Vemos sempre na Tv (reprises, já que a indústria cinematográfica faliu) filmes sobre desastres naturais, sobre guerras que devastam a humanidade e sabíamos que isso muito provavelmente iria acontecer, mas não em um futuro próximo. Então deixamos pra lá, afinal de contas tínhamos muito tempo pra lidar com isso... Como estávamos enganados.

Há exatos três anos o mundo finalmente entrou em colapso, o que pegou a todos de surpresa, nem os mais pessimistas esperavam por uma queda tão abrupta.

Tudo começou, por assim dizer, em 2015. Já em janeiro ocorreram ataques de extremistas a um jornal em Paris, resultando na morte de 17 pessoas. Ocorreram durante toda a história da humanidade atentados com finais mais aterrorizantes que esse, mas esse fato em especial foi o estopim de uma serie de ataques terroristas por todo o globo. Isso sem contar a situação na Faixa de gaza que só fazia piorar; a crise de falta d’água no Brasil que já atingirá a economia da principal cidade do país; os níveis de violência atingindo valores aterradores; inflação nas alturas e muitos outros problemas.

A situação era mais critica do que os governos deixavam transparecer, eles queriam que acreditássemos que tudo estava sobre controle, que tudo iria ficar bem, e nós simplesmente aceitamos. Acredito que não queríamos ver a nossa decadência, não queríamos aceita-la.

Em 2016 o que já estava ruim piorou consideravelmente. Foi um ano de extremos: O hemisfério Norte encontrava-se em uma Era Glacial. Todo o norte do planeta vivia um inverno eterno, um frio capaz de matar qualquer um que se aventura-se a ficar em local aberto por mais de 45 minutos. Em contra partida, no hemisfério Sul, presenciávamos o inferno na terra, o calor intenso e constante fazia com que desejássemos estar na parte de cima do globo.

Por causa dessa situação o trafego aéreo mundial foi interrompido até que o clima se estabilizasse. E sem eles as nações tiveram que usar somente de seus recursos pra abastecer sua população, já que usar o mar não era seguro e por terra era inviável. O que por sua vez gerou a maior crise socioeconômica que a humanidade já viu.

Em 2017 o inverno no Norte se abrandou, esperava-se que isso fosse algo bom, porque sem todo aquele frio e neve o trafego aéreo seria normalizado, e com ele muito aspectos da vida de muitos. Mas restabelecer as conexões mundiais não era o que faziam os governantes, a prioridade Nº1 era conter a elevação do nível do mar. Nos dois anos anteriores o nível do mar subiu apenas seis metros, fato que foi muito comemorado dado ao estagio avançado do aquecimento global. O frio constante manteve as geleiras do Ártico... Geladas, o mesmo não podia se dizer da Antártida, que mesmo resistindo bravamente já perdera quase todo o gelo de sua superfície.

As nações lançaram mão de todos os seus recursos para conter o avanço das águas, mas era um fato consumado que muito em breve milhares de cidades litorâneas e ilhas iriam ser engolidas pelo mar.

Hoje já não tentamos salvar o planeta, tentamos tornar o resto de nossas vidas o menos penosa possível, e não digo isso porque perdi as esperanças, eu ainda acredito que temos salvação, mas já faz algum tempo que o governo parou de se mexer, não estão trabalhando como antes. Muitos dizem que eles desistiram de lutar, que aguardam o fim eminente, mas eu discordo. Eles ainda estão agindo, só estão fazendo isso sem alarmar a população, talvez para não criar falsas esperanças ou porque não querem que saibamos. Não me importo com a razão, só sei que vou descobrir uma forma de sobreviver... Não vou desistir!