Mili: Mosca o que você está querendo dizer com isso?

Mosca da uma pausa quase chora, mas se segura.

Mosca: aquele traste que quase te violentou a força e te fez sofrer tanto fui eu.

Nessa hora Mili fica perplexa, nervosa não sabe o que fazer aquela foi uma revelação e tanto. Na hora ela se levanta.

Mili (nervosa começa a chorar): como você pode? Porque fez isso comigo Mosca que mal eu te fiz?

Mosca se levanta e segura ela que ia embora.

Mosca: calma Mili para tudo tem uma explicação. Naquela noite eu não tive a intenção de fazer mal a você e nem com outra pessoa.

Mili (chorando): então me explica. Porque eu quero saber, eu quero saber de tudo.

Mosca: ok. Eu vou te contar como foi.

Mosca leva Mili de volta a onde estava às coisas do piquenique e a toalha e Mosca começa a contar como foi.

Mosca: naquela época eu e minha irmã a gente morava com o nosso tio e ele era traficante e contrabandista. E eu e a Pata só fugimos de casa porque a gente não aguentava mais trabalhar para eles e de forma errada.

Mili: disso aí eu já sei não fuja do assunto.

Mosca: naquela mesma noite que você fugiu do orfanato teve uma festa lá na comunidade e eu fiquei fora de mim porque eles me drogaram.

Mili: o que? Mosca você além de tudo se drogava? Você é um lixo.

Mosca: eu não me droguei eles me drogaram.

Mili (irônica): ô coitadinho de você né Mosca eles te drogaram. Eles falaram que era balinhas e você acreditou.

Mosca: não foi bem assim Mili. Eu não queria. Teve uma hora que eu me distrair e algum deles jogou alguma porcaria na minha bebida e fez eu ficar descontrolado daquele jeito. Se não eu jamais teria feito aquela maldade com você.

Mili: mesmo assim você brincou comigo. Mosca você deveria ter contado a verdade antes de ter transado comigo, ou melhor, antes da gente começar a namorar.

Mosca: eu fiquei sabendo naquele dia que você desabafou comigo e a gente começou a namorar eu também não se lembrava do rosto da menina que eu fiz tanto mal. Na hora eu fiquei chocado quando soube que era você e eu já estava apaixonado e por isso eu não quis te contar nada eu quis primeiro fazer você esquecer aquele trauma e os pesadelos e eu conseguir.

Mili (chorando): você conseguiu fazer eu te odiar Mosca você foi falso comigo e eu detesto falsidade.

Mosca: Mili eu também sofri muito quando o efeito das drogas acabou e eu lembrava que tinha feito mal a uma menina.

Mili (chorando): e como você conseguiu esconder isso de mim por tanto tempo?

Mosca: eu já disse que foi para o seu bem. Eu te contei só agora porque eu quis arrumar a besteira que eu fiz.

Mili: você só contou agora porque já transou comigo mesmo. Dessa vez conseguiu fazer não fez naquela noite.

Mosca (começa a chorar): Mili me perdoa eu te amo. Eu só quis redimir o meu erro. E agora eu imploro pelo seu perdão.

Mili: eu não consigo te perdoar. Eu nunca sentir esse ressentimento antes. Eu não posso mais ser sua namorada depois disso.

Mosca (chorando): Mili me de uma chance. O mal que eu fiz foi sem intenção.

Mili (se levanta): mas você fez.

Mosca também se levanta.

Mosca: Mili me espera.

Mosca a pega pelo braço.

Mili: me solta eu já te ouvi de mais!

Mili se solta e quando ela ia correr ela fica pálida e sente uma forte tontura.

Mosca (preocupado): Mili o que você tem?

Mili: não sei acho que eu vou desmaiar.

Mili desmaia, e Mosca a segura.

Mosca (preocupado): Mili acorda.

(Cena 02)

Gabriela vai até o orfanato e Marian estava na sala.

Gabi: boa tarde Marian.

Marian: boa tarde Gabi. Como vai?

Gabi (fecha a porta): eu vou bem. E você?

Gabi vai até a menina e as duas se cumprimentam com dois beijos na bochecha.

Marian: eu estou ótima.

Gabi: hoje eu vim visitar o orfanato. E vim ver como estão vocês.

Marian: por aqui está tudo bem. Só tem uma goteira no quarto das meninas.

Gabi: então eu vou mandar consertar. Vamos lá vê?

Marian: vamos.

As duas sobem as escadas e vão para o quarto das meninas.

Marian (aponta para o teto): essa aqui é a goteira.

Gabi: bom é pequeno. Isso aí vai ser fácil de ser resolvido. Mas agora eu quero saber de você.

Marian (da uma de desentendida): de mim?

Gabi: sim porque você foi a ultima que entrou no orfanato e eu ainda não te conheço.

Marian (sorrir): a sim é claro que cabeça minha.

Gabi: então qual é a sua cama?

Marian (vai até a cama e senta): é essa aqui. Vem senta do meu lado. (sendo muito gentil).

Gabi senta ao lado da menina.

Marian: e essas na cabeceira são minhas coisas. Sabe aqui nesse orfanato a gente tem bastante coisa. E tudo isso graças a você e sua família.

Gabi (sorrir): que nada é um grande prazer ajudar o próximo. Marian você pode me arrumar uma água eu estou com tanta sede.

Marian: posso sim. (se levanta) Eu vou buscar.

Gabi: obrigada.

Quando Marian sai do quarto Gabi abre sua bolsa e pega o material para fazer o exame de DNA era um saco plástico higienizado e uma pinça e pega a escova de cabelo da Marian e tira alguns fios e coloca dentro plástico. Só que Marian agiu primeiro trocando sua escova com a da Mili.

(Cena 03)

Mosca chega com Mili até o orfanato eles estavam no corredor.

Mosca: esse desmaio seu foi muito estranho. Eu ainda insisto vamos ao médico.

Mili: eu não preciso já estou melhor.

Mosca: e será porque desmaiou?

Mili (ironiza): porque será hem? Talvez por causa do choque que eu levei ao descobrir que a pessoa que eu mais amei me traiu, me usou.

Mosca: você tem certeza que não vai me perdoar.

Mili (fria): não. A gente nunca vai voltar a nossa história acaba por aqui.

Mili ia entrar para o quarto, mas Mosca a segura e a impede.

Mosca (olha bem nos olhos dela): eu não vou insisti porque eu prometi a Deus e a mim mesmo que se você quisesse terminar eu te deixaria em paz, mas nunca se esqueça de que eu vou te amar para sempre e esse amor é de verdade e estarei sempre te esperando.

Mili (se solta dele e diz friamente): as suas palavras não vão me comover.

Ela entra para o quarto de fecha a porta e Mosca começa a chora. Do lado de dentro o quarto Mili também chora e vai para a sua cama e fica lá chorando. E Gabi entra no quarto e surpreende Mili chorando.

Gabi (preocupada): Mili aconteceu alguma coisa? Você quer conversar?

Mili (chorando) aconteceu sim Gabi.

Gabi vai na mesma hora e abraça a menina. As duas se abraçam como se já soubessem que são mãe e filha. E Mili chora nos braços de Gabi e sente como se fosse uma mãe mesmo.

Mili (chorando): eu terminei com o Mosca. Eu descobrir que ele é um traste.

Gabi: calma Mili. Você está com raiva agora depois ele vai te procurar.

Mili: não Gabi o nosso caso não é tão simples quanto você pensa.

Gabi: então o que houve? Se você quiser me contar.

Mili: eu vou te contar.

Elas saem do abraço e Mili se acalma e começa a contar tudo.

Mili: a mais de 1 ano atrás uma homem me pegou e me fez muito mal. Eu sofri muito, tinha vários pesadelos com esse dia.

Gabi (se assusta): Mili você está querendo me dizer que...

Mili: não felizmente ele não conseguiu. Eu vi uma pedra e a peguei e bati na cabeça dele que desmaiou. Como estava muito escuro e eu nervosa eu não vi quem era.

Gabi: então ele não conseguiu fazer nada.

Mili: nada também não. Ele me tocou, me beijou a força e o pior é que aquele foi meu primeiro beijo.

Gabi se comove quase chora, mas se segura por causa da Mili.

Gabi: nossa Mili eu não sei nem o que te dizer. Esse homem deve ser preso e pagar pelo que fez.

Mili: não iria adiantar porque eu não me lembrava do rosto dele mesmo e também quando eu voltei eu tive vergonha de contar isso a alguém. Só depois que eu desabafei isso com a Pata e a Carol. E depois com o Mosca no dia em que a gente começou a namorar.

Gabi sentiu um tom de raiva na voz de Mili quando ela se referiu ao Mosca.

Mili (muito triste e horrorizada): hoje eu tive a pior decepção da minha vida. Logo o Mosca que foi meu primeiro amor eu colocava minhas mãos no fogo por ele achando que era a melhor pessoa do mundo. Ele me confessou que foi ele o crápula que me fez tanto mal.

Gabriela (fica desacreditada): O que como ele foi capaz?

Gabi se levanta e sente muita raiva do Mosca.

Gabi: Mili vamos agora a policia. Só porque esse moleque é menor de idade ele acha que vai ficar impune.

Mili se levanta e tenta acalmar Gabriela que ficou nervosa com essa revelação.

Mili: Gabi naquela noite o Mosca estava fora de si. Ele falou que estava em uma festa aí uns colegas jogaram alguma droga na bebida dele por isso ele ficou daquele jeito se não isso não teria acontecido.

Gabi: então porque ele não te contou assim que soube? Mili esse garoto agiu de má fé.

Mili: eu também questionei isso a ele. E ele disse que assim que descobriu que eu era a menina que ele quase violentou quis tentar reparar o erro que fez me fazendo perder o medo que tinha dos homens.

Gabi: e pelo menos isso ele conseguiu?

Mili: sim. Faz tempo que eu não tenho pesadelos e hoje eu não sou mais aquela menina traumatizada.

Gabi: e você pretende perdoar ele?

Mili (fria): por mais que eu tento não consigo. Ele disse que me ama me pediu perdão, mas eu estou com tanto ódio dele que eu quero me distanciar dele.

Gabi (abraça a menina): eu também sou mulher e te entendo Mili. Mesmo que o Mosca quis redimir o erro eu também não perdoaria ele. Se eu ver esse garoto na minha frente eu não sei do sou capaz. Acho que perco a cabeça.

(Cena 04)

À noite as meninas Vivi, Pata e Mili estavam no banheiro se aprontando para dormir.

Vivi: não acredito acabou? (diz mexendo em seu armário)

Pata: acabou o que?

Vivi: absorventes. Eu me esqueci de comprar.

Pata (também no seu armário): eu tenho aqui. Quer emprestado?

Vivi: sim eu quero.

Pata: toma aqui.

Vivi: obrigada Pata.

Pata: de nada.

Mili terminou de vestir seu pijama. Ela estava quieta, mas quando ouviu a conversa das meninas Mili percebe que sua menstruação está atrasada.

Pensamento de Mili: nossa que estranho nunca atrasou assim. Isso deve ser normal.

(Cena 05)

No dia seguinte Gabi e Miguel voltam para casa e comentam sobre o exame de DNA. Eles entram em casa e sentam ao sofá.

Gabi: esse resultado não podia sair logo?

Miguel: sim podia, mas você ouviu. Vai ter que esperar 1 semana.

Gabi: enquanto isso é só a gente manter discrição. E esperar o resultado estando preparados para o positivo e o negativo.