Noah usou todos os truques possíveis desde falsas trombadas até dar uma de nerd. Mas a garota só se importava em continuar tirando suas fotos.
– Esta na hora de partir para uma abordagem direta. - Diz Noah determinado.
– Esquece nossa aposta. Talvez ela tenha namorado e...
– Não! Eu não vou esquecer, você vai me pagar porque você vai perder.
Ele caminha em direção a ela. Concentro para ouvir toda a conversa e ver minha vitória.
– Desculpe por todos as trombadas. Acho que foi um jeito meio idiota de chamar sua atenção.
Ela sorri.
– Sorte sua que minha câmera esta bem amarrada no meu braço se não já teria caído várias vezes. Meu nome é Mary.
– Bonito nome. O meu é Noah. Posso te fazer uma pergunta?
– Pode.

– Você ficaria com um cara que te fizesse essa cantada: seus olhos são bonitos, mas eu prefiro os meus, poiis sem eles não posso ver os seus.

A garota parece pensar bem.

– Talvez.
– Então você me dá 100% de eficácia?

Ela cora um pouco, mas lança um olhar safado para Noah.
– Isso vai depender do charme e até da sorte.
Ele dá de ombros.
– Que bom que eu tenho os dois então.
Antes que Mary pudesse comentar algo Noah puxou ela para perto e a beijou. Um beijo demorado que me deixa até um pouco constrangida por ficar o tempo todo vendo os dois.
Decido encerrar minha visita ao Winter Garden e espero Noah numa praça lá fora. Várias pessoas passam por mim sem nem me olharem. Típica coisa de cidade grande. Mesmo sendo algo ruim, sinto saudades de quando minha mãe ainda estava viva e vivíamos nesse tipo de cidade. Ela era uma grande amiga para mim, eu nunca tinha me socializado bem nas escolas (até hoje na verdade, porque meus únicos amigos na sala são Laureen e Allan) então meus finais de semana eram com ela e minhas idas ao shopping...
– Demorei muito? - Pergunta Noah se sentando ao meu lado. - O que aconteceu?
Percebo que minhas bochechas estão molhadas. Enxugo as lágrimas.
– Lembrei da minha mãe.
– Ah. - Noah pareceu um pouco desconfortável, mas não por muito tempo. - Achei que estivesse com ciúmes.
Rio.
– Eu, com ciúmes de você? Nunca.
Noah não fica por baixo.
– Claro que não, eu estava falando do seu namorado que nesta hora deve estar sendo confortado pela minha irmã.
– Você também deveria estar mal já que odeia ver Maya e Ethan juntos. - Falo brava, era incrível como Noah conseguia me irritar tão rápido.
– Minha irmã é inteligente, logo vai perceber que pode achar algo melhor que Ethan.
– Por que você odeia ele?
Já me preparo para uma longa sessão de enrolação.
– Não vou falar. Você vai rir de mim. - Ele diz fazendo charme.
– Bem, eu não vou prometer nada.
– Já que você esta implorando eu vou te contar. - Eu começo a rir, Noah para de contar então tento segurar a risada. - Eu era apaixonado por uma garota...
– Calma aí. Você já se apaixonou?
– Por incrível que pareça, bate um coração aqui dentro. Agora posso continuar sem interrupções?
– Pode.
– Eu era apaixonado por ela, sabe aquele amor platônico, então. Mas não era correspondido, ela gostava de outro. E esse outro vivia esnobando ela. - Sei quem é o outro, pois ele vive fazendo isso até hoje. - Ela queria fazer dupla com ele nas brincadeiras, mas ele nunca aceitava só porque sabia que ela gostava dele.
– Mas talvez ele só fizesse isso pra não dar falsas esperanças pra menina.
– Você vai mesmo ficar protegendo ele? - Noah pergunta irritado.
– Ta, desculpa. Continua.
– E eu bobo ficava ouvindo suas lamentações.
– Então você já foi cego de amor?
– É, pode se dizer que sim. Mas quer saber não ligo mais para isso, pois agora o menino que esnobava a garota também é cego de amor. Não percebe a namorada que tem.
– Ei! O Ethan não é cego de amor.
– Para de palhaçada, Zoe. Olhe pra você agora: esta fugindo com o garoto que seu namorado mais odeia.
Tento em uma boa resposta para dar à Noah, mas nada me vem a cabeça. Realmente eu era uma péssima namorada.
– Qual o próximo lugar? - Pergunto louca pra mudar de assunto.
– Laser Quest.

***

– Uau!
Realmente o local era incrível. As paredes eram cheias de desenhos e todas pretas com luzes neon de todas as cores iluminando o lugar. O balcão era de aço e atrás dele estava um garoto de aproximadamente 20 anos.
– Quantos jogos vão querer?
Noah olha a tabela de preços:
Um jogo - £4.95
Dois jogos - £8.95
Três jogos - £10.00
– Quanto tempo é cada jogo? - Pergunto.
– 20 minutos.
– Três. - Falamos eu e Noah em uníssono.
– Seis, então?
– Isso. - Concorda Noah já pegando o dinheiro.
Colocamos uma espécie de colete à prova de balas (que eu nem imagino para que sirva, já que usaremos armas de laser). Ouvimos pelo alto falante algumas instruções de segurança como: não direcionam o laser no rosto dos oponentes.
– Preparada para seu time perder? - Me pergunta Noah rindo.
Olho para meus companheiros de equipe: uma garota mais três garotos, todos já se conheciam, isso era um ponto positivo pra mim.
– Desculpa mas é melhor repensar se esta fazendo a pergunta pra pessoa certa.
Noah olha por cima do ombro seu time: quatro garotos e pelo jeito que colocavam os coletes pareciam que não era a primeira vez deles, ponto pro Noah.
– Estou.
– Agora dá pro casalzinho se juntarem a suas respectivas equipes? - Diz uns dos companheiros de Noah. Fico de costas para os dois, mas ainda escuto uma última coisa. - Cara, que namorada gata.
Meu time esta rindo, não consigo continuar séria.
– O que aconteceu? - Pergunto.
– A minha irmã disse pro namorado dela que não precisava de proteção.
– Ei!
– Como melhor amigo do seu irmão desde que me entendo por gente, posso afirmar que você precisa.
A garota fica mais emburradas ainda. Certo dois irmãos, um namorado e um melhor amigo. Pelo jeito intimidade eles tinham, talvez até demais.