The Author escrita por LS Valentini


Capítulo 1
Hope


Notas iniciais do capítulo

Essa essa é a minha primeira fic de OUAT, espero que gostem!



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Os moradores de Storybrooke despertavam com o nascer do sol, e naquela manhã de segunda-feira não poderia ser diferente. Como sempre, alguns iam até o Granny´s tomar um café e conversar sobre o ocorrido no dia anterior, já outros preferiam seguir para o trabalho e não comentar absolutamente nada. Tudo ocorria “bem”, exceto pelo garoto que foliava as páginas do livro rapidamente.

E lá estava ele, na maior casa da Rua Mayfleen, precisamente em seu quarto. Com os olhos vermelhos de sono e leves olheiras, Henry só queria ajudar de alguma forma, e ele sabia como. Segundos depois de se dispersar, voltou a ler as palavras no papel.

Era Uma Vez dois irmãos que viviam com a mãe numa pequena casa à beira de um gélido penhasco.

Desde muito novos eles ouviam histórias sobre heróis e vilões - quase sempre enquanto tomavam chá. Para os dois, não importava o rumo que se seguiria, mas sim a luta do bem contra o mal.

Certa noite - quando flocos de neve caíam sobre a fina camada de grama e a lareira mantinha aquela pequena família aquecida - cada um dos irmãos foi presenteado com um livro, feito pelas mãos habilidosas de sua mãe. Porém, todas as páginas estavam em branco.

– Onde estão as histórias? - o mais novo perguntou decepcionado.

A mulher abaixou-se ao nível do filho, que não era tão mais baixo do que a própria mãe.

– A imaginação é uma magia poderosa. - ela falou - Nestes livros vocês podem escrever a história que quiserem.

Mas ao ouvir passos na escada, Henry colocou o livro debaixo da cama e tratou de se cobrir ao máximo, aparentando estar com frio. A maçaneta girou quase sem ruído, um dos truques que só uma mãe sabe fazer, e ao entrar no quarto, Regina Mills se deparou com o filho totalmente pálido.

– Henry, o que aconteceu? - ela parecia aflita.

– Estou me sentindo muito mal - ele disse e logo depois fingiu uma tosse.

– Hoje você não vai pra escola. - Regina concluiu ao abraçar o filho - Vou cuidar de você.

Assim que a morena terminou a frase, seu celular tocou. E amaldiçoando a si mesma, ela atendeu. Um dos efeitos colaterais em ser prefeita era que todos os problemas que aconteciam na cidade era culpa sua, especialmente se você fosse a Rainha Má.

– Você não pode ficar aqui sozinho. - ela disse assim que acabou a ligação - Vou te deixar com seus avós, e assim que a reunião de emergência acabar eu te busco.

– Podemos jogar videogame depois? - o garoto perguntou inocentemente - E qual reunião de emergência?

– Vamos passar o resto do dia jogando. - ela respondeu e desviou o assunto - Agora vá se arrumar.

O garoto disfarçou um sorriso, e mesmo mentindo para mãe sabia que estava fazendo a coisa certa. Logo, outros desapareceriam, e só ele poderia ajudar.

...

João e Maria tinham se tornado os centro das atenções após o misterioso desaparecimento do pai. Se ele os abandonou novamente? Ninguém sabia, mas todos estavam apreensivos, principalmente Emma Swan, que os levou para a casa de Mary Margaret e David até as coisas se acalmarem.

Particularmente, Maria parecia a mais forte, mas não era. Dava para ver em seus olhos a tristeza que era perder o pai.

– Quem quer bolo? - Mary Margaret falou tentando ser animada.

O menino correu em direção à mesa, era um alvo fácil de ser conquistado pelo estômago, mas a irmã permanecia com os olhos focados em algo além janela.

– Isso está muito bom - João falou com a boca cheia, pronto para mais uma garfada.

Naquele instante, o bebê Neal começou a chorar com gritos estridentes, então Mary Margaret foi até o quarto do filho para tentar acalmá-lo. Maria viu que aquela era a hora perfeita para sair dali.

– João. - ela sussurrou - Vamos embora.

– Mas disseram pra ficarmos aqui - o menino argumentou, mas resolveu acompanhar a irmã assim que ela abriu a porta.

Storybrooke estava gélida, e João se arrependeu de não ter pegado seu gorro na “fuga”, ele andava a passos largos para tentar alcançar a irmã, que caminhava em direção à estrada.

– Sabe pra onde estamos indo? - ele indagou.

– Não, mas tenho ideia de que vamos nos meter em confusão - ela respondeu com um leve sorriso. Adorava aventuras.

...

A prefeita Regina Mills fora convocada a uma reunião de emergência com Emma e David após o desaparecimento do mecânico Michael Tillman, ou até mesmo o abandono do mesmo. Mas, apesar de todas as discussões com a xerife Swan, nada a incomodava mais do que estar longe do filho, principalmente se ele estivesse doente.

– Precisamos encontrá-lo, imediatamente. - Emma falou - Aquelas crianças precisam do pai.

– E eu preciso imediatamente de um novo Jimmy Choo, - a prefeita se irritou - mas isso não vai acontecer agora.

David se levantou e batendo os punhos na mesa da prefeita, ergueu a voz:
– Vai nos ajudar ou não?!

Segundos depois, a porta foi aberta, e Leroy atravessou o gabinete da prefeita como se já tivesse ensaiado aquela entrada antes.

– O que é isso? - Regina enfureceu - Por que esse Umpa Lumpa está invadindo o meu local de trabalho?

– É anão. - Leroy revirou os olhos ao corrigi-la - E eu tenho más notícias.

– Diga logo - Emma se adiantou.

– Gepeto acabou de desaparecer. - sua voz rude percorreu os quatro cantos do gabinete.

...

O garoto caminhava com cautela, se alguém o visse andando sozinho naquela direção todo o plano arquitetado na última semana falharia. Segurando o livro contra o próprio corpo - como se fosse um objeto precioso, que era de fato -, ele sentiu um calafrio depois de uma brisa repentina, uma das quais não ocorria desde que Storybrooke fora “congelada”.

Quando finalmente chegou ao que chamavam de “Casa do Autor”, olhou a sua volta e pensou que não havia ninguém lhe seguindo. Mas estava enganado. Em meio às árvores, havia dois pares de olhos curiosos.

Já no interior da casa, Henry correu até a sala descoberta por ele mesmo semanas atrás. Colocou o livro sobre a mesa e retirou a folha de papel um pouco amassada. “Se eu fosse o Autor, onde esconderia meu bem mais precioso?”, ele se perguntou, mas não obteve resposta. Não poderia falhar, pois se o achasse, os finais felizes viriam com ele. Inclusive o de sua mãe, Regina.

Depois de vasculhar cada canto daquele cômodo e não ter encontrado nada como nos últimos dias, Henry sentou-se numa das cadeiras totalmente decepcionado.

– Então é aqui que se esconde? - uma voz percorreu o local, fazendo o garoto se assustar

Era Ava Zimmer, mas preferia ser chamada de Maria, como nos Contos de Fada. Ela entrou naquela sala com a maior curiosidade do mundo, já revirando algumas prateleiras. Logo seu irmão também surgiu, fazendo o mesmo que a garota loira.

– Sempre quis saber aonde você ia todas as tardes, mas parece que agora resolveu vir pela manhã - ela comentou.

– Estava me observando? - Henry perguntou.

A garota imediatamente parou o que estava fazendo, e virando-se para encarar Henry, disse um sonoro “NÃO”. Mas ele percebeu quanto corada ela havia ficado com a pergunta.

– O que está procurando? - João se pronunciou.

– O que todos procuram. - Henry disse ao bater os dedos na capa do livro - O final feliz.

– Você só precisa encontrar o Autor. - Maria concluiu - Podemos ajudar?

Henry levantou-se e assumindo uma postura diferente, e como se algo muito ruim fosse ouvi-lo, disse em voz baixa:

– Se eu contar o que sei, vocês não podem contar pra ninguém.

– Eu prometo - os dois irmãos falaram de forma uníssona, rindo logo depois.

Os irmãos pareciam ser de confiança, apesar daquele pequeno incidente em que colocaram a culpa em Henry por ter roubado chocolates.

– Dias atrás eu encontrei uma folha retirada de um livro, mas não era o meu... E as cadeiras estavam fora do lugar, o que significa que pessoas estiveram aqui. - ele começou - E acho que uma delas era o Autor.

João ficou pensativo, analisando o que o provável novo amigo tinha dito. Maria, já havia formulado uma pergunta em sua mente, resolvendo partilhá-la:

– Acha que o Autor estava morando aqui quando encontraram esse lugar?

– Sim, as luzes sempre estavam acesas, mesmo quando eu as apagava, no dia seguinte estavam acesas. - Henry respondeu - Mas agora elas permanecem apagadas. Tentei achar alguma pista, mas até agora nada.

– Já sei o que fazer! - Maria exclamou - Você só precisa procurar nos lugares certos.

É claro que nem João muito menos Henry entenderam a linha de pensamento da garota, que tinha ar de esperança naquele momento.

...

Próxima a torre do relógio havia pessoas correndo de um lugar para outro, umas em pânico e outras em silêncio, mas não conseguiam esconder o nervosismo de que o próximo habitante de Storybrooke a desaparecer poderia ser qualquer um deles. Killian tentava conter algumas possíveis brigas, e foi ajudado por David.

– O que está fazendo? - Emma perguntou ao se aproximar da confusão.

– Pessoas se sentem confortáveis quando conversam comigo - o pirata disse enquanto mantinha um homem imobilizado no chão.

– Será que vocês podem parar com isso? - a prefeita falou indignada - A cidade está em um verdadeiro caos, não temos tempo para brincadeiras.

Assim que essas palavras foram ditas, Mary Margaret surgiu apavorada com o bebê Neal em seu carrinho. Ela parecia ainda mais pálida que o de costume, e gaguejava enquanto tentava falar:

– J - João e Maria... fugiram!

– Tem certeza de que eles não desapareceram? - Regina lhe perguntou, esperando uma resposta concreta.

– Eu os deixei sozinhos por alguns minutos e quando voltei a porta estava aberta - ela estava aflita - Os dois fugiram, tenho certeza!

Quando se deu conta de que Henry também deveria estar sob a companhia da avó, a prefeita fez outra pergunta:

– E onde está o meu filho?

Mary Margaret balançou a cabeça negativamente, e depois encarou os olhos de Regina, que agora pareciam duas órbitas assustadoramente castanhas.

– Não o vejo desde ontem - ela respondeu.

– Mas eu o deixei na porta de sua casa. - a prefeita falou segurando os ombros de Mary - Onde ele está?!

...

Maria caminhou até uma estante de livros, e dos quais não estavam totalmente em branco, havia um pequeno exemplar, porém, mais pesado do que qualquer outro. Ela teve dificuldade em retirá-lo, mas logo que o abriu, não pode deixar de se surpreender. Havia uma caneta dourada num fundo falso.

– É só prestar atenção, todos esses livros são iguais, e te fazem perder a esperança quando não consegue achar palavras em alguns deles. - a garota falou - E aí você desiste.

– Você conseguiu! - João exclamou.

– Ainda não. - Henry falou.

Ao observar a caneta, percebeu que era semelhante a uma chave, então se encaixaria em algum lugar. Precisamente no topo do abajur sobre a mesa. Um estrondo percorreu o cômodo, parecia mais um tremor de terra, fazendo os três cair no chão. E assim que os abalos cessaram, eles mal podiam acreditar no que estavam vendo.

“Temos muito a aprender

Deus sabe que somos dignos

Não, eu não desistirei” I Won´t Give Up, Jazon Mraz.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Devo continuar?



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