A Nova Uchiha escrita por Mrs Fox


Capítulo 11
Eleven


Notas iniciais do capítulo

Olha quem tá de volta, eu! A Mariana Colorado, siga-me os bons! kkkkkkkk Tava me lembrando de Chapolin gente.
Voltei para matar o que estava matando vocês. A fome? Nããão, a curiosidade.
Como sempre, desculpe pelos erros, e boa leitura! :D

PS.: Nesse capítulo a mudança de cenas vem com mudança de 1ª e 3ª pessoa.



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Era depois das duas da tarde quando resolvi para e comer, minha mente estava tão perturbada com aquele maldito Sharingan que mesmo a minha última refeição tivesse sido feita de sete horas não consegui sentir fome. O esconderijo ficava a algumas horas da vila, o que significaria que no final da tarde já estaria lá. O inverno tinha começado não fazia nem um mês, mas a floresta já estava tão branca quanto um pergaminho. Tinha me escondido no meio dos galhos, aquela parte da floresta era pouco utilizada por ninjas ou viajantes, e ainda assim não conseguia a baixar a minha guarda, todos esses anos sempre me mantive alerta e logo em seguida fiz uso disso.

Ouvi o barulho distante de alguém correndo, pelo barulho dos passos,reconheci que se tratava de uma pessoa pequena e leve. Deixei a bolsa em um galho e me posicionei em um ponto melhor com a katana em mãos. Quando o indivíduo se aproximou do ponto em que eu estava, parou de correr entrado em estado de alerta, mesmo debaixo do capuz pude ver a cabeça se virando de um lado para o outro, era claro que já sabia que alguém estava ali, esperto. Joguei uma kunai fazendo-o pular de lado e saltei, cai com um dos joelhos pressionando o tórax enquanto posicionei a katana na frente do pescoço. Entretanto o outro tinha sido rápido o suficiente para segurar meu punho e manter a espada a uma distância segura do pescoço, e com a outra mão apontar uma kunai para meu estômago. Me levantei em um pulo quando vi uma par confuso de olhos verdes e fios rosas tocando a neve.

– Sakura, o quê você está fazendo aqui? - perguntei embaiando a espada.

– Eu não podia deixar você ir sozinho pra uma provável armadilha. - falou enquanto tirava a neve da capa.

– Você não devia ter vindo, pode ser perigo. - lhe olhei de maneira reprovadora.

– Eu sei me cuidar Sasuke-kun. - me senti mais aliviado com o “kun” de volta.

– Foi Kakashi que mandou você?

– Digamos que eu o convenci a me deixar vir. - apesar de séria, ela tinha um olhar travesso.

– Sakura, volte pra vila. - saltei para a árvore e peguei a bolsa.

– O que? - ela andou até a base da árvore. - Eu não vou voltar. - e fez bico como uma criança malcriada.

– Sakura, essa pessoa tem um Genjutsu poderoso, é melhor você voltar pra vila.

– Não Sasuke-kun, isso pra mim é uma missão, não posso simplesmente voltar porque você acha eu não sou capaz.

– Tsc, isso não é questão de capacidade.

– É questão do que então? - ela me lançou um olhar questionador enquanto cruzava os braços.

– Gostava mais da época que você me obedecia sem questionar. - me virei e comecei a andar.

– Gosto mais de agora, que você me trata como igual. - ela começou a me seguir, quando olhei pra trás vi um sorriso presunçoso surgi nos seus lábios.

Seguimos andando, Sakura o tempo todo girava uma kunai com o dedo, as vezes quando ouvia um barulho suspeito segurava a arma firme na mão, constatando que era nada voltava a girar despreocupadamente, sem deixar de observar os lados. Era uma postura bem diferente da época de genin, a qual ela sempre estava com as mãos junta nas costas, ou mexendo no cabelo, e quando olhava para os lados difícilmente era verificando o ambiente a procura de ameaças, já que ela adorava observar a paisagem.

Ela não falou nada sobre a discussão que tivemos de manhã e não seria eu a fazer isso, eu nunca tinha nada a falar, e isso não iria mudar agora. Até mesmo porque minha mente estava muito ocupada pensando no tal Sharingan, o genjutsu dele não era igual ao meu, ao do Itachi ou de qualquer outro que tinha visto no clã quando criança, seu jutsu se assemelhava ao um genjutsu normal, porém com caracteríscas de um ninjutsu de memória. Sem contar a cor, era como se fosse um rosa um pouco mais escuro que o cabelo da Sakura, e os traços violetas que definitivamente não eram parte de nenhum padrão do Mangekyou Sharingan. Por um momento achei que os olhos poderiam ter sido roubados do antigo esconderijo do Obito, tinha sido um erro grave esquecer de voltar lá e destruído os olhos que ele armazenava, porém quando implantados eles não perderiam a tonalidade original, o que me fez descartar a opção de que tinham sido roubados.

Estava anoitecendo quando chegamos no local indicado, fomos até uma pedra e nos abaixamos a uma distância segura, observando o ambiente pude ver a entrada dentro do tronco de uma grande árvore, não tinha ninjas vigiando o local.

– Está quieto demais, com certeza isso é uma armadilha. - ouvi a voz baixa ao meu lado.

– Devem estar me esperando, eu vou entrar, você fica aqui. - me levantei e fui andando em direção a entrada.

– Espera, - ela segurou a minha capa. - você não pode ir lá sozinho, ainda mais sabendo que é uma armadilha.

Me soltei da sua mão e continuei andando, a entrada era um buraco, me abaixei observando o interior, estava pouco iluminado, mas calculei um queda de de uns três metros. Saltei para dentro do lugar, fazendo praticamente ruído algum quando meus pés tocaram o chão, o lugar me lembrava um pouco os esconderijos do Orochimaru, porém parecia mais… industrial. Dei dois passos afim de explorar o lugar, quando percebi outra pessoa caindo silenciosamente pela abertura, me virei com um olhar de reprovação em direção a Sakura.

– Nem me olhe assim, não podia deixar você vim sozinho. - sussurrou e foi andando para explorar o ambiente.

Seguimos andando devagar, as paredes do lugar eram cinzas com pequenas lâmpadas azuis espalhadas com a distância de alguns metros, o chão estava bem limpo para um esconderijo. Quando chegamos no corredor vimos uma pesada porta de metal com painel ao lado na parede, Sakura andou até a tranca que mais parecia uma torneira gigante.

– É igual a do outro esconderijo, vou usar a minha força para abrir. - dizendo isso ela girou a trava fazendo o metal protestar com rangidos.

O local continuava com a mesma aparência, porém com algumas tubulações e fiações no alto das paredes, continuamos andando em silêncio, estranhei o fato dos corredores estarem vazios, por está camuflando meu próprio chakra, não pude verificar os outros do ambiente, também não consegui verificar nenhum som ou um cheiro que diferice do meu ou de Sakura.

– Acho melhor nos separamos, vamos cobrir uma área maior. - falei me virando pra Sakura.

Ela acenou positivamente com a cabeça, e fez uma rápida sequência de selos com a mão, depois puxou a gola da camisa minha camisa e encostou a sua mão encoberta com a luva no meu pescoço, houve um pequeno brilho que rapidamente acabou, passei a mão e senti umas ondulações estranhas, quando olhei novamente para Sakura vi uma marca preta aparecer no seu pescoço também.

– Jutsu de localização, - ela explicou. - vou poder saber aonde você está pela próxima hora, mesmo com o chakra escondido.

– Nunca vi um jutsu desse.

– Porque foi eu que inventei, - falou com um sorriso orgulhoso - se achar alguma coisa concentre chakra no dedo e toque na marca - e saiu andando por um dos corredores.

Me virei na direção contrária e fui seguindo pelos corredores, entrei em algumas salas, porém todas estavam fazias, provavelmente o local foi abandonado depois de invasão dos ANBU, mas pra que então preparar uma armadilha? Estava já desistindo de procurar alguma coisa quando vi mais uma porta grande de metal, empurrei a pesada porta e me deparei com uma grande sala, cheia de prateleiras com documentos, e bancadas com tubos estranhos, concentrei um pouco de chakra na mão e toquei na marca, sentindo uma leve queimação. Fui até uma prateleira para verificar o conteúdo, peguei um livro de anatomia dedicado as redes de chakra, ouvi um ruído e automaticamente ativei o Sharingan, olhando em volta pude perceber que as misturas continham chakra, não entendi como isso era possível, então esperei Sakura chegar.particularmente não sabia como isso poderia ser feito, mas Sakura iria saber.

– Você é bem curioso hein, Uchiha Sasuke? - ouvi a voz atrás de mim.

– E você é bem rápido. - falei me virando.

– Oh, então isso é um Sharingan verdadeiro?

~#~

Sakura estava fechando a porta de mais uma sala vazia quando sentiu a queimação no seu próprio pescoço, fechou o olho rapidamente e verificou a localização de Sasuke, estava perto, ela tinha evitado ir em uma direção muito oposta caso acontecesse alguma coisa. Se virou e começou a correr pelo corredor, parando mais uma vez confirmando a sua localização e voltando a correr, ela não entendeu muito bem o porquê da urgência que sentia, mas sabia que era melhor chegar logo. Viu uma porta entre aberta e entrou, Sasuke estava de costa para porta olhando para uma figura que estava no escuro, caminhou lentamente para o seu lado.

– Me responda, o que você quer dizer com Sharingan verdadeiro? - Sasuke perguntou com seu tom autoritário.

– Oh, Haruno Sakura, estou honrado com a sua presença. - nesse momento ele deu um passo para a luz se curvando.

Analisando a figura na sua frente, Sakura presumiu que ele deveria ser um pouco mais velho que ela, tinha praticamente a mesma altura de Sasuke, sua pele era morena junto com os cabelos, quando se levantou acabando com a reverência pode ver o par de olhos violetas e as finas lentes do óculos, ele definitivamente poderia ser considerado bonito, se não fosse pelo medo que aquele sorriso dele lhe causava. Do seu lado, Sasuke desenbaio a espada se colocando em posição de combate, um chakra violeta começou a brilhar e de repente seu braço esquerdo estava envolvido pelo braço mecânico de seu Sussanoo.

– De onde você o conhece? - falou me olhando pelo canto do olho.

– Não conheço. Como você sabe quem sou? - perguntou para o homem.

– Como não reconhecer a discípula da Goidamen?

– Pena que você não morreu com o meu veneno. - ouviram uma voz fina vindo do alto.

Sakura olhou para cima juntamente com Sasuke, viram dois pés balançando em uma viga, até que saltou de onde estava se colocando ao lado do homem. Era uma garota de no máximo 10 anos, pela aparência os dois deviam ser irmãos, os olhos de menina era um violeta mais escuro, e o cabelo tinha algumas mechas douradas.

– Issa, não fale assim com a Sakura-san, trate essa senhorita com o devido respeito.

– Gomenasai, nii-san. - falou a menina com cara de desgosto.

– Gomen pelo comportamento da minha irmã, ela não gosta muito de você Sakura querida.

– O veneno era seu? - perguntou para tal de Issa. - Foi você que fez?

– Foi sim, era um dos meus melhores venenos, era pra você ter morrido com ele, pelo menos assim aprenderia a não mexer com os ratinhos dos outros. - ela cruzou os braços como uma criança birrenta. - Graças a você meu nii-san ficou com MUITA raiva de mim.

– Raiva? - perguntou Sasuke, que estava analisando a relação dos dois.

– Claro, - voltou a falar o homem - Sakura é difícil de ser capturada, essa era a chance perfeita de consegui-la para mim.

Involuntariamente Sakura deu um passo para trás, Sasuke percebendo o seu receio se colocou na frente atrapalhando a visão que o homem tinha sobre a kunoichi, o jeito como ele a olhava era arrepiante, era além de como um homem olha uma mulher como objeto de satisfação sexual, como se Sakura fosse um preciosos prêmio que almejasse estudar.

– O que você quer com ela? - o tom de voz de Sasuke estava diferente, mais parecido com o de quatro anos atrás.

– Ela atende todos requisitos para ser a mulher que me dará um filho, e isso me instiga muito. - isso, definitivamente, a deixou com raiva.

– Você é louco? - deu um passo a frente, mas Sasuke a impediu de avançar mais com o braço. - Acha que sou uma máquina humana de dar filhos?

– Viu só nii-san, eu disse que o gênio dela não é bom, você pode achar outra.

– Mais inteligente e tão forte quanto ela impossível, - disse olhando para irmã - e isso não é um problema já que eu tenho maneiras de controlá-la.

Nesse momento ele os olhou, o Sharingan apareceu em seus olhos, era exatamente com Ino tinha descrito, um rosa escuro com traços roxos, resto de sua iris original.

– Como você conseguiu esses olhos? - questionou Sasuke com uma postura mais ofensiva.

– Bom, eu poderia até explicar como Uchiha Sasuke, mas não acho que você seja capaz de compreender, ao contrário da bela Sakura.

– Acho melhor você começar a explicar se não quiser morrer. - ameaçou Sasuke, nesse momento a garotinha começou a rir.

– Nossa, como você é burro, nós só somos clones!

– Vocês não estão muito longe, senão os clones teriam sumido, - interveio Sakura - se necessário vamos atrás de vocês.

– Oh minha querida, esses clones são especiais, não precisa se apressar para mim encontrar, até mesmo porque estamos muito longe. Respondendo a sua pergunta Uchiha, eu sou um cientista, não preciso recorrer aos métodos sanguinários da sua família pra conseguir poder, como seu irmão Itachi fez, a Maldição de Ódio é somente para o seu clã. - um risinho apareceu no rosto dele ao atingir um ponto de Sasuke que ele sabia ser sensível.

Sakura não sabia como ele tinha tantas informações sobre ambos, mas o tal homem parecia conhecer bem os pontos fracos de Sasuke, pois este só não avançou para um ataque porque ela o impediu entrando na sua frente. Aquela frase tinha despertados mais curiosidade sobre o que aconteceu entre Sasuke e Itachi, seus conhecimentos eram limitados sobre o que realmente aconteceu com o clã Uchiha, já que nem Kakashi nem Naruto se dispuseram a contar.

– Sasuke-kun, eles só são clones, - Sakura falo baixinho, ele olhou para ela e parou de tentar avançar. - Afinal, o que você quer fazendo o Sasuke-kun vim aqui? - perguntou firme.

– O Rinnegan, um pouco do chakra que o Jinchuuriki da Kyuubi tem, e você. - ao ouvir isso Sasuke a puxou pelo braço se colocando novamente na frente dela.

– Você não terá nada, seu verme. - ouviu um rosnado sair de sua boca.

– Isso nós veremos Uchiha, quando eu arrancar esse olho da sua cara. - a sua expressão saiu do sorriso calmo que carregava para um olhar de ódio.

– Nii-san, só temos cinco minutos. - falou a menina que já estava sentada no chão de pernas cruzadas.

– A nossa conversa estava muito agradável, porém acaba por aqui, vocês tem cinco minutos pra sair daqui antes disso explodir. Até a próxima vez, doce Sakura.

Ele sorriu mais uma vez antes de ambos sumirem em uma nuvem de fumaça. Sakura mal teve tempo de se virar para correr quando sentiu um braço agarrando as suas pernas. Sasuke a jogou por cima do ombro e começou a correr a caminho da saída, trocando seu braço mecânico por costelas roxas que os envolviam, em menos de dois minutos ele estava saltando para fora do esconderijo, a colocando no chão, e começaram a correr em direção a vila e não pararam até atravessar o portão.

~#~

Estava amanhecendo quando chegamos na vila, tinhamos feito a viagem de volta totalmente em silêncio, não era como se pudesse esperar uma coisa diferente disso quando se viaja com Sasuke, mas particularmente eu não estava incomodada. Apesar do pouco contato que tivemos com aqueles dois, pude perceber que ambos era mentalmente instáveis, ainda me lembrava do olhar sujo e ganancioso que aquele homem dirigia para mim, como se eu fosse não somente uma máquina para reprodução, mas útil também para estudos. Olhando para Sasuke vi ele não estava nada animado com o encontro, ter tocado no nome de Itachi tinha o deixado visivelmente abalado, o que me fez mais uma vez querer saber o que tinha acontecido entre ambos e o clã Uchiha.

– Pode deixar que eu faço o relatório e entrego para Kakashi.

Estavamos no caminho em direção ao escritório do Hokage, porém eu pretendia passar em casa antes de ir para lá, provavelmente ele percebeu quando entramos na rua da minha casa.

– Não precisa se preocupar Sasuke-kun, isso é trabalho meu, só vou passar em casa agora porque a essa hora as equipes Genin estão recebendo suas missões então não vai ter problema ir mais tarde.

– Hm.

– Você não quer entrar? Depois vamos juntos falar com Kakashi-sensei. - olhei para ele e dei um sorriso, numa tentativa de amenizar o clima pesado.

– Pode ser. - ele me respondeu depois de um tempo.

Entrei em casa chamando pelos meus pais para ouvir resposta nenhuma, provavelmente só iriam voltar amanhã. Tirei as sandálias e coloquei a mochila em um canto da sala, falando para Sasuke que poderia deixar as coisas ali também, fui diretamente para a cozinha.

– Vem pra cá Sasuke-kun, vou fazer alguma coisa para comermos. - ele entrou meio relutante, se sentando em uma das almofadas em frente a mesa.

– Sasuke-kun? - perguntei colocando a água do chá no fogo, ele me olhou como um sinal para continuar. - Você não quer o braço feito com as células Hashirama-sama, ele está pronto só te esperando.

– Não. - ele respondeu num instante.

– Por quê, Sasuke-kun? - falei me virando para encará-lo.

– Isso, - ele olhou para o braço esquerdo - serve como um lembrete.

Só bastava olhar para ele para entender do que estava falando, cada vez mais eu conseguia ver uma culpa gigantesca praticamente emanando do Sasuke, voltei a fazer o café da manhã, lembrava que ele não gostava de doces, então fiz uns bolinhos salgados e cortei duas porções de frutas. Coloquei tudo calmamente na mesa, ouvi um agradecimento baixinho saindo da sua boca, sentei-me do lado oposto da mesa e comecei a comer, olhando ora para a comida na minha frente, ora para o homem que comia calado, concentrado demais nos próprios pensamentos; fiquei me perguntando se ele ainda estava com as palavras daquele homem na cabeça, o que me fez, mais uma vez, ter curiosidade para saber o que houve entre ele e Itachi.

– Fale logo. - ouvi a voz grossa de Sasuke.

– Falar? Falar o quê? - perguntei de cabeça baixa, ignorando o olhar sério que ele dirigia a mim.

– Fale logo o que você quer perguntar. - olhei surpresa para ele.

– Eu não sei se eu devo… - ele permaneceu em silêncio como se estivesse me esperando falar. - Sasuke-kun o que realmente aconteceu entre você, Itachi e o clã? - sua expressão se endureceu, para logo em seguida se tornar confusa.

– Naruto não te contou? - perguntou depois de um tempo.

– Não, ele falou que não queria que eu ficasse preocupada. - ele desviou o olhar para o lado - Olha, se você não quiser contar está tudo bem, não se incomode. Me desculpe por… - emendei apressadamente, tentando concertar a situação.

– Você conhece a história de fundação de Konoha? - ele interrompeu as minhas desculpas.

– H-hai! A vila surgiu depois do tratado de paz entre os clãs Senju e Uchiha. - ele balançou a cabeça em concordança.

– Antes disso os dois clãs eram inimigos de gerações, porém os efeitos do cansasso de anos de luta os forçaram a assinar um acordo de paz. Enquanto o Shodai tentou manter uma convivência pacífica entre ambos clãs, o Nidaime , que não confiava nos Uchihas, tomou medidas para proteger a vila, e nós mesmos, do nosso poder amaldiçoado causando novamente a discórdia, dessa vez entre o clã e toda vila.

– Poder amaldiçoado? - perguntei curiosa.

– O Sharingan é despertado com desespero e dor, isso fez Tobirama acreditar que a nossa capacidade de amar ficasse comprometida, para ele eramos um clã confinado no ódio, e essa era a nossa maldição. - ele explicou. - Depois como medidas preventivas, ele dirigiu os Uchihas o dever de cuidar da Força Policial de Konoha, e colocou todos para morarem em um distrito nos limites da vila, isso fez com que alguns membros do clã parassem de confiar na vila, criando praticamente um sistema próprio de governo. Com o tempo mais membros do clã se voltavam contra a vila até que decidiram fazer uma revolta para tomar o poder.

– U-uma revolta? - eu estava chocada, desde pequena tinha ouvido que o clã Uchiha era um dos mais repeitados pela vila, como o clã Hyuga,

– Sim, entretanto alguns não concordavam com isso, como Itachi e seu amigo Shisui, que estavam trabalhando juntamente com o Conselho da vila para acabar com o conflito, porém Danzo tomou medidas que acabaram com as chances de um acordo. Itachi sabia que se o golpe tivesse continuidade Konoha se veria presa em uma guerra civil, fazendo com que a vila ficasse frágil a invasões, e isso motivaria mais uma Grande Guerra ninja entre as nações, Danzo queria que o clã todo fosse massacrado para acabar de uma vez só como todo o problema. Então com a ajuda de Obito, Itachi massacrou todo o nosso clã, evitando uma guerra, salvando a vila e a mim.

Seu olhar estava concentrado no resto de comida, e ele apertava a mandíbula com muita força, eu não sabia o que dizer, nunca imaginei que essa era a verdade por trás do massacre do clã. Itachi tinha sacrificado sua felicidade, sua honra e a vida de toda sua família para proteger toda vila e preservar a vida do seu irmão. Nesse momento senti o peso de todas as mortes recaí sobre o meu ombro, afinal muito sangue tinha sido derramado pra que eu e o resto da vila vivêssemos felizes na ignorância, confinando o seu próprio irmão ao ódio pelo bem de todos os outros. Me levantei e sentei meio do lado, meio atrás de Sasuke, mas ainda não sabia o que dizer.

– Ele disse que o erro dele tinha sido o egoísmo de só aceitar ser morto por mim, - ele continuou com uma voz baixa - que lamentava ter feito me tornar uma pessoa amargurada, quando Obito me contou tudo isso eu fiquei com tanta raiva de tudo e de todos que culpei a vila pela minha dor, pela dor de Itachi e do meu clã, eu era puro ódio, e não pude perceber que destruír a vila era jogar todo sacrifício dele no lixo. Enquanto meu nii-san lidou tão bem com todo ódio e julgamento, eu conseguia sequer lidar com a solidão. No final fiz de tudo para conseguir mais poder e superá-lo, porém ele morreu e eu continuei sendo um fracasso.

Estava muito surpresa pra dizer alguma coisa, essa era a primeira vez que ouvi algo tão profundo sair da boca de Sasuke, ele sempre tão fechado e apático, tinha falado tantas coisas que eu julguei que jamais seria capaz. Passei os meus braços por trás para abraçá-lo, no momento do contado senti ele contrair e se afastar um pouco, era uma reação típica dele que eu havia me acostumado, apertei ele mais ainda e apoiei minha cabeça em seu ombro.

– Sasuke-kun - sussurrei contra sua blusa - você não tem culpa de nada, tudo que aconteceu foi o resultado das escolhas de muitas pessoas, no final você foi uma vítima dessas escolhas, então por favor não se condene, você não tem culpa na morte da sua família.

Senti seus ombros relaxarem e sua respiração pesada, quanto tentei olhar seu rosto pude ver algumas lágrimas pingando do seu queixo, acho que nunca fiquei tão surpresa, aquele era Uchiha Sasuke e ele estava chorando, foi aí que percebi que ele precisava dessa conversa, conhecendo bem duvidei que ele sequer tinha falado isso com alguém, e mais ainda, ele precisava ouvir que não tinha culpa. Sua vida tinha sido construída em cima de uma vingança contra um irmão malvado, para no final descobrir que ele estava protegendo o irmão mais novo e a vila. A culpa que ele jogava no irmão pela mortes de todos, tinha sido jogada na vila, e no final, nele mesmo. Cada vez mais que eu o olhava pudia ver que ele tinha se jogado em um poço de culpa.

Me aconcheguei mais perto dele, tentando passar um maior conforto, senti sua mão pousar em cima das minhas unidas na frente da sua barriga. Fiquei em silêncio sentindo seu corpo tremer por entre meus braços. Durante o choro, nenhum gemido ou soluço saiu da sua boca firmemente fechada, apenas alguns ruídos. Ficamos assim por um tempo até ele se acalmar, seu choro tinha acabado, mas nem ele fez uma menção de tirar a mão de cima das minhas, nem eu de terminar o abraço.


– Sakura, - ele falou com uma voz meia rouca por conta do choro. - arigatou.


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Notas finais do capítulo

Acho que esse é um dos capítulos mais importantes que tem sobre os sentimentos de Sasuke, só não digo que é o mais porque não terminei de escrever a fic. Eu sei que ele tá parecendo meio frágil na fic, e pode ser algo distante do Sasuke que vemos no mangá/anime, mas tô focando esses momentos somente com o Kakashi, Naruto ou Sakura, principalmente na Sakura, porque afinal não dá pra ter um relacionamento com alguém que não deixa você entrar nas defesas pessoais.
Espero que vocês tenham gostado, obrigada pelos comentários, me animam muito, e até a próxima semana! :D

PS.: Gente, se você pudessem me recomendar algumas boas fic's sasusaku quem tem por aqui eu agradeceria, não precisa tar terminada, mas se tiver, melhor ainda. Tô querendo coisa nova pra ler, enquanto as que eu acompanhando não são atualizadas :(