Pocky Game escrita por Hiiro


Capítulo 1
One-shot




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- Okaerinasaimase, ohime-sama! – Ao recepcionar o grupo de garotas, ele se curva, com os olhos fechados e um sorrisão no rosto.

- Kyaaa! Que bonitinho! – Diz uma das vagabundas. Ouço apenas murmúrios.

- Mesa para quatro, certo? Por favor, me acompanhem. – Ele as leva para uma mesa no fundo da sala, parece que de propósito, só para eu ter dificuldade em observá-los. Baka!

Percebo que os mestres que Mai-chan estava atendendo começavam a se movimentar, iriam sair. Yoshi! O café não está tão movimentado, então, acho que posso sair da recepção se ela ficar no meu lugar.

- Iterashaimase, goshujin-sama, ojou-sama!

- MAI! – Pulo do lado dela.

- Eu! – Ela me olha surpreendida.

- Você pode ficar aqui enquanto eu... Eu já volto!

- Tá... – Ela dá um sorriso de quem não entendeu. Tanto faz! Eu já sabia que ela ia ficar na recepção, só quis justificar minha saída!

Vejo Hīro indo para a cozinha e o sigo, apertando o passo. Estou quase o alcançando, quando ele dobra a esquina. Aumento mais a velocidade e viro tamb-!

- O que foi, Lee? – Dou de cara com ele!

- Ah! Eh... - Não esperava por essa, que constrangedor! Devo ter ficado vermelho, droga! - Quase trombo contigo! Baka... – Fico um tempo emburrado antes de continuar. - Ahm... É que... Eu quero te ajudar no encantamento! – Isso. Ele deve cair nessa.

- Melhore suas desculpas. – Ele diz, depois de virar as costas para mim. Que viado!!!

Acabo ajudando ele a levar os pedidos. Ao chegarmos, observo melhor as garotas. Uma está com as pernas de fora, outra com um decote enorme, não há como não notar. É até bem atraente...

- Lee...! - Hīro me cutuca, disfarçadamente, e quebra a hipnose em que aqueles peitos me colocaram por alguns segundos. As garotas riem.

Fazemos nosso encantamento exclusivo, provavelmente, o mais ridículo de todos. Meu favorito. Além de não pagar mico sozinho, posso tocar o Hīro sem que ele se irrite. Seus dedos estão gelados... Meu coração dispara com uma lembrança: estes mesmos dedos deslizando por minhas costas.

- Obrigado. – Diz ele, se curvando levemente. – Tenham um bom apetite e, qualquer coisa, podem nos chamar. – Tire logo esse sorriso do rosto! Por que não sorri assim para mim?

- Espere! Hīro, não é? – Uma das vadias interrompe nossa retirada.

- Sim, ohime-sama?

- Será que vocês atenderiam a um... pedido especial? – Fala a garota, um tanto encabulada.

- Já imagino! – Outra declara.

- Sou muito jovem para casar, tia. – Brinco. Elas sorriem.

- É só... É que eu achei vocês dois muito bonitinhos. Principalmente, juntos... Seria demais pedir fanservice? É que eu sou fujoshi, sabe?

O que? Eu sei que estamos em um maid café, mas eu não sei falar japonês! O que essa doida está querendo dizer? Viro para meu amigo, esperando encontrar ele “boiando” como eu, e me surpreendo ao perceber aquele sorriso perverso se formando em seus lábios. O olhar, porém, se volta para o lado, ele abaixa um pouco a cabeça e coça, suavemente, o pescoço. Parece querer disfarçar o despertar de outra personalidade.

- Que tal usarem um desses? – O par de peitos sugere, ao tirar um pocky de sua sobremesa. Ela, então, o pousa em sua boca e pisca para mim. Está tentando me seduzir, piranha? Ok, admito que foi sexy.

- Sim, Pocky game! – A doida se anima. Acho que agora entendi o que ela quer...

- Perdoem-nos, mas não temos permissão para isso. – Hīro diz, seriamente. – Eu ficaria honrado em cumprir qualquer outro pedido que fosse de acordo com as regras do café. – Sua seriedade chega a incomodar. É difícil acostumar com essas mudanças súbitas.

As garotas insistiram mais um pouco, fizeram drama, falaram de BL café; o que me deixou impressionado, mas não teve efeito nenhum sobre o Hīro, que parecia entender do assunto. Afinal, o que aquele viado não sabe sobre viadagens? Então, após várias recusas, finalmente, elas desistiram e nos deixaram sair.

Já no final do expediente, estou arrumando a cozinha, quando reparo que as condições para a realização do desejo daquela mestra estão bem mais favoráveis agora. Fico pensando em como seria. Será que o Hīro aceitaria se estivéssemos sozinhos? Por que não, se já fizemos coisas piores?

- Leeee! – Minha onda de devaneios é quebrada por uma voz familiar. – Estou indo, ok? Até amanhã. – Cami. Ela me dá um abraço apertado e um beijo na bochecha. Eu estava tão distraído que não percebi... ela parece entusiasmada. Me sinto feliz por isso.

- Até amanhã, gata! – Pisco sedutoramente e aceno, enquanto a observo deixar a cozinha. Ela retribui assoprando um beijo em minha direção.

Eu gostaria de conversar mais com ela, com outras pessoas também, mas parece que aquele cara restringe minhas ações e pensamentos somente a ele. Hīro... Hīro!

- Cami! Cami, espera! – Tenho sorte que pensamentos fluem mais rápido que texto. Ela ainda estava ali.

- Oi!

- Você pode falar para o Hīro vir aqui, por favor?

- Ah, claro. – Balança positivamente a cabeça.

- Valeu!

Procuro a caixa de Pocky, tentando ser o mais discreto possível. Enquanto isso, lembro que já vi esse jogo em alguns mangás, mas nunca tentei. Quero tentar com ele... Sim, aquele viado. Fico pensando, também, que seria mais interessante se tivesse sorvete, como mais cedo com aquelas mestras. Elas pediram uma sobremesa linda, com um nome estranho, que eu gostaria de provar um dia.

Ao achar a caixa, pego só uma unidade dos palitinhos e os guardo novamente, o mais rápido possível. Escondo atrás das costas o que peguei. Não quero arriscar, vai que a próxima pessoa a entrar nessa cozinha é, justamente, a chefa! Eu estaria ferrado!

- Hi-Hīro... – No momento em que ele adentra o cômodo, sinto uma pontada no coração e acabo gaguejando.

- O que quer? – Responde, frio. – Hm? O que está escondendo aí? – Percebe a estranha posição de meus braços.

- Não é da sua conta, baka. – Mentira, é sim.

- Certo. Não vou perder meu tempo com você, então, estou voltando.

- Não! Espera! Eu... Eu quero testar algo.

Ele só me olha, aguardando alguma reação. Antes que se entedie e vá embora, atropelo meu constrangimento, mostro o que há em minhas mãos e digo:

- E-eu gostei da ideia daquelas garotas. Eu te desafio nessa porcaria de Pocky game!

- Ahahahahaha! Desafia? Muito bem, noto certa melhoria nas tuas desculpas. – Uma gargalhada se transforma em um sorriso, aquele sorriso que já conheço bem.

Só de ver sua expressão, já fico inquieto. Hīro vem andando em minha direção, devagar, me encarando. Não aguento e desvio o olhar. Ele para em frente a mim e toma o pocky de minha mão. Ainda não consigo manter a visão fixa nele. Devo estar ridículo, de tão corado. Ele, então, levanta meu queixo, delicadamente, e diz:

- Aqui. Deixe-me ver essa cara de uke. – Isso eu já sabia o que era, pois ele vive me chamando por disso. Maldito!

Hīro coloca o doce na boca e, em seguida, posiciona seu antebraço contra minhas clavículas e aperta meu ombro. De repente, me empurra contra a parede, fazendo com que eu bata a cabeça e fique ligeiramente atordoado. Aproxima seu rosto do meu, levando um sorriso lateral e aquele palito, que parece muito mais apetitoso agora, só por estar umedecido com sua saliva. Sinto meu corpo quente. A outra extremidade do doce toca minha boca, que se abre quase involuntariamente quando imagino que estou tão perto de fazer o mesmo com a língua dele. Começa o nosso Pocky game.

Ele desliza uma mão para baixo, na altura de minha cintura, e puxa minha roupa, forçando a aproximação de nossos corpos. Sua outra mão vai até meu pescoço, no qual ele crava as unhas. A dor me faz parar de mordiscar o petisco, por alguns instantes. Só até ele perceber e me comandar a continuar, apertando minha mandíbula, enquanto me encara com crueldade. Fico cada vez mais excitado.

Quando nossos lábios estão prestes a triscar, e já posso sentir o calor de sua respiração, ele dá um puxão em meu cabelo, fazendo meu pescoço quase deslocar para trás. Uma das consequências é a quebra do pocky, a outra...

- UH!

- Mm, quieto. – Diz Hīro, terminando de mastigar. – Você sabe que não estamos completamente sozinhos, não é? Se alguém nos ver, eu farei você sofrer muito mais.

E se eu disser que essa sua fala me dá vontade de gritar, de uma vez? Quero mais desses palitinhos. Quero mais de você.


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