Seasons of Love escrita por AnnaBenato


Capítulo 1
The one where it all begins.


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente! Primeiramente queria dizer que estou muito feliz de finalmente conseguir postar essa fanfic. Queria agradecer particularmente minhas amigas Nathália e Katharina, que me deram todo o apoio e o empurrão que eu precisava para divulgar! Quero agradecer também àqueles que se prontificaram a ler e me pediram marcação. Muito obrigada gente, isso significa muito.
A fic é UA, e os personagens estão um pouquinho OoC, nada muito peculiar. Boa leitura pra vocês :***



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– Bom dia – O professor de matemática adentrava a sala do terceiro ano do ensino médio – Sentem-se todos e prestem atenção, por favor. Fui designado a ter um conversa com vocês. Não se preocupem, não doerá.

A turma do Terceirão do Colégio Bandeiras da cidade de São Paulo não era nem um pouco fácil de lidar. Havia alunos de todas as partes da cidade, do país e do mundo, era um colégio formado essencialmente por gênios. Gênios da bagunça, festa e vagabundisse, ao menos era isso que Uchiha Sasuke, japonês nato, que morava no Brasil há quase 4 anos, pensava. Aquele história de que alunos inteligentes são quietos e discretos, não passa de um mito.

– Como já estão cansados de saber, este é nosso último mês de aula – A sala encava o professor, confusos – A temporada de vestibulares está chegando e precisamos nos certificar que todos vocês estejam inscritos em pelo menos um deles – Ele suspirou pesadamente e voltou a falar – Portanto, estarei passando uma lista, mandada pela diretoria, e peço para que marquem nela os vestibulares que irão prestar e seus respectivos cursos.

A primórdios, o colégio parecia dotado de um militarismo acadêmico muito incômodo. De fato, ele fora fundado com a intenção de imitar os colégios militares das grandes cidades do país como os do Rio de Janeiro e São Paulo. Para no ingresso no mesmo, era necessária uma carta de recomendação da elite escolar da instituição em que o aluno cursava o Ensino Fundamental. Com ela em mãos, seria permitido realizar o Vestibulinho e dependendo de sua nota, entraria. Graças a isso, o colégio recebeu o apelido de “Aperfeiçoador de Gênios”. De aviso prévio, já era imposto aos estudantes que passassem em pelo menos uma universidade ao terminar o colegial.

Eram esses planos que o grande advogado Uchiha Fugaku tinha em mente para seu filho mais novo. Sasuke, por sua vez, não se interessava muito pela ideia de permanecer no Brasil. Desde que chegara ao país, tem feito uma lista de aspectos positivos e negativos do mesmo. A verdade é que, ele não queria ter deixado o Japão, mas devido sua idade fora obrigado a seguir os pais até o ocidente.

– Vejamos – O professor pegava a lista da mão de uma aluna – Hm... Vejo várias Engenharias, o que me deixa orgulhoso. Direito, Enfermagem, Letras... – Ele corria os olhos pela lista curioso – Apenas um aluno prestará Medicina? Francamente, esta escola já foi melhor... Por favor levante a mão quem escreveu Medicina na lista.

Uma figura pequena e rosada levantava a mão timidamente no canto esquerdo da sala de aula. Todos os olhares foram desviados para ela e assim que perceberam quem era, resmungaram e rolaram os olhos, como se já soubessem. Haruno Sakura era uma bela garota de cabelos com um tom peculiar. Mestiça, filha de um japonês com uma brasileira, nascida e crescida na capital do estado. Uma garota sonhadora, que sonhava em cursar Medicina e conhecer o mundo, não necessariamente nessa ordem. Dotada de um gênio muito forte e uma inteligência magnífica, a rosada agora tinha em seu rosto um sorriso confiante estampado.

– Haruno, como esperado – O maestro ironizou para o resto da sala – Você sabe que está assumindo um risco pesado ao escolher esse curso, não sabe? Quero que se lembre, se não passar em nenhum vestibular, terá que pagar uma multa.

– Está me subestimando, professor? – Sakura se levantou protestando.

– Tch – O Uchiha que observava tudo indiferentemente, resolveu se manifestar debochando da atitude da garota.

– E você, Uchiha? Acha que é superior a mim? Não me venha com seus deboches – A rosada cerrou os punhos e encarou o moreno que mantinha um semblante sério.

– Não há necessidade de arrumar briga nesse momento Haruno, sente-se por favor – O professor disse calmamente a Sakura – Não estou te subestimando. Estou apenas fazendo meu papel como professor te aconselhando e te deixando a par de todos os riscos.

– Medicina é o motivo pelo qual eu entrei no Bandeiras, professor – A rosada sorriu serenamente para o maestro.

– Contamos com você. Agora por favor, abram o livro na página quinze...

A manhã seguiu normalmente entre aulas, trocas de salas e professores. E claro, conflitos morais entre o Uchiha e a Haruno que haviam se tornado rotina desde que ambos entraram naquela instituição. A este ponto, é necessário explicar a relação dos dois, que é um tanto complicada.

Quando o resultado do Vestibulinho do colégio foi publicado no quadro de avisos, uma multidão de concorrentes se formou na entrada, ansiosos para a checagem. Sakura passava por todos com facilidade, empurrando-os com seus cotovelos sem preocupações. Antes de chegar ao quadro, a rosada ouviu murmúrios e uma onda de surpresa vinda de todos os presentes. Ao bater os olhos nos escritos, viu seu nome em primeiro lugar e sua nota quase perfeita: 99,5. Sorriu vitoriosa mas este logo sumiu quando ela resolveu rolar seus olhos para o lado. “Uchiha Sasuke – 99,5” indicando um empate entre os dois. Só então conseguiu entender a comoção de todos. Olhou para o lado e encontrou um garoto alto, moreno e pálido observando o quadro com um semblante indiferente. Ele levou seu olhar até Sakura e piscou para ela, sorrindo de lado. Naquele momento, eles selaram seu contrato de rivalidade.

Conforme os meses foram se passando, os nomes de Sasuke e Sakura passaram a estar sempre nos primeiros lugares de todas as listas do colégio, mesmo as que não eram nobres. Eles estavam sempre empatados, porém, apesar de tudo, se odiavam de longe. Até que por algumas desventuras e desentendimentos da Haruno com o professor de matemática, o Uchiha ficou em sua frente no ranking da sala por um décimo. A rosada partiu para cima de Sasuke em meio ao pátio da instituição, atraindo a atenção de todos os que estavam lanchando ali, acusando-o de abuso e favoritismo. O moreno rebateu em contrapartida, criando uma das maiores confusões já presenciada no local. Não chegaram a ser expulsos, entretanto, ficaram uma semana sem frequentar as aulas. Desde então, brigas e discussões, assim como detenções para ambos, se tornaram de praxe.

Sasuke passou na secretaria antes de ir para sua casa, para pegar mais uma das advertências recebidas por confusões no colégio. Ele simplesmente não entendia como ainda o permitiam frequentar as aulas. Talvez por ser seu último ano e a situação ter se agravado exatamente neste, resolveu acreditar que estavam apenas aturando-o por suas notas serem as melhores da escola. Notas boas no Bandeiras significavam aprovações nos melhores vestibulares e cursos do país, era uma pena que o Uchiha não tinha nenhuma intenção de cursar uma faculdade, quem dirá ficar no país.

Dirigiu-se até a estação de metrô mais próxima. Embarcou na Linha Azul, onde deveria seguir até a baldeação com a Linha Amarela e ir para casa. Mas naquele dia, o moreno tinha planos diferentes. Sasuke já havia completado 18 anos e diferente do que seu pai planejava para ele, desejava ir embora para seu país de origem assim que pudesse. Com todos seus documentos em mãos, o Uchiha dirigia-se ao consulado japonês para a retirada de seu visto de cidadão. Fez baldeação com a linha verde e desceu na Estação Brigadeiro, saindo em um dos únicos lugares que gostava naquela cidade, a Avenida Paulista. Como sempre, estava movimentada e barulhenta. Gente indo e vindo, vendedores ambulantes e artistas de rua que iam desde os malabares que paravam o trânsito até os artesões que passavam o dia sentados nas calçadas.

Adentrou um dos inúmeros gigantes edifícios presentes na avenida, impaciente e ansioso para poder enfim, realizar o que desejava tanto nos últimos anos. A recepção estava vazia, apenas a secretária se encontrava no balcão próximo ao elevador. Ela confirmou o horário marcado por Sasuke no escritório do consulado e o liberou para subir até o décimo terceiro andar, onde já o esperavam. Seus passos ecoavam pelo chão ao sair do elevador. Ao fim do corredor, podia ver uma porta aberta, esperando por ele. Pediu licença e entrou. Encontrou dois senhores grisalhos que o cumprimentaram formalmente e o convidaram para sentar.

– Bom, vamos ao que interessa – O homem sentado à esquerda do moreno se pronunciou – O senhor é Uchiha Sasuke, nasceu em Kobe, Japão no dia 23 de Julho de 1996. Correto?

– Perfeitamente – Falou formal.

– O senhor pretende voltar para o Japão por qual motivo? – O homem o encarava simpaticamente ao fazer perguntas.

– Não me adaptei ao sistema brasileiro – Seu tom era sério – Desejo cursar uma faculdade e construir uma família em minha cidade natal.

– Muito bem – Hesitou – Estamos sempre recebendo casos como o seu. Mediante a situação e os papéis apresentados pelo senhor Uchiha, comprovando seu desempenho total nas atividades realizadas aqui, provando que de fato, tentou se estabelecer, o visto de cidadania será recolocado em seu passaporte.

– O senhor não precisará de nenhum outro dado? – Sasuke contestou sério, mas por dentro estava contente por a entrevista ser rápida.

– O Sr. Uchiha já havia mandado toda a papelada antes dessa entrevista, não temos nenhuma outra questão – O gentil homem sorriu – Mas devo-lhe dizer que, infelizmente, o visto demorará a chegar. Cerca de 5 meses, mas assim que o tiver em mãos, já poderá voltar para sua cidade natal. O senhor e sua esposa devem se apresentar aqui novamente em meados de Abril.

– E-Esposa? – O moreno gaguejou nervosamente.

– Uma das exigências do visto de cidadania japonesa é que o senhor esteja casado – Agora quem falava era o homem sentado à direita de Sasuke – Com uma mulher japonesa ou filha de japoneses.

– Você quer dizer uma mestiça? – O Uchiha questionou cerrando os punhos, sentindo seu plano indo por água a baixo.

– Exato – Pronunciou – O senhor é casado, não Sr. Uchiha? Oh claro, precisaremos de sua certidão de casamento.

– C-Certidão de casamento? – Sasuke estava com sua respiração falha, suando frio. Era deplorável a situação em que se encontrava. O grande Uchiha encurralado e nervoso – Mas é claro que sou casado. Amo minha mulher – Riu nervosamente.

– Traga sua certidão de casamento o mais rápido possível, deve providenciá-la até Março no máximo. Bom, acho que acabamos Sr. Uchiha

– Ah, claro...sim – O moreno se levantou e apertou a mão dos dois homens, tentando disfarçar seu nervosismo.

Foi levado até a porta e se despediu formalmente, encontrando no corredor outro senhor que se dirigia ao mesmo escritório que ele estivera. Aquele lugar recebia pessoas novas a cada 20 minutos, as reuniões eram relâmpago. Sasuke desceu pelo elevador, agradeceu a secretária e saiu do edifício.

Estava à beira de ter um ataque de raiva quando lembrou que ao colocar suas informações no site do visto, esquecera de ler as letras miúdas. É claro, não há nada mais agradável que descobrir que você precisa estar casado para voltar ao seu país de origem. Não sabia por onde começar, tinha duas escolhas: ou esquecia essa história e ficava no Brasil, coisa que, para o Uchiha, estava fora de cogitação, ou encontrava uma garota que estava disposta a se tornar sua esposa em menos de 5 meses. Uma garota que deveria ser no mínimo mestiça. “Maldito sistema japonês”, amaldiçoou. O grande problema é que nesses últimos anos, Sasuke não havia se envolvido romanticamente muito menos sexualmente com sequer uma garota, ele estava ocupado demais odiando estar ali para isso. Conhecia apenas aquelas que estavam em seu colégio e nenhuma delas era japonesa. Nenhuma era japonesa. Mas ele conhecia, de fato, uma garota mestiça, que acabava por ser sua maior rival. O moreno sorriu largamente, divido entre implorar casamento para japonesas na rua ou tentar algo com Sakura. A primeira opção, logicamente, era a mais plausível. Mas Sasuke não se rebaixaria a tal nível, muito menos desistiria de seu objetivo. Faria a Haruno casar-se com ele, custe o que custasse.


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Notas finais do capítulo

É isso gente, muuito obrigada por lerem o primeiro cap! Espero que vocês continuem comigo até o final da fic >< Os dois primeiros capítulos são introdutórios e essenciais pro desenvolvimento da história, mas prometo pra você mais ação a partir do capítulo 3! Deixem nos comentários o que vocês acharam, se puderem fazer reviews eu agradeceria de coração. Um beijo no kokoro de vocês.



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