Mosli a História escrita por Maria Lucia


Capítulo 55
Capítulo 55 - 2° plano.




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Carmem: pois então. Eu tenho uma amiga que é médica e ela faz aborto.

Mili: então a senhora quer que eu tire essa criança?

Carmem: logico né Mili. Você é muito jovem e tem que estudar e ainda por cima vai ser mãe solteira? Eu liguei para a minha amiga e ela disse que pode fazer isso hoje mesmo ás seis, mas você não pode contar a ninguém porque se alguém descobrir isso ela perde o CRM dela e vai presa estamos entendidas?

Mili: sim.

Carmem: então vamos agora. Porque depois da hora ela não vai querer te atender.

Carmem se levanta e Mili levanta também.

Mili: espera dona Carmem.

Carmem: esperar o que menina? Temos que chegar lá as seis é o único horário que ela tem disponível ou você acha que ela vai ficar a sua disposição.

Mili (sendo curta e grossa): eu não vou fazer aborto nenhum! E essa médica de fundo de quintal que espere, pois eu não vou deixar ela e ninguém abortar meu filho.

Carmem fica furiosa e dar mais dois passos para ficar frente a frente com Mili e a segura pelo braço.

Carmem: como assim você não vai comigo a essa clinica tirar logo essa criança?

Mili se solta das mãos de Carmem com um arranco.

Mili: foi o que a senhora ouviu. Eu não vou a essa clinica e nem a lugar nenhum que faz aborto.

Carmem: Mili minha querida pensa comigo você é muito ingênua você acha que você tem condições de ter um filho nessa idade? E pior o pai dessa criança não tem futuro nenhum para te dar ele seria capaz de fugir daquele orfanato quando souber que você está grávida ou então vai dizer que o filho é de outro como a maioria dos moleques faz.

Mili: mesmo assim o aborto é crime e pecado. Você pode me oferecer qualquer outra ajuda menos matar um bebê que não tem culpa de nada. Isso eu não faço.

Carmem: tudo bem Mili já que eu não posso te obrigar a isso mesmo, mas eu vou pensar em outra coisa. Agora volta para o orfanato que quando eu pensar em outra coisa eu te ligo.

Mili: e de qualquer jeito obrigada dona Carmem.

(Cena 02)

Quando Mili chega ela vai para o quarto e lá estava Marian na sua cama lendo uma revista e quando ela vê Mili entrando ela curiosa solta a revista em cima da cama se levanta e vai perto de Mili perguntar o que houve.

Marian: e aí Mili como foi com a Carmem?

Mili: ela quer que eu faça um aborto?

Marian: e você aceitou não foi?

Mili: claro que não né Marian.

Marian (não gosta, mas disfarça): e porque não Mili? Por um acaso você pretende ter essa criança.

Mili: pretendo sim. O que eu vou fazer eu não sei ainda só sei que aborto eu não faço. Isso é crime e Deus nunca iria me perdoar por isso.

Marian: então o Mosca e todos vão saber da sua gravidez?

Mili: é obvio né Marian. Não vai dar para esconder isso por muito tempo.

Marian (altera a voz): Mili me responde uma só uma pergunta. E se naquela noite o Mosca tivesse conseguido te violentar e depois de algumas semanas você descobrisse que estava grávida de um estuprador que você nem sabe quem foi? E aí nessa situação você iria abortar né?

Mili (faz gestos e fala de um jeito firme muito segura de si): Não Marian nem com essa hipótese. A gente mora em um país ridículo de lei ridícula: se uma mulher for estuprada e engravidar ela tem todo o direito de abortar a criança que não tem culpa de nada, mas agora para o traste que a estuprou não tem pena de morte ele é no máximo preso e depois é solto e volta a fazer mais mulheres sofrer.

Marian: mesmo assim Mili toda a vez que você olhasse pra o seu filho você ia se lembrar do estupro.

Mili: isso não é verdade existem muitas mães que foram estupradas e mesmo assim assumiram a criança sozinha. Eu tiro o meu chapéu para essas mulheres. E se isso acontecesse comigo mesmo que eu não ficasse com a criança eu dava para adoção tem muitos casais querendo adotar filhos recém-nascidos.

Marian (diz irônica) nossa Mili essa sua lição de moral e bondade me comove.

Marian sai do quarto e Mili fica pensativa.

Mili: gente eu não sei como eu e Marian somos amigas.

(Cena 03)

No Interior na fazenda vivia Lurdes de 37 anos e Celso de 40 anos eles se amavam muito e apesar de 15 anos de casados não teve filhos. Lurdes estava na sala de estar lendo uma revista quando vê seu marido chegando à sala e estava se ajeitando para sair.

Lurdes (parando de ler sua revista): hoje você volta para almoçar?

Celso: Lurdes sabe que não posso almoçar em casa eu tenho muitos assuntos na fazenda que tenho que resolver.

Lurdes (solta a revista em cima do sofá e se estressa): mais um dia que você não volta para casa eu almoço sozinha. Meu amor é entediante ficar sozinha pela casa.

Celso (diz sem pensar) eu não tenho culpa que você não pode me dar filhos e eu tenho que cuidar da fazendo sozinho.

Lurdes (nervosa): você sabe que eu não posso ter filhos e vivi tacando isso na minha cara!

Nessa hora Celso se cala por perceber que magoou feio Lurdes que começa a querer chorar. Celso senta ao sofá ao lado dela e a abraça.

Celso: perdão meu amor. Eu não quis te ofender. É que se talvez a gente tivesse um filho homem como o João Pedro eu teria mais tempo para você porque com um filho homem ele poderia me substituir.

Lurdes (mais calma): já eu sempre quis uma menina. Imagina só eu com ela no salão de beleza, no clube nós seriamos melhores amigas. E tem mais o João Pedro nem se preocupa muito com a fazenda ele se interessa mais com a banda dele.

Celso: sim ele gosta de cantar, mas também se dedica a fazendo com o pai.

Lurdes: mas agora pode ir. Você sabe que eu não gosto de falar sobre isso.

Celso: tudo bem meu amor. E mais uma vez me perdoe.

Lurdes: já está perdoado.

Celso da um beijo na esposa e sai. Lurdes chora por nunca ter conseguido ter filhos como seu marido sempre quis e admirava muito seus amigos Linda e Heitor por terem um filho como João Pedro. Depois de alguns minutos Lurdes para de chorar e levanta do sofá e ao levantar do sofá ela vê na janela sua amiga Carmem chegando de carro e ela fica feliz porque quase nunca recebe visita e é muito sozinha. Lurdes vai na hora abrindo a porta de sua sala para receber a amiga.

Carmem (vem sorrindo): e aí gostou de me ver?

Lurdes (sorrir): claro amiga eu estava com saudades.

Carmem (sorrir e trocam beijinhos no rosto): e você como tem passado.

Lurdes: bem né. Fora as minhas brigas com Celso que quase sempre ele reclama por a gente não ter filhos. E você como está?

Carmem: estou ótima.

Lurdes: que bom. Vamos entrar para conversar melhor.

Carmem: obrigada.

As duas entram e sentam a poltrona.

Lurdes: quer alguma coisa?

Carmem: a não obrigada querida. Na verdade eu vim para te oferecer ajuda.

Lurdes (sem entender) ajuda? Em que?

Carmem: Lurdes eu sei bem que o único pivô dos seus problemas no casamento é que você não pode ter filhos.

Lurdes (interrompe): Carmem eu agradeço a sua ajuda, mas você sabe que eu e o Celso já visitamos o seu orfanato algumas vezes e meu marido não quis adotar ninguém por receio.

Carmem: é que agora é diferente se trata e um recém-nascido.

Lurdes (se anima): bom se for um recém-nascido talvez o Celso queira adota-lo. Mas me conta como esse bebê foi parar no orfanato coitadinho.

Carmem: Eu vou te explicar tudo minha amiga. Esse bebê ainda não nasceu uma das meninas do orfanato está grávida e não têm condições de cuidar de uma criança ela é muito nova, é órfão e tem que estudar ainda e o pai do bebê é a mesma coisa.

Lurdes estava se interessando pelo caso ela só tinha que conversar com o Celso antes. E Carmem continuou conversando com ela.

(Cena 04)

No dia seguinte de manhã na entrada do colégio Mili vinha andando sozinha e Pata a chama.

Pata: Mili.

Mili olha para trás e espera até que Pata chega.

Mili: oi Pata.

Pata: Oi. Mili eu estava precisando falar com você.

Mili: e o que é?

Pata: Mili não é porque você não namora mais com meu irmão que vamos deixar de ser amigas.

Mili (sorrir): tudo bem Pata eu já não aguentava mais esse clima entra a gente.

Pata (sorrir): que bom que tudo vai voltar a ser como antes.

Mili: como antes não. Eu nunca mais volto com o Mosca.

Pata: tudo bem Mili já que você quer assim.

Mili percebe algo estranho com algumas meninas que estavam no bando do colégio e Flavia uma menina do 3° parecia está chorando.

Mili: olha lá aquele banco. Parece que as meninas estão com problema. Vamos lá ver.

Pata: vamos.

Mili e Pata vão até as meninas.

Mili: Oi gente.

Pata: olá meninas. Aconteceu alguma coisa?

Cris: sim foi uma prima da Flávia que morreu ontem.

Pata: nossa. Meus pêsames.

Mili: eu lamento. E como ela morreu?

Flávia: ela era muito jovem e estava namorando um bandido. Quando ela descobriu que estava grávida ela fez um aborto e dias depois ela morreu. (volta a chorar).

Gisele: na autópsia foi revelado que foi um aborto mal feito. E isso acontece com muitas meninas que fazem aborto algumas acabam morrendo.

Nessa hora Mili fica muito tocada só de pensar que ela esteve a ponto de fazer isso e por Deus ela mudou de opinião se não poderia ir pelo mesmo cominho que a prima de Flávia.

(Cena 05)

Carmem, Lurdes e Celso tomavam café da manhã e conversavam sobre adotar o filho da Mili.

Celso: Carmem se for um recém-nascido eu adoto sim, mas antes eu quero conhecer os pais dessa criança. E outra coisa imaginem só se uma dia eles cismarem de querer esse filho de volta e aí como eu e minha esposa vamos ficar?

Carmem: não se preocupe que isso não vai acontecer. E os pais são de boa conduta. A mãe do bebê ainda da para disfarçar a barriga, mas logo isso não vai ser mais possível aí ela vai passar pelo menos um ano aqui na fazenda até a criança nascer o corpo dela voltar para o lugar sabe como são essas coisas. E aí vocês concordam?

Lurdes: seria o máximo. A Carmem já até sabe a minha resposta.

Celso (animado): e a minha resposta é sim.

Lurdes de Carmem ficam alegres.

Lurdes: meu amor muito obrigada. Será o nosso sonho.

Celso: e eu torço muito para que seja um menino.

Lurdes: no fundo eu quero menina, mas o que Deus mandar eu vou amar muito.

(Cena 06)

Uma semana depois...

Carmem já tinha tudo planejado agora só faltava ela conversar com Mili. Por isso chamou até sua casa onde as duas conversavam na poltrona.

Carmem: eu já tenho a solução e essa é a melhor.

Mili (animada): então me fala.

Carmem: Pelo jeito você não vai conseguir esconder essa barriga por muito tempo.

Mili (se preocupa): eu sei já até havia pensado nisso.

Carmem: então vamos inventar que eu quero sortear alguém do orfanato para dar uma bolsa de estudos fora do país. Só que na verdade você vai ser sorteada por treta minha e vai passar mais ou menos um ano na minha fazenda no interior até o seu bebê nascer e seu corpo voltar para o lugar.

Mili: sim, mas e depois o que a senhora pensa em fazer com meu filho?

Carmem: os meus vizinhos da fazenda não tem filhos e pretende adotar o seu. E sinceramente a melhor coisa que você tem a fazer é dar essa criança a eles. Seu filho estará em boas mãos.

Mili: bom por um lado é melhor, mas eu não sei seu vou conseguir abandonar o meu filho.

Carmem: se você quiser eu te dou um prazo para pensar, mas só 1 semana porque meus amigos não podem ficar esperando por muito tempo a sua resposta.

Mili: ok então dentro de uma semana eu te dou a resposta.

(Cena 07)

No colégio na hora o recreio Mili saiu da sala e Téo um aluno na mesma classe foi falar com ela.

Téo: Oi Mili todo bem?

Mili: tudo e você Téo?

Téo: bem né tirando essa matéria de hoje que eu não entendi nada. E eu vim perguntar se você pode me ajudar?

Mili: claro que sim Téo. Vamos sentar naquele banco.

Téo: vamos

Na verdade Mili fez isso mais porque sacou que Mosca estava observando ele e quis fazer ciúmes. Eles se sentaram em um banco e ficaram lá o recreio todo estuando e conversando altos papos a sós.

Pensamento do Mosca: não dar para acreditar a Mili é igual a todas foi só terminar comigo e já foi logo se engraçando para o primeiro que apareceu.

(Cena 08)

Gabi e Miguel estavam ansiosos para falar com Marian e Carol chega a sua sala acompanhada de Marian.

Carol: pronto Marian eu vou te deixar com a Gabi e o Miguel conversarem com você.

Marian: obrigada Carol.

Carol: por nada. Com licença.

Carol sai da sala e fecha a porta e Marian já sabia do que se tratava (do exame de DNA falso).

Gabi: e você Marian está bem?

Marian: estou ótima e vocês como estão?

Miguel: muito bem Marian e melhor agora.

Gabi: querida nós temos que ter uma conversa com você. E é muito séria.

Marian (se finge): comigo?

Miguel: sim, mas vamos sentar por que é um assunto delicado.

Os três sentam no sofá.

Gabi: Maria você sabe que eu e o Miguel tivemos uma filha não sabe?

Marian: sei.

Miguel: pois então descobrimos que você é a nossa filha.

Marian (se finge): o que, mas como?

Gabi: calma minha filha eu vou te explicar tudo.

(Cena 09)

Depois de algumas horas conversando Gabi, Miguel e Marian saem da sala da diretoria e encontram Mili descendo as escadas.

Gabi: Oi Mili que bom te ver.

Mili (sorrir): e que surpresa boa vocês por aqui.

Mili na hora e da um abraço em Gabi e em Miguel.

Miguel: como está Mili?

Mili: bem. Obrigada e vocês?

Gabi: melhores que nunca. E temos uma novidade que eu gostaria que você fosse a primeira saber.

Mili: eu? Será uma honra.

Marian: deixa que eu mesma conto já que Mili é uma das minhas melhores amigas. Bom Mili a Gabi e o Miguel vieram até aqui porque descobriram que são meus pais e logo eu vou morar com eles.

Mili (surpresa): sério?

Miguel: é sim Mili.

Mili: então Marian meus parabéns por ter pais como a Gabi e o Miguel e desejo a vocês toda a felicidade do mundo.

Miguel: obrigado Mili e nós também desejamos isso a você.

Gabi: com certeza menina você também merece ser muito feliz. Agora você pode me dar um abraço.

Mili: claro que sim Gabi.

As duas se abraçam e no fundo sente algo diferente como se fosse um amor de mãe e filha mesmo.

Pensamento de Marian: que família mais idiota pelo menos é rica e agora eu sei quem a Mili puxou. O ruim é que me livrando da Mili eu vou ter a sonsa da Gabi por perto.


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