Making Love Out Of Nothing At All escrita por hidechan


Capítulo 2
Capítulo II: Eu sei exatamente como chorar


Notas iniciais do capítulo

Hey! Cap II hoje pq sim s2 depois disso a fic vai ir mais lentamente TT estou aproveitando que meu trampo AINDA nm está me matando auhauhaua.

Músicas do cap: Alice Cooper - Poison e B.S - Toxic



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– Kagami! Ainda bem que atendeu, não vou poder jogar com você hoje... como assim não marcamos? _parou sua pequena corrida _sério? To ficando velho _riu de si mesmo _falou então.

Desligou o celular com uma leve ruga entre as sobrancelhas, tinha certeza que o mano a mano fora marcado no dia anterior, não? Não, talvez até antes disso. Enquanto divagava, a voz fina da pequena garota lhe chamou a atenção.

Space out! _deu um pequeno peteleco na testa de Aomine, precisou ficar na ponta dos pés e o ato inesperado trouxe um sorriso do moreno.

– Demorei? _tomou os lábios da menor antes que pudesse responder _seu cabelo é tão macio.

Aspirou o perfume delicado de lavanda e encostou a bochecha nos fios negros que fizeram um breve carinho em sua pele. Kanade não pode segurar o suspiro espontâneo.

– Onde iremos hoje, amor? _enganchou seu braço no mais alto e se pôs a caminhar.

– Podemos ir... hum, não sei.

– Ah, que tal irmos até a pista de patinação no gelo? Tem no shopping aqui perto!

No geral o encontro do casal começava na casa de Daiki ou no apartamento da menina – que morava sozinha – uma vez resolveram ir direto ao ‘love hotel’, independente de onde fosse, sempre era sexo antes do encontro propriamente dito. Kanade já tinha reparado que, mesmo que aquela fosse a oitava vez que saíam, pelo menos uma vez por semana Aomine a encontrava sem vontade de transar logo de cara; com os hormônios controlados. Sua desconfiança que ele tivesse outro affair tinha alta possibilidade de acerto, entretanto, como não passava de mera amizade colorida, não pode perguntar.

Patinação no gelo, basquete, cinema e até fliperama eram suas ideias semanais para dias como aquele. Distraí-lo com coisas novas impedia que o mesmo enjoasse dos encontros e acabasse a dispensando. Daquela forma, ia conhecendo melhor Aomine Daiki, com conversas diversas, risos e sorrisos.

– Nunca tentou?

– Não... _analisou a pista por alguns instantes, estava vazia exceto por um casal _mas não parece ser difícil.

– Iremos descobrir, bom... é claro que eu já sei andar _deu uma leve piscadela e isso o incentivou a ir atrás dos patins, no balcão ao lado. Felizmente a garota tinha acertado em cheio: desafiar Aomine era o melhor jeito de fazê-lo querer algo.

As duas horas sobre o metal fino do patins deixou ambos exaustos, no final Daiki conseguiu dar algumas voltas longe da barra de segurança e se divertiu. Suas pernas pareciam ter o peso de quatro quando deixou a arena.

– Foi foda! Kana-chan, me compra um refrigerante, por favor? Estou morrendo _sentou na primeira cadeira que encontrou já na praça de alimentação e se debruçou na mesinha.

– Claro! Pode deixar, eu pago _riu ao vê-lo caçar sua carteira no bolso de trás do uniforme _já pagou nossa patinação.

– Não, droga, pega ai.

Kanade apenas sorriu e se dirigiu ao local mais próximo, não precisou nem perguntar o sabor. Aomine sorriu.

Não muito longe dali, Taiga quicava a bola de basquete na quadra vazia localizada atrás da lanchonete preferida, não só era preferida por possuir uma quadra de basquete nos fundos, mas porque os lanches eram bons e baratos. Ficou entediado depois de quase uma hora lançando e driblando sozinho, antigamente não reclamaria de tal coisa, porém acabou se acostumando com o moreno sempre em seu entorno. Daiki... o que estaria fazendo que acabou por desmarcar a droga do mano a mano? Não é como se tivessem combinado de fato ainda assim a ligação lhe causou curiosidade e por fim resolveu ir sozinho mesmo até a quadra. Ficou a fitar o aro no alto de sua cabeça, estava realmente entediado então recolheu suas coisas e rumou para casa.

O sol passou o dia todo escondido sob nuvens pesadas, Taiga mal pode dizer se já estava escurecendo ou não quando deu uma ultima olhada pela janela antes de se deitar no sofá, durante o frio se tornava mais ocioso e lento. Ligou a tv a procura de um filme qualquer mudando de canal de forma insistente, o movimento mecânico o permitiu desviar os pensamentos. Gostava de morar sozinho, não tinha absolutamente nada do que reclamar: deixava suas coisas espalhadas a sua maneira, comia na hora que queria, chegava em casa sem precisar se comunicar com ninguém. O silencio se tornou rotina em sua vida, por mais agitado que fosse na presença dos amigos, sozinho não se incomodava em ficar quieto e isso o levou a imaginar como seria morar com alguém novamente; como sua mãe ou até mesmo namorada. Com certeza se irritaria muito, era metódico com suas coisas (as organizadas é claro) além da cozinha.

Mas tem aqueles dias que até um lobo solitário sente falta da presença de seus semelhantes.

Quarta-Feira, neve do lado de fora, cinco e pouco da tarde. Aquele dia que nada lhe favorece, nenhum filme bom na tv, nada para comer na geladeira, sem sono, com preguiça de sair... nenhum amigo. Rolou no sofá ficando de barriga para baixo. Em quase três meses de convivência, seria a primeira que Taiga queria desfrutar a sério de sua amizade colorida; tê-lo em seus braços era exatamente o que desejava naquele momento. Nem que parecesse manha.

– Aho _pensou ocioso esticando o braço para alcançar o celular jogado no chão. Discou o numero do moreno esperando que o mesmo atendesse _...e ae? _perguntou com a voz arrastada _’tá fazendo o que? Estou com fome e com frio.

– Foi mal, hoje não vai dar. Quem sabe no final de semana? _a voz, apesar animada, tinha um pequeno ofego _tem jogo dos Bulls, aqueles merdas.

– Fechado... _ouviu o barulho característico o líquido sendo sugado no final do copo pelo canudinho _ falou então!

– Falou!

A voz do moreno foi acompanhada por outra, então ele estava num encontro? Apesar de não ser o primeiro – nem o último! – resultou num bico amuado do ruivo.

– Bora dormir então.

Afinal, dormir resolve todas as coisas do mundo.

–------- + -------

A luz neon gerada pelos inúmeros artefatos dentro da casa noturna fez o ruivo cambalear, as cores diversas e a rapidez com que elas dançavam pelo mar de gente afetou seu labirinto; que cá entre nós já estava bem fora do normal depois dos copos de vodka com energético. Ignorando a tontura momentânea, desceu a escada agarrando com força desnecessária no corrimão de ferro do lado esquerdo, queria encontrar seus amigos que tinham o abandonado depois que o mesmo caiu na lábia de uma linda menina de vestido preto.

E como ela é gostosa!

Cabelos longos e descoloridos, a maquiagem forte, cintura fina, seios fartos. Taiga nunca se absteve em características assim, para ele a aparência perfeita estava nos olhos de quem via e nunca moldada pela sociedade. Da mesma forma se dava com o gênero, homem ou mulher, não havia diferença para si.

Daquela forma, aos olhos do ruivo tanto Aomine Daiki quanto ‘Alguma coisa Maki’ eram igualmente belos.

– Kagami-kun! Vamos lá, parece que seus amigos não estão aqui _a menina sussurrou em seu ouvido ficando da altura do mesmo por estar a alguns degraus acima _que tal sairmos daqui?

Olhou mais uma vez para a multidão e concordou, seu corpo, na moral, estava pedindo alívio depois do beijo nada inocente minutos atrás. Mandaria mensagem para o grupo dizendo que tinha ido embora.

Baby can't you see?

I'm calling

A guy like you should wear a warning

It's dangerous, I'm falling

O apartamento de repente pareceu pequeno para o casal afobado, ela deixou seu vestido escorregar pelo corpo até cair a seus pés. Taiga aproveitou para apertar os seios ainda protegidos pela incomoda lingerie.

There's no escape, I can't wait

I need a hit, baby give me it

You're dangerous, I'm loving it

Com pressa, a menina foi colocada sobre a cama sem muita cerimônia, ela mesma abaixou a calcinha com detalhes em renda, detalhe esse que o outro não se deu ao trabalho de reparar. Não se deu o trabalho de tirar sua própria roupa também, diga-se de passagem, apenas desabotoou o jeans e afastou a roupa o suficiente para liberar sua ereção dolorida.

Too high, can't come down

Losing my head, spinning ‘round and ‘round

Do you feel me now?

– Espera… _o ruivo se debruçou sobre a menor buscando pelas camisinhas no criado mudo. Ele destacou um da fileira com três.

– Hey _chamou Maki molhando seus lábios _deixa que coloco pra você, gatinho.

With the taste of your lips, I'm on a ride

You're toxic, I'm slipping under

With the taste of a poison, I'm in paradise

I'm addicted to you

Don't you know that you're toxic?

And I love what you do

Don't you know that you're toxic?

– …meu caralho _resmungou ao sentir a boca pequena fazer seu trabalho.

Don't you know that you're toxic?

And I love what you do

–----- + -------------

O celular com toque irritante chegou aos ouvidos do mais velho fazendo o mesmo rosnar, abriu os olhos lentamente em busca do aparelho escandaloso e viu um brilho fraco sob o vestido preto da mulher.

– Seu celular está tocando, Maki-san _a empurrou de leve.

Sem sucesso, se levantou pegando o Iphone nas mãos: o desligou. Jogou de qualquer jeito o eletrônico sobre a cama e entrou no banheiro, sua cabeça estava para explodir, não queria suportar nada naquele momento.

O cheiro cítrico do shampoo misturado a colônia de fragrância delicada fez o humor de Kagami melhorar, depois de vinte minutos no chuveiro se sentia outra pessoa.

– Bom dia, Maki-san _abriu um sorriso simpático.

– Me chame de Maki-chan apenas _disse a menina enquanto se ocupava em uma longa trança, já estava vestida com suas roupas intimas e parcialmente coberta pelo lençol _vou me arrumar rapidinho.

– Ah seu celular estava tocando! Desculpe por desligá-lo... tome um banho _caminhou até o guarda-roupa tirando uma camiseta antiga dos Rolling Stones _vou passar um café.

– ...me desculpe por vir até seu apartamento e pelo trabalho _disse tímida mordendo o lábio inferior.

– Não precisa se desculpar.

Ela ganhou um selinho nos lábios e pode reparar em algo que na noite anterior o álcool não deixou: o sorriso de Taiga mostrava todos os dentes, inclusive os caninos. Ela amou.

O tempo tinha melhorado desde a última nevasca, quando Maki deixou o apartamento, quase na hora do jantar inclusive, bastou apenas seu casaco e um abafador de orelhas que pegou emprestado – objeto que Taiga sabia que não seria devolvido, no entanto. De volta ao quarto, trocou os lençóis e arrumou o banheiro colocando ambas as toalhas para lavar.

– Serviço completo! _exclamou para o nada se espreguiçando em seguida.

A campainha tocou tirando Taiga de sua comemoração momentânea, arrastou os pés até a porta destrancando a mesma; apenas uma pessoa subia sem precisar do interfone.

– Trouxe seu jantar _ergueu as sacolas e deu um passo a frente capturando os lábios avermelhados _está um puta frio lá fora.

– Imagino _deu espaço para Aomine passar _jogo do Bulls... _disse lentamente.

– Esqueceu que eu sei _riu da expressão de surpresa do ruivo _já vai começar, coloca isso ai no microondas pra gente.

Taiga olhou de canto para o amigo, sem beijos calorosos e sexo rápido antes do jantar? Parece que ambos estavam tendo boas companhias.

– Então, como estão as coisas com a Tachibana-san?

– ...ah de boa, fomos patinar na quarta... o camisa cinco não vai jogar o primeiro quarto.

– Time bosta _arrancou um riso contido de Aomine _coca ou cerveja?

– Coca. O juiz é aquele Australiano do último jogo que vimos _continuou a dar os detalhes da partida enquanto o outro se encontrava ocupado na cozinha.

– Jogo bosta.

Eles tiveram que concordar, não passava de uma dose de recalque claro, o sonho de estar jogando na NBA tinha seu lugar no coração dos atletas mirins.

A noite seguiu como qualquer outra, acabaram indo dormir na cama de Taiga logo após o último quarto estavam cansados pela semana agitada e saídas do dia anterior. Desejaram que a Segunda-feira nunca chegasse, infelizmente no dia seguinte teriam aula.

–----- + --------

Foi quase como um milagre ver toda aquela neve caindo do lado de fora e o noticiário que as aulas estavam canceladas. Kagami socou o ar comemorando a folga repentina ao lado de um Aomine praticamente adormecido, voltaram para cama sem dar ao trabalho de esperar por uma segunda chamada na tv. Já aconchegados de volta sob as cobertas, Daiki abraçou o companheiro ficando de conchinha e beijando sua nuca.

– Isso é perfeito _deu um segundo beijo.

– Sim! _puxou os braços que envolviam sua cintura para apertar o abraço _vamos dormir o dia todo.

– Não se importa se eu ficar aqui mais um dia? Talvez não dê pra voltar.

– Pode ficar, Aho.

Ambos sorriram.

– Obrigado _afagou os cabelos ruivos _...são bem macios para serem tão curtos assim.

– Hn... obrigado?

Sua reposta fora interrompida pelo celular de Daiki. Estava realmente começando a odiar aquelas merdas. Enquanto sua tão estimada visita respondia sua peguete, se levantou abrindo a segunda porta do guarda roupas, tirou de lá algo que raramente usava desde sua vindo ao Japão: uma Fernandes modelo 2010. A guitarra azul marinho fez Daiki jogar o celular para longe.

– Mentira!

– Escolhe uma música _ligou o cabo ao amplificador.

– Ah sei lá... é... _olhou abobado para o conjunto Taiga – Fernandes _Alice Cooper?

– Começa alguma.

– Minha voz é um lixo _resmungou procurando qualquer coisa em suas lembranças _Your a cruel device... your blood, like ice _fez uma careta balançando a cabeça de forma negativa, envergonhado pela desafinação _ one look, could kill, my pain, your thrill!!!!

Taiga sorriu e ajeitou o instrumento, deu a primeira nota entrando no verso seguinte, acompanhou Aomine fazendo um dueto improvisado.

I wanna love you but I better not touch

(Don't touch)

I wanna hold you, but my senses tell me to stop

I wanna kiss you but I want it too much

(Too much)

I wanna taste you but your lips are venomous poison

O ruivo parou deixando a palheta escorregar entre os dedos. Aquela letra fez certo sentido para si.

Aomine estava saindo com uma menina legal, estavam se dando bem e não se espantaria se começassem um namoro sério (na verdade ele não sabia o quão sério eles já estavam). Ficar naquele enrosco com ele não seria ruim quando de fato precisassem se separar? Talvez, por sua causa, Aomine acabasse confuso. Ele queria amá-lo como dizia a música? Sim! Gostava de passar suas tardes juntos, sair e tudo mais, era um amor simplório entretanto. Um amor que ele podia controlar, sem cobranças, sem prometer nada. Ele precisava parar com aquilo, continuar o abraçando e beijando seus lábios envenenados.

Quanto mais eles transavam, quanto mais eles se beijavam, mais Taiga queria Daiki, possessivamente, e ao mesmo tempo tinha medo que aquilo fosse fazer o amigo se apaixonar por si.

– Seus lábios possuem veneno _sussurrou chegando mais perto de Aomine _sabe o que mais essa música diz?

– ...não _disse encabulado, de fato não entendia a letra.

Abriu a boca duas vezes sem conseguir terminar seu raciocínio, o que acabara de constatar não era nada agradável afinal. Daiki olhou perdido para seu companheiro e resolveu procurar a tradução na internet, foi barrado por um par de mãos em sua cintura.

– Vamos voltar a dormir? Depois prometo que faço algo gostoso para comermos.

– Hum _ponderou alguns segundos desistindo da ideia do celular _ok, depois você toca mais alguma coisa?

As u wish _deitou cobrindo ambos.

You're poison running through my veins

You're poison I don't wanna break these chains

I hear you calling and it's needles and pins

(And pins)

I wanna hurt you just to hear you screaming my name!

O relógio digital apontou meio dia quando os olhos castanhos abriram aos poucos devido a luz vinda do corredor, Taiga se esquecera de desligar o interruptor e agora, com o sono mais leve, a claridade o atrapalhava. Do lado de fora a sensação de estarem entrando no período noturno devido as pesadas nuvens que encobriam o sol. Deslizou para o lado alguns centímetros desencostando de Aomine. “Má ideia!” Pensou ao sentir o ar gelado entrar em contato com sua pele, mesmo que ainda protegida com o grosso moletom.

– Oe, acorda _beijou os lábios de sua bela adormecida que acabou por resmungar qualquer coisa _acorda Aho!

E era sempre assim, Taiga acordava primeiro, enchia o saco do companheiro até o mesmo despertar e então transavam ou atacavam a geladeira e depois transavam, para então no fim do dia Daiki ir embora. Fora assim durante aqueles mais de três meses, gostavam da rotina. Nessa Segunda-Feira o moreno ficaria na casa do ruivo mais uma noite e isso o animou.

Ou pelo menos era esse o sentimento até aquele momento.

Aomine acordou resmungando e se jogou sobre Kagami lhe beijando o topo da cabeça de forma carinhosa. O clima começou a esquentar quando seu celular tocou alto na cabeceira da cama, pegou para atender achando que era sua mãe – ainda beijando o ruivo, desbloqueou a tela sem olhar para o visor. Para sua grande surpresa, era outra mulher: Kanade. O que era para ser uma conversa rápida acabou quebrando o clima bom entre eles e o ruivo fora deixado de lado. No começo esperou alguns minutos, ainda excitado, depois se virou entediado, foi ao banheiro, cozinha, voltou para cama e o casal continuava a rir. Sentiu sua costumeira irritação, queria a atenção de volta para si, mas o que de fato poderia fazer? Aomine não era seu! Entre eles sempre existiu esse tipo de respeito, eles tinham suas vidas longe um do outro também.

O sorriso do moreno era tão lindo... a expressão carregada que geralmente exibia em seus rosto ficava leve e convidativa. Ele podia continuar a sorrir assim para sempre, sem se apaixonar por ninguém.

– Nem por mim, nem por ela _disse para si mesmo levando a mão de forma inconsciente para os cabelos macios do amigo. Daiki fechou os olhos aproveitando o carinho.

– Então nos vemos assim que possível, beijo Kana-chan! _esperou por sua resposta e desligou, Taiga abandonou o carinho olhando sem graça para o outro lado _o que foi?

– Fica lindo sorrindo.

– Uh Taiga... _coçou a nuca, encabulado com o elogio _você nunca diz essas coisas. Ficou com ciúme é? _piscou de leve _brincadeira.

O silencio veio imprudente, o que ele queria que Aomine pensasse com isso? O jogador da Toou olhou de canto um pouco inseguro: estaria Kagami realmente com ciúme?! Quer dizer, até agora não teve nada entre eles que indicasse amor ou algo do tipo. Nunca tinham tocado naquele assunto.

Ele já tinha pensado antes na sua relação com Taiga, gostava mesmo de ficar ao seu redor e tudo mais, não tinha nada contra tentar um namoro ou algo do tipo, porém as condições não eram favoráveis (nunca foram) e agora com Kanade se mostrando tão boa pessoa, talvez desistisse mesmo da ideia de conquistar o ruivo de vez. Digamos que o moreno gostava de aproveitar as oportunidades e viver uma vida longa e prospera.

Ainda assim, não queria acabar com aquele affair tão cedo...

– Desculpas, não quis te ofender... _quebrou o silencio por fim tomando a atenção do mesmo para si.

– Relaxa. Ow, quer ouvir mais uma musica? _caçou a palheta esquecida no chão.

– Sim! Imagine Dragons agora, mas não me faça cantar.

– Nem ousaria, sua voz é uma bosta.

Levou um tapinha na cabeça seguida de uma mordida na orelha. Ok que não cantava bem... não precisa ofender!

– Espero que neve amanhã também _comentou enquanto afinava o instrumento _...ah não, quero treinar basquete, será que não rola marcar só um treino...?

E continuou a falar consigo mesmo, Daiki já tinha visto aquele tipo de atitude: quando o outro começava a se cansar de companhia, seja em multidões ou entre os amigos mais chegados, acabava falando sozinho para se distrair um pouco e recarregar as energias. Eram parecidos naquele aspecto, mas o moreno já tinha consciência de sua própria personalidade.

Introversão era o nome daquilo, muitos confundiam com timidez ou antipatia, porém o que Daiki sentia era algo totalmente diferente. Ele simplesmente se casava físico e mentalmente se estivesse com muitas pessoas ao seu redor por muito tempo; está ai o motivo de nunca querer passar horas treinando com o time ou sair com os amigos com a frequência que era requerido. Preferia ficar sozinho a maior parte do tempo e junto de seu habitual semblante arrogante era conhecido por ser um idiota.

Kagami Taiga, por incrível que pareça, acabou sendo uma daquelas exceções – junto de Kuroko e Momoi – sempre acabava se apegando a pessoas que não o deixava exausto depois de um dia todo em sua companhia. Será que ele era assim também? Afinal o quanto sabia dele?

A musica animada fez seus ouvidos doerem por um breve momento, Taiga acabou desafinando e pediu desculpas.

– Você toca bem... acho. Não entendo nada de musica.

– Digamos que preciso treinar mais se quiser oferecer uma musica a alguém _riu _toca alguma coisa?

– ...punheta e mosquitos.

Esperou um segundo ou dois antes de responder.

– Aceito a punheta _deixou a guitarra de lado puxando a mão de Aomine para dentro de sua calça _e como toca bem.

– Hey Taiga, ainda tenho um tempinho antes de ir para casa...


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