A Nova Uchiha escrita por Mrs Fox


Capítulo 18
Eighteen


Notas iniciais do capítulo

Yooooo pessoal, cá estou eu com uma capítulo fresquinho para vocês.

Como sempre, foi mal pelos erros e boa leitura!

PS.: Quem quiser entrar no grupo do whats me envie o numero com DDD, essa é a última vez que dou esse aviso.



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– Esses foram os diários que Shikamaru achou jogados pelo chão de uma sala. Ele não conseguiu pegar todos, mas foram o suficiente. - Kakashi me informou.

Acenei com a cabeça e abri um dos livros apoiando sobre minha pernas enquanto me sentei numa cadeira da sala, li rapidamente as anotações sem me aprofundar, buscando somente uma compreensão básica do conteúdo, focando em datas, nomes e lugares que podem serem úteis. Pude ver no diário mais recente um registro de venda de um veneno para a mesma organização criminosa que os ANBU’s investigavam quando foram envenenados. Também havia uma longa lista de tipos de procedimentos laboratoriais, mas nada que pudesse ser dado como específico para um estudo completo. No outro livro havia um registro de nascimentos e mortes, uma espécie de registro de possíveis cobaias, mas quando me atentei ao numero vi que minha conclusão estava precipitada, aquilo era basicamente um pequeno exército.

O terceiro livro era o mais antigo, em alguns trechos sua leitura era ilegível por conta da tinta borrada ou apagada, as folhas amarelas tinha as bordas desgastadas e cheirava a mofo. Mexi nessas páginas com um cuidado maior, era relatos das guerras entre clãs que antecediam a formação das vilas, escritos por Yuna Ootsuka, alí contava como as pesquisas do clãs ajudavam os senhores feudais e até mesmo outros clãs a vencerem batalhas intermináveis até o período em que seu poder e influencia começaram a decair, até serem escorraçados do mundo shinobi por serem acusados de “infiéis, inconstantes, aproveitadores e chantagistas”. chegando nas últimas páginas um dos últimos relatos me chamou a atenção:

“ Chegamos ao fim da era das guerras, diversos ninjas e clãs tem se unido em buscar de uma paz que acalente seus corações feridos e curem as marcas que todas essa era de lutas e sangue derramado deixou. As mãe planejam terem novas almas dentro dos ventre para preencher o vazio que foi deixado por aqueles mortos em batalhas, acreditando que agora estão seguros para criar seus filhos; enquanto os pais aproveitam a oportunidade para descançar a preocupação da mente acreditando que agora terão herdeiros para passarem seus ensinamentos e conceitos das honras e glórias da família, para assim terem mais honra ao clã.

Mas essa paz não passa de retalhos de tecidos finos sendo costurado com linhas grossas achando que assim poderiam disfarçar as fragilidades das alianças, com a falsa esperança que as diferentes cores podem funcionar juntas proporcionando uma maior união. A guerra não vai deixar nunca a história dos shinobis, é para isso que somos feitos por Kami: saciar a sede que essa terra tem por sangue. Toda habilidades ninja vem da dominação e superioridade, do desejo constante de alimentarmos a nossa honra através do poder. Negar isso, é negar por essência a sua condição como guerreiro. Um ninja não deve temer os caminhos que percorre até a força, como também deve saber que os caminhos dos outros afetam o seu próprio, e é assim que por decisão natural guerreamos.

Porém o Clã Ootsuka, o meu clã, por qual sou líder, foi desprezado por não jogar essa verdade inegável fora, não nos predemos na ilusão de que a paz é um objetivo que pode comumente ser alcançado, nosso jeito não nos permite a isso, e até poderia ser um pecado pensar e agir assim. Fui acusado junto com todos os meus famíliares de ficção ideológica, de promover a manutenção da guerra por não me esconder dentre mentiras, e nenhuma vila aceitou a nós.

Todo conhecimento e sabedoria de gerações jogado fora por meros sonhadores, que se julgam bons o suficiente para determinar quem são os merecedores de sermos enceridos em um sistema que não passa de um pequeno feto, com base nos seus ideais de justiça e veracidade que são julgados por suas mentes pequenas e orgulhosas. Todo homem que busca a paz desprezando aquilo que não lhe serve, ou o que não condiz com seus desejos egoístas, este é diminuto demais para seus objetivos, é só a sombra do que deveria ser o homem a conquistar e liderar o movimento.

É por isso que não deixarei nem os meus olhos, nem os dos meus descendentes se encantarem a essa fácil ilusão, nem deixarei que as capacidades do meu clã caiam no esquecimento, porque nós, ao contrário dos traidores da vida de um shinobi, sabemos exatamente onde devemos estar, e como devemos estar. Provarei a toda e qualquer vila que o que nos completa é o poder de destruição, e por meio da ciência que provarei que o shinobi perfeito virá dos conhecimentos desprezados do clã de maior sabedoria. Concluirei o Jutsu de Transferência de Capacidade, e me casarei com a mulher mais inteligente do clã, garantindo em todo caso a continuidade dos meus objetivos.”

O relato terminava aí, virando a página vi anotações feitas quase dois meses depois com a mesma caligrafia metódica.

“ Algumas semanas atrás me peguei pensando na melhor alternativa para a criação do perfeito shinobi, até que uma das lembraças mais impressionantes do período da guerra voltaram a minha mente, me trazendo nostalgia e extase por um dos dias mais memoráveis que tive em campo. Estava a procura de ervas para a fabricação de venenos que seriam usado por um Nobre Feudal, numa tentativa de tomar o poder do Senhor Feudal do que um dia veio se tornar oficialmente o País do Fogo, quando vi uma batalha entre os clãs que a fama aterrorizavam a muitos, Uchiha e Senju.

Nunca em toda minha vida vi batalha mais bela, a cada golpe, giro de espada punhos atingindo a carne , kunais sendo lançadas, e selos sendo feitos com precisão pude sentir a paixão que ambos lados tinham pelo conflito e batalha, especialmente os líderes do Clãs, Uchiha Madara e Senju Hashirama; ambos conhecido por suas habilidades inconstestáveis e uma rivalidade tão magnífica que durava anos. Já tinha ouvido que a dupla parecia dos monstros em batalha, porém os relatos não era nada se comparados com a beleza impotente e destruidora de ambos em batalha. As habilidades de ambos poderiam ser consideradas basicamentes divinas, enquanto o Senju dispunhava de um chakra não são tão imenso quanto do outro, mas também especialmente poderoso, como se a vida fluíce dali reunidas em pequenas e úteis habilidades, o Uchiha possuía olhos extremamente úteis, que combinados com as suas habilidades praticamente naturais se tornavam um poderosíssima arma.

Foi ai que me decidi, meu poder viria dalí. Reproduzir habilidades vinda de um chakra é uma tarefa basicamente impossível, mas aproveitar da anatomia ocular me pareceu uma boa ideia. Há seis semanas raptei uma membro do clã Uchiha, um jovem de 16 anos que se perdeu em meio a uma fuga, como forma de garantir que teria olhos o suficiente para estudar o obriguei - sobre fortes ameças - a se deitar com cinco mulheres que rapidamente engravidaram, agora com os futuros olhos de cinco criança e o desenvolvimento de um par em tempo real, poderei começar todo estudo necessário até reproduzir um perfeito Sharingan em laboratório.”

Terminei de ler assimilando aquelas novas informações, fechei o diário e coloquei em cima da mesa soltando um breve suspiro. Olhei para Sasuke, ele tinha ido até o hospital me chamar a pedido de Kakashi, estava em canto da sala com a única mão dentro do bolso, encostado na parede. Não parecia esboçar nenhuma reação mais agressiva com a história, mesmo que os seus antepassados tenham sido usados como cobaias, talvez aquela reação fosse positiva, demonstrasse uma melhora de como ele aprendeu a lidar com tudo, talvez fosse negativa, com ele guardando tudo pra si com antes. Ele percebeu meu olhar o analisando, e retribuiu com a mesma intensidade, pude notar seu descontentamento com a minha atitude, e me virei para Kakashi envergonhada.

– Como você pode perceber Sakura, se não lidarmos com isso o mais rápido possível, poderemos ter de enfrentar uma nova guerra, e dessa vez com um exército de falsos Sharigans. - Kakashi comentou.

– A situação é bem problemática, e não temos ideia do que fazer com o inimigo, já que nossas informações sobre a sua localização são imprecisas. Preciso que você me conte o que descobriu enquanto estava lá para formular um plano. - Shikamaru falou tranquilamente.

Acenti levemente e comecei o meu relato, sendo ouvida atentamente por Sasuke, Shikamaru e Kakashi, descrevi como fui mantida em cativeiro e os motivos do interesse que ele tinha em mim, explicando a história que me havia sido contada.

– Então esse Jutsu de Transferência de Capacidade serve para transferir os conhecimentos? - Kakashi perguntou com o cenho ligeiramente franzido.

– Acho que não necessariamente os conhecimentos, pelo menos eles não nascem entendendo, o cérebro de um bebê não aguentaria funcionar com tantas informações sem entra em colapso. - falei me virando para ele - Mas deve aumentar a facilidade de compreender informações já obtidas nas outras gerações.

– Como um banco de dados genético, que pode ser facilmente aprendido. - Sasuke comentou.

– O que significa que temos uma elevação no QI, e com esse jutsu as pesquisas são mais rápidas. - Shikamaru suspirou - acho que com tamanho conhecimento acumulado... Aquele Sharingan é perfeito, Sasuke? - olhei para ele esperando a resposta.

– Não. - ele se afastou da parede andando para próximo da mesa - Aquele olho passa longe das habilidades do Sharingan, é mais uma coleção de jutsus que foram modificados para serem usados pelos olhos. O genjutsu é forte, mas só porque é a reunião de várias técnicas ilusórias.

– Por isso o Kai não funciona? - Kakashi perguntou entendendo o caminho da análise, sendo respondido por um aceno discreto.

– Como são vários jutsus juntos, é impossível liberar todos de uma vez, porém toda essa união geral caminhos alternativos de liberação.

– E esse acumulo gera técnicas gera uma sobrecarga de chakra no cérebro que termina em um colapso nervoso. - antes que percebesse já estava jogando meu parecer médico na situação.

– E as outras habilidades Sasuke? - Shikamaru estava agachado em um canto com as mãos juntas escutando atentamente.

– Ele obviamente não consegue ver o fluxo de chakra, nem copiar jutsus, ou prever movimentos, sem contar que o gasto de chakra é muito mais elevado do que um Uchiha teria, ou até mesmo Kakashi quando tinha o olho transplantado.

– Deve ser para isso que serve a pírula de chakra. - comentei, e vi que Kakashi gostaria de uma explicação. - O homem que quebrou a minha perna na missão de Kanso Ha tinha ingerido uma pílula antes de ter um súbito aumento de chakra, depois estudando as substãncias das fichas ví que elas aumentavam o fluxo de chakra, semelhante a Técnica de Abertura dos Pulmões do Gai-sensei, e provavelmente parte fica concentrada no cérebro, na região ocular. - expliquei da maneira mais simples que me veio a cabeça.

– Tsc. O que significa que tirando o genjutsu aquele olho não passa de uma cópia barata de um verdadeiro Sharingan. - Sasuke falou, e pareceu nem se importar em demonstrar desprezo na voz.

– Então temos que reunir o máximo possível de informações sobre esse clã e darmos um jeito de parar essa vingança. Shikamaru vá até os arquivos da vila e…

– Gomen Kakashi-sensei, mas para ele isso não é uma vingança. - o interrompi.

– O que isso quer dizer Sakura? - seus olhos se estreitaram novamente, apoiando a mão sob o queixo.

– O objetivo de Komuro não é se vingar das vilas, nem destruí-las, ele deixou bem claro na conversa; o desejo dele é basicamente conquistar poder e influencia para a manter atividades científicas, mesmo que essas sejam experimentos inumanos.

– Ele tem que morrer.

Sasuke falou de maneira simples, mas olhando para seu rosto, vi fúrias nos seus olhos. Voltei meu olhar para Kakashi, me perguntado se ele tinha visto a mesma coisa que eu, pude notar essas reações de fúria contida nas poucas vezes que tive que falar sobre a ilusão do genjutsu, e para não piorar a situação preferi não falar nada. Mas era pouco provavel que meu sensei tivesse percebido alguma coisa, já que ele não tinha conhecimento completo da situação; ou ser percebeu, fingiu que não era nada.

– Alguma coisa sobre a menina Sakura? - Shikamaru interrompeu o silêncio.

– Nada, - automaticamente balancei a cabeça como se para dar enfase - ela não estava lá.

– Pé no saco… Uma última coisa Sakura que poderia me ajudar, o que ele fez durante o genjutsu?

Senti o pouco de saliva que tinha em minha língua sumir, imediatamente fechei a mão em torno da saia que estava usando, sentindo a minha unha repuxar as linhas da meia calça. Olhei para meu mentor, ele esperava calmamente, embora seus olhos analisassem minhas reações, sabia que ele não me obrigaria a falar nada, porém era de sua responsabilidade para com a vila, concordar com Shikamaru na importância que aquilo pudesse vir ajudar em um plano. Movi meus olhos na direção de Sasuke, ele estava com a mandíbula trincada e sua mão era nada além de um punho fechado dentro do bolso da calça, mesmo que de forma contida, seu descontento com a perguntar do Shikamaru era visísel, ainda mais da forma com que ele olhava para o pescoço do outro. Seus olhos vinheram até a mim, e mesmo que no silêncio, sabia que ele não concordava que eu falasse aquilo, não enquanto eu não quisesse dizer nada, agradeci mentalmente por saber que aquilo era um cuidado para comigo, e não nojo do que se tinha ocorrido. Quando olhei para o rosto entediado, entretanto, atento do meu antigo colega de academia, sabia que aquela era uma pergunta que ele não insistiria em ficar sem resposta. Por fim suspirei, não tinha acontecido nada de verdade, eu poderia contar.

– Ele me estuprou dentro do genjutsu. - soltei de uma vez num suspiro de coragem.

Um silêncio estranho caíu sobre a sala, os olhos de Kakashi estavam arregalados enquanto Shikamaru fazia o mesmo, sendo a única diferença o boca ligeiramente aberta; Sasuke continuava em pé, com um olhar mortal direcionado a Shikamaru, mas o espanto que esse estava passando não lhe deixou perceber o risco que sua saúde física corria, até que ele mirou a janela, e pude observar sua respiração pesada; ele tinha voltado mais acessível, e controlado, porém a ira ainda era despertada com facilidade .

– Sakura… s-sinto muito, não queria forçá-la a falar nada. - a voz do Shikamaru era baixa.

– Tsc. E ainda assim o fez. - a irônia na voz de Sasuke era palpável.

– Não se preocupe Shikamaru, eu sei que estava cumprindo com seu dever. - falei calma, expusando as imagens da minha mente.

– Sakura, se você quiser se afastar do caso, lhe dou minha permissão como Hokage, poderá descansar e caso se sinta necessário, procurar uma aju…

Kakashi iniciou, ele estava indignado. Uns meses atrás tivemos de lidar com uma ninja que tinha sido atacada e estuprada na missão, na ocasião tinha deixado bem claro que considerava um dos piores crimes que poderia serem feitos e alguém, e deu toda assistência para que a ninja se sentisse melhor.

– Não Kakashi-sensei! - falei apressadamente. - Eu estou melhor, não foi real no final das contas e... Sasuke-kun me ajudou.

Ele moveu os olhos de mim parar Sasuke, que tinha mudado o peso de uma perna para a outra em sinal de uma provável desconforto, repetidas vezes com ar de compreensão, parando naquele que tinha se tornado meu namorado, tive a impressão que eles basicamente discutiam algo daquela forma, mas não passava de suposição.

– Temos, que achar esse homem, e devido as circunstâncias matá-lo para evitar maiores estragos. Shikamaru, Gaara ainda não encontrou os esconderijos do País do Vento?

– Não Rondaime-sama, Segundo o Kazekage, a geografia do local não contribui para isso, mas ainda estão nas busca de alguma pista. Mas se me permite dizer, acho que não será necessário irmos até o inimigo, seria melhor montarmos um plano de defesa e captura, já que o que ele quer está aqui. - seu olhar indicar foi de Sasuke para mim, mas todos sabíamos que Naruto se incluía alí.

– O Rinnegan do Sasuke-kun, o chakra das Bijuus do Naruto. - sussurrei mostrando meu descontentamento, olhei para Sasuke até que esse desviou o olho da janela até a mim.

– E você.

A voz grossa poderia parecer áspera, e talvez fosse um pouco, mas algo em sua postura me dizia que ele iria me proteger, como nos velhos tempos, aquilo fazia eu me sentir aquecida e dei um sorriso fraco em sua direção, mesmo que ambos soubéssemos que eu sabia muito bem me defender.

~#~

Era final da tarde, estava andando pelas ruas de Konoha depois de ter deixado Sakura novamente no hospital. O que Shikamaru disse só confirmou uma certeza que eu já sabia, nesse momento provavelmente aquele maluco estaria planejando um jeito de conseguir o que queria, nem que para isso tivesse que entrar em Konoha, tarefa que poderia ser considerada difícil, mas para um ninja inteligente furar o bloqueio ao redor da vila era fácil, a prova disso era a invasão de Orochimaru no Exame Chunnin, Itachi depois da morte do Sandaime; se os ninjas da guarda estivessem tão despreocupados por conta dos tempo de calmaria seria tão fácil quanto foi para mim e o Time Taka durante a Guerra Ninja.

Claro que Kakashi era apto pra planejar um sistema de segurança contra invasões excelente, ainda mais levando em conta seus anos de experiência com infiltração como ANBU, mas ainda sim, era tudo muito dependente do trabalho perfeitamente bem executados dos outros para que funcionasse corretamente, e mesmo dessa forma sempre é possível haver uma brecha. E era por isso que desde que voltamos a vila, criei um costume de verificar Sakura enquanto ela dormia, na noite anterior uma preocupação tão grande me acometeu que acabei indo na sua varanda duas vezes, além de passar pela casa do Naruto. Sabia que Naruto era forte o suficiente para se cuidar sozinho, difícilmente alguém o venceria em batalha, porém meu amigo também tem uma forte tendência ao descuidado e a estupidez; enquanto Sakura era um pouco mas atenta, e com certeza tinha capacidade o suficiente para cuidar de si, entretanto ela tinha uma forte tendência a se sentir segura somente por estar dentro da vila, mesmo que soubesse que o inimigo adoraria atacá-la, eu não me perdoaria se isso acontecesse comigo ali.

– SASUKE! ESPERA!

Ouvi um grito e virei o rosto para ver Naruto, só ali fui perceber que estava de frente para a Academia Ninja enquanto ele passava pelos portões acenando em despedida para um grupo de crianças, que retribuíam o gesto com alegria, ouvi uns gritinhos finos e vi uma bando de garotas, provavelmente uns oito anos mais novas do que Naruto, dando gritos estridentes e jurando amor. Não pude conter a careta que se formou no meu rosto, lembrava da época em que eu tinha meu próprio grupinho de garotas para me perturbar e gritar coisas sem sentindo, estremeci ao lembrar que Sakura já foi uma dessas, para minha sorte, a convivência no mesmo time a fez mudar.

– Que cara estranha é essa? - ele seguiu meu olhar e fez uma cara cansada quando percebeu o que eu olhava. - Ah isso, relembrando seus tempos em que era disputado a tapa?

– Nunca achei isso interessante. - respondi e começamos a andar.

– Eu tinha uma certa inveja quando via todas meninas da nossa turma gritando entre si pra sentar perto de você, e me dava mais raiva ainda porque eu achava que você gostava daquilo. - fiz uma cara de indignação com o que ele achava de mim.

– Aquilo era cansativo e irritante.

– Eu sei, já estou casado com a Hinata-chan faz mais de um ano e ainda tem garotas vindo atrás de mim, tenho que ignorar muitas delas, ai entendi que você fazia isso pra ver se ela paravam.

– Mas não param. - soltei um suspiro cansado.

– Isso, não param, - ele também suspirou - minha sorte é que a Hina não é ciumenta. Mas acho que depois que elas crescerem não parar de me perseguir como aconteceu com você,

– Isso é uma das vantagens de ser um ex-nukenin, Naruto. - pelo canto do olho vi que ele deu um sorriso amarelo e coçou a cabeça constrangido - Já estou acostumado a muito tempo com a ideia. - falei dando de ombros.

– Bom, talvez isso não influencie muito, sabe? - ele disse tentando concertar a situação, sem haver nenhuma necessidade - Hinata-chan me disse que depois daquele dia que fomos juntos no Ichiraku, assim que você voltou, umas meninas perguntaram de você pra ela, acho que o aconteceu não influencia tanto no julgamento dos outros como você pensa.

– Pare de tentar me confortar Naruto, eu não ligo pra isso. - bufei.

Depois de quase um mês que tinha voltado para vila as pessoas tinha se acostumado com a minha presença, a parte civil da população tinha sido a mais rápida a se adaptar, enquanto os shinobis continuavam me olhando torto. Mas eu não ligava, sempre soube que seria assim, ao menos eles não me incomodavam, talvez por medo, talvez porque as influências de Kakashi, Naruto e Sakura, que eram tão respeitados na vila, servisse como uma espécie de barreira.

– Sasuke, posso perguntar uma coisa? - Naruto interrompeu meus pensamentos.

– Você já está fazendo isso, Naruto. - falei, sabendo que aquilo iria o provocar.

– Não seja teme, seu teme! - ele disse com indignação cruzando os braços como fazia quando mais novo.

– Primeiro: não sou teme. seu dobe. Segundo: como você quer que eu pare de ser uma coisa que você insiste em dizer que eu sou? - me senti um retardado em provocá-lo daquela forma, era óbvio que já tínhamos passado da idade pra aquilo.

– Ah seu baka, não fale coisas assim! - ele disse erguendo os punhos convictos.

– Você não entendeu, certo? - perguntei enquanto caminhavámos pelo centro comercial da vila.

– Não. - ele falou abaixando a cabeça e largando os braços ao lado do corpo, soltei uma risadinha pelo nariz, não importa quanto tempo passasse, Naruto sempre seria Naruto. - Você devia rir mais vezes, mas não tá minha cara. Quer que eu vá te socar, bundão?

– Você faz provocações de uma criança de dez anos. - falei debochado.

– Ah é? - ele me lançou um olhar malicioso antes de continuar. - E se eu usasse os boatos que você a Sakura-chan estão ficando pra te provocar, seria adulto?

Parei de andar no mesmo momento, ele olhou para mim e começou a rir como se estivesse escutado a piada do ano.

– Que história é essa de boatos? - perguntei voltando a andar.

– Hoje de manhã fui no galpão de armas da vila pegar umas kunais, guardei as minha num canto que nem a Hina conseguiu achar, acabei ouvindo a conversa de um grupo que estavam verificando o estoque falando que Sakura-chan estava andando de braços dados com você ontem na vila, um deles falou que tinha visto vocês dois jantando juntos uns dias atrás, e até tinha desistido de convidar a Sakura-chan pra sair, porque desde que você voltou não se desgrudam.

Ele falava tudo como se estivesse contando a história mais engraçada da sua vida, estava obviamente se divertindo as minhas custa. Não gostei de saber que falavam de mim e Sakura pela vila, uma coisa era meu nome sendo falado no meio de injúrias, outra coisa era ficarem falando do nosso relacionamento e invadindo a nossa privacidade. Suspirei, era evidente que depois de andarmos de braços dados todos saberiam que estávamos juntos, para mim não fazia diferença nos mostrar ou não em público, era só um detalhe que não devia nos influenciar, porém parece que com isso as pessoas se achavam no direito de invadir o espaço pessoal alheio.

– E então Sasuke? Vocês realmente estão ficando? - Naruto me deu o olhar mais provocativo junto com um sorriso de puro contentamento.

– Eu não “fico” Naruto, - falei a palavra com certo desprezo - fui educado para assumir compromissos. - lhe lancei um olhar zangado.

– O que significa que… ? - triquei os dentes, ele não iria parar até ouvir uma resposta que satisfizesse sua diversão.

– Estamos namorando. - falei de modo mecânico, não tinha me habituado a palavra namoro, mas o termo ficando era desconfortável.

– EU SABIA!

Ele deu um berro no meio da rua, apontando o dedo diretamente pra mim, todos no rua olharam para cena curiosos com o motivo do futuro Hokage estar com um dedo acusador para mim enquanto ria freneticamente. Me irritei com a reação escandalosa de Naruto, me baixei com uma perna estandida e dei um giro fazendo ele cair com cara na neve por conta da rasteira, ele parou de rir na hora fazendo um cara de dor colocando a mão na coluna. Sorri com minha pequena satisfação pessoal e fui andando, ele se levantou e veio atrás de mim, algumas pessoas riam com a cena, enquanto outras voltaram para seus afazeres.

– Precisava disso teme? - falou ainda com as mãos nas costas. - E devia dar um chute nesse seu traseiro…

– Isso que dá não saber ser discreto.

– Eu só fiquei feliz, por você e pela Sakura-chan! Ela passou tanto tempo te esperando, e você parecia se condenar toda vez que olhava pra ela. Oh céus! Vocês vão se casar! Vocês vão né? Não enrole mais a Sakura-chan, Sasuke; você já está na hora de se quietar, a vida de casado é meio difícil as vezes, mas vale muito ter alguém que se ama sempre do nosso lado! Você já disse pra Sakura-chan que ama ela? Não, você ainda é um grosseirão. Imagine pra você perdir ela em casamento? Vai ser um desastre! Eu fiquei meio nervoso pra pedir a Hina, mas pior foi pedir a permissão do Hiashi-sama. Nossa, como eu fiquei nervoso! Mas por sorte ele gostava de mim, Hanabi-chan falou que ele tinha ficado impressionado com a minha força de vontade desde a minha luta contra o Neji na segunda etapa do exame Chunin, ainda bem que eu sou um ninja excepcional. Mas o Kizashi é legal, e adora fazer piadas, e deve te adorar desde que você salvou a Sak… - ele falava empolgado gesticulando como uma criança, a cada frase senti uma pontada no meu cérebro aumentar a intensidade até se tornar uma dor.

– Naruto.

– Que foi? - ele virou o rosto curioso pra mim, deixado as mãos suspensas no ar.

– Saia daqui, agora!


Virei meu rosto com o Sharingan ativado, aquilo não parecia ser nada demais para ele que só deu uma risada ainda maior e saiu pulando nos telhados, aquilo nunca tinha funcionado com ele. O monólogo dele ficou na minha cabeça, por quê ele estava tão apresado com casamento, a noiva seria Sakura não ele, chutei um punhado de pedras que estava no chão, e continuei a andar.


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Notas finais do capítulo

Quis colocar um pouco da amizade do Naruto e do Sasuke nesse capítulo, tava sentindo falta de um momento mais tranquilo deles, e se eu não fizesse isso agora não daria pra colocar depois. Olha gente, o fato do Sasuke não gostar do termo "ficando" é mais por uma questão cultural japonesa do que momento fofura. "Ah Mariana, acabou com a magia da coisa!" kkkkkkkk Foi mal, eu não entendo muito dos costumes japoneses, e eu sei que as coisas hoje em dia não são tão radicais que ficar é considerado um pecado, mas é algo que vai de contra a tradição local, e eu gosto de trabalhar com isso.
Agora gostaria de dar um aviso importante, a fic está entrando na reta final. Mas já? é gente, nem eu tô acreditando que estou concluindo a estória. Entretanto isso não é motivo para desespero, eu tô cada vez mais conseguindo trabalhar melhor na história, o que significa que provavelmente os capítulos serão cada vez maiores e com mais conteúdo, como tem acontecido ultimamente. Por enquanto, curtam a estória.

Bjs, até próxima semana!



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