Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol
Notas iniciais do capítulo
Oeee :v Cap saindo do forno ehehe
Set encarava o pai com angustia e decisão, o momento finalmente havia chegado e ele estava mais do que decidido.
— Vocês ai, tem algo que quero a dizer. – O ruivo respirou fundo ao receber o olhar do pai e da madrasta. — Eu... Eu... Eu...
— Anda logo menino, tenho um taxi a pegar e uma reunião a ir. - A madrasta resmungou, impaciente.
— Tá é que... Eu meio que não gosto de garotas, sabe eu meio que sou... Gay. – O jovem fechou os olhos, esperando a gritaria e os xingamentos.
— Ah... – O pai começou, voltando os olhos ao jornal. — Tá.
— Tá? – Set esperava tudo, menos isso.
— A é verdade. – Laura começou. — Seu pai sempre soube dos seus namoricos da infância com Juan. – Ela bebeu o resto do café de uma xicara. — Agora o taxi realmente deve esta chegando. – Ela passou por Set, depositando um beijo em sua testa, e logo correu para fora da casa.
— Pai? Como assim?
O homem puxou uma cadeira e sinalizou para que o filho sentasse.
— Juan me contou um dia, aquele menino não tem trava na língua mesmo. Eu admito que demorei a assimilar, mas seu primo me disse algo sério também, ele disse: Set nunca te contou porque tem medo de quem é, ele tem medo de perder a única pessoa que ama sem limites.
Set se mantinha estagnado, Juan iria apanhar depois e depois ia ganhar o melhor abraço de urso do mundo.
Michael baixou os olhos. — Então eu pensei: Meu Deus a quem estou tentando enganar com esse pensamento de reprovação? Se eu ainda te amo com sua rebeldia, não posso deixar de te amar só porque você não gosta de garotas. – Ele puxou Set para mais perto, o abraçando em seguida. — Eu te amo do jeito que você é.
~ ~ # ~ ~
Set caminhava distraído pela cidade, o restaurante estava bem próximo e era questão de minutos para que o noivo aparecesse. Tudo estava em perfeito, Ok nem tudo.
Harry ainda estava na cadeia, talvez ficasse por mais um dia até se recuperar a ponto de poder pelo menos andar sem tropeçar em seus próprios pés, e ainda havia Lucas, o que diria ao pequeno?
O ruivo suspirou encarando a praça ao redor, era um lugar simples, com algumas arvores provendo sombras e brisas suaves às diversas pessoas que frequentavam o lugar, dois ou três jovens corriam de um lado a outro rindo e gritando, dois idosos conversavam sentados em um banco e algumas famílias passeavam distraidamente, tudo parecia em perfeita ordem, um paraíso a parte no mundo caótico, um paraíso que o Oliver tinha medo de desbravar, sentia que jamais faria parte de algo assim.
O toque do celular despertou Set de seus devaneios, o ruivo pegou o aparelho sem pressa, logo visualizando o nome de Cris na tela.
“Olá ferinha!” – Resmungou se sentando em um banco isolado, em baixo de uma arvore de porte médio.
“Problemas.” – Cris anunciou com o tom de voz apressado. “Lucas me ouviu falando sobre Harry.” - Set ajeitou a postura. - “Ele saiu correndo eu não sei para onde.”
“Deve ter ido para sua casa, atrás do pai.” – O ruivo propôs e um curto silencio se instalou, sendo quebrado instantes depois por ele próprio. “Estou mais perto que você, vou até lá.”
~ ~ # ~ ~
Horas depois lá estava Set, caminhando pela rua da casa de Lucas, não demorou muito para chegar até lá.
Parou em frente a casa simples e pôde vislumbrar o pequeno moreninho encolhido em frente a porta. O ruivo resolveu andar de vagar, para não assustar o fugitivo.
— Toc! Toc! – Brincou quando chegou bem perto. — É aqui que se encontra um menininho triste? - Lucas ergueu a cabeça, exibindo as lagrimas para o mais velho, que apenas sorriu docemente. — Eu vim de muito longe dizer a ele que hoje é um dia muito lindo para se perder chorando. – Set suspirou, afagando o cabelo do menino. — Eu sei que parece confuso, você é pequeno demais para passar por tanta coisa assim.
— Papai prometeu... – Ele resmungou por fim, segurando o braço do ruivo. — Mas ele não está aqui... Eu chamei, muito! – O pequeno soluçava, Set o envolveu em seus braços e o puxou para o colo.
— Eu sei amor, eu sei que é difícil, mas olha... – Lucas o encarou e Set começou a secar suas lagrimas. — Vamos cuidar de você até ele voltar. Pode ser?
— Ele vai demorar?
— Não sei.
Lucas deitou a cabeça no ombro do ruivo. — Promete nunca mentir para mim?
— Prometo.
— Papai quer cuidar de mim? – O pequeno soou firme, surpreendendo o mais velho, mas Set entendeu que ele estava o testando, Lucas já sabia a resposta.
— Não, ele não quer. – Respondeu diretamente.
— É eu sei. – Lucas voltou a chorar em silencio.
— Mas nós sim. - Set ajeitou melhor o pequeno em seu colo e, delicadamente, beijou sua testa, Lucas conseguiu exibir um pequeno sorriso. — Vamos avisar Cris que estamos vivos? – O menino riu e assentiu rapidamente, Set pegou o celular e ligou para o noivo, que atendeu em dois segundos.
“O que houve? Está tudo bem? Você o encontrou?”
“Sim, estamos bem.” Set logo se adiantou a esclarecer, quando Cris começava com as perguntas só Deus na causa.
“Que alívio. Olha estou com meu pai aqui na escola, me encontre aqui.”
“Com seu pai? O que?” Definitivamente hoje o dia não estava normal, pensou o ruivo.
“Longa historia, só vem.”
Set desligou o telefone emburrado, o noivo e sua mania de não dividir as informações na hora.
— Parece que vamos voltar para a escola. – Ele resmungou para Lucas, que se manteve em silencio, ainda com pequenas lagrimas escorrendo. — Chorar faz bem sabia? Limpa a alma. - O menino se agarrou ao pescoço de Set com mais necessidade e voltou a chorar. — Vamos ficar bem pequenino. Vamos ficar juntos.
~ ~ # ~ ~
— Graças a Deus! – Cris praticamente se jogou em cima do noivo, logo puxando Lucas para seus braços e o abraçando com força. — Não me assuste assim de novo, por favor.
Set suspirou, cansado e encarou o homem alto e loiro que os encava.
— Olá senhor Collins. – O rapaz o cumprimentou com um pouco de receio, sempre soube que o ‘sogro’ jamais aceitou o fato do casamento de Set e Cris.
— Olá Set. – O homem conseguiu ser incrivelmente educado e começou a se aproximar de Cris. — Então é esse o menino? – Ele questionou ao loiro, que sorriu e assentiu, Set observava de longe a cena, tentando entender desde quando os dois haviam voltado a se aturar, mas foi interrompido por uma risada atrás de si.
Henrique estava perto do portão, olhando na direção da rua e rindo.
— O que anda aprontando campeão? – Set deu um pequeno peteleco na cabeça do mais novo a fim de chamar sua atenção, o loirinho sorriu maliciosamente e apontou para o lado de fora.
Uma garota morena parecia revoltada e empurrou um jovem loiro na direção da parede. — Não to a fim de sair por ai ficando por ficar, quando vai perceber isso?
— Qual foi? A gente tava tão na boa, que papo é esse do nada? – O jovem murmurou, segurando a mão da garota, que simplesmente se soltou dele e foi embora.
A risada debochada de Henrique aumentou de volume, atraindo a atenção do rapaz, Set cruzou os braços ao receber o olhar inquisitivo do jovem.
— Bernardo levou um fora! Bernardo levou um fora! – O loirinho começou a cantarolar enquanto ria.
— Cala boca Henrique. – O jovem deu um tapa de leve na cabeça do mais novo e se virou para o ruivo. — Estão me bisbilhotando agora?
— Nem pensar, adolescente rebelde, longe disso.
— Sei... Empresta uma grana ai? – Bernardo pediu, passando a mão no próprio cabelo.
— Para você comprar cigarro? – Set deu um meio sorriso, não era de hoje que havia reparado nos vícios que o jovem Collins estava adquirindo com o tempo. — Não.
— Eu não fumo cara! – A mentira foi tão descarada que até mesmo Henrique teve que controlar a risada.
— E eu já tive sua idade cara! Para dentro, agora.
Bernardo suspirou e caminhou para dentro da escola, Henrique começou a rir novamente e correu atrás do mais velho.
— Cada dia parece que eles crescem mais, Meu Deus. – O ruivo resmungou, voltando a caminhar para dentro.
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