Por você escrita por Lai Universe


Capítulo 12
Revelação


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoal :D
Bom aqui está a continuação do cap, espero que gostem :D



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De manhã quando acordei senti minha cabeça um pouco pesada, abri meus olhos devagar e forcei um pouco eles para enxergar já que a claridade estava muito forte, me levantei colocando a mão na cabeça que latejava.

— Bom dia. — Ouvi uma voz e procurei virando minha cabeça muito rápido acabando por causar uma forte dor de cabeça coloquei a mão nos lobos temporais e fiz uma massagem. — Bateu ressaca, é isso que dá exagerar nas bebidas.

— Eu não to de ressaca. — Falei em uma tentativa de não mostrar fraqueza.

— Tem certeza? Eu acho que você está. — Connie me olhou enquanto bebia o café.

— Não to.

— Posso gritar no seu ouvido então? — Ela se aproximou de mim ameaçadoramente.

— Não, to bem. — Gritei correndo dela nos sofá, meu próprio grito fez minha cabeça doer mais e isso fez Connie rir.

— Toma isso, vai ajudar.

Ela me estendeu um copo junto um comprimido.

— Não sei se posso confiar em você... — Falei fazendo um olhar desconfiado.

Ganhei um revirar de olhos combinado com impaciência, ela pegou minha mão e colocou o remédio e depois me empurrou o copo de água.

— Obrigado. — Falei colocando os comprimidos na boca.

Me levantei para tomar café na bancada, Connie havia arrumado e parecia estar me esperando acordar para comer.

— Nossa não sei se mereço tanto.

— Para de gracinha. — Connie se sentou do meu lado, ela esticou o braço e pegou um dos pratos e colocou na minha frente. Depois ela se serviu de bolo e café.

— Você toma café?

— Tomo sim, por quê? — Ela franziu a testa me olhando.

— Eu lembro de uma vez que você me disse que não gostava de café.

Falei para ela que riu de mim.

— Ah depois que comecei a estudar para ser aceita na federal, o café se tornou meu melhor amigo e desde então todos os dias preciso da minha dose diária, até porque acho que sem ele eu não agüentaria um plantão no hospital. — Enquanto contava ela se divertia, possivelmente por lembrar de todo o desespero da época.

— Ah entendi.

— Não vai comer? Ta com vergonha?

—Não to não, eu vou comer. — Me apressei em me servir de um pouco de suco e bolo de laranja no qual tive vontade de experimentar antes de dormir, mas fiquei com vergonha.

— O que achou do meu bolo?

—Tá muito gostoso. Posso comer mais? — Esquecendo os bons modos eu comia de boca cheia sem me importar com que Connie iria pensar de mim, minha fome era tanta que eu não me controlava.

— Pode se servir, eu não vou conseguir comer isso tudo sozinha. — Ela me olhava comer com o queixo apoiado. — Que bom que gostou modéstia a parte eu cozinho muito bem.

— E eu concordo com você, pelo menos o bolo ta uma delícia. O Pedee deve adorar quando você cozinha. — Falei despreocupado comendo, ao ouvir o nome do Pedee ela concertou a postura e voltou a comer.

— Eu não cozinho pra ele, nunca senti vontade pra isso.

Ela falava muito calma como se estivesse falando do tempo, mas seu tom de voz era frio e algo dentro de mim dizia que ela estava infeliz, resolvi não falar nada para evitar que o clima ficasse estranho.

— Então me conta como foi se descobrir uma chef.

Ela e riu e começou a contar uma historia da vez que ficou sozinha em casa durante um feriado, continuamos comendo devagar e fazendo algumas piadas, mas eu não conseguia tirar da minha cabeça que Connie estava omitindo alguma coisa de mim.

Mais tarde Connie e eu chegávamos ao topo da colina para armar o nosso piquenique, a vista era perfeita e podíamos ver toda a cidade, me lembro das vezes que costumava vim aqui só para pensar.

— Aqui vai ser ótimo para nosso piquenique.

— Também acho.

Ela abriu a bolsa, tirou uma toalha de piquenique de lá vermelha, estendeu na grama e para evitar que a toalha voasse colocou um chinelo em cada ponto e depois coloquei os meus assim como fazíamos em todos nossos piqueniques, alguns velhos hábitos nunca mudam.

— Então, iremos comer ou vamos colocar o papo em dia sobre tudo que aconteceu nos últimos anos?

— Eu já falei o que aconteceu comigo, você não falou o que fez nesses anos. — Connie falou me observando séria.

— Você quer mesmo saber? Não precisa foi chato.

— Uma missão chata com as gems? Impossível. — Ela já se aproximava de mim e percebi que ela estava criando expectativa sobre a historia.

—Vou fazer um resumo então, passamos todos esses anos atrás de uma nave uma nave gem que enviou sinais que foram pegos pela torre, as gems ficaram com medo de haver mais espalhadas então saímos verificando outras naves e acabavam por surgir outras missões no meio da nossa missão, foi bem complicado.

Tentei ser bem direto no meu resumo e omitindo muitos fatos já que não queria preocupar a Connie.

— Nossa, deve ter sido exaustivo para você.

— Você não sabe o quanto.

Ficamos em silêncio por um tempo, eu olhava para o céu e ela me olhava fixamente sem se dar conta eu sabia que ela estava me olhando, mas não falei nada preferi ficar na minha, Connie devia estar pensando sobre tudo que passei e o que ela faria. Para tentar aliviar o clima peguei na cesta o chantilly e aproveitando que ela estava distraída fiz um bigode de chantilly parecendo um de lorde inglês.

— Connie. — A chamei a fazendo olhar para mim, quando me viu ela riu.

— Olá Sir Steven, como se sente nessa linda manhã?

— Vou muitíssimo bem, senhorita Connie.

Falei mordendo os lábios para reprimir uma risada, mas não consegui e cai na risada junto com Connie.

— Sabe, senti muita falta de ficar assim com você.

— Eu também. — Passei a mão pelo buço para tirar meu bigode de lorde.

— Você não sabe como as coisas ficaram depois que você foi embora. — Connie fitava o nada enquanto falava.

— O que aconteceu

— O que já era de se imaginar, eu fiquei triste e me isolei mais ainda do mundo, meus pais ficaram preocupados e acho que pela primeira vez na vida eles viram como eu me sentia de verdade e não ficaram apenas supondo coisas ao vento.

Olhei para Connie enquanto falava, o tom de voz era sofrimento eu conseguia sentir que enquanto ela falava se lembrava de tudo que aconteceu e parecia que meu peito estava se rasgando e só de pensar que foi eu que causei esse sofrimento.

— Connie, me desculpa eu...

— Não precisa se desculpar... bom depois de um tempo que você foi embora o Pedee apareceu lá em casa para me visitar e então meus pais me jogaram pra cima dele com toda aquele discurso “ele é o rapaz perfeito para você” e “ficaremos tão felizes se você namorar com ele”, depois que você foi embora eu me sentia que não conseguiria ser feliz outra vez e então decidi que se não fosse feliz por mim eu seria feliz pelos meus pais.

As palavras dela doíam em mim mais do que qualquer outra coisa no mundo, a minha Connie passando por tanto sofrimento e eu tão longe dela sem fazer nada por ela, me senti um completo inútil.

— Connie, eu nem sei o que te dizer.

— Tudo bem, se eu não tivesse passado por tudo isso eu não teria me tornado a pessoa que sou hoje.

— Entendi.

— Posso te confessar uma coisa? — Ela perguntou me encarando.

— Claro.

— Desde que você voltou me sinto tão estranha, não sei bem como explicar. Eu te amo e te odeio ao mesmo tempo, é como se eu quisesse te dar um tiro ao mesmo tempo em que me jogaria na frente para te salvar.

Ela suspirou e se jogou na grama levantando os braços. Não sei se entendia o que ela falou como uma declaração ou como ofensa.

— Você me ama? — Perguntei atônito olhando para ela.

— É claro que eu te amo você foi meu primeiro amor.

Sorri com a resposta dela.

— Connie eu sei que não devia ter ido embora e sei também que nunca devia ter deixado você, tudo isso que você falou foi doloroso demais e pareceu que eu estava sendo esfaqueado.

— Não se culpe esta tudo bem agora. — Ela tentava parecer estar tranquilo, mas eu sabia que não estava.

— Você continua a mentir tão mal, eu não sou seus pais eu te conheço.

— Posso ter mudado nesses anos.

— Sim você mudou isso está claro. Mas eu sei que dentro dessa bela mulher está a minha pequena Connie.

Os olhos dela eram hipnotizantes e ela tinha o olhar fixo nos meus e era uma coisa maravilhosa. As bochechas dela ficaram coradas enquanto nossos olhares se cruzavam, me aproximei devagar dela sem quebrar o contato dos nossos olhares, há poucos centímetros dos lábios dela tomei fôlego e tomei coragem para completar o caminho restante. Nossos lábios se encontraram e pareceu que eu fazia uma viagem no tempo no nosso primeiro beijo, os lábios dela continuavam com o mesmo gosto e do mesmo jeitinho que eu me lembrava. Quando nós separamos ela olhou para mim confusa.

— O que eu fiz? Ai não, eu sou noiva. Não acredito que fiz isso.

— Calma, não precisa entrar em pânico.

— Claro que preciso! Eu beijei você. — Connie estava surtando.

— Como se o Pedee não fizesse isso. — Falei dando de ombros, ela me olhou com raiva. — Desculpa Pedee é um santo, esqueci.

— Não é isso, eu sei que ele é um idiota e me trai horrores.

— Se você sabe por que fica com ele?

— Por causa dos meus pais já falei, mas não tira o foco da conversa. — Ela respirou fundo me olhando. — Me desculpa de verdade, eu não podia ter feito isso.

— Por quê?

— Eu estou noiva, isso não é obvio?

— Mas você não ama o Pedee.

Ela ficou em silêncio por um tempo olhando para mim.

—Quem disse que não?

— Isso está estampado na sua cara. — Ergui uma sobrancelha para ela que bufou olhando pra mim.

— É incrível.

— O que?

— É só você aparecer na minha vida que tudo vira de ponta a cabeça.

Connie parecia estar frustrada, ela estava arrancando a grama que tinha perto dela.

— Vou considerar isso um elogio, já que não estou entendendo você hoje.

Ela riu e voltou a se deitar na grama para admirar o céu, olhando para Connie assim me batia uma sensação de felicidade, finalmente era só eu e ela mesmo sendo só durante um dia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não esqueçam de comentar ;)
Se tiver algum erro me desculpem ^^



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