Shiver escrita por Nevaeh


Capítulo 1
So I look in your direction...


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Tem algum tempo que eu não escrevo ones Gruvia, mas tive a inspiração e tá aí. Quem disse que a vida dos outros não inspira?! kkk
(devia estar lendo o texto da faculdade, mas tudo bem)
A música é de Coldplay, Shiver...
Desejo essa fic á minha parceira de uno. Boa sorte, garota!...
Espero que gostem.



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Oi... Era o que eu queria dizer.

Estamos tão perto... Você consegue me ver, não é, Gray-sama?

Consigo te ver mesmo em meio ao ponto de ônibus e à névoa de seis e meia da manhã. Talvez eu seja muito pequena, e meu cabelo pintado de azul está escondido por dentro do capuz, então provavelmente você não vai saber que estou aqui mas... Tudo bem, eu te vejo.

Seu cabelo está molhado, e cada vez que um pingo cai no seu pescoço você se arrepia... e eu tenho vontade de rir. O casaco ainda é o mesmo, aquele preto que eu já vesti mil vezes, que ficava tão grande em mim mas que eu sempre adorei... E que fica realmente bonito em você.

Talvez você tenha percebido, ou talvez não, mas não faz muito tempo mesmo, o meu cheiro ainda deve estar impregnado aí. Porque, é claro, você sempre dizia que tinha pena de lavar, que nossos cheiros misturados naquele casaco tinham um quê de especial. Mas hoje, talvez não faça diferença pra você...

Até porque você está tão distraído que até esqueceu o material. Talvez, quando você chegar lá na sala, Erza te dê uma folha, já que a cadeira ao seu lado não vai ser mais minha... Talvez você ouça alguns pêsames, mas provavelmente a minha ruiva preferida vai mandar você pra casa do caralho. É, eu já contei tudo pra ela... Relaxe, ela vai te amar depois disso, como sempre... Mas vai poder dar o soco na sua barriga que eu não consegui te dar.

Porque – ô garota burra, retardada— eu ainda sou perdidamente apaixonada por você. Que inferno.

Mas eu não vou negar, sinto falta mesmo. Porque minhas mãos estão geladas... Como as suas. Eu sei disso porque você sempre aperta as mãos desse jeito quando está com frio, pra ver se o sangue circula melhor. E, talvez seja mais um devaneio meu, mas talvez você sinta saudade das minhas mãos agora...

Costumávamos dar as mãos durante esse horário, cochichando qualquer comentário sobre as outras pessoas enquanto eu esquentava os seus dedos e você, o meu peito. Era gostoso, sabe? Você é um tanto quanto mal-humorado, mas nesses momentos eu realmente me sentia próxima de você. Ouvia seu coração bater rápido, a sua respiração e talvez uma risada, quando minhas mãos se embrenhavam por dentro da sua camisa e brincavam com a sua sanidade.

Porque você sempre teve reações ótimas... Aqueles arrepios sempre te denunciavam, Gray. Você sempre conseguiu continuar sério, sempre emburrado... Mas sua cara vermelha era um anúncio para todo mundo do ponto de ônibus. Você ficava muito envergonhado, como uma garota – mas você gostava, safado—, e eu tinha muita vontade de te morder, te agarrar no ônibus mesmo e talvez brincar um pouco mais até chegarmos à escola. Porque você é fofo... E porque aquele seu sorriso de canto me dava a esperança de que, no fundo de todo o seu gelo, você é quente.

Ao menos, suas mãos são. E eu gostava da sensação de entrelaçar meus dedos aos seus... Era um dos poucos momentos em que eu realmente me sentia sua. Porque nossas mãos se encaixavam perfeitamente, e me mostravam a felicidade de ser perfeita pra você por alguns instantes, mesmo que eu não seja realmente. Mas... era uma boa sensação, era como se não houvesse nenhum outro lugar onde eu devesse estar. Como se fôssemos indispensáveis um para o outro...

Talvez sejamos, mas talvez não haja tempo para recuperar o tempo perdido.

Porque você é orgulhoso demais para dar o braço a torcer, e eu tenho certeza de que todos os problemas não-resolvidos vão voltar a nos atormentar se voltarmos. Eu quero voltar, mas... Não aguento observar as suas unhas roídas e a expressão sempre infeliz, como a que você está agora.

Por favor, eu já pedi mil vezes, não morda a boca desse jeito, sai sangue e te machuca... E não adianta nada, você sabe. Não vai fazer você ficar menos na merda. Também não esfregue os olhos tão forte, a sensação dessa noite em claro não vai sair de você, como também não sai de mim.

Estou realmente cansada, sabia? Queria que você agarrasse a minha mão de novo e, antes que o ônibus chegasse, a gente corresse para a sua casa e entrasse nas cobertas desarrumadas da sua cama. A gente sempre se arrependia no fim das contas, não é?...

Mas aquele arrependimento bobo não é nada comparado ao de agora. Porque eu queria voltar, mas... Não aguento perguntar o que são essas manchas vermelhas sob seus olhos e, mesmo sabendo que são por causa das nossas brigas, ouvir você dizer que é apenas culpa da faculdade. Se voltarmos, você vai me responder?

Tsc. Eu não devia estar rindo, mas é que dizer que Gray Fullbuster vai contar alguma coisa é tão absurdo que chega a ser engraçado. Mas, sinceramente, isso não me faz nem um pouco feliz. Queria saber da sua vida. Queria saber – da sua boca – qual é a sua cor preferida, ou qual o seu tipo de filme, ou do que você tem medo. Seria legal...

Seria um momento tão importante pra mim que eu lembraria até de como você respirou para dizer isso... Não, brincadeira, minha memória não é tão boa a esse ponto.

Mas eu teria o maior prazer em te ouvir. Em te ver morder o canto da boca pra pensar melhor e tentar achar uma solução com você. Seria difícil, talvez eu não ajudasse muito. Mas seria importante.

E, quando você perguntasse o porquê – já que eu não ajudaria em nada mesmo –, eu diria que é porque é gostoso compartilhar momentos. É bom ter você por perto, Gray. Você é um ótimo amigo... E eu queria ser, mais que sua namorada, sua amiga também. Queria que você confiasse em mim. Que não fosse tão distante...

Mas, no momento, estou apenas observando você se ajeitar na fila pra pegar o ônibus. Nem sei porque estou me encolhendo, você não vai me ver mesmo... Mas é porque eu acho que vou chorar. Me sinto inútil. Talvez tenha sido melhor a gente se separar mesmo... É melhor eu ir pra casa, acho que não vou parar de chorar tão cedo. Como ontem...

Adeus, Gray.

Oh, nossa... Minhas pernas não se movem. Eu devia ajeitar meu capuz, pelo menos. Está frio pra caralho, minhas mãos estão congelando... Sinto saudade das suas mãos.

Um pingo. Que diabo de pingo do inferno é esse? Me arrepiei igual a um cachorro agora... Um pingo?

— Toma... Sabia que você ia precisar.

Não se divirta às minhas custas, idiota, eu sei que você está morrendo de rir por dentro... Idiota. Esse cheiro... O casaco. É, agora a desgraça está feita. Estou alucinando... Provavelmente desmaiei no ponto de ônibus e não senti... Porque ele não voltaria. Ele nem me viu aqui... Mas as minhas mãos estão tão quentes...

Olha, eu ainda consigo sorrir... Você ainda sabe entrelaçar as mãos nas minhas. Não esquecemos muita coisa depois de uma semana, não é?

Oh, que merda, estou tendo esperanças de novo. Espero que você não me engane de novo, Gray. Não me esconda nada de novo. Eu quero você de volta, mas... Seja meu também.

— Eu... Tenho algumas coisas pra falar com você.

— Não me desaponte.

Claro, meu tom é arrogante, porque você foi um filho da puta que me fez sofrer pra caralho. Mas... Se eu disser que esperei por isso pelos últimos dias, você acredita?


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Achei ela um pouco confusa... mas é que é em 1ª pessoa, e eu conversando comigo mesma fico desse jeito... uns pensamentos sempre atrapalham os outros.
Mas comentem, favoritem, eu vou amar!
Até a próxima!



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