A Ultima Criação escrita por DayHeart


Capítulo 4
A Jornada


Notas iniciais do capítulo

Ora ora... Venho aqui para dizer pra vocês que as coisas vão começar a esquentar a partir daqui... Nossos heróis tem muitas coisas para enfrentar, e também gostaria de falar algumas coisas. Queria agradecer pelo comentário do Brightwing... Cara, valeu mesmo... espero que suas duvidas tenham sido sanadas e bem, respondidas. Também tenho que agradecer a PlasticHeart pelo FreakOut... s2 Sano... E sim... Me atentei aquilo que você tinha pedido, e bem... acho que pude desenvolver um pouco melhor a fluxibilidade do texto. BOA LEITURA A TODOS !



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Um projétil passou assobiando e cravou no tronco de uma arvore.

– OOOOOOOOIIIIIIINCCC –

Um pequeno Javali passou em seguida, logo assim que a flecha atingiu a arvore. O som que aquele bicho produzia era infernal.

– Vem cá, Baconzinho...

Disse Sano, com um arco e flecha a punhos. Mais uma flecha cravou logo à frente do animal, ele desviou novamente, outra num tronco mais ao lado, até que, uma passou de raspão pela orelha, deixando um pequeno corte.

– Essa foi quase.

O porco com grandes presas e uma crina engraçada entrou em um arbusto bem incomum. Sano foi se aproximando pé por pé, sem fazer muito barulho com a sua movimentação.

– Porquinho... porquinho... Tsch tsch tsch... Vem cá vem.... Vem porquinho... Tsch tsch...

Repentinamente o grunhido se repetiu.

– OIIIIIIIIIIIINCC...

– Acho que eu achei um porquinho...

Sano foi se aproximando bem lentamente do arbusto, até que a poucos metros ele puxou a corda do arco até a orelha. Outra flecha se materializou entre a corda e arco. E então...

– Tuff..

O som abafado revelava que Sano havia acertado alguma coisa.

– URRRRRRRGHHH...

– EITAAA PORRA!!!

Sano ficou assustado com o barulho que ouviu e deu alguns passos bem lentamente para traz.

– Pode vir... Não tenho... Medo... de vo...cê... n...ão.

Narinas do tamanho de dois pratos pequenos estavam instaladas num focinho grande o suficiente para usá-lo como bandeja de Pizza. O monstro foi se revelando pouco a pouco, saindo do arbusto. Sua cabeça gigante contemplava um corpo em proporções menores. Era um quadrúpede de cascos, crina engraçada e as mesmas presas. Era um Javali Atroz. Criaturas Atrozes eram comuns em todo o reino de Ki’zan. Comumente, são versões gigantes de outros seres. Nesse caso, um javali de quase dois metros.

– URRRGGHHHHHHHH...

– Oinc... oinc...oinc...

Disse o pequeno Javalizinho para a sua mãe, apontando para Sano.

– Eu... ? Não!... Imagina... Eu? Não fiz nadAAAAAAAAAAA....

Antes que pudesse terminar a frase, o garoto virou de costas e deu no pé. Correu como se o dia não houvesse amanha. Largando o arco no chão, que pouco a pouco deixou de ter a mesma consistência e se tornou translúcido, até desaparecer por completo num pequeno feixe dourado.

[Sano Pov On]

–“O que eu não faço por essa garota?”

Continuei correndo do Javali até certa distância do local demarcado. Fiz a mesma rota anterior, passei pelas flechas no chão, no tronco, e desci um pequeno declive. E ali estava a armadilha.

Um buraco no meio da decida. Enfiei-me sorrateiramente, fiz propositalmente para que apenas parte do meu corpo coubesse ali dentro, era uma boa armadilha. E agora, era uma questão de tempo até que aquele monstrengo me achasse.

Sempre me questionei, desde sempre, como que aquela garota podia comer tanto. Mas, se tinha uma coisa sem explicação, era o como ela conseguia comer tanto e ainda ter fome. Esperei alguns segundos até ouvir os passos do Javali, e a cada trote que se aproximava sentia a terra tremer um pouco. Percebi a presença hostil, logo acima. Ele cavava a terra com os cascos e ficava farejando o ar emitindo aquele sonzinho estranho.

– Roinc... RoinRoinc....

Botei as mãos em frente a boca para potencializar o som, e disse.

– Aqui porquinho...

– URRRRRRRRRRGH

O Javali Atroz desceu o declive num salto. Naquele instante me concentrei, fechei os olhos e os abri novamente milésimos depois. Conseguia ver a trajetória da sombra do grande Atroz passando por cima do buraco que eu havia cavado. Uma aura dourada tomava forma entre as minhas duas mãos, que já estavam em posição para o ataque de misericórdia na grande fera. Em pensar que aquilo era tudo uma emboscada proposital. Sim... Desde perseguir o filhote, até achar a sua mãe. Talvez aquilo pudesse alimentar o saco sem fundo que era o estomago da Lea. Pelo menos eu esperava que sim.

A aura dourada que pulsava entre minhas mãos deu forma a uma Alabarda...

[Sano Pov Off]

[Narrador Pov On]

– EI EI EI... Psiu.... Pode parando ai... Porra. Se ta de sacanagem com os leitores, não é? Vai fazer meia dúzia de adolescentes procurarem no dicionário ou no Google o que é uma Alabarda?

– Clap... Clap...

O homem de terno apareceu novamente congelando toda a ação. Seu intuito? Exclusivamente poder explicar e pontuar algumas coisas para os tão queridos leitores da Saga.

– Pois bem... Pois bem... O que eu devo falar para vocês que esse escroto do autor ainda não disse? Vamos começar pelo capitulo passado. Bom... Ta... já sei por onde começar. Muitos de vocês ficaram sabendo sobre a Vitae... Ohh!! Vitae... Poderizinhos mágicos!! Lembram disso, não é? Ótimo. Vocês ficaram sabendo também sobre Sano ter a Ishin Vitae, que diferente dos outros “seres”, lembre bem disso, “seres”, da certa propriedade especial as técnicas de Vitae do jovem U’tera. Tá... Isso é bom de certa forma, mas, ta ai certas coisas que eu vou ter que explicar pra vocês, meus amiguinhos.

Puxou novamente do canto direito, um enorme quadro verde que se estendia até o infinito. Tirou um giz de cor branca do seu paletó, e começou a desenhar algumas coisas no quadro.

– Larari... laralaaa... Lara Lara.... larari.... Prontinho. –

Saiu da frente de todos os seus organogramas e desenhos com setas explicando cada coisa naquele grande emaranhado de informações.

– Pois bem... Como já foi dito a alguns capítulos atrás, os U’tera e Himbrael, já fizeram parte da mesma família. Oh, novidade? Não... Nenhuma até agora para vocês, meus queridos e fofinhos leitores, o qual o autor não tem a mínima piedade da alma. Enfim, chamo vocês agora para estabelecer uma linha de raciocínio comigo.

Escreveu o nome “Ayvires” que seria o primeiro nome da família U’tera e Himbrael mais acima, e traçou uma reta. Do lado esquerdo desta reta escreveu o nome Himbrael, e do lado direito o nome U’tera.

– Desse lado – Apontou para esquerda – Temos os Himbrael... Que... Como muitos sabem, ou já devem ter lido, fomentou uma rebelião dentro da própria família. E aqui – Apontou para direita – Temos o U’tera. Que, foram responsáveis pela expulsão de todos os Himbrael do clã Ayvires. Então... A seguinte pergunta que tenho a fazer para vocês é. Seria possível que Sano, descendendo da mesma linhagem familiar que Lea, despertar o mesmo poder, ou poderes parecidos, que a sua amiga? Vou deixar vocês pensarem um pouquinho, e quando vocês chegarem a uma conclusão continuem a leitura.

O homem de terno sacou uma caixa de cigarros. Tirou um daqueles isqueiros quadrados todo trabalho em metal e acendeu um dos cigarros que tinha tirado de seu maço. Esperou alguns segundos e perguntou novamente.

– Eae? Chegaram a uma resposta?... cof.. cof... – Tossiu profundamente – Preciso urgentemente parar de fumar, mas, enfim. Quem pensou sim, pensou muito certo. E quem pensou não, também pensou muito certo.

Ele reproduziu uma cara de espanto, colocou a mão em frente à boca e interrogou a si mesmo.

– Mas como assim? ... Simples, sendo assim. A aptidão de um U’tera aprender as técnicas do clã Himbrael, assim como os do Himbrael aprender as técnicas do clã U’tera são bem plausíveis. O problema é um só. A sua descendência. Dentro do clã U’tera, temos os guerreiros que desenvolvem a prática de luta com armas, e a pré-disposição a grandes estratégias de guerra assim como os Himbrael. Logo, se não fosse assim, ou, se uma casa detivesse maior capacidade que a outra, imediatamente o Rei de Ki’zan optaria por apenas uma das duas, e manteria ali seu monopólio de soldados, tendo fidelidade com apenas uma das casas. Então, o que diferencia os Himbrael e os U’tera? Pois bem... Dentro da casa Ayvires, os casamentos eram ocasionados entre primas e primos, para que o sangue da família se mantivesse unido independente das condições. Logo, a grande questão, por que eles faziam isso?

O homem de terno retornou para o quadro verde e continuou a escrever algumas coisas no quadro. E mais uma vez voltou a explicar.

– Sano... Despertou o Ishin Vitae... Como vocês já devem ter percebido, ele tem a incrível capacidade de materializar principalmente Armas. Sejam elas de qualquer tipo. Já Lea, tem o Kuro Vitae, que da a menina permissão de controlar, compreender, e moldar certos tipos de armas humanas e não humanas já existentes no mundo dos homens. Basicamente, ela consegue achar o ponto fraco em uma arma apenas de olhar o fio da lamina. Muito bem, vocês sabendo disso, já me possibilita fazer outra pergunta. Sano poderia despertar o Kuro Vitae, e Lea o Ishin Vitae? A resposta seria parcialmente sim, se o clã Ayvires não estivesse desfeito. O único problema é que, uma vez que um descendente do clã Ayvires miscigena, ou seja, mistura seu sangue com outras mulheres, ou homens, apenas uma das ramificações da família poderá possivelmente vira despertar em sua prole. E por isso, os Ayvires mantinham os casamentos entre seus parentes mais próximos. Têm-se relatos de irmãos casando com irmãos na própria família. Um pouco doentio, não?

– Pois bem... Então, se Sano por algum acaso casasse com Lea. O que muito de vocês devem estar esperando desse casalzinho mela cueca, seria provável que seu filho ou filha despertasse a tendência para ambas as ramificações. Seja Ishin ou Kuro Vitae.

Limpou a poeira do terno, estava um tanto sujo de giz, puxou um dos lados do quadro verde até que ele desaparecesse completamente, e retornou a dizer.

– Acho que por hoje é só... Bem provável que eu pareça com mais frequência para explicar algumas coisas por aqui. Fiquem bem ta? Boa leitura e até a proxim.... Não... pera ... Esqueci de dizer uma coisa.

O homem sumiu por alguns instantes, e voltou totalmente coberto por uma armadura templária. Carregava a cruz vermelha no peito, indicando ser um dos cavaleiros da própria igreja católica.

– Para quem não sabe... Essa arma que eu estou segurando é uma Alabarda... É uma espécie de lança com um pequeno machado na ponta. Na minha opinião, uma lança de viado. Mas, tudo bem.

Desapareceu, e reapareceu novamente utilizando seu terno.

– Pois bem... por hoje é só.

– Clap...clap...

[Narrador Pov Off]

[Sano Pov On]

A aura dourada que pulsava entre minhas mãos deu forma a uma Alabarda que foi de encontro à fera. Em questão de centésimos o fio metálico penetrou na altura peito perfurando o coração da besta, que caiu inerte e sem vida.

– YEAAAAAAAAAAH! Hoje a Lea come bastante.

Comecei a amarrá-la para poder subir novamente a montanha. Seria uma tarefa árdua, mas era para uma boa causa. Amarrei aqui e acolá, e de algum jeito, consegui equilibrar aquilo nas minhas costas.

– Ufa... Terminei... agora é só levar para Lea.

– Goooooonnnnnzzzzzzzz....

– O que foi iss... AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHH!

[Sano Pov Off]

[Lea Pov On]

– Que barulho foi esse?

Comecei a ficar um pouco preocupada com a demora de Sano. Já fazia algumas horas que ele havia saído para caçar algo para comermos. E estava morrendo de fome.

Passaram-se alguns minutos após aquele barulho estranho no meio da floresta. Até que aquela voz tão familiar soou por entre a caverna.

– Lela... Cheguei!

Fui correndo até a entrada da caverna apreensiva, pensei que Sano pudesse estar machucado, ou estivesse em algum problema, eu tinha de vê-lo para ter certeza que estava tudo bem. Virei uma estalagmite gigante que separava aquela parte da caverna e a entrada, logo no portal estava ele. A felicidade foi instantânea quando eu vi aquilo.

– COMIDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!

– Você não muda nunca, Lela... Mas antes de comer... tenho que te contar uma coisa.

– Que foi... Aconteceu algo?

– Mais ou menos... eu queria perguntar uma coisa para você, Lela.

Meu coração parou de imediato, eu não podia fantasia com a possibilidade daquela pergunta. Mas, será que ele perguntaria... Não, ele não perguntaria isso. Afinal, eu nunca demonstrei, ou será que ele já percebeu. Droga, ficar nervosa não é comigo. Essa sensação estranha, esse frio na barriga, estou ficando ofegante. Controle-se Lea...

– Você...

Lá vai ele... Meu Deus, o que eu faço... O desespero foi aumentando vagarosamente, eu não sabia o que fazer. Comecei a bater pino, já não pensava direito até que... Tudo foi ficando preto bem devagar, e eu já não conseguia ver Sano. Será que ele me amava?

– Lea?... LEAAA!!

Algo áspero estava indo de encontro com o meu rosto. Era úmido e, parecia uma pequena lixa.

– Gonnnn zo?

– Calma Gonzo... Ela já esta acordando...

– Zo zo gonzo...

– Gonzo? Quem é Gonzo, Sano? AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Uma fera gigante estava de cara pra mim, não era se quer o Javali que Sano havia matado, ou qualquer outra coisa. Era um bisão gigante .

– QUE PORRA É ESSA SANO?

– Calma Lela, eu posso...

– NÃO ME CHAMA DE LELA... POR QUE TEM UM BISÃO LAMBENDO A MINHA CARA?

– Fica calma... Foi ele que me ajudou a trazer o Javali até aqui em cima...

– Zo zo... Gonzo... Gonzo... – Disse o bisão.

– ESSA PORRA FALA?

– Sim... O nome dele é Gonzo.

– Sano U’tera... Nós não vamos ter um bisão de estimação.

– Mas Lea... Pensa só...

– EU NÃO QUERO PENSAR NADA... NÃO QUERO TER UM BISÃO RETARDADO QUE FALA...

– Gon...Gon... GOOOOOOOOOOOOON ON ON ON...ZOOO.... – O Bisão sentou, e de imediato toda a caverna estremeceu, gonzo estava chorando.

– Lela... Olha o que você fez... Magoou os sentimentos do Gonzo.

– Desde quando isso tem sentimentos....

– Para de mal tratar o meu animalzinho de estimação sua bruxa...

– Você é idiota ou retardado, Sano?

[Lea Pov Off]

Passaram-se algumas horas após toda aquela bagunça. Os amigos Lea e Sano haviam ganhado um novo parceiro de viajem, o bisão de oito patas e de trêz metros de altura por sete de comprimento totalmente peludo e marrom, chamado Gonzo.

Sano preparou aquele Javali de quase duzentos quilos e sem nenhum exagero, sobraram apenas os ossos. Lea rolou para uma pedra qualquer com a barriga totalmente estufada, mas parecendo uma bola. Gonzo rolou e ficou de barriga pra cima, ninguém suspeitava que bisões comiam carne, mas gonzo era totalmente especial. Sem perder a oportunidade, Sano pulou sobre a barriga fofinha do novo companheiro.

– HEHE... você faz parte da equipe agora Gonzo...

– Gon... Gon.... zooooooo....

Os três cochilaram no fim daquela tarde e esperaram a calada da noite. Quando a Lua estava em seu ponto máximo, beirando a zero hora, Sano pegou o que restava de carne um punhado de sal que carregava consigo, encheu seu cantil num canto qualquer na caverna e acordou Gonzo.

– Amigão...

– Gon...ZzZzZ

– Gonzo... Acorda... é hora da nossa missão...

– Gonzo... Gonzo gonzo, gonzo...

– Eu sei que esta tarde... Mas precisamos ir...

Gonzo desvirou-se, ficou de pé e sacudiu a pelugem.

– Bom garoto...

– Zo...zo... gon....

Foi até Lela, ele sabia que ela não acordaria tão facilmente e nem tão cedo. Colocou-a sobre Gonzo que estava pronto para começar a jornada e saíram da caverna.

Pegaram o caminho mais longo para poder evitar os mercadores, mercenários e até a própria guarda real. Naquele Reino, os bisões gigantes eram usados para transportar grandes blocos de pedra para poder construir grandes fortalezas ou castelos. Na ultima reforma dos U’tera, cerca de duzentos bisões treinados foram necessários para atender o contingente de material necessário para a reconstrução dos alicerces da fortaleza. Na época, Sano havia pedido até para seu pai um dos bisões, contudo a resposta foi ríspida e cruel.

“- Você é um guerreiro, e não um... Qualquer. Um guerreiro monta cavalos, Ligres albinos, ou até dragões... Não um bisão, meu filho. “

Aquilo não havia abalado a sua vontade de querer ter um bisão, e bem, na primeira oportunidade que teve, estava ele lá, montando a tal sonhada criatura. Ao cair da madrugada a viajem sucedeu tranquilamente. Sano, passou-a acordada junto com Gonzo, e entre roncos da Lea, e “Gon...Gon..zooo” do seu mais novo bichinho, tentava-se manter atento as estrelas. E pensava:

“Sempre as achei belas... Nunca disse a ninguém meu fascínio, ou nem o quanto passei minhas horas de descanso olhando-as. Era como se o meu destino fosse o céu... Como se algo lá em cima me chamasse.”

Após alguns minutos observando-as Sano dormiu. E neste meio tempo teve um sonho estranho.

Sono conseguia observar duas pessoas sentadas. Na verdade, dois seres. Um estava vestindo trajes translúcidos, e emanava uma luz sem igual. Não se podia olhar diretamente para a face do homem, afinal, a luz era muito forte, forte o suficiente para poder ofuscar a vista. E de frente para ele, estava uma mesa, uma mesa toda trabalhada em mármore, com cores brancas e pretas. Era o que os humanos chamavam de mesa de xadrez. E do outro lado da mesa, como oponente, estava um ser maligno. Tinha asas que lembravam a de gárgulas. Com uma pele que ligava as partes retrateis destas mesmas asas de cor arroxeada, quase lilás. De cima da cabeça do ser saiam cornos, chifres, de cor negra, e seus olhos eram avermelhados. Todo o resto do corpo daquele ser era como a calada da noite, e Sano não podia ver através daquele véu escuro. Ao mesmo tempo em que sentia a morte vinda daquela besta-fera maligna, sentia a vida vinda do ser iluminado. Até que, a criatura tão negra quanto a noite virou aqueles olhos rubros para Sano, e sentiu como se estivesse o encarando. E então se aproximou mostrando uma possível boca e dentes, como se fosse devorar o garoto... e ele...

– AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH....

– SANO... SANO?

Lea estava sobre Sano, segurando-lhe a cabeça. Estava molhado de suor e já era manha.

– O que foi... O que aconteceu?

– Nada Lela... Foi só um pesadelo... Só um pesadelo.

– Chegamos, Sano.... Seja lá onde estivermos.

O bisão gonzo havia parado no meio de uma estrada, embaixo de um grande pinheiro. Devia ser por volta das seis da manha, ele havia andado seis horas seguidas sem descanso. Sano se recompôs, desceu de Gonzo e acariciou-lhe a testa.

– Muito bem, amigão. Muito bem...

Lea desceu do bisão num pequeno salto e voltou a falar

– Tem noção onde estamos?

– Sim... Ali... logo ali, estava vendo.

Sano apontou para trás, chegando ao meio da estrada.

– Aquele monte, é o monde Eurilos. Essa deve ser a primeira cidade depois do monte, chama-se Hafrades, o lar dos ferreiros e caçadores de recompensa.

– E para onde estamos indo, Sano?

– Para capital... obviamente.

– Por quê?

– O rei... me deve satisfações pessoalmente.

– Como pode ter certeza....

– Os licomutantes... é conhecido como esquadrão suicida da guarda real. Eles não precisam retornar, uma vez que para a sociedade estão mortos. E Yidre’on... me deve explicações. O rei pagara, pela vida da minha família.


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Notas finais do capítulo

EAEEE!!! Gostaram ? Deixem seus comentário para que eu possa continuar escrevendo. Amo ter essa interação com vocês, não é, seus fantasminhas. Então... Espero vocês por aqui. Até uma outra postagem e ... TCHAAUL!



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