[NARRAÇÃO: Tereza]

Não consegui terminar toda a matéria com o Max. Ficaram faltando alguns tópicos. Não tive mais condições de estudar quando soube que o Lipe estava muito doente.

O Max percebeu que eu estava triste e foi embora mais cedo que o combinado. Ele me abraçou na porta e as lágrimas rolaram por meu rosto.

– Não chora, menina!!! Está tudo bem - foram suas últimas palavras.

Fechei a porta e meu primo Luan apareceu.

– Huuuummmm... abraçando o namoradinho, heeeeeinn???

– Vê se me deixa em paz, idiota. - disse e saí correndo até a escadaria para meu quarto.

O Luan é de fora. Veio passear e teve que ficar justo na minha casa. Ele tem 23 anos e é chato pra caramba. Nossa, já estou aprendendo a falar essas palavras ditas pelo Max... caramba! Caramba! Não consigo me acostumar com isso.

Por força do hábito, liguei o Skype. O Felipe não estava online. Eu já sabia disso, pois o Max disse que o Lipe não sabe quando entrará outra vez nessa rede social. Mas nunca se sabe, né...

Percebi que minhas lágrimas cessaram. Olhei o relógio: sete e trinta e cinco da noite. Resolvi passar um pouco de maquiagem para disfarçar a cara de choro.

Peguei meu lápis de olho preto que só havia usado uma vez -comprei recentemente e morro de vergonha de usar- e passei beeem fraquinho. Coloquei também base e pó para não mostrar meus olhos vermelhos e inchados. Agora sim, não prece mais que estava chorando.

Tranquei a porta do meu quarto e ainda com o notebook ligado, entrei em sites de namoro para ler conselhos de garotas mais velhas acerca dos paquerinhas.

De repente, aconteceu uma coisa muito estranha comigo. Nas páginas que entrei, havia foto de homens... rapazes bonitos, sarados... senti uma coisa diferente dentro de mim. Era a primeira vez que tinha sentido aquilo... que estranho...

Senti-me inquieta... excitada... meu coração estava acelerado... o que era aquilo??!

Desliguei rapidamente o notebook e tentei me distrair...

Quinze minutos se passaram. Alguém bateu na porta do meu quarto.

Abri e era o Luan.

– Que cara é essa Tereza? Estava fazendo exercícios físicos?

Senti meu rosto corar imediatamente. Por impulso bati e tranquei a porta na cara do meu próprio primo. Novamente comecei a chorar. Adolescência, é um prazer conhecê-la. Ou não...