor possível. E decidiu ir para a baía, para o cais, e se perder no azul imenso do mar. Um namoro sem amor, uma família sem união, uma vida sem graça. Ela tinha tudo mas ao mesmo tempo não tinha nada.

Ela olhou melhor o local em que estava e vu uma placa indicando os horários e as paradas dos ônibus. Levantou-se e checou que o próximo ônibus para a baía chegaria em dez minutos, e segundo suas contas, ela demoraria cerca de meia hora para chegar lá e aí...

Ela se sentou novamente e checou o celular. Nada. Nenhuma mensagem desejando-lhe felicidades ou uma vida longa. Nenhuma mensagem ao menos dizendo “ Feliz aniversário!”. Ela achou seu aniversário de dezessete anos o dia perfeito. Seria o dia em que ela mais seria feliz, que lhe desejariam uma vida feliz, um futuro próspero, receberia beijos, abraços e uma festa. Mas nada disso aconteceu. Na verdade, seu dia fora bem ruim até. Andrew brigara com ela por vir com roupas tão comportadas para a escola, suas ex-amigas a esnobaram mais do que o normal e seu professor de Química a humilhara diante de toda a sala. Realmente, fora o pior dia de sua vida.

Antes que ela se desse conta, um ônibus parara em frente ao ponto em que estava. Ela checou o número do ônibus que a para o cais e conferiu com o que estava á sua frente. Era esse. Ela soltou um suspiro pesada pela boca, pegou sua bolsa e celular e entrou dentro do veículo.

Ela deu dez libras para o cobrador e o pediu para que ficasse com o troco. Pelo menos ajudara o bom senhor. Ela andou até o fim do veículo e sentou-se na última cadeira. Assim que ela se sentou, o ônibus deu partida.

Ela ajeitou sua roupa pela milésima vez, por mais que ela não estivesse amassada ou nada do tipo. Segundo suas suspeitas, faltavam mais duas paradas antes de chegar ao cais. Tudo que ela desejava era que fosse mais rápido.

O motorista freou em um ponto e um rapaz subiu no veículo. Ele deu o devido dinheiro ao cobrador e passou pela catraca. O veículo não estava muito cheio, mas a parte da frente sim. Então ele caminhou até o final e sentou- se ao lado de Louise. Ela se sentiu desconfortável, tudo o que ela menos queria era uma conversa desagradável á essa altura. Mas parece que seus pedidos nunca são atendidos.

- Olá, boa noite. – disse ele, sorrindo para ela.

- Boa noite. – respondeu timidamente.

- Para onde está indo?

- Para o cais.

- Á essa hora? O que pretende fazer lá? – perguntou um tanto desconfiado.

- Ahn...ver os barcos deixando a baía. Acho lindo aquela visão. – mentiu.

- Hum. Que bom. Espero que aproveite seu passeio....? – disse ele, perguntando de certa maneira qual era seu nome.

- Louise. E o seu? – perguntou, já cansada daquela conversa.

- Joshua. Um prazer. – disse, oferecendo um aperto de mão á Louise, ao qual ela apertou rapidamente.

- Então você é bailarina? – continuou Joshua.

- Sim. Acabei de sair de minha aula.

- E vai ao cais desta maneira? Desculpe, mas acho que você passará frio.

E era verdade. Se ela não morresse afogada seria de hipotermia. Esse era o plano.

- Não, tenho certeza que não. – disse, olhando pela janela e conferindo onde estava. Perto. Ligeiramente perto.

- Louise – Joshua a chamou, fazendo-a olhar para sua face – me diga o que você realmente vai fazer lá. – perguntou, deixando Louise um pouco desconfortável.

- Não o conheço, então por que o contaria? – indagou.

- Por que eu quero ajuda-la. E sei que posso fazer isso. – disse, tocando em seu braço.

Louise suspirou fundo. Ele seria a última pessoa que a veria e que a ouvira, então qual o problema?

- Pretendo não existir mais nesse mundo depois desta noite. – admitiu.

- Não faça isso. Não pensa em seus pais, amigos ou namorado? – disse, tocando nas mãos de Louise. Suas mãos estavam quentes, o a tranquilizaram um pouco.

- Nenhum deles se importa comigo. Não faria diferença. – disse, voltando á olhar pela janela.

- Louise – chamou Joshua, novamente – eu sei que não nos conhecemos. E sei que pode ser loucura o que eu vou lhe falar, mas desista. Desista dessa loucura por mim. Eu posso te fazer feliz, eu posso mudar sua mente, posso ser seu amigo. Mas por favor, desista. – insistiu uma última vez.

Os olhos verdes dele eram penetrantes. Ela os olhava com medo. Não sabia o que estava acontecendo, o que estava passando na cabeça daquele rapaz para pedi-la algo assim. Ela olhou seus olhos de novo, mais atentamente desta vez. Eles podiam a fazer desistir, eles podiam muda-la. Mas será que ela queria ser mudada? Isso só ela poderia decidir.


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Notas finais do capítulo

Hey, espero que tenham gostado! Comentem e favoritem, pra eu saber se devo e posso fazer mais coisas como isso aqui. Até mais! Bjs



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