O Amor não Morre escrita por Medora Beatrice Platt


Capítulo 5
Campina:A Transformação de Isabella Parte 1


Notas iniciais do capítulo

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Ponto de Vista: Isabella Swan

A sensação de inquietude foi crescendo ficava mais forte quanto mais fundo eu me enfiava na floresta. Respirar começou a ficar mais difícil - não por causa da exaustão, mas sim porque eu estava tendo problemas com o estúpido buraco no meu peito de novo. Eu apertei meus braços com força ao redor do tórax e tentei banir a dor dos meus pensamentos. Eu quase dei a volta, mas eu odiava ter que jogar fora todo o esforço que já havia feito.

O ritmo dos meus passos começou a entorpecer a minha mente e a minha dor. A minha respiração ficava uniforme eventualmente, e eu estava feliz por não ter desistido. Eu estava ficando melhor nesse negócio de caminhar pelas matas; eu podia notar que estava mais rápida.
Eu não me dei conta de o quanto eu estava sendo eficiente. Eu achava que já havia andado milhas e ainda nem havia começado a contá-las. E então, com uma rapidez que me desorientou, eu entrei por um arco que era feito com o tronco de duas árvores - passando pelas samambaias que chegavam à altura do peito - passando para a clareira.

Era o mesmo lugar, instantaneamente eu tinha certeza. Eu nunca havia visto outra clareira tão simétrica. Ela era perfeitamente redonda como se alguém tivesse intencionalmente criado o círculo sem falhas, arrancando as árvores mas sem deixar evidências dessa violência nas ondas de grama. À leste, eu podia ouvir o rio borbulhando silenciosamente.
O lugar não era nem um pouco tão fascinante sem a luz do sol, mas ainda era muito bonito e sereno. Não era a época certa para as flores selvagens; o chão estava grosso com a grama alta que balançava com a brisa leve como se fossem ondas num lago.
Era o mesmo lugar... mas não parecia que eu encontraria lá o que eu estava procurando.
A decepção foi quase tão instantânea quanto o reconhecimento.
Eu afundei onde estava, me ajoelhando lá na beira da clareira, começando a asfixiar.

De que adiantava seguir em frente? Não havia nada lá. Nada além de memórias que eu queria ter trazido á tona quando eu quisesse, se um dia eu fosse capaz de lidar com a por que elas trariam - a dor que me pegou agora, me deixou fria. Não havia nada de especial nesse lugar sobre ele. Eu não tinha certeza absoluta do que esperava sentir aqui, mas a clareira estava vazia de atmosfera, vazia de tudo, exatamente como todas as coisas. Assim como os meus pesadelos. Minha cabeça rodopiou confusa.
Pelo menos eu tinha vindo sozinha. Eu senti uma onda de agradecimento quando me dei conta disso. Se eu tivesse descoberto a clareira com Jacob... bem, não ia ter jeito de disfarçar o abismo no qual eu estava enclausurada agora. Como era que eu ia explicar o fato de estar me fazendo em pedacinhos, o jeito como eu me curvava numa bola pra evitar que o buraco vazio me partisse em duas? Era muito melhor que eu não tivesse uma platéia.

E eu também não teria que explicar pra ninguém porque estava com tanta pressa de ir embora. Jacob teria presumido, depois de tanto trabalho pra encontrar esse lugar estúpido, que eu ia querer passar mais alguns segundos lá. Mas eu já estava tentando encontrar forças pra ficar de pé de novo, me forçando a sair daquela bola pra poder escapar. Havia muita dor nesse lugar vazio pra eu suportar - eu ia me arrastando se precisasse.
Que sorte que eu estava sozinha!
Sozinha. Eu repeti a palavra com grande satisfação enquanto me esforçava pra ficar de pé apesar da dor. Precisamente nesse momento, uma figura saiu de dentro das árvores ao norte, à uns trinta passos de distância.
Uma fascinante desordem de emoções passou por mim em um segundo. A primeira foi surpresa; eu estava distante de qualquer trilha aqui, e não esperava companhia.

Então, enquanto meus olhos se focavam na figura imóvel, vendo a incrível rigidez, a pele pálida, uma onda de esperança penetrante passou por mim. Eu a suprimi viciosamente, lutando contra a agonia igualmente afiada enquanto meus olhos continuavam pra olhar o rosto embaixo do cabelo vermelho, que não era o que eu estava esperando.
A próxima foi medo; esse não era o rosto pela qual eu vivia aflita, mas ela estava suficientemente perto de mim pra que eu soubesse que aquela mulher não era nenhuma mochileira.
E finalmente, no fim, reconhecimento.
“Victória!”, eu falei com um surpreso prazer.
Era uma resposta irracional. Eu provavelmente devia ter parado no medo.
Victória fazia parte do grupo de James quando eu a conheci. Ela era a companheira de James e estava envolvida na caçada que se seguiu - a caçada na qual eu era a presa - eu era protegida por um grupo maior do que o dele. Teria sido diferente se esse não fosse o caso - ela não tinha nada contra, naquela época, a idéia era a de me fazer de refeição. É claro, ela devia ter mudado, porque ela foi para o Alaska pra viver com outro grupo civilizado lá, outra família que se recusava a beber sangue de humanos por razões éticas. Outra família como os... eu não conseguia me fazer pensar no nome.

Sim, sentir medo faria mais sentido, mas o que eu sentia era uma dominante satisfação. A clareira era um lugar mágico de novo. Uma magia mais negra do que a que eu estava esperando, com certeza, mas mágica do mesmo jeito. Aqui estava a conexão que eu buscava. A prova, mesmo que remota, de que - em algum lugar no mesmo mundo que eu - ele existia.

Era impossível o quanto Victória parecia exatamente o mesmo. Eu acho que era muito bobo e humano esperar que as coisas mudassem tanto em um ano. Mas havia uma coisa... eu não conseguia identificar o que era direito.
“Bella?”, ela perguntou, parecendo mais pasma do que eu me sentia.
“Você lembra”, eu sorri. Era ridículo que eu estivesse tão feliz porque uma vampira lembrava meu nome.
Ela sorriu. “Eu não esperava te ver por aqui”. Ela andou na minha direção, com a expressão divertida.
“Isso não é o contrário? Eu vivo aqui. Eu pensei que você tinha ido para o Alaska”.
Ela parou a uns dez passos de distância, inclinando a cabeça para o lado.
O rosto dela era o rosto mais bonito que eu via pelo que pareceu ser uma eternidade. Eu estudei o rosto dela com um ganancioso senso estranho de alívio. Ela era uma pessoa para a qual eu não precisava fingir - uma pessoa que já sabia de tudo que eu podia dizer.
“Você está certa”, ela concordou. “Eu fui para o Alaska. Ainda assim, eu não esperava... Quando eu encontrei a casa dos Cullen vazia, eu pensei que eles haviam se mudado”.
“Oh”. Eu mordi meu lábio quando o nome fez as beiras em carne viva da minha ferida doerem. Eu levei um segundo pra me recompor. Victória esperou com olhos curiosos.
“Eles se mudaram”, eu finalmente consegui dizê-lo.
“Hmm”, ela murmurou. “Eu estou surpresa que eles tenham te deixado pra trás. Você não era uma espécie de animal de estimação deles?” os olhos dela estavam inocentes como se não tivessem a intenção de ofender.
Eu dei um sorriso torto. “Alguma coisa assim”.
“Hmm”,ela disse, pensativa de novo.

Nesse exato momento, eu percebi o porque que ela parecia igual - igual demais. Depois que Carlisle nos disse que Victória havia ficado com a família de Tânia, eu comecei a imaginá-la, nas raras ocasiões em que pensava nela, com os mesmos olhos dourados que os... Cullen - eu forcei o nome a sair, estremecendo - tinham. Que os vampiros bons tinham.
Eu dei um passou involuntário pra trás, e os seus curiosos, olhos vermelho escuros seguiram o meu movimento.
“Eles te visitam frequentemente?”, ele perguntou, ainda casual, mas o peso dele se inclinou na minha direção.
“De vez em quando” eu tentei fazer minha voz ficar leve, relaxada. “O tempo parece mais longo pra mim, eu imagino. Você sabe como eles podem ser distraídos...” eu estava começando a tagarelar. Eu tive que me esforçar pra calar a boca.
“Hmm”, ela disse de novo. “A casa cheirava como se estivesse vazia já ha algum tempo...”
“Eu vou ter que dizer a Carlisle que você esteve aqui. Ele vai ficar triste por ter perdido a sua visita”. Eu fingi estar pensando por um segundo. “Mas eu provavelmente não devia mencionar isso para... Edward, eu acho -“ eu mal consegui dizer o nome dele, e isso fez a minha expressão se contorcer, arruinando o meu blefe. “- Ele tem um temperamento forte... bem, eu tenho certeza de que você lembra. Ele ainda está nervoso com aquela coisa de James”. Eu revirei os olhos e abanei displicentemente com uma mão, como se isso fosse uma história antiga, mas havia uma pontada de histeria na minha voz. Eu me perguntei se ela poderia reconhecer o que isso era.
“Ele está mesmo?” Victória perguntou prazerosamente... e ceticamente.
Eu mantive minha resposta curta, pra que assim minha voz não deletasse o meu pânico. “Mm-hmm”.
Victória deu um passo casual para o lado, olhando ao seu redor na pequena clareira. Eu não deixei de reparar que o seu passou o trouxe pra mais perto de mim.
“Então como estão as coisas em Denali?” minha voz estava alta demais.
A questão fez ele parar. “Eu gosto muito dos Denali”, ela meditou. “E de Eleazer ainda mais... eu nunca havia ficado tanto tempo em um só lugar, e eu aproveitei as vantagens, as novidades de tudo. Mas as restrições eram difíceis... Eu estou surpresa que eles tenham conseguido agüentar por tanto tempo”, ela sorriu pra mim conspiradoramente. “Às vezes eu trapaceio”.

Eu não consegui engolir. Os meus pés começaram a ir pra trás, mas eu fiquei congelada quando seus olhos vermelhos olharam pra baixo pra captar o movimento.
“Oh”, eu disse com uma voz fraca. “Jasper tem problemas com isso também”.
“Mesmo?” Victória pareceu interessada. “Foi por isso que eles foram embora?”
“Não” eu respondi honestamente. “Jasper é mais cuidadoso em casa”.
“Sim”, Victória concordou. “Eu sou também”.
O passo á frente que ela deu agora foi de propósito.
“Laurent encontrou você?” eu perguntei, sem fôlego, desesperada pra distraí-la. Essa foi a primeira pergunta que me veio à mente, e eu me arrependi de ter dito as palavras assim que ela saíram. Laurent - que havia me caçado com James, e depois desaparecido - não era alguém em quem eu queria pensar nesse momento em particular.
Mas a pergunta parou ela.
“Sim”, ela disse, hesitando no passo. “Na verdade eu vim aqui como um favor pra ele”. Ela fez uma cara. “Ele não vai ficar feliz com isso”.
“Com o que?”, eu disse ansiosamente, o convidando a continuar. Ela estava olhando para as árvores, pra longe de mim. Eu tomei vantagem na distração dela, dando um passo furtivo pra trás.
''Com sua morte,querida.'',minha morte.Seria meio que um alívio,pelo menos não existiria o vazio.Mas também eu não iria existir.É uma opção a se considerar.Juntei o resto de coragem que me faltava e decretei:
''Então me mate.E,por favor,faça o trabalho direito.'',
''Você quer morre?Como assim?Eu achei que seria mais dramática!'', exclamou Victória,chocada com minha resolução.
''Sim,eu desejo morrer,por favor,uma morte rápida,de preferência.''
Ela sorriu''No entanto,acho que suas esigências não serão atendidas.Seu Edward matou James.Você merece sofrer pelo resto da sua vida,como eu sofri.Por isso e só por isso eu não vou te matar.

''Eu vou te transformar.''


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Notas finais do capítulo

iae??gostaram?o proximo ela acorda!
bye bye!!



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