Touch of Death escrita por Kaah Morganna


Capítulo 3
Capitulo 3 – "Touché Vampira"


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, me desculpem pela enorme demora, tive que me ausentar por um tempo... pessoais...

Mas espero conseguir normalizar tudo isso, e voltar a postar com regularidade...

Beijos e boa leitura ♥



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Bobby me convidou a conhecer seus amigos mais achegados, primeiro, me falou de um tal de Scott Summers, caminhamos até seu quarto para ver se ele estava lá.

– Scott? - Bobby o chamou, batendo sutilmente na porta.

– Oi? – disse uma voz grossa, atrás da mesma.

– Quero te apresentar devidamente a alguém. – “Scott? Scott? Eu já ouvi esse nome em algum lugar...” pensei.

– Só um minuto. – respondeu de dentro do quarto, parecia um tanto incomodado. Abriu a porta rápido. – Oi Bobby, e...

– É... Eu sou a vampira. – sorri educadamente. Ele riu, sabia que ele se referia ao meu verdadeiro nome. Esse nome que me trazia tantas dores.

– Muito prazer vampira, meu nome é Scott Summers, nos vimos na sala do professor, certo?!

– Sim, acho que sim. – Respondi tentando lembrar. Na sala havia o professor, o homem de garras e... Deu-me uma imensa vontade de rir ao lembrar, era o Robocop, só que estava sem o uniforme estranho e os óculos ridículos, ele estava usando uma calça jeans, uma camisa roxa, uma jaqueta preta e óculos escuros e vermelhos. Parava agora se lembrando da noite anterior, minha primeira impressão foi assustadora, raios vermelhos pelos olhos explodindo uma caixa de energia, mas a segunda impressão foi mais positiva, ele parecia ser um cara legal e...

– Pessoal, tenho que ir, hoje tem treinamento e ainda há coisas que preciso resolver na cidade, foi um prazer conhece-la vampira, espero que goste do ambiente e de sua nova família... – Ele diz interrompendo meus pensamentos.

– Tudo bem, também foi um prazer, até outra hora. – sorrio tentando ser simpática.

– Uffa, minha sessão de treinos é amanha, até mais Scott. – Bobby disse enquanto caminhava devagar me esperando o acompanhar.

– E ai vampira o que achou do Scott? – ele perguntou a certa distancia do quarto.

– Me pareceu ser um cara legal, só meio fechado...

– Que nada, ele é assim com todos os novos integrantes, com o tempo você conhece o Scott de verdade.

– O que mais tenho para conhecer? – digo desviando o olhar.

– Bom, vou te apresentar meu amigo Spike, nesse dia ensolarado, ele provavelmente deve estar andando de skate no jardim. Que tal irmos lá? – ele disse sorrindo e eu acenei com a cabeça positivamente. Caminhamos até o jardim, e ele era enorme. Cheio pessoas espalhadas por todo ele, alguns pareciam mais velhos, outro da minha idade e ainda outros bem mais jovens. Caminhei pelo jardim, acompanhada por Bobby, eu realmente não cansava de dizer seu nome, até em pensamentos. Olho para lado, quando ouço a voz do Bobby e em seguida levantar seu braço e apontar para uma árvore.

– Ali está ele, junto da Laura. Vamos até lá! – ele disse animado, forcei um sorriso.

Nela havia duas pessoas, avistei um moreno alto, de regata e shorts que ia até os joelhos, também vi uma garota que aparentava ter uns 17 anos, ela usava uma blusa apertada que mostrava quase toda sua barriga era feita de um tecido confortável, a calça parecia ser de couro e botas sem saltos que ia quase até seu joelho. Seus cabelos negros balançavam com os movimentos que ela fazia ao tentar desviar e com garras de metal, que pareciam com as garras do homem de costeletas, ela tentava cortar os... O que era aquilo? Meu Deus! Eram ossos! Não consegui conter minha surpresa e até medo.

– Meu Deus... – Não falei alto, tinha certeza que só eu ouviria, pelo volume que minha voz saiu, era praticamente um sussurro. Mas a garota ouviu, percebi pelo que aconteceu a seguir, ela olhou pra mim, e resultou em algo que eu nunca havia visto. O garoto moreno, que eu já sabia ter o nome de Spike, lançou os ossos sem notar a desconcentração dela e acabou acertando a barriga da garota, fazendo ela se assustar, ela abafou um gemido de dor. A imagem a minha frente foi tão aflitiva que acabei gritando assustada. A menina de garras chamada Laura calmamente tirou o osso cravado na sua barriga. Enquanto eu tentava me controlar para não surtar. Quando eu finalmente vi sua ferida se fechar e voltar ao normal sem nenhum evidencia que aquilo havia acontecido, suspirei surpresa, mas aliviada. Isso não durou muito, logo em seguida ela olhou brava para todos nós.

– Acho melhor sairmos daqui... – digo querendo sumir daquela situação. - Parece que não foi muito boa à ideia de vir ao jardim... Vamos voltar pra mansão? – Digo e caminho rumo ao interior da mansão.

– Sim, é melhor. – Ele ria. Dei as costas a eles, caminhando com o Bobby rumo ao interior da mansão. Voltei meus olhos brevemente para a cena na árvore. Eles continuavam ‘brincando’... – Desculpe pelo mal entendido Vampira, a Laura tem um pouco da personalidade do Logan. – Passamos pela porta, conversando.

– Tudo bem, mais eu falei tão baixo, como ela escutou? – pergunto curiosa.

– O professor Xavier deve ter explicado que aqui todos têm dons, cada um é único e espetacular, uns desenvolvem mais cedo, outros mais tarde. Mas no caso da Laura... É um pouco mais complexo.

– Complexo? Como assim? – “Já não era demais descobrir ser uma mutante?” – penso.

– A Laura... Ela... – ''puffffff'' Um barulho estranho e uma fumaça surgiu de repente a nossa frente, hoje eu vou acabar enfartando.

– Meu Deus, o que é isso? – indago espantada. Um animal azul surgiu de cabeça pra baixo. Com o rabo pendurado em um lustre, rapidamente me escondo trás do Bobby.

– Ah, Noturno, isso é jeito de dar as caras, você assustou a vampira. – Bobby disse com voz de repreensão.

– Oh, então você é a nova integrante? Desculpe pelos meus modos adorável moça, eu me chamo Kurt Wagner, mas também me chamam de Noturno. – Eu continuo olhando pra ele, tentando entender o que ele é, na verdade, ainda estava paralisada na parte do rabo no lustre. Meu Deus é muita informação para um dia.

– Érrr... Oi, é um prazer Kurt Wagner. – Respondo com uma feição de espanto e ainda atrás do Bobby.

– Vampira, né?! Hummm Vampira... – afirmo com a cabeça. - Esse nome é porque você dorme em um caixão, é imortal, têm presas e se alimenta de sangue? – Pergunta o garoto azul entre risos.

– NOTURNO! – grita Bobby.

– Desculpe Bobby, na verdade nossa companheira deve dormir de cabeça para baixo. – ele dava uma risada alta agora.

Bobby lançou uma rajada de gelo contra noturno, que desapareceu e surgiu sobre um corrimão, eu segurei o braço do Bobby e pedi calma.

– Se eu tivesse um rabo e presas, assim como você tem, seria mais fácil dormir de cabeça pra baixo e morder pescoços, Kurt.

– Touché Vampira. – ele deu uma risada mais alta. – Tá ai, gostei de você. Desculpe as brincadeiras, é só pra esquentar um pouco a cabeça do nosso amigo gelado.

– Tudo bem Kurt, e você é engraçado. – Respondo fazendo um pouco de força para segurar Bobby.

– Já vou indo meus amigos e Vampira se liga, o Bobby é muito paradão para tomar a iniciativa, mas não dê um gelo no cara, ele é frio mais está na sua. – ele riu pro Bobby, o provocando, senti minhas bochechas esquentarem.

Bobby lançou mais uma rajada contra noturno, que desapareceu de vez, deixando seus risos ecoando, me deixando totalmente constrangida pelo que acabou de falar, o Bobby estava mais vermelho que um tomate, fingia estar procurando Noturno, olhando para os lados, resmungando e disfarçando.

Conseguia ouvir o coração do Bobby a distancia, será que isso tudo é raiva do noturno? Ou é em reação ao que ele acabou de falar? Será que o Noturno estava certo e o Bobby gostava de mim? Esse Noturno é uma figura. Dei um leve sorriso com esses pensamentos.

– Cadê esse capeta azul. – resmunga Bobby, olhando para os lados.

– Esquece Bobby, ele só estava brincando. – tento o acalmar.

– Brincando, né?! Mas estou cansado dele só falar idiotice, besteira, coisas sem sentido...

– Coisas sem sentido, idiotice? Pergunto, cortando sua fala.

Ele olha pra mim e vê minha face nada amigável.

– Não! É que... Sabe?! Tipo... Ele é... – Ele olha pra mim e vê minha face nada amigável.

– Esquece, Vamos andando, tem muita gente pra você me apresentar. – digo deixando transparecer meu descontentamento. Caminhava em direção a grande porta de madeira que agora estava fechada, ia distraída quando uma garota passou pela porta, e não, ela não abriu aporta e passou por ela, como o Bobby e eu fizemos a pouco, ela literalmente atravessou a madeira da porta. Assustei-me e voltei a expressar isso dando um pequeno grito.

– Oh Meu Deus! – digo dando um pequeno pulo para trás. – Mas o quê?!

A menina que passara há poucos segundos agora ria descontroladamente, me afastei e dei passagem a ela, mas me arrependi logo em seguida, ela abraçou o Bobby que pelo jeito ficou sem reação e bastante sem graça. Olho os dois por um momento, ele se afasta gentilmente da garota e sorri. Ela olha mais uma vez pra mim e sorri.

– Então você é a novata?! Muito prazer meu nome é Katherine Anne Pryde, mas pode me chamar de Kitty, ou de Lince Negra... Enfim, fique a vontade e seja bem vinda... – ela sorriu e estendeu a mão, tirei uma das minhas mãos do bolso do casaco, com a luva protegendo o contato direto com minha pele, apertei sua mão com segurança e sorri em resposta.

– Sou a Vampira, mas pode me chamar de Vampira... – sorrio e vejo o Bobby dá uma risada longa, e logo atrás dele a Kitty ria também, mas minha impressão é que ela só estava rindo por causa do Bobby. Era tão evidente, ela forçava uma risada e olhava em seguida para ele. Ele me olhou e algo em minha face o fez ficar agitado.

– Bem Kitty, nos vemos depois, ok? Tenho que mostrar a mansão para a Vampira... – ele disse rápido, caminhando até a porta e acenando para ela sorrindo, girou a maçaneta e abriu à porta, me deu passagem e eu caminhei a frente dele, sentia ele me observar, disfarcei fingindo esta distraída e voltei a ver as figuras no jardim, ele apontava algumas pessoas, e dizia o nome de cada uma e seus poderes logo em seguida.

Caminhamos mais um pouco e vi um chafariz, era um pouco mais afastado do Jardim e próximo a ele começava a floresta, havia grandes arvores ao seu redor, arbustos bem aparados que contornavam toda a extensão do chafariz, e bancos em alguns pontos acompanhados de postes de iluminação, que tinham um estilo antigo. O chafariz tinha forma de Ankh, o símbolo da energia vital criadora, antigo, provavelmente esculpido no século XX. Como eu sabia disso? Eu realmente não fazia ideia.

Avistei uma menina de cabelo longo e loiro próximo ao chafariz, ela usava um vestido claro e de cortes que me fazia lembrar revistas de moda que vi uma vez, parecia ser caro. Ela levantava os braços e movimentava delicadamente eles, algo estranho acontecia, demorei um pouco a perceber que o vento seguia os movimentos que a garota fazia. Parei por um instante e senti algo estranho, olhei para o Bobby e ele olhava em direção a ela e sorria, volteia olhar para ela e vi um garoto se aproximar dela, o garoto a abraçava por trás e a beijava.

– Lá estão eles... – Bobby dizia animado e me puxava ate eles. – Quem é vivo sempre aparece, achei que não veria o casal hoje... – ele disse e vi o rapaz se virar notando nossa presença, ele também era loiro, cabelo curto, olhos claros, seu queixo era quadrado e tinha um sorriso bonito.

– E aí cara! O que aconteceu por aqui? – Ele nos olhou, estendeu a mão para o Bobby e fizeram uma espécie de comprimento masculino ridículo, olhei a garota, ela virava seu rosto para o lado ficando com o rosto de perfil embora seu corpo continuasse na mesma posição que antes.

– Olá Bobby, vejo que tem uma nova amiga... – ela sorriu e voltou fazer seja lá o que ela estava fazendo antes.

– Sim, sim... Esta é a Vampira! – ele me apresentou animado – Vampira esse é o Alex, irmão do Scott, e essa é a namorada dele, Illyana...

– Muito prazer Vampira... – ela disse calmamente.

– Bem vinda Vampira... – disse o garoto de nome Alex.

– Obrigada... – sorri olhando curiosa à garota loira. Como de costume demorei um pouco para perceber o que ela estava fazendo. Ela movimentava a água, fazendo pequenos monstros da mesma. Os garotos pareciam acostumados a aquilo, mas eu estava espantada. Dei um passo para trás e isso chamou a atenção deles finalmente.

– Olá meus lindinhos, hora de nos divertimos... – ela disse e a voz dela parecia angelical e demoníaca ao mesmo tempo. – Ataquem os alunos! – ela sussurrou rindo.

– ILLYANA! – disse Alex em tom de repreensão. – Você esta maluca? Atacar os alunos? Quer que o professor Xavier fique furioso conosco? – mesmo sem ver seu rosto, sabia que ela estava descontente. Ela movimentou os braços, dessa vez sem delicadeza alguma. Os tais “monstros” se desfizeram e voltaram ao seu lugar de origem, o chafariz.

– Satisfeito seu estraga prazeres? – ela parecia furiosa. – Nunca mais fale assim comigo! – ela estendendo uma das mãos e uma espada enorme aparece nela. Ela tinha uma Luz incandescente, que lembrava uma espada jedi. Dou mais alguns passos para trás quando vejo aquilo, ouço o Alex dizer algo.

– Illyana, não faz isso... – ela segura a espada com as duas mãos, e posiciona ela faz um movimento rápido, como se estivesse golpeando o ar, o cortando. Vejo algo estranho aparecer depois do corte no ar, fico boquiaberta... “Ela acabou de abrir um portal? Que dizer... Aquilo era um portal, certo?”.

Senti o ar ser puxado levemente por ele, olhando de onde eu estou parecia um miniburaco negro, mas em questões de segundos ele se expandiu, permitindo que ela passasse por ele com facilidade, antes de passar pelo portal ela fitou o Alex com uma cara brava. Logo depois o portal foi fechado.

– Droga! Ela sempre faz isso! – ele se lamentava ainda zangado. – Eu não faço isso para o mal dela, ao contrario, não quero que ela entre em problemas, eu só queria que ela entendesse isso... – ele desabafou em nossa frente, eu não sabia o que responder então apenas abaixei minha cabeça desviando meu olhar para o chão.

­– Illyana tem um gênio forte, mas é uma boa garota... Só é um pouco maluquinha... – Bobby tentava contornar a situação.

– É... Eu sei, e é por isso que eu amo ela... Enfim, vamos mudar de assunto... Bobby, você viu o Scott hoje?

– Sim, mais cedo ele estava na sala do professor Xavier, depois fui apresentar a Vampira a ele, quer dizer... Reapresentar... – ele disse rindo, e eu sabia bem o motivo.

– Reapresentar? – Alex disse confuso.

– Sim, ontem com a ajuda do cérebro, o professor X, achou a localização da Vampira, e disse que era urgente a encontrarmos, pois ela estava assustada, fugindo e sem destino... – ele respirou fundo quando falou as palavras assustada, fugindo e sem destino, como se estivesse com medo que eu me sentir-se mal por aquilo, na verdade até senti, lembrei-me da minha melhor amiga se batendo no chão. Fechei os olhos e levei a cabeça para o outro lado. – O professor mandou o Logan procura-la, mas outra pessoa apareceu e o distraiu, bem acho que pode imaginar quem...

– Dentes de Sabre... – ele rolou os olhos, claramente entediado. Foi um gesto engraçado.

– Exato, o Logan demorou e o professor imaginou que o motivo seria esse e nos mandou ajudar. Um mal entendido fez a Vampira usar seus poderes contra mim... A culpa foi nossa é claro, a Vampira ficou apavorada com a cena de confronto entre o Logan e Destes de Sabre, e nós a assustamos mais ainda com nossa chegada, o Scott lançou uma rajada óptica e eu tentei acalma-la, mas só fiz piorar, a agarrei e acabei desmaiado. – ele falava em um tom calmo, como se isso fosse à coisa mais normal do mundo. Depois deu uma risada acompanhada do Alex, senti meu rosto esquentar, eu fui tão patética aquela noite.

– Olha só, o Bobby de quatro por uma garota, você é forte... – ele me olhava e ria – E que poderes são esses? – Alex disse cortando meus pensamentos.

– Eu ainda não entendo bem... Eu toco nas pessoas... – olho minhas mãos protegidas pela luva – E elas se machucam... – Eu falo meio sem jeito. Eu realmente não queria falar sobre aquilo.

– Absorção... – Bobby disse rápido, talvez notando o meu desconforto.

– Ok, mas que tipo? – ele perguntava curioso, a resposta era tão obvia que acabei soltando um suspiro.

– Contato físico, pele a pele... – Bobby disse mais uma vez rapidamente, ele olhava nervoso para mim. – Cara, por favor... – ele disse se virando para o Alex.

– Tudo bem, não está mais aqui quem perguntou. - Alex respondeu meio sem graça. – Bem, eu já estou indo... Tenho que me aprontar para o treino com o Scott. Vampira foi um prazer conhece-la, sinta-se a vontade, aqui somos todos membros de uma grande família feliz. – ele disse com um tom que me fez rir. Logo em seguida saiu em direção a Mansão. Coloquei as mãos nos bolsos, e me virei de frente para o Bobby.

– Seus amigos são legais, gostei de conhecê-los... – digo com um pequeno sorriso.

– Serio? Gostou de conhecer todos os meus amigos? – ele disse surpreso e sua feição me fez rir.

– Claro, se eu disse... Por que parece tão surpreso? ­– ele sorriu e desviou o olhar para o chafariz. Sorri com aquilo.

– Não sei... às vezes eles falam coisas idiotas, como o Noturno... – ouvi sua resposta foi o bastante para parar de sorrir, ele notou isso quando voltou a me olhar, e então foi minha vez de desviar o olhar dele para o chão. – Às vezes fala coisas... Que não são da conta dele... – voltei a olhá-lo, ele tinha um sorriso nos lábios e eu o encarava sorrindo também. Ficamos em silêncio por um tempo, apenas nos olhando, mas este logo foi interrompido com a chegada dela, suspirei cansada.

– Bobby? – sua voz me fez fechar os olhos, um tanto irritada, e por algum motivo tive a sensação que o Bobby também fechou seus olhos.

– Kitty... – ele disse com uma voz cansada, quase insatisfeito, como se não quisesse realmente dizer seu nome. – Algum problema? – abro meus olhos e vejo ele se virar para ela, que estava parada a certa distancia. Ela o chamou dessa vez com a mão, mostrando que queria que ele fosse ate ela. Suspirei e me sentei em um banco, um pouco afastada daquilo. Observando eles conversando e ate ouvindo partes da conversa, apesar da distancia eu conseguia ouvi-los com algum esforço...

– Já faz um tempo que você me prometeu um passeio pala cidade, ir a uma lanchonete, comer algo... Mas sempre esta ocupado... Mas agora não, então eu pensei se não poderíamos ir hoje... – ela disse com uma voz meiga.

– Passear? Claro, estou te devendo isso há um tempão... Apenas me espere falar com a Vampira antes, Ok?! – ele disse e ao ouvi seu consentimento, me levantei por impulso.

– Tudo bem Bobby, acho que você já me mostrou tudo que tinha para me mostrar na escola... – digo sorrindo e balançando a cabeça de leve, tentando o deixar tranquilo.

– Da mansão talvez, da cidade não... Quer se juntar a nós? Vai se divertir, prometo... – ele sorria, e eu o imitei alargando meu sorriso.

– É... Claro, vai ser bom... – eu disse em um misto de alegria e nervosismo.

– Ótimo! – ele exclamou contente. E começou a caminhar em direção a Kitty, eu ao seu lado a examinava, tentando descobrir o que ela estava pensando no momento que me viu voltar com ele... Ela me olhou e sorrio, ao entender que eu os acompanharia. Perguntei-me se aquilo era verdadeiro ou se ela estava apenas contornando a situação e disfarçando seu desgosto, dei de ombros mentalmente e sorri pra ela. – Vampira concordou em nos acompanhar, vai ser divertido... – ele dizia, mas eu realmente não tinha certeza dessas palavras. Apenas esperava que fosse verdade.

Ele nos levou até a garagem, e apontou para um carro. Caminhou ate o veiculo e o destravou, entrou no carro e a Kitty fez o mesmo, se sentando no banco do passageiro ao lado do acento do motorista, entrei no carro, sentando obviamente no banco de trás. Fiquei em silencio, pensando em como tanta coisa tinha mudado na minha vida, de uma noite para outra, eu dormir por vários dias em bancos, economizando cada centavo para ter o que comer no dia seguinte, não tinha mais amigos, não tinha um lar... E olha onde estou agora, em um carro, saindo de uma mansão que talvez um dia pudesse chamar de lar... E foi tentando me convencer que iria ser divertido, que deixei a mansão para trás.


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