O Cara dos meus livros escrita por Paloma Cruz


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo!
Obrigada Miley Heavy pelo comentário fofo *-*



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Quando acordei a primeira coisa que fiz foi ir ao quarto de hospedes e verificar se Brandon estava realmente lá. Abri a porta e lá estava ele, dormindo tranquilamente, mas suas feições não demonstravam o mesmo, ele parecia angustiado. Tinha dormido com o livro em mãos.

Entrei fazendo o máximo de silencio possível para uma pessoa desastrada como eu e tirei o livro de suas mãos colocando-o sobre a cômoda. Já estava saindo, mas não me detive e fui a sua direção tocando seu rosto. Tão lindo. Exatamente como nos meus sonhos. Suspirei. Como pode acontecer isso comigo? Como isso aconteceu? Tenho certeza que se contasse para alguém iriam me tachar de louca, eu mesma acharia isso. Só não penso mais assim, pois ele é exatamente como na minha imaginação. Não tem como alguém saber disso a não ser eu.

O que seria dele agora? Ele não tem emprego, não tem casa, não tem família. Não tem nada. No momento ele é um indigente, tenho que providenciar documentos para ele, mas o mais importante agora era o que será dele agora? Como ele está se sentindo com isso tudo? Céus! Eu me sinto tão culpada por não ter pensado em como ele se sente com essa historia, mais uma vez só pensei em mim.

Ele agora é uma pessoa real, com sentimentos e nesse momento ele deve esta se sentindo desolado. Mas eu não tive culpa. Só desejei que ele existisse, mas nunca passou pela minha cabeça que isso realmente iria acontecer. Tenho certeza que se eu soubesse disso nunca pediria algo assim. Ou pediria?

Na verdade não tinha certeza, pois como sempre só penso em mim e no meu bem estar. Eu sou uma pessoa horrível! Agora ele está sofrendo por minha causa.

Mas agora não posso fazer mais nada, a única coisa que posso fazer para ajuda-lo a passar por isso. E começaria providenciando seus documentos. Corri para meu quarto e peguei meu celular. O único que poderia me ajudar agora é o Mario, meu amigo viciado em computadores e hacker, sabia muito bem que fazer documentos falsos era moleza para ele.

–Alô. – Mario atendeu com uma voz sonolenta. Merda! Esqueci que são 7 da manhã.

–Mil perdões Mario. não queria te acordar. Mas eu realmente preciso de um favor seu. É de extrema importância. –

–Claro que ajudo Cel e o que seria esse favor?-

–Preciso que você faça alguns documentos para uma pessoa. Todos os documentos possíveis, certidão, identidade, tudo!-

–Cel... O que você está aprontando? –Diz Mario com voz de censura.

–Não é nada, preciso ajudar uma pessoa... Então, vai me ajudar ou não? –

–Sim, eu te ajudo Cel. Mas preciso de fotos dessa pessoa. – Merda! Ele não tem foto nenhuma.

–Hum... Mario, ele não tem fotos. Tem como você vir aqui em casa e fazer tudo aqui mesmo?- Seria bem mais fácil.

–Ok Cel, depois do almoço eu passo ai. – Disse suspirando.

–Você é o melhor Mario! O melhor! Obrigada. – Digo animada.

–Eu sei, eu sei... Mas não pense que vai sair de graça! Quero um mês de comida grátis no hotel. – Ah claro, sabia que não seria tão bonzinho assim.

Ri de sua chantagem, seria fácil.

–Fechado! Tchau Mario!- Desliguei o celular antes mesmo de ele responder.

Já se passava das 13h da tarde e nada de Brandon acordar, estava começando a ficar preocupada com ele. Resolvi ir ao quarto e hóspedes para verifica-lo. Bati na porta duas vezes, porém ele não respondeu. Entrei mesmo assim.

Na mesma hora me chutei internamente por ter entrado, pois Brandon estava na minha frente somente com uma atoalha na cintura. Calma Cel... Respire! Como respira mesmo?

Eu sei que ele veio da minha imaginação e com certeza eu imaginaria um tanquinho daquele, mas ao vivo é outros quinhentos. Não sei o que deu em mim, mas inconscientemente meus olhos seguiram uma gotinha que veio desde seu pescoço, descendo para o peito e depois abdômen e finalmente chegando a tolha que estava bem abaixo da cintura. Suspirei em admiração. Que homem é esse?

Não notei que estava parada feito uma idiota na sua frente. E ele nada falou apenas me encarou com um sorriso de lado.

–Bom... Só vim ver se estava vivo. O almoço está pronto e é só isso, tchau. – Disse tudo de uma vez e sai correndo do quarto ou eu iria agarra-lo ali mesmo. Cadê o buraco para enterrar minha cara? Respirei fundo e fui em direção à cozinha arrumar a mesa.

Já estava terminando a arrumação quando Brandon desceu as escadas. Ele estava com a mesma roupa de ontem. Claro né, ele não tem roupa. Sua anta.

Nota mental: Comprar roupas para Brandon.

–Boa Tarde. – Disse ele quebrando o silencio.

–Boa Tarde mesmo, bela adormecida. – respondi.

Ele não disse nada, apenas sentou à mesa e começou a servir-se, fiz o mesmo. Comemos em total silencio. Quando terminamos de almoçar tirei a mesa e ele me ajudou a arrumar tudo. Depois ficou aquele silêncio constrangedor novamente que eu logo quebrei.

–Brandon, podemos conversar agora? – Digo incerta.

–Tudo bem. – Diz ele. Sentamos no sofá e comecei a falar.

–Como se sente? – Perguntei.

–Como você se sentiria ao saber que sua vida nunca existiu que você nunca existiu. – Disse desanimado, suspirou. – Olha, desculpe-me. Não queria ser grosseiro com você é que não sei o que fazer ou o que pensar. – Disse com a voz triste. Novamente a culpa vem na minha cabeça.

–Brandon, desculpe-me também. Juro que nunca passou pela minha cabeça que esse meu desejo virasse realidade. – Digo realmente muito culpada.

–Desejo?- perguntou confuso.

–Bom... – Senti minhas bochechas enrubescerem. – Eu meio que desejei você, mas foi aquele desejo bobo de fãs sonhadoras, tipo: “Nossa como eu queria que o Brandon Galecki estivesse na minha vida”- Fiz a maior cara de louca que podia. Não foi muito difícil... Ele riu da minha cara e concordou com a cabeça.

–Quer fazer alguma pergunta? –

–Sim. O que vai ser de mim agora? Não tenho nem identidade. Não sou ninguém. – Diz ele.

–Não é bem assim, eu tenho um amigo que pode ajudar com seus novos documentos. – Digo. Ele apenas assentiu.

–Mas e o resto? Emprego? Família? Casa? Roupas? Eu não tenho nada Celine! – Gritou. Seus olhos estavam marejados. Ajoelhei-me na sua frente e segurei suas mãos.

–Ei, olhe para mim. – Pedi num sussurro e assim o fez. Arrependi-me amargamente do pedido. Eu via nos seus olhos toda a tristeza que ele sentia e senti que uma adaga foi cravada no meu peito. – Vamos dar um jeito. Eu vou te ajudar em tudo e você vai morar comigo até isso acabar. Vou ficar do seu lado Brandon. – digo apertando sua mão. Ele não disse nada, mas me puxou em sua direção e me abraçou. Pude sentir todo seu carinho e gratidão por mim. E eu tentei fazer a mesma coisa, passar todo meu carinho para ele por meio do abraço.

–Obrigado. – sussurrou em meu ouvido.

Assim que ele fez isso senti uma corrente elétrica passar por todo meu corpo. Quando nos separamos os dois estavam com lagrimas escorrendo pelo rosto e eu sem perceber já estava enxugando seu rosto com minhas mãos e ele fez o mesmo comigo.

Ficamos nos encarando por alguns minutos, mas a campainha tocou, quebrando nosso momento e nos fazendo afastar.

Acho que Mario tinha chegado.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem, por favor. Isso faria euzinha aqui bastante feliz. o/
Leitores fantasmas, apareçam!



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