— Zoe?

Bryn sorri quando me vê ainda bem longe, ele corre e me abraça forte.

— Estava com saudades. - Digo com seus braços ainda me apertando.

— Eu também. Como você vai? E o nosso pai? Cadê ele? Ele veio?

— Uau! Quantas perguntas. Estou ótima e o nosso pai... Nossa, nem imagino onde ele esteja. Eu não entrei com ele.

Bryn sorri.

— Senta com a gente. - Ele diz e aponta para a mãe e para o nosso irmão.

— Ela não é da nossa família! - Diz Ceri me olhando de forma hostil.

— Ela é minha irmã!

— Meia-irmã.

— Já é o bastante pra comer com a gente. - Diz Rhidian.

Sento do lado dele, pois Ceri estava olhando como se quisesse voar no meu pescoço e Rhidian era o único que tinha força o suficiente para me proteger.

Não havia o porquê Ceri estar brava comigo, eu não tinha culpa do meu pai ter se apaixonado por minha mãe, eu era apenas a consequência disso tudo.

Procuro por Ethan e o vejo junto com Maya e Noah, faço sinal para ele sentar junto comigo, mas ele aponta um pouco sem graça para Keid e Sibele. Faço sinal dizendo que dedois vou lá.

— E então filho, cadê sua namorada? - Pergunta Ceri.

— Ela foi viajar com os pais, acho que daqui algumas semanas eles vão vir. - Que bom, estou com saudades dela.

— Você é amiga dela? - A pergunta sai antes que eu pudesse pensar.

Ceri abre a boca para dizer algo, mas é interrompida pela vinda de meu pai.

— Bryn! Eu tentei te achar, mas percebi que minha memória não é tão boa quanto antes. Acabei me perdendo nos túneis.

— Tudo bem.

— Mas adivinha quem eu encontrei? A Jana! Daí eu perguntei pra ela se hoje podia ser o seu prato favorito e ela aceitou.

— Sério?

— Alguma vez já menti pra você?

— Claro que não, você nunca esteve presente. - Diz Ceri.

— Ceri, nem vi você aí. Como você vai?

— Pior agora.

— Sabe uma das coisas que se sempre me chamou atenção em você foi esse seu humor ácido.

Não tinha visto meu pai encontrar a Ceri outras vezes e estava começando a me perguntar se era sempre assim. Olho para Rhidian, ele parece ler meus pensamentos e faz sinal que sim com a cabeça.

— Acho que devemos parar de discutir e ter uma boa relação pelos nossos filhos.

Ceri ri como se meu pai tivesse falado a maior besteira do mundo.

— Sabe o que eu ganhei tendo boas relações com você?

— Dois filhos maravilhosos?

Pela expressão de Ceri aquilo estava bem longe de ser sua resposta, com certeza falaria algo que se arrependeria depois.

— Tudo bem. Talvez você tenha um pouco de razão.

***

Olhar para a chuva caindo não era a atividade mais divertida de se fazer, mas era a mais relaxante. De repente escuto passos e alguém senta do meu lado. Era Brooke, involuntariamente sempre que a via lembrava de Noah me contando que gostava dela.

— Oi. - Ela diz sorrindo.

— Oi.

— Nunca achei a chuva muito interessante, sempre preferi ver as folhas das árvores balançarem com o vento.

Olho para Brooke que apenas ri.

— Aposto que você deve achar a floresta entediante. Noah me contou algumas coisas da cidade.

— Não acho ela entediante, só calma. É bom vir para cá, mas não sei se aguentaria viver aqui.

— Calma? Você só diz isso porque nunca foi caçar!

— Não sou nada boa nisso.

— No que você é boa então?

— Toda vez que venho eu penso sobre isso e não consigo pensar em nada.

— Já tentou ser mensageira? Me disseram que você é boa falando.

— Que nem o Ethan era?

— Agora temos o Kailan.

— Kailan?

— É, ele é bastante amigo da Maya e da Leah.

— Agora tá explicado, eu não me dava bem com elas antes.

— Com elas ou com a alcatéia inteira? Você só falava comigo e com o Noah, tirando a sua família.

— Acho que posso aumentar essa lista para a Maya e o Joe também.

— Quem sabe daqui algumas décadas, você fale com uma meia dúzia.

— Gostaria muito de poder discordar de você.

Vejo Ethan sentar ao meu lado e sinto seus braços em volta do meu corpo.

— Espero não estar atrapalhando.

— Não. - Digo ao mesmo tempo que Brooke.

— É que eu queria rouba-la um pouco, posso? - Ethan pergunta para Brooke.

— Claro.