Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 27
Capitulo 27


Notas iniciais do capítulo

Sooorry pela demora dos horrores, eu tive problemas com o notebook :c Desastre ... Vou tentar não atrasar assim mais



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/598996/chapter/27

Cris estava se aprontando para dormir, no outro dia começaria a semana de provas finais e, depois de tanto sufoco para chegar ao terceiro ano, precisava passar a todo custo.

Olhou pela janela, la fora uma chuva caia, volta e meia se via um clarão no céu ou se ouvia um trovão, além de que ventava bastante, ele trincou os dentes, não era muito fã de chuvas fortes.

Prosseguiu observando o tempo, até que decidiu fechar a cortina da janela e deitar para dormir. Porém antes de conseguir se deitar para descansar, ouviu algumas batidas em sua porta.

Entra. – Pediu com calma, puxando o cobertor para cobrir as penas e bocejando.

Mano? – A voz de Bernardo chamou sua atenção, ele caminhava lentamente, abraçado a Rick, que tremia e chorava baixinho. –Rick ta com medo da chuva. Podemos dormir aqui?

Cris sorriu, assentindo e pegando o caçulinha no colo, Henrique rapidamente se agarrou a seu pescoço, soluçando e tremendo um pouco menos, ele começou a afagar o cabelo de Rick, como sempre o pequenino da familia tinha mais medo das coisas do que o normal, isso preocupava a todos, mas Cris sabia que um pouco de carinho sempre ajudava. O mais velho o levou até a cama, onde Bernardo já havia se ajeitado, e se deitou devagar, feliz por ter os pequenos por perto, ele abraçou o irmãozinho caçula com um braço e com o outro braço abraçou Bernardo, que sorriu.

Não se preocupem anjinhos. – Sussurrou enquantos os dois pegavam no sono. A chuva está lá fora.

Mano? – Bernardo o chamou novamente, já fechando os olhinhos. Se eu ficar com medo de novo, posso vir até você?

Sim, sempre.

~ ~ # ~ ~

Cansado da conversa preocupante que tivera com Set, Cris se deitou no sofá de forma que pudesse encarar o této, ainda com os óculos que usava apenas para a leitura, ele começou a brincar com uns fiozinhos da almofada que abraçava. O ruivo já havia saido, tinha que voltar ao trabalho antes que acabasse, no mínimo, sendo xingado pelo chefe que o odiava, e o loiro resolveu aproveitar os minutos de paz para refletir sobre tudo.

Pensar em como tudo se transformou no que é, como Lucas entrou em sua vida, como sua mãe, de uma hora para a outra, e isso a anos atrás, resolveu atrapalhar-lhe de todos os modos possiveis.

Antes, sua vida com a mãe era razoavelmente aturavel, enquanto o jovem andasse na linha e não ficasse com nenhum garoto pelas costas dela tudo ficaria bem, para ela esse era o melhor dos acordos, porém para Cris era extremamente sufocante, ele se sentia preso em sua própria casa, se trancar em seu quarto ás vezes parecia ser a unica solução para evitar encarar o pai e a mãe e suas perguntas e lições de moral. Ele nem ao menos tinha amigos, só os primos e as primas que mal olhavam na cara dele, um belo exemplo era Alex, o primo com quem brigou quase a juventude toda e sempre por alguma divergencia de opiniões, Alex não aceitava ser contrariado, queria ter o controle de tudo, ter sempre a ultima palavra e sempre ter toda a atenção enquanto faz sua piadas maldosas.

Ainda assim, ele conquistou a tia, mãe de Cris, a ponto do loiro ter sido comparado ao primo a vida inteira, Cris achava que essa implicancia de ambos pararia com o tempo, ou que ficaria menos intensa. Mas oque aconteceu com Lucas provou que ele estava completamente enganado.

Agora a assistencia social estava em cima do casal, para que ambos provassem serem “dignos” de cuidar de Lucas. Cris quis rir, era óbvio que eles queriam mesmo era empurrar o menino pra eles porque era mais fácil, não é como se não admirasse o trabalho dos proficionais, como educador a um bom tempo, Cris já entendia bem como lidar com eles, o problema era que o pequenino não poderia mais ver o pai, o loiro entendia que isso era uma precaução, mas feria o coraçãozinho de Lucas, que, mesmo que inumeras vezes tenha pedido para ficar com ele e Set, também queria ver o pai mais vezes, queria que as coisas mudassem, nem que fosse só um pouco.

Ele teria permanecido em seu mundo da lua se não fossem as apressadas batidas em sua porta, o loiro se ergueu do sofá com certa preguiça, suspirando cansado e caminhando lentamente ate a porta, nem toda pressa dessa pessoa parecia tirar a preguiça de Cris.

Ja vou! - Anunciou ao se aproximar da porta, girando a maçaneta com calma.

Ao abri-la, sentiu alguém se jogar em seus braços, sem nem precisar de muito esforço logo percebeu que se tratava de Bernardo, seu irmão mais rebelde, ele jogou os braços em volta do pescoço do mais velho, e enterrou a cabeça no ombro de Cris, soluçando enquanto deixava as lagrimas molharem a camisa do loiro.

Por que não posso ser como você? - Bernardo resmungou, sendo arrastado para dentro por um Cris quase surtando de preocupação.

– Do que está falando? - Cris ajeitou o irmão mais novo sentado no sofá, que apenas o fitava com a espressão dificil definir.

– Por que eu tenho que ser como você? - Bernardo parecia extremamente magoado, seus olhos marejados e a face estava um tanto corada, como sempre ficava ao ser exposto a uma situação constrangedora ou que o irritasse de verdade.

– Nao diga bobagens. Eu nunca te pedi isso. Está passando bem? – Cris se sentou ao lado do irmão, que agora fitava o chão, emburrado.

– Não! Só estou me sentindo sufocado. – O mais novo admitiu, evitando olhar nos olhos do irmão, já sabendo o tipo de reação que Cris teria.

– Sufocado? Mas... Não me diga que a mamãe está te pressionando de novo? – Ao não obter resposta, Cris entendeu o silencio como um sim. – Meu Deus Bernardo, quantas vezes vou ter que repetir? Você é você, idependente do que ela diga.

– É facil falar, você já superou a si mesmo, já se encontrou, logo vai se casar, vai ter sua vida perfeita enquanto eu vou ter que ser melhor do que você, vou ter que me tornar algum tipo de empresario, me casar com uma linda mulher na igreja, ter filhos incriveis e perfeitos, que vão olhar para a própria familia e sentir orgulho, mas que eu ensinarei a olhar você com desprezo, porque por mais que eu vá tentar... – Bernardo se levantou, chorando novamente. – Nunca vou te superar.

– Bernardo de onde tirou isso? Não sabe o peso do que está dizendo.

– Queria eu realmente não saber. Mas você sempre foi o protegido Cristian! Onde Rick e eu fomos enxergados nessa história? – Aquelas palavras atingiram o mais velho como ácido e queimaram em forma de lagrimas em seu rosto. – Quando você a decepcionou a primeira vez, sabe o que ela fez?

Cris baixou os olhos, se sentindo um pouco culpado, de fato sempre havia tido toda atenção para si, principalmente por causas de seus inumeros problemas.

–Rick havia feito um desenho da nossa familia e ela o chamou de idiota, rasgando o desenho depois. Sabe Cristian... Se eu tivesse sua coragem, não teria que ver Henrique chorar o dia todo por causa daquilo. Se você estivesse presente saberia o que fazer, mas tudo que eu sempre fiz foi inventar moda não é mesmo? Eu não sou como você, entende o peso disso?

O loiro suspirou, olhando o adolescente nos olhos. –Sim, e sei também que sinto orgulho de você. E agradeço por ter me dito tudo isso e não ter saido por ai para afogar a raiva em algo como bebida ou drogas. Você é incrivel, é talentoso e sabe disso. O que mamãe me dava não era atenção, era pressão, era regra, era castigo. Quando assumi meu namoro, se lembra da guerra que foi? Eu nunca tive paz. Porque deixei que ela guiasse meu destido, mas isso não é verdade.

– Que seja. – O mais novo deu de ombros, se sentando no sofá. – Eu não quero brigar, apenas precisava conversar e não tinha ninguém além de você.

Cris sorriu, bagunçando os fios loiros do irmão. – Sempre estou disposto a uma boa briga.

Ambos riram, mas o semblante de bernardo se alterou assim que seu celular começou a tocar e o nome da mãe apareceu no visor.

– Não sei se quero ouvir mais besteiras. – Ele admitiu e Cris, sem pensar duas vezes, pegou o telefone e o atendeu.

Alô?

Onde você... Cris? O que está fazendo com o celular do seu irmão? Passe para ele agora?” A voz do outro lado da linha soou autoritaria e irritada, mas o jovem não se abalou.

Para você falar coisas horriveis achando que tá fazendo uma caridade? Me poupe, Bernardo está comigo, e vai embora na hora que quiser. Você não está em direito de exigir nada, não depois de deprimi-lo assim” Disparou tudo sem pensar duas vezes, estava com raiva de ter que ver o irmão chorar, era algo que odiava, toda a vida tentou faze-los felizes, eram mais novos e mais frágeis afinal, Bernardo ainda estava se encontrando no mundo e Cris se sentia no dever de ajuda-lo.

Não se meta, Cristian! Vou mandar seu pai busca-lo imediatamente.

Claro que vai! Mas se meu pai vier, diga que será bem recebido! ” Respondeu secamente, desligando o telefone.

Lançou um olhar ao mais novo, que parecia um pouco mais recomposto e sorria de leve.

– Estava pensando em arrumar o quarto para Lucas, ele merece algo legal, mas eu não tenho os dons artísticos que você tem... Pode me ajudar?

O sorriso de Bernardo aumentou e ele assentiu na hora, se levantando e senguindo Cris até o quarto.

~ ~ # ~ ~

Já havia passado horas desde que o loiro estava com o irmão e Bernardo parecia mais animado que nunca, rindo e falando coisas idiotas como sempre. No fim Cris finalmente entendeu o que havia acontecido, Bernardo recebeu uma proposta maravilhosa de estudar artes plásticas em uma das melhores universidades do paiís, mas ao inves de apoia-lo, a mãe o comparou com Cris, dizendo que ambos acreditavam em sonhos bobos e infantis que não eram nada mais que um erro. Depois disso Bernardo explodiu, como sempre, e começou a gritar e xingar, logo saindo furioso de casa. Ainda entre risos, o loiro consiguiu ouvir alguém bater em sua porta e suspirando para parar de rir, conseguiu se levantar, já imaginando quem poderia ser.

– Já vai! – Gritou, enquanto descia as escadas correndo e cantarolando uma musica qualquer. Já não estava mais de óculos e havia trocado a roupa do serviço por um pijama, mesmo que não fosse hora de dormir o loiro gostava de sentir confortável. Ele abriu a porta e sorriu ao ver Juan envolvido pelos braços de Lucas.

–Trouxe a encomenda. – O moreno brincou, entrando com o pequenino.

–Não sou encomenda. - Lucas resmungou seriamente, fazendo ambos os homens rirem. O menino montou um pequeno bico

–Claro que não é uma encomenda qualquer, é uma encomenda muito fofa. - Cris entrou na brincadeira, pegando o menino em seu colo e o apertando delicadamente, Juan riu novamente, fechando a porta atrás de si.

–Aqui está tão mais quente do que lá fora. – Comentou, respirando fundo e se sentando no sofá, Cris não pode deixar de notar o sorriso que o moreno não conseguiu disfarçar.

–Realmente. - O loiro ajeitou a toquinha na cabeça de Lucas, que sorriu docemente. –Hey encomenda, tenho uma surpresa para você. Lá em cima.

–O que é?

– Corre lá que você vai ver. -Lucas rapidamente se animou, descendo do colo de Cris e correndo até a escada. – Vai com calma para não tropeçar.

Ouviu a risada um pouco controlada de Juan. – Acha que ele liga?

Conseguiu sorrir. – Tenho certeza que não. Bernardo está lá em cima.

–Sério? – Juan se levantou com um salto, correndo animado. –COBAIAAA! – Berrou, animado, Cris nunca entendeu como Juan conseguiu se apegar tanto aos irmãos dele, mas de algum modo, o moreno consegue grudar neles tão rápido quanto em Set e olha que o grude em Set sempre foi quase instantanea.

O jovem começou a subir as escadas também, dessa vez com mais calma, conseguiu ouvir os resmungos altos de Bernardo e não se conteve em rir.

–Estou chegando, não se matem antes disso. – Anunciou ao se aproximar da porta.

–Cris! Me salva! – Bernardo saiu correndo do quarto, o rosto cheio de manchas de tinta, nem o cabelo e nem as roupas esparam de se sujar com a tinta que o mais novo usara. Ele se escondeu atrás de Cris, que apenas ria, Juan surgiu, puxando Bernardo e o abraçando. –Me solta Juan, não sou sua cobaia.

–Ah! Vamos, nunca beijei um hétero. – O moreno brincou, apertando mais o abraço. – Isso é um disperdicio sabia?

– Só me deixa em paz, coisa irritante. – O mais novo resmungou de novo, conseguindo escapolir de Juan. –Cris me protege!

– Sou pacifista. – Mentiu, sorrindo de lado, amava as brigas que o irmão arrumava. Juan riu mais alto ainda, sabendo da mentira descarada, mas voltou seu foco a Bernardo que havia corrido para a sala. –Só tentem não quebrar a perna na escada. – O loiro resmungou, encarando o interor do quarto, Lucas o fitava, rindo. – Para você ver o que eu passo. - Lucas riu mais um pouco, correndo até Cris e o abraçando. – Gostou? – O pequeno assentiu rapidamente. –Meu irmão é muito bom nisso. – Murmurou, encarando as paredes do quarto, as duas maiores estavam pintadas de branco e as duas menores possuiam listras azuis e brancas, no teto Bernardo havia desenhado passaros de todos os tipos, todos com as asas abertas, como se fossem voar. No canto de uma das paredes em branco estava escrito uma frase: Apenas sonhe e em outra havia uma frase bem no meio: Tudo pode mudar.

Cris sorriu, abraçando Lucas com carinho. O pequeno retribuiu o sorriso, se aconchegando mais nos braços do mais velho. Tudo parecia em sintonia perfeita e agradavel, maté que o celular do loiro tocou, ele se surpreendeu ao ver o numero do pai aparecendo na tela.

Alô” murmurou, e se surpreendeu mais ainda ao ouvir a voz do outro lado da linha, que não era de seu pai e sim de sua mãe.

Só assim você me atende não é? Ingrato! Estou indo ai buscar seu irmão agora


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Apenas sonhe ~ sendo reescrita~" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.