Despertar escrita por Melaine_, Cassia Cardoso


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco para postar porque estava viajando, mas está aí o novo capítulo.
Espero que gostem =)



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Aquela noite não seria tão tranquila como costumava ser na ala hospitalar, após o aviso da enfermeira as garotas ainda passaram algum tempo conversando sobre suas visões e as expectativas sobre as aulas com Dumbledore. Já passava da meia noite quando elas foram se deitar, Desiré mal conseguira pegar no sono quando começou a ouvir alguns murmurinhos na sala ao lado.

–Freya, acorde! -Sacudiu a amiga na cama ao lado.

–O que? Pelas barbas de Merlin! Você não dorme nunca, mulher? -Perguntou Freya indignada.

–Shiu! Eu acho que tem algo de errado lá na sala de espera, eu ouvi ruídos! -Argumentou Desiré e foi se sentar novamente em sua cama.

–Deve ser apenas o Pirraça ou algum outro fantasma do castelo que resolveu fazer uma visitinha para a Madame Ponfrey, ou talvez seja o amor secreto dela que veio visitá-la. Será que é aquele zelador estranho? -Perguntou Freya agora parecendo curiosa.

– Huuuuugh - Essa foi a reação imediata das duas garotas ao imaginar o beijo entre os dois.

–Sério, você acaba de arruinar minhas esperanças de ter bons sonhos. -Disse Desiré voltando a se deitar.

–Hey, olhe, parece que tem alguém com uma varinha acesa! - Freya havia pulado de sua cama e estava agora sacudindo Desiré com toda força - Olhe, Olhe!

–Calma, eu estou acordada, hey pare de me sacudir! -Desiré disse se levantado e tentando se livrar das sacudelas da amiga - E agora? O que faremos?

–Vamos espiar pela janela do banheiro, de lá poderemos ver a sala de visitas. -Disse Freya arrastando sua amiga para o banheiro.

No meio do caminho as garotas pegaram uma das cadeiras de visitas e colocaram embaixo da janela, Desiré foi a primeira a espiar e a única coisa que a garota conseguiu dizer ao ver o que ocorria na sala ao lado foi:

– OMG - Disse Desiré perplexa.

– O que? Vamos, saia dai, eu preciso ver o que está acontecendo. - Freya delicadamente puxou sua amiga da cadeira e mais rápido do que você conseguiria dizer “poção polissuco” ela já estava lá em cima tentando entender a cena na sala ao lado.

Na sala de visitas estavam agora Krum, Kayo, Juan e Ivan, todos eles pareciam vestir a mesma roupa, todos de preto, talvez tentando se camuflar na escuridão, os garotos se movimentavam vagarosamente e com muito cuidado tentando fazer o mínimo de barulho possível, eles eram apenas iluminados pela varinha acesa de Krum que ia logo a frente guiando os outros garotos.

–Hey Kayo, já é a segunda vez que você pisa em mim, cara eu sabia que devíamos ter te deixado dormindo. -Reclamou Krum que estava tentando tirar sua capa de baixo do menino.

–Até parece que isso daria certo sem mim! -Disse Kayo .

–Xiiiiu, vocês querem que sejamos descobertos? -Disse Juan.

–Fiquem quietos, eu não aguentaria mais 5 minutos com o Juan chorando novamente. - Disse Ivan.

–É, isso sim é um pesadelo, pior que ser acertado por uma maldição imperdoável! - Concordou Krum, mas sua frase foi um erro porque ela provocou um ataque de riso em Kayo.

–Caladooooooo! -Disse Juan tentando tapar a boca de Kayo. – Éca, ele está babando minha mão inteira.

Por mais sem graça que fosse uma piada Kayo sempre achava que aquilo era a coisa mais engraçada que ele ouvira em sua vida, sua risada estava longe de ser algo discreto, era comparado com o grunhido de um dragão misturado com os barulhos soltos pelos porcos do mato. Sério, era algo realmente incomparável.

Logo o caos estava instaurado, Juan batia incontidamente na cabeça de Kayo, Krum a essa altura ainda estava tentando soltar sua capa que continuava embaixo de Kayo e agora que o garoto estava rindo descontroladamente ele estava desequilibrando o guiador dos garotos; Ivan, que estava tentando segurar Juan, eles estavam todos embolados.

–Maldição imperdoável, essa foi ótima - Kayo agora estava intercalando gritinhos, grunhidos e risos - Krum assim você me mata!

–Assim você nos mata sua criança feliz! - Disse Juan tentando voar para cima do garoto.

–Olha quem fala! O bebezão que não conseguiu dormir e foi chorar no nosso barco! - Rebateu Kayo.

Os garotos estavam longe de serem discretos e a qualquer momento eles acordariam a enfermeira, e aí sim, eles seriam surpreendidos novamente.

Freya que assistia perplexa a cena da janela, agora estava sendo acompanhada por Desiré, ambas tentavam se equilibrar na cadeira.

–Hey, seus grandes trasgos idiotas, querem ficar quietos? -Disse Freya da janela.

–Desiré! - Disse Juan tentando se desvencilhar dos outros garotos para chegar mais perto da janela.

Isso foi outro erro, ao tentar se aproximar da janela Juan acabou pisando no pé de Kayo que soltou um grunhido de dor, esse grunhido foi acompanhado pro um tapa sem querer em Krum, mas isso foi o bastante para derrubar o artilheiro que já estava desequilibrado.

–Fedeu! - Disseram as garotas juntas.

Elas ao tentarem se aproximar mais da janela acabaram caindo da cadeira que era pequena demais para tantas emoções.

A próxima coisa que elas ouviram foi um grande estralo e uma luz que iluminou toda a ala de emergência, rapidamente elas correram para suas camas e aguardaram para saber o que havia acontecido lá fora.

As garotas só conseguiram ouvir a enfermeira gritando um grande numero de palavras que eram ditas tão rapidamente que não formavam uma frase lógica.

–Vão embora antes que eu chame o diretor! - Gritou a plenos pulmões Madame Pomfrey.

–Vamos lá ver! -Disse Desiré correndo, levantando a cadeira e aparecendo novamente na janela.

O que a garota pode ver foi que as velas da sala haviam sido acesas por algum tipo de feitiço simultâneo, os garotos estava todos juntos o mais perto da porta possível e Madame Pomfrey estava de costas para a janela do banheiro e parecia tentar expulsa-los da sala.

–Vamos antes que o zelador nos delate! -Disse Krum puxando o braço de Juan que parecia ser o único disposto a ficar ali e testar a raiva da enfermeira.

–Não sairei daqui! -Disse o garoto se agarrando na cadeira mais próxima.

–Vamos Juan, pare de ser mimado. -Krum agora arrastava o garoto e a cadeira para fora da enfermaria.

–Volte aqui com a minha cadeira! -Disse a enfermeira que agarrou na outra extremidade do objeto e agora parecia disputar cabo de guerra com Juan.

Freya ainda estava em sua cama, Desiré que observava tudo aproveitou que Juan estava olhando para ela e com mímicas disse para o garoto ir embora e mandou-o um beijo.

Ao ver o gesto da garota Juan automaticamente soltou a cadeira fazendo com que a enfermeira caísse, pois ela estava depositando todas suas forças tentando pegar sua cadeira de volta. Antes de sair o garoto olhou para Desiré, retribuiu-lhe o beijo e gritou para todos que quisessem ouvir.

–Eu voltarei para te resgatar, meu amor! - Ele disse isso com uma piscadela infalível.

–Certo, Romeu, agora vamos.

Desiré se deixou ir 'caindo' na cadeira, ela estava encantada com a cena. Certo, era um pouco assustador, mas não podemos negar que era a coisa mais fofa que alguém já havia feito por ela.

A garota correu para sua cama assim que percebeu que Madame Ponfrey estava arrastando cadeiras provavelmente tentando reorganizar a sala.

–Sério, isso foi tão Dom Juan, apesar de eu achar que o seu deve ter algum tipo de problema mental. - Disse Freya provocando sua amiga.

–Ah vai dormir, vai. -Disse Desiré jogando seu travesseiro na amiga.

No dia seguinte as garotas acordaram para o café da manhã morrendo de sono, pois com o plano maluco e mal sucedido de Juan as garotas acabaram indo dormir bem mais tarde que o normal. Sem poder voltar a dormir por causa da claridade que entrava pelas janelas da Ala Hospitalar as duas decidiram esticar as pernas e foram até uma grande janela que dava para os jardins.

– Não tem ninguém no jardim... – disse Desiré tristemente.

– Todos estão em aula. Nós estaríamos também se não fossem essas visões. – disse Freya.

– Pensa pelo lado bom, Dumbledore vai nos ajudar... Quem sabe não teremos mais que passar por isso!

–Assim eu espero…

As garotas ficaram conversando por um tempo até que Freya foi ao banheiro e Desiré após dar uma ultima olhada nos jardins de Hogwarts decidiu pedir para madame Pomfrey um livro para poder passar o tempo. Quando estava perto das camas viu um garoto loiro entrar e fechar a porta da Ala Hospitalar.

–EI! EI! – disse Desiré. – Como você conseguiu entrar aqui?

–Você viu... Pela porta. – disse Draco apontando para porta que acabara de fechar. – Achei que fosse óbvio.

–Mas, nós tínhamos que estar isoladas... – disse Desiré.

–Sim, isoladas dos incompetentes. Seu namorado, por exemplo, é um deles. – disse ele tentando manter distância uma vez que Snape lhe disse que apenas Desiré estava com alergia.

–Olha aqui, aquela nossa conversa ainda não acabou... – disse Desiré com raiva.

–Tá, tá... Que seja. – disse Draco passando os olhos pelo quarto.

–O que você está fazendo aqui? – perguntou Desiré com raiva.

–Vim trazer um recado do professor Snape. – disse Draco olhando tristemente cama por cama. – E eu queria…

–Sabia que eu tinha ouvido sua voz, Draco. – disse Freya sorrindo timidamente para ele. Desiré pode perceber a mudança da fisionomia do garoto quando ouviu a voz da amiga.

–Freya... – disse ele com a voz fraca a olhando.

–Então, que recado do Snape você veio trazer afinal? – perguntou Desiré.

Draco a ignorou e ficou olhando fixamente para Freya, como quisesse falar algo. Como Draco sempre teve problemas com as palavras principalmente para pedir desculpas e falar sobre seus sentimentos, Freya se aproximou do garoto e do nada o puxou para um abraço, deixando claro que não precisava ouvir nada de seu amado. No começo a surpresa o tomou, mas então, envolvido nos braços da garota que ele gostava deixou seus sentimentos fluírem em palavras. Um pouco pelo menos.

–Você me deixou muito preocupado... –disse ele com a voz abafada pelos cabelos da garota.

–Obrigada por me tirar da água... me salvar…

–Eu nunca imaginei que me preocuparia com alguém assim... – disse Draco pensando alto.

–Você ainda está chateado por eu ter mentido para você? – perguntou Freya sem jeito.

Draco se desvencilhou do abraço e a olhou longamente e então a beijou.

–Acho que isso foi um não. – disse Freya sorrindo.

–Achei que teria certeza depois disso. – disse ele convencido.

–Ahh, eu senti tanto a sua falta... Tenho coisas para te contar…

–Em falar em contar, Snape me pediu para dizer que ele e Dumbledore virão aqui depois do almoço.

–Essa é uma das coisas que eu gostaria de te contar – disse Freya.

–Eu não posso ficar aqui muito tempo. Madame Pomfrey foi até a sala do professor Snape pegar algumas poções, mas já deve estar voltando.

–Bem que você disse que esse professor era legal. – lembrou ela.

–Por isso não vim ontem, ele me disse que não me deixariam te ver então me pediu para esperar até hoje, que ele daria um jeito.

–Diga obrigada a ele. – disse Freya.

–Quando você vai sair daqui? – perguntou Draco pegando suas mãos.

–Eu não sei, mas espero que seja antes da tarefa. – respondeu sorrindo.

–Eu tenho que ir, só não sei se terei outra oportunidade de te ver aqui novamente.

–Obrigada pela visita. – disse Freya o abraçando e então ele saiu.

–Sabe, eu tenho que admitir... Ele realmente gosta de você. – disse Desiré sorrindo para amiga.

Após o almoço, como Draco dissera, Dumbledore e Snape entraram na Ala Hospitalar e se sentaram em duas cadeiras, que agora pareciam mais confortáveis do que antes, a frente da cama das garotas.

–Como estão, senhoritas? – perguntou Dumbledore com toda aquela calma.

–Bem. –respondeu Desiré.

–Bem... entediada. – disse Freya ganhando um olhar reprovador da amiga.

–Eu não duvido disso, mas isso vai mudar depois dessa nossa primeira aula.

–Espero que gostem de ler. – disse Snape achando graça em algo que as garotas não viram.

–Sim. – disseram as duas juntas.

–Então... vamos começar a nossa aula antes que vocês comecem a dormir. Senhorita Thierry, você consegue prever coisas sobre você mesma?

–Sim, senhor.

–E a senhorita Ivanitch?

–Ah... Não. – respondeu ela tristemente.

–Nem coisas boas, nem ruins?

–Não. Neca.

–Interessante.

– Você é oclumente, certo? – perguntou Dumbledore.

–Sim, senhor.

–Desde quando você aprendeu sobre?

Freya mordeu os lábios pensando se devia ou não falar. Falar com certeza colocaria o seu diretor Karkaroff em uma situação ruim.

–Nada que nós falarmos aqui vai sairá daqui. Você tem minha palavra.

–Hmmm, em Durmstrang nós temos aulas de oclumência desde o primeiro ano. No começo são poucas aulas e com o passar dos anos aumentam. Agora no quarto ano nós começaríamos legtimencia.

–Vocês não estão tendo aula disso aqui? – perguntou Desiré.

–Não. – respondeu.

–Até parece que Karkaroff iria se arrisca tanto. – falou Snape secamente.

–Eu suponho que a senhorita Thierry nunca tenha aprendido oclumência.

–Não senhor.

–Bom, quanto à isso, acho que já tenho uma resposta. Teoria ainda é claro. Mas vamos partir para um outro lado.

Dumbledore olhou para Desiré e perguntou:

–Consegue prever coisas boas e ruins?

–Não senhor... Quer dizer, antes eu só via as coisas boas, mas agora depois que vim para Hogwarts e conheci a Freya, além de melhorar a qualidade das visões, eu pude também prever coisas ruins. Como o acidente dela e quando ela…

Freya deu um olhar censurador para Desiré. Ela ia falar sobre o acontecido entre Ilka e a amiga, mas nesse dia as coisas pareciam ter saído um pouco do controle.

–Quando ela? – perguntou Dumbledore bondosamente.

–Quando eu passei mal. Uns dias depois da escolha dos campeões.

Dumbledore olhou as duas profundamente nos olhos como se quisesse dizer que já sabia de tudo e então perguntou para Freya.

–Também conseguia prever só coisas ruins ou boas?

–Sim senhor. Eu sempre previ apenas coisas ruins. Agora a única coisa boa – Freya fez aspas com as mãos – foi a escolha dos campeões.

–E a qualidade da visão também melhorou após conhecer a senhorita Thierry.

–Sim senhor.

–Quanto a qualidade das visões eu sinceramente não sei dizer por que foram alteradas, mas quando a prever apenas coisas boas ou ruins é do dom da clarividência mesmo.

–Como assim? – perguntou Desiré confusa.

–Há vários tipos de dons na clarividência. Algumas pessoas fazem uma previsão só uma vez na vida, outras fazem por toda a vida. Tem aquelas que, como vocês, prevem apenas coisas boas ou ruins. Tem outros que conseguem prever coisas mais simples, ou estranhas se preferirem, como a mudança climática. – Dumbledore fez uma pausa e continuou. – Há clarividentes que precisam do auxilio de objetos para fazer suas previsões, como uma bola de cristal ou a as folhas de chá. Alguns lugares a borra de café.

–Eu já previ coisas a partir de alguns desenhos meus. – disse Freya timidamente.

–Esse eu desconheço. Poderia explicar?

–É... as vezes algo que eu desenho vira realidade. A minha primeira visão foi assim. Desenhei um vaso quebrado e quando minha mãe passou derrubando o vaso em cima do caderno os cacos do vaso ficaram exatamente posicionados igual ao desenho.

–Isso é interessante. Algum outro que você se lembre.

–As vezes os desenhos são sobre lugares ou objetos que estão ligados ao que vai acontecer. Um carro, por exemplo, em um acidente.

–Você já previu acidentes com mortes?

–Sim. – disse Freya triste.

–Quantas vezes?

–Nunca parei para contar.

–Mas você prevê a morte de qualquer pessoa? – perguntou Dumbledore calmo, mas Freya podia jurar ter visto um brilho de assombro em seu olhar.

–Não, mas, por exemplo, se eu estou no meio da rua eu posso ter uma visão sobre atropelamento, mas será sobre alguém que está ao meu redor.

–Pessoas em geral não? – perguntou ele aliviado

–Não senhor. Apenas familiares, conhecidos, ou como eu disse ao senhor.

Freya estava com seus olhos cheios de lágrimas. Essas previsões de morte sempre a deixavam abaladas. Snape parecia surpreso com as histórias da garota assim como sua amiga que parecia comovida com a dor que ela parecia levar. E Dumbledore vendo a dor em seus olhos passou a perguntar para Desiré.

–E você já previu alguma morte?

–Não senhor.

–Nenhum sentimento ruim ou mal estar quando isso acontecer ao seu redor?

–As vezes.

–E suas visões boas? Tem algum padrão?

–Nunca consegui definir nenhum padrão, mas os efeitos colaterais são marcantes - Disse Desiré.

–Que tipo de efeitos? - Perguntou o professor estudando a garota

–Normalmente minhas visões são seguidas de fortes dores de cabeça, as vezes desmaios como aconteceu no dia em que vim para a ala hospitalar - Explicou a garota - E minhas visões costumavam ser sobre coisas boas, por isso que festas surpresa de aniversário ou presentes inesperados nunca deram certo pra mim.

–Isso me parece bem triste, estragar as festas surpresas não é uma boa forma de agradecer os amigos, ainda bem que já estou avisada sobre isso - Disse Freya.

–Como isso começou? - Perguntou Snape ignorando o comentário da garota.

–Tudo começou em um dia de natal, eu estava super feliz pois meus colegas de escola haviam me dito que na noite de natal se você colocasse um copo de leite e biscoitos o papai noel os comeria enquanto visitasse sua casa, e essa seria uma boa oportunidade de vê-lo cara a cara.

Então eu estava sentada no sofá assistindo a uma daquelas sessões de filmes comemorativos que passam na noite de natal todos os anos, até que de repente eu não estava mais olhando para a TV, eu estava no quarto dos meus pais, minha mãe estava ajudando meu pai vestir um casaco vermelho, e ele tentava colocar barbas falsas olhando no espelho, então quando eu vi o suposto papai noel colocando os presentes em baixo da árvore eu simplesmente disse 'Ok papai, eu sei que é você, coma os biscoitos eles estão ótimos, nos vemos amanha e óh, obrigado pela nova barbie'. Meus pais ficaram assustados, mas deduziram que eu devia ter visto espiado pela porta e visto ele se fantasiando.

–Nossa, e eu achava que tinha tido uma experiência triste quando descobri que papai noel não existia, mas amiga você me superou! - Disse Freya.

–E eu também previ minha entrada na academia, dias antes de receber a carta de convocação, mas algo é intrigante, na minha visão a academia a que pertencia era Hogwarts, talvez eu devesse estar prevendo minha visita para cá nesse torneio. - Disse Desiré.

–Humm, interessante. - Disse Dumbledore.

–Voltando os desenhos de seu caderno, isso é muito interessante. É freqüente?

–Não. As visões são mais.

–E vocês já tentaram prever com auxilio de uma bola de cristal?

–Não. – responderam as duas.

–E gostariam de tentar?

Os olhos das garotas brilharam com a possibilidade de ver algo em uma bola de cristal.

–Mas como funciona? –perguntou Freya.

–Bom, não existe nenhum técnica sobre ver algo na bola de cristal. Creio eu que seja tudo com muita concentração.

–E será como alguma visão? – perguntou Desiré.

–Isso depende do dom. Algumas pessoas olham na bola de cristal e vêem o que querer ver. Por exemplo, você pensa em alguém ou algum lugar e então pode ver isso na bola de cristal. As vezes o grau de clarividência é tão evoluído que eles juram ouvir o que acontece junto com a visão. Isso as vezes pode estar interligado ao grau de conexão com a pessoa ou o lugar.

–Ual. – falaram juntas.

–Mas tem pessoas que vêem o que não querem, como uma visão. Curta, mas ainda sim uma visão. Geralmente a bola de cristal atrai você e então você vê.

–É a mesma coisa com as folhas de chá?

–Não. A clarevidência faz você enxergar melhor o que está nas folhas de chá. Quem tem esse dom com certeza verá algo mais facilmente do que alguém sem o dom.

–E é por símbolos certo?

–Sim.

–Nossa aula já está acabando, mas gostaria de expor minha teoria sobre as visões sobre vocês mesmas. – Dumbledore as olhou e então continuou. – Ao meu ver, senhorita Ivanitch, você não consegue prever algo sobre você mesma porque é oclumente. A oclumência fecha os seus pensamentos e, creio, que de um jeito que sua mente fechada não dá abertura para esse tipo de visão. Você parece ter sua mente bloqueada o tempo todo. Então tudo sobre você mesma também é bloqueado. Tente abrir sua mente um pouco. Peça ajuda a senhorita Thierry.

–Sim senhor.

–Porque isso, minha cara, será de grande ajuda para combates. Prever o feitiço de seu oponente é o que todos nós gostaríamos.

–Isso é interessante mesmo.

–Com as nossas aulas quero deixá-las aptas para prever esse tipo de coisa. Talvez não totalmente, mas sei que vocês mesmas iram finalizar essa tarefa. E quanto à senhorita Thierry, não gostaria de aprender oclumência?

–Ahh... sim senhor. - Respondeu confusa, pois nunca havia realmente pensado sobre isso, já que em seu colégio não havia essa matéria.

–Então, o professor Snape lhe dará algumas aulas sobre. É sempre bom usar do artifício da oclumência quando se tem dons como os das senhoritas. E eu não falo apenas das visões. – As garotas se olharam tentando passar várias informações e então Dumbledore continuou. – Há pessoas que se aproveitariam disso para um lado ruim. Severo?

Com um gesto da varinha de Snape vários livros apareceram empilhados sobre suas camas assim como duas bolas de cristal.

–É tudo sobre clarividência?

–Sim. Alguns são apenas histórias, mas o resto falam sobre os tipos, os objetos, sintomas que podem surgir de visões.

–Obrigada. – disseram as duas juntas.

–Leiam e vejam se algo se assimila a vocês. Se vocês tiverem algum progresso quanto a oclumência ou as bolas de cristal escrevam como um relatório e assim eu verei o progresso. Agora descansem meninas. E qualquer coisa mande me chamar ou ao professor Snape.

Se despedindo das garotas eles se levantaram das cadeiras e foram falar com Madame Pomfrey dando algum tipo de recomendação e foram embora.

–Isso realmente vai fazer o tempo passar mais rápido! – disse Desiré encantada com a quantidade de livros.

–Você acha que ele sabe? – perguntou Freya séria.

–Sobre o que? – perguntou ela distraída com os livros.

–Sobre tudo. Sobre o que ocorreu no baile e com a Ilka.

–Pelo jeito ele sabe. Mas por que será que ele não nos falou nada?

–Vai saber. Pode ser que ele queria tratar de um assunto de cada vez. E eu, particularmente, quero esquecer o que aconteceu naquele dia com a Ilka.

–Não acho que seja algo que você possa esquecer. E você sabe muito bem o que aconteceu.

–Eu ainda não acredito... – disse Freya pensando sobre seus supostos poderes.

–Mas deveria acreditar. Já o que aconteceu no baile eu realmente não tenho explicação.

–Você nunca chegou realmente a falar sobre isso.

–É que eu não sei o que ocorreu. Aquilo só é feito por veelas. Veelas, veelas e não metade veelas.

–Eu nunca soube sobre essas magias veela. – disse Freya lhe dando um sorriso.

–Se aquilo for realmente uma magia veela vai contra tudo o que eu aprendi sobre as metade veelas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? :3
Gostaram da volta do casal?
E a "aula" com o diretor e o Snape?



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