Seasons of Love escrita por AnnaBenato


Capítulo 8
The one in the restaurant


Notas iniciais do capítulo

Oláa, to de volta. Demorei mais do que o combinado porque tive a maravilhosa notícia que a fonte do meu notebook quebrou! Amo a vida. Mas enfim, tá aqui o capítulo, não é grande mas esclarece algumas coisas e tem uma surpresa que eu me diverti escrevendo hahaha Espero que vocês gostem :**



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/599315/chapter/8

A atmosfera no carro tornou-se tensa. Sakura não soube como reagir à afirmação de seu pai, quase nunca o via usando um tom sério direcionado a ela. Desviou sua atenção para a mãe, que a encarava através do retrovisor não com os olhos gentis de sempre, mas com um olhar de preocupação eminente. Pensou em dizer algo para quebrar o clima mas acabaria soando idiota. Imediatamente desejou que tivesse ido embora com o Uchiha.

Ajeitou-se no banco traseiro incomodada, desprendendo-se da situação ao passar a observar o transito carregado da capital. O trajeto não foi longo, mas demorado e silencioso. A senhora Haruno estacionou o carro em frente ao velho restaurante japonês em que costumavam comer antigamente na região do Butantã. Os olhos de Sakura se arregalaram ao ler o letreiro do Ogasawara Food Service e seu estômago roncou pedindo por comida, não havia percebido o tamanho de sua fome.

Desceu ainda calada, esperando o momento em que os pais começariam a falar, já que nenhum deles teve a coragem de encará-la. O clima entre os dois se mostrava tão tenso que até mesmo um possível divórcio passou pela cabeça da rosada, temendo uma situação como essa. Balançou a cabeça tentando afastar esses pensamentos e ouviu um riso fraco de seu pai, Kizashi parecia saber exatamente o que se passava na mente de sua filha. Em um gesto carinho ele tomou o seu braço e de sua mãe levando-as para dentro impaciente e cheio de fome.

O cheiro típico de peixe e molho shoyu rapidamente invadiu as narinas dos três que sorriram em satisfação. O pequeno restaurante era todo amontoado e cheio de mesas de madeira refinada, limpas e organizadas de acordo com o espaço. Ao lado esquerdo da entrada, encontrava-se um balcão vasto onde algumas pessoas faziam sua refeição rápida, como um bom e velho espírito paulistano. Mebuki foi logo a frente desvencilhando-se do marido e murmurando algo ao garçom mais próximo com um sorriso gentil. Este os direcionou à uma mesa com mais assentos que o necessário, deixando Sakura um tanto confusa, e sentaram-se calmamente.

– Ahem – A rosada pigarreou – Algum dos dois vai me contar logo o que está acontecendo ou ficarei aqui com cara de tacho até o fim do almoço?

– Ora querida, para que a pressa? – Mebuki disse gentilmente – Papai está de folga hoje e teremos um almoço especial.

– Almoço especial?

– Nós decidimos fazer um sanduíche de notícias – Kizashi brincou – Uma ruim, uma boa e outra ruim, o que você acha?

– Eu acho que a cada dia que passa vocês estão se tornando mais loucos.

– Cadê aquele sorriso que você tinha no rosto até alguns minutos atrás? – O pai resmungou em protesto – Já faz muito tempo que não almoçamos fora, os três, juntos.

– Eu sei tou-chan, é que eu fiquei apreensiva quando você disse que precisávamos conversar – Suspirou cansada – Será que pode me dizer?

– Sobre isso – Kizashi fez uma longa pausa e encarou sua esposa, pedindo permissão para dizer o que precisava. A senhora Haruno apenas assentiu – Eu e Mebuki estivemos mexendo em suas correspondências e e-mails ultimamente, e antes que você fique brava, eu sei que isso é errado, que não deveríamos fuçar em suas coisas mas ocorreu por acaso.

– Entendemos que precisa de privacidade mas você não pode fazer tudo sem nos consultar – Interrompeu o marido – Se inscreveu em um vestibular em Santa Catarina e não nos disse nada.

– Mamãe, ainda falta algum tempo veja bem, eu ia contar a vocês, juro – Sakura se atrapalhava nas palavras apreensiva com o olhar agora magoado da mãe sob ela.

– Não quero te decepcionar Sakura, mas não será possível – Proferiu severamente.

– O que ela quer dizer, Sakura-chan – Kizashi se sobrepôs – É que você escolheu o momento errado para tal luxo. Nós não poderemos manter você fora da cidade, eu sinto muito.

– Mas então... – Ela os encarava incrédula e chateada – Eu...Não poderei fazer faculdade?

– Esse é o intuito do almoço, meu bem – Mebuki retomou o tom leve – A partir da semana que vem eu trabalharei no escritório de um dos sócios de seu pai, para ajudar nas despesas.

– Contra a minha vontade mas por necessidade da situação – Disse desanimado – Porém, além disso, em parceria a um de meus clientes, estive trabalhando em um projeto para ajudar decasséguis no processo de ida para o Japão. Recebemos alguma ajuda financeira mas por fim conseguimos algo concreto e estou ansioso para fechar contrato. E é por isso que estamos aqui, meu cliente e nosso patrocinador irão almoçar conosco.

– Tou-chan não acredito! – Animou-se – Estou feliz por você e espero que dê certo, mas mamãe poderia ter ao menos lembrado de trazer outras roupas para mim.

– Não se esquente, são pessoas simples.

O sino da entrada tocou chamando a atenção da família Haruno. Adentravam o restaurante três homens: dois estavam vestidos em terno, o mais alto tinha um olhar amedrontador e o que estava ao seu lado, com cabelos compridos presos em um rabo de cavalo baixo, mantinha um sorriso aquecedor no rosto, e o outro que vinha atrás usava apenas uma camisa social e jeans, todos japoneses. “Simples, você diz né tou-chan?”, Sakura pensou.

Chegaram à mesa e foram cumprimentando um por um. Papai os cumprimentava com um grande sorriso no rosto e um aperto de mão animado, Mebuki apenas acenava com a cabeça levemente. A rosada não sabia ao certo como agir em situações diplomáticas mas aquele momento pareceu confortável, então cedeu-lhes seu melhor sorriso, sendo retribuída principalmente pelo homem de cabelos presos.

Pareciam mais próximos do que o normal. Nada dava indícios que estavam em um almoço de negócios, era como velhos amigos se reencontrando depois de tempos. Risos e piadas foram presentes durante os primeiros instantes, papai ria e mamãe olhava para ele orgulhosa. Hora de descartar a possibilidade de divórcio.

– Ora mas onde eu estava com a cabeça? – Kizashi pronunciou de repente – Cavalheiros, esta é minha única filha e obra prima, Haruno Sakura. Sakura-chan este é meu sócio Kenji – Apontou para o homem de camisa social – E estes são nossos patrocinadores, Fugaku e Itachi.

– Muito prazer em conhecer a senhorita – Disse Itachi calorosamente, fazendo a rosada corar.

Itachi era alto e tinha uma áurea extremamente poderosa, dominante e sexy. Os olhos da rosada se cravaram em seu rosto perfeitamente desenhado, uma pele alva e levemente bronzeada. A gravata em torno de seu pescoço estava frouxa e por um momento ela pensou em se oferecer para ajeitá-la, se arrependendo imediatamente do pensamento pervertido. Era impossível tirar os olhos dele e não notar sua presença. Seu sorriso era galanteador e seus orbes negros tão profundos lembravam Sakura vagamente de seu inimigo mortal Uchiha Sasuke. Ele também não tirava os olhos dela.

– Eu peço perdão que meu filho mais novo se atrasou – Fugaku tinha um tom firme – Ele estará aqui em alguns minutos. É um colegial ainda.

– Assim como Sakura.

– Sakura ainda está no colegial? – O moreno de cabelos compridos pareceu desapontado.

– Sim – Riu vergonhosamente – Se os senhores me dão licença, preciso ir ao banheiro.

A rosada se levantou tentando parecer delicada e respeitosa em frente àqueles homens. Eles não prestaram muita atenção e ela deu graças por não repararem em seu uniforme amarrotado. Seguiu o caminho até o banheiro escondido perto ao balcão sentindo o doce aroma dos rámens que estavam sendo preparados ali. Não se importou em checar se havia alguém, pois a porta estava escancarada, entrou rapidamente e fechou-a atrás de si.

Estirou os braços e apoiou as mãos na pequena pia de porcelana branca quase em desespero. No espelho embaçado e um pouco sujo ela encarava seu próprio rosto com chateação, as olheiras estavam ali, a pele pálida estava ali, a boca sem cor e os olhos caídos também. Mas o que mais a incomodava era o cabelo rosa desbotado todo desalinhado que tirava ainda mais o corado de suas bochechas. Tentou melhorar seu estado jogando um pouco de água em seu rosto e controlando as madeixas com seus próprios dedos. Apalpou seus bolsos e encontrou um glorioso gloss que tratou de passar nos lábios discretamente e vitoriosa, sorria e fazia poses tentando se convencer que estava aceitável.

– Que cara gaaaaato!! – Comentou para si mesma sobre o moreno, Itachi.

Ele a secava com o olhar desde que adentrou aquele restaurante. O homem parecia já ser maduro, bem mais velho que ela. Sentiu-se um patinho feio, o motivo pelo qual decidiu se levantar e ir até o banheiro. Não costuma ser assim quando o assunto é garotos, mas convenhamos, estamos falando de um homem que exala masculinidade a cada passo, que deixou até mesmo ela sem saber o que dizer.

Deu um tapa em sua própria cabeça e riu sozinha por estar tendo pensamentos enfadonhos com um patrocinador do protejo de seu pai. Imaginou como seria se Annie estivesse com ela naquele instante e a poça de baba que ela provavelmente derramaria ao ver o moreno. Ela precisava mandar uma mensagem para a amiga, de preferência com uma foto de Itachi mas não via como conseguiria uma.

Abriu a porta do banheiro com alguma dificuldade para retornar à mesa junto de todos e atravessou novamente o balcão mas dessa vez de cabeça erguida. Aquela Sakura não apresentava sua personalidade ansiosa e estressada, ela se sentia boba por isso já que neste momento deveria estar decepcionada porque os vestibulares seriam inúteis e seu pai não teria dinheiro para pagar se quer uma mensalidade das particulares da grande São Paulo. Sua expressão risonha seria de imediato perdida mas o motivo estava longe de ser o seu futuro acadêmico.

– Sakura-chan! – Seu pai a chamou – Este é Sasuke-kun, o filho mais novo de Fugaku-san.

– O que você faz aqui?? – Sasuke e Sakura gritaram apontarando um para o outro. A conversa na mesa e no restaurante cessou.

Aquele seria um almoço interessante.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso galera, eu achei meio xôxo e parece que to decaindo D:, mas me digam o que acharam! Beijos e obrigada por estarem comigo :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Seasons of Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.