Chocolate escrita por Taty M
Existia um ditado onde se dizia que para ter algo bom, era necessário abdicar uma outra coisa.
Hanamiya sabia muito bem o que isso significava. Mas ele não se contentava com pouco, então, fazia questão de manter as duas.
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Ele gostava de chocolate amargo.
A falta do excesso de açúcar e o gosto do cacau em cada mordida podia ser inebriante, não lhe emitia aquela sensação que esperava, mas apenas o contato do sabor em sua língua paralisava por poucos instantes.
Era semelhante a Imayoshi e a forma azeda de sua companhia, assim que ele se aproximava, Hanamiya se sentia um asco, queria sumir, eliminá-lo. Era ruim e ao mesmo tempo, o almejava.
Então sim, de fato um modelo ideal de chocolate amargo.
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Hanamiya amava chocolate ao leite, talvez fosse o seu favorito.
Já que se tratava da forma nua e crua do doce. Universal, clara, sincera. Gelado, derretido, derretendo... Só de recordar o sabor e consistência, um desejo insano crescia nele.
Chocolate ao leite o fazia se lembrar de Imayoshi.
Pois seu antigo capitão podia ser um demônio em diversas ocasiões — todas. Mas em sua forma despida e bárbara ele extrapolava o tolerado.
Quando recordava sobre Shoichi, algo que tinha virado rotineiro, em todas memorias o seu senpai possuía a uniformidade certa para deixá-lo louco de desejo, mas ao contrário do chocolate ao leite, quem derretia era o próprio Hanamiya.
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Chocolate branco sempre teve um lugar especial em seu coração. Ou o correto seria um lugar bem escondido ali. E talvez isso significasse sua morte.
O mais doce de todos, o mais cremoso. Se destaca entre os demais pela cor, combina com basicamente o que quiser. Quando comido, é capaz de arranca-lhe o ar, ou matá-lo de sede. E devido aos seus excessos, Hanamiya sabia que se consumisse de forma exagerada, poderia custar sua saúde e existência.
Igualmente ao chocolate branco que podia ser doce e com isso lhe encher de prazer, mas também poderia rouba-lhe a vida aos poucos, era Imayoshi.
Da forma que mantinha o doce, bem escondido em seu íntimo. Fazia o mesmo com seu antigo capitão. Chocolate branco é aberto e intenso, Imayoshi não precisava de sinceridade para saber dos outros.
E Hanamiya não estava a fim de encurtar sua existência com uma corda no pescoço, talvez o chocolate branco não significasse tanto a pessoa de Shoichi. O mais correto seria dizer que o chocolate branco era exatamente o sentimento doce e gostoso que escondia a fundo em sua alma, afinal, exageros daquilo só faria mal a uma pessoa, e ele gostava de viver.
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Variedades sempre lhe chamaram atenção, não garantia ela por completo, mas a ganhava por um instante. E isso servia também para chocolates diversificados.
Aqueles com amendoim, castanha, nozes, avelã, amêndoas... Assim como morangos, uvas, framboesas.
O acréscimo era instigante, chocolates assim lhe remetia a sexo. E Hanamiya amava.
Tanto chocolate como sexo, ou os dois ao mesmo tempo. Afinal, seu doce favorito ficava ainda mais gostoso sob a pele de alguém.
Esse alguém podia ser representado unicamente por Shoichi.
Da mesma forma que o chocolate parecia cintilar quando misturado a seus acréscimos, no corpo de Imayoshi ele alcançava um patamar da realeza. O gosto era unido ao sabor de sua pele, a textura se tornava a mesma, e assim como acontecia com o doce, Hanamiya só conseguia desejar devorar e ser consumido.
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É curioso as multiplicidades do chocolate, não podia esquecer da mais estranha de todas: a pimenta.
Talvez a mistura que Hanamiya mais demorou a experimentar e isso era motivo para seu eterno arrependimento, óbvio. Era um amante de chocolate, desejava o doce, muito, bastante. A pimenta ali era contraditória.
Até o dia que experimentou, então todos seus cálculos mudaram!
O chocolate com pimenta era o gosto que faltava em seu paladar, e esse sim, mais do que todos os tipos, era exatamente a combinação que simbolizava Imayoshi.
Era frio até mesmo quando estava queimando, o sol e a lua habitando no próprio local e não um sistema, era jazendo ao MESMO ponto.
Assim que se aproxima, é como estar frente a um copo de pureza e veneno, como beber esse líquido sem conseguir separar.
As sensações misturadas com tanta polaridade, como dizer que tem afeto sendo gerado em meio a cólera. Eram as duas pontas que estavam atadas o tempo inteiro. Sim, o chocolate com pimenta ERA Imayoshi Shoichi.
Sua eterna prisão, e a mais liberal que existia.
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Hanamiya podia evitar doces, talvez devesse. Ou pelo menos aqueles do tipo com pimenta que de fato o prejudicavam, tão quanto Imayoshi.
Mas abdicar de seu senpai era como uma dieta, ninguém gosta de dietas!
Fazer jejum de Imayoshi era mais do que riscar apenas o chocolate com pimenta.
Teria que recusar o chocolate branco e sua doçura, eliminar o meio amargo e ele tinha sempre o poder de colocá-lo no lugar, era o que fazia bem a sua mente e corpo.
Ele nunca estaria pronto para abandonar o misto de sensações prazerosas que o chocolate unido a acréscimos trazia, aqueles efeitos que o fazia perder a cabeça, gemer, amolecer.
Dar as costas para Imayoshi era como jurar nunca mais colocar um chocolate ao leite em sua boca. Poderia ser interpretado como tirar-lhe o próprio ar. Ainda que soasse bem exagerado, Hanamiya não era descomedido, pelo contrário, era metódico e inteligente.
Mas sabia que especulações assim seriam inúteis. Nunca poderia cortar seus chocolates, simplesmente porque não queria. A verdade sempre foi essa.
Ainda que Imayoshi significasse amargo, doce, oculto, perigoso, chocolate e pimenta. Hanamiya simplesmente não se afastaria, não queria.
Porque Hanamiya era viciado em chocolate, de todos os tipos...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Então foi isso lindos, espero que tenha agradado alguém, sintam-se à vontade para comentar, favoritar e toda essa fofura (#^.^#).
Beijos e até à próxima ♡